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Publicado

Na Continuação do Indice das Doenças

 

Pedro Soromenho

 

 

 

Índice dos Procedimentos

 

AQUÁRIO HOSPITAL:

 

O aquário hospital é um recurso de grande importância no aquarismo feito com seriedade. Todo peixe acometido de qualquer tipo de doença, principalmente infecto-contagiosa ou crônica, deverá ser isolado para tratamento em um aquário hospital. Isso evita que a doença se dissemine pelo aquário principal, acometendo peixes sadios, além de permitir o uso de medicamentos, muitas vezes tóxicos. Não coloque drogas profilaticamente ou para tratamento no aquário principal, pois você estará intoxicando peixes sadios, destruindo plantas e desequilibrando todo o ecossistema. Separe os peixes doentes que serão submetidos a tratamento medicamentoso em aquário hospital. Nunca use criadeiras para esta finalidade. Se o fizer, procure tampar bem os furos. Não se esqueça de manter o aquário hospital bem oxigenado, pois a manutenção das concentrações de oxigênio dissolvido na água é um fator primordial para a sobrevivência do peixe.Os produtos químicos que usamos no aquário hospital podem induzir ao "stress" do peixe doente e sabemos que este é fator desencadeante de infeçcões oportunistas. As brânquias são os órgãos mais suceptíveis a intoxicações por medicamentos e qualquer alteração que as afete diminui a capacidade de sobrevivência do peixe. (leia sobre montagem do aquário hospital no índice de procedimentos)

 

BANHOS CURATIVOS:

 

O peixe deverá ser colocado em um recipiente com água nas mesmas condições do aquário do qual foi retirado, mantendo-se também temperatura e aeração. Para tratamento de determinadas doenças podemos utilizar os banhos, classificando-os como de:

CURTA duração, quando se banham os peixes "in situ" em uma solução química estática em baixa concentração (durante 5 a 30 minutos), fazendo-se necessário apenas um aporte de oxigênio através do aerador;

LONGA duração, quando se banham os peixes "in situ" em solução química de baixíssimas concentrações durante um período de 12 horas a 10 dias; IMERSÃO quando se submerge um peixe em uma solução química de alta concentração durante alguns segundos até 5 minutos. Esse tipo de banho determina "stress" no peixe. Os peixes que apresentam patologias (doenças) das brânquias não suportam banhos de curta duração ou de imersão por muito tempo, devendo-se retirá-los ao menor sinal de agonia.Os banhos de imersão e os de curta duração podem ser feitos em cubas de madeira ou porcelana à parte e com o auxilio de uma redinha de captura (sobretudo os de imersão). Já os de longa duração podem ser feitos no próprio aquário hospital, trocando-se toda a água ao fim de cada banho.

 

COMO REALIZAR A QUARENTENA

 

1) Torne ideais a temperatura (24-27 graus Celsius), pH e DH da água.

2) Acrescente o(s) peixe(s) permitindo a adaptação 24-48 horas antes do tratamento.

3) Avalie as condições dos peixes, observando quaisquer problemas que requeiram atenção imediata.

4) Realize os testes da água durante a quarentena.

5) Faça inspeções frequentes

6) Administre os medicamentos para controlar os agentes patogênicos (causadores de doenças) comuns.

7) Após 14-21 dias,transfira o(s) peixe(s) para um aquário definitivo.

 

DESINFECÇÃO:

 

Define-se como o processo de tornar inofensivos objetos e/ou peixes que possam transmitir doenças para o aquário. Muitos desinfectantes podem ser usados. Utilize o Permanganato de Potássio para desinfectar plantas novas antes de introduzí-las no aquário, na proporção de 1g para 20 litros d'água. Embora seja eficaz, deve-se evitar o seu contato direto com as mãos, pois, sendo um agente oxidante, pode causar manchas à pele. Podemos usar Sal a 3%, que funciona como desinfectante para parasitas. Formaldeído é, também, um bom parasiticida. Os compostos quaternários de Amônia também são aplicados na desinfecção de redes. O Cloro é um excelente desinfectante, principalmente quando usado em objetos do aquário. Uma camada orgânica protege as bactérias da ação do Cloro, portanto, deve-se limpar a superfície destes objetos antes de adicioná-lo para que o seu efeito seja máximo.

 

EUTANÁSIA:

 

Prática pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida quando a doença é reconhecidamente incurável. Só devemos sacrificar aqueles peixes os quais são portadores de doenças incuráveis ou intratáveis. Para isso, separe uma cuba e faça uma solução a 20% (1:5) de álcool 96 GL e água gelada. Mergulhe o peixe e aguarde. Caso o método tenha sido ineficaz, aplique doses elevadas de anestésico (Ethyl 3-aminobenzoato ou methanosulfonato), diluído na água ou por via injetável. Um outro método que vem sendo difundido é o uso de Alka-Selzer (Bayer). Coloque 2 comprimidos efervescentes no fundo de uma cuba com água e imediatamente introduza o peixe. Nunca jogue seu peixe a ser sacrificado na retrete, pois seu sofrimento será ainda maior.

 

EXAMES LABORATORIAIS:

 

Muitas vezes nossos peixes adoecem e apesar dos esforços não conseguimos firmar um diagnóstico para podermos tomar uma conduta correta, colocando-se em risco toda a comunidade do aquário. Ou ainda, outros peixes morrem e não sabemos a causa. Nessas ocasiões são importantes os exames laboratoriais. Antes de instituir um tratamento duvidoso certifique-se do diagnóstico através de exames específicos. Para esse procedimento é importamte a presença de um médico veterinário.

 

 

 

FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS

 

Ficha No:_____ Protocolo No:______ Dia:_______ Hora:______

Nome Científico:_________________ Nome Popular:____________________________

Lesões ou alterações observadas na(s): Boca ____________________________

Brânquias ___________________________ Abdômen _________________________

Nadadeiras ___________________________ Opérculos ________________________

Pele __________________________________ Alt.Gerais ________________________

Diagnósticos _____________________________________________________________

Diferenciais ____________, ____________, ____________ , ______________________

Diagnóstico Definitivo _____________________________________________________

Morreu antes do tratamento: s( ) n( )

Usou aquário Hospital: s( ) n( )

Medicamentos usados e doses_______________________, _________________

Elevou Temperatura s( ) n( ) para quanto ______

Evolução da doença: ______________________________________________________

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Tempo de tratamento: _______________

 

FICHA DE PROTOCOLO DE DOENÇAS:

 

As fichas de protocolo de doenças devem fazer parte de um arquivo ou fichário, onde deverão constar dados sobre o peixe adoecido, dia e hora em que notamos as alterações, as principais lesões observadas, o tratamento instituído, a evolução da doença e o tempo de tratamento. (veja no índice de procedimentos sobre: ficha de doenças (registro da).

 

HIGIENE:

 

Ao adquirir um peixe novo, procure, sempre que possível, conhecer o criador de origem, se as condições de higiene são adequadas e se os aquários de exposição para venda mantêm as mesmas condições de higiene. A falta desta nos aquários determina o aparecimento de diversas doenças infectoparasitárias. Por exemplo, em criadouros de peixes Neon, a falta de higiene determina, de forma perigosa e rápida, a propagação da Plistoforose. No comércio oficial de peixes ornamentais, deve-se exigir o mais completo cumprimento das medidas higiênicas básicas. Por isso, antes de introduzir um peixe novo no aquário, o ideal é submetê-lo à quarentena.A higiene também se estende ao seu aquário. Evite que doenças se proliferem neste, mantendo-o higiênico, através de sifonagem semanal, alimentação adequada, aparagem das plantas podres, trocas de água periodicamente, limpeza dos vidros e desinfecção de todos os utensílios acrescentados ao aquário com Permanganato de Potássio.

 

MONTAGEM DO AQUÁRIO HOSPITAL:

 

O aquário hospital poderá ter um tamanho reduzido, conter a mesma água do aquário principal, um aquecedor, um termômetro, uma pedra porosa conectada ao oxigenador do aquário principal através de um desviador, plantas artificiais e algumas pedras. É importante o uso de um bom filtro (evite o de carvão ativado, pois pode reagir com alguns medicamentos, anulando o seu efeito terapêutico). Ilumine o aquário hospital com luz fraca (observe que alguns medicamentos necessitam de escuridão, pois reagem com a luz). As condições bioquímicas da água (pH,DH etc) devem ser iguais às do aquário principal, com isso evitaremos o "stress". Evite o uso de cascalho de fundo, pois cistos de algumas doenças podem se proliferar entre as pedras. O ideal é que o aquário hospital esteja contido no interior do principal, sem que haja contato entre as águas de ambos. Porém, nos casos onde a elevação da temperatura faz parte do tratamento, isso não será possível. Antes de introduzir os equipamentos e objetos no aquário hospital, desinfecte-os bem. Faça deste um habitat bem próximo do aquário principal. Observe se o peixe que está doente tinha um local de refúgio e tente imitá-lo no aquário hospital ou coloque um vaso de cerâmica que sirva de esconderijo. (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)

 

MONTAGEM DO AQUÁRIO QUARENTENA:

 

Um aquário de 25 a 50 litros é suficiente para um aquário quarentena. Coloque água repousada (desclorificada) e mantenha a mesma bioquímica do aquário principal (pH,DH etc), bem como a temperatura. Acrescente o equipamento básico como aquecedor-termostato, aerador com pedra porosa, termômetro, uma lâmpada (use luz negra) e algumas peças decorativas. Antes de introduzir um ou mais peixes novos no aquário quarentena, leia o capítulo "Introdução de peixes novos no aquário" no tema Orientações Básicas. Alimente os novos "hóspedes" normalmente e no fim da quarentena (+/- 30 dias) transfira o(s) peixe(s) para o aquário principal com cuidado, caso não observe nenhuma alteração ou nenhuma doença se desenvolva nesse período. Procure adquirir uma luz negra para o aquário quarentena, pois será útil na detecção de qualquer parasita na pele do peixe.

 

NECRÓPSIA:

 

Exame médico das diferentes partes de um cadáver. Se a causa morte do peixe não pôde ser confirmada, a necrópsia deverá ser realizada, não só a nível de pesquisa como também prevenção. Conserve o peixe morto em solução de 1 para 10 de Formol. Se você conhece algum veterinário, chame-o para auxiliar no procedimento cirúrgico. Retire as partes do corpo afetadas e leve-as para análise laboratorial.

 

QUARENTENA:

 

O aquário quarentena tem como principal finalidade receber um peixe novo antes que este entre no aquário principal. Submeter um peixe a quarentena significa isolá-lo dos peixes sadios por um período de tempo (historicamente de 40 dias). O conceito básico de quarentena tem como objetivo prevenir que os peixes não disseminem microorganismos causadores de doenças para um aquário cujos peixes estão sadios. Durante este período, um peixe portador do microorganismo poderá incubar o parasita, desenvolver a doença ou morrer. A rotina de tratamento deverá ser instituída já durante a quarentena para livrar o peixe de qualquer parasita. Aquaristas que investem largamente em peixes observam que a introdução de um novo exemplar sem a rotina de quarentena pode ser uma atitude desatrosa para toda a comunidade do aquário principal. Parasitas como Ichthyophthirius, Ichthyobodo, Chilodonella, Oodinium, Hexamita e Trematodos podem ser introduzidos no aquário.A quarentena previne doenças comuns e muito perigosas de serem introduzidas no aquário. Doenças subclínicas podem estar incubadas no novo peixe que pode ter um aspecto de saudável. Evite colocar peixes que vieram de aquários ou lojas diferentes ao mesmo tempo e nunca coloque um peixe novo no aquário quarentena que esteja sendo usado por outro peixe. Cardumes da mesma espécie vindos do mesmo aquário podem fazer quarentena juntos.

 

REGISTRO DE QUARENTENA / TRATAMENTOS

 

Data:_______________ Peixe submetido a quarentena:___________________________

Nome científico:___________________ Nome vulgar:________________________ QUARENTENA # Aquário número: _________ Adquirido em: ____________________

Data prevista para quarentena: ___________ Data de saída: ___________

Diagnóstico preliminar: ____________________________________________________

TRATAMENTOS # Datas: de _____ até _____ Químicos usados:___________________

Doses: ___________ Duração do tratamento: _______________

Métodos de administração ( ) banhos de imersão ( ) oral ( ) injetável

Resultados do tratamento: ____________________________

Medicamentos que devemos ter:

- Sal - Azul de metileno - Acriflavina - Fenbendazol - Formaldeído - Metronidazol - Permanganato de potássio - Praziquantel - Verde de Malaquita –

 

 

 

 

 

 

SIFONAGEM:

 

É um procedimento que consiste na remoção dos detritos acumulados no fundo do aquário (cama). O sifão é um tubo flexível de borracha, plástico ou acrílico, cujo comprimento e diâmetro variam de acordo com o fabricante. A técnica da sifonagem consiste em encher o tubo e cano de drenagem com água do próprio aquário, tampando-se a extremidade do cano com o polegar e mergulhando o tubo no aquário em direção ao fundo. Abre-se a extremidade do cano dentro de um balde e aspira-se a cama do aquário em diferentes pontos. Repetir o procedimento até que a água saia limpa. O ideal é sifonar o aquário semanalmente trocando 10 a 20% da água sifonada por água limpa. O restante da água sifonada poderá ser reaproveitado, uma vez filtrado com filtro contendo lã de vidro e carvão ativado. Na aquisição de sifonadores, dê preferência aos importados, pois são de material superior aos nacionais e não deixam resíduos plásticos dentro do aquário.

 

TRANSFERÊNCIA DO PEIXE DOENTE:

 

O meio mais

eficaz de transferir um peixe doente do aquário principal para o aquário hospital é através da rede de captura. Mesmo não sendo um método ideal, por levar ao "stress" do peixe, é um método prático e, feito com os devidos cuidados, minimiza em muito os traumas decorrentes do procedimento. O ideal é utilizarmos duas redinhas de captura, mantendo-se uma estacionada ao lado do esconderijo do peixe e a outra, em movimentos suaves, deverá guiar o peixe até a primeira. Procure aliviar ao máximo essas manobras, pois sabemos que o "stress" é fator desencadeante e principalmente agravante de doenças já instaladas no peixe.