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Pundamilia(Haplochromis) Nyererei "Ruti Island"

 

 

Pundamilia Nyererei é uma espécie endémica da região do Golfo do Lago Victoria.

Apesar do seu género (pundamilia) é um Haplochromis como era designado até ser alterada a sua nomenclatura para Pundamilia.

Existem várias ilhas no Golfo do Lago Victoria, tendo cada uma, a sua variante de Pundamilia Nyererei, divididas por populações como por exemplo os “Makobe Island”, “Igombe” ou ainda “Ruti Island”, e é nesta ultima população que me vou centrar, apesar de não diferir em muito das outras.

 

 

A polulaçao “Ruti Island” como o nome indica, encontra-se ao largo de Ruti Island situada no Golfo do Lago Victoria – Tanzânia. É um peixe de águas duras e que não é muito esquisito em termos de ph podendo habitar em aquários de ph 7.2 até ph 8.6 a uma temperatura de 24º ate 30º, tendo como temperatura óptima os 27º. O seu tamanho médio é de 13cm em aquário, sendo que na natureza ficam um pouco maiores.

 

 

O aquário e sua Manutenção

 

Para que os peixes se sintam bem e haja reproduções, o aquário deverá de ser no mínimo de 120Litros e não deverá ter menos de 80cm de frente, no caso de de se tratar de um aquário mono-específico.

O substrato deverá ser composto por areão de granulometria pequena como areia da praia ou areia de sílica para que os peixes possam escavar facilmente na altura da reprodução. Sendo os Pundamilia Nyererei peixes de zonas rochosas, o aquário deve ser decorado com varias rochas e valisnérias uma vez que as fêmeas gostam de se esconder nestas para descansar um pouco das perseguições do macho enquanto este desfila por todo o aquário. Outras plantas como anúbias e fetos de Java, podem ser também utilizados. Nunca esquecendo que se trata de um Haplochromis que necessita de ter uma zona para natação livre.

 

Em relação à manutenção, vai ao encontro com os restantes aquários de ciclideos africanos, uma boa filtragem com um débito superior a 5X a litragem do aquário por hora complementada com TPA´s semanais de 25%.

 

 

Alimentação

 

Sendo um peixe omnívoro, uma vasta gama de alimentos liofilizados pode ser oferecida aos Pundamilia, devendo esta ser o mais variada possível. Aceitam bem flocos ou granulados para os ciclideos carnívoros e herbívoros, mais uma vez, desde que seja sempre intercalada.

 

 

Temperamento

Pouco agressivo para com outras espécies, à excepção da altura da reprodução.

Intra-espécie, a sua agressividade prende-se com o facto de não tolerar outros machos no seu território e torna-se agressivo para com a fêmea na altura da reprodução e por este mesmo motivo, é aconselhado que para cada macho haja pelo menos duas fêmeas.

 

Mas o seu temperamento varia com diversos factores, dependendo muito se estamos a falar de um aquário mono-especifico, comunitário de africanos, de victorias ou mesmo de Haps (Haplochromis) e claro, se o tamanho do tanque é o suficiente para uma das misturas que referi. Não esquecendo nunca que cada caso é um caso e que a sua agressividade pode ser diferente de um peixe para outro.

Entre fêmeas também há um clima de agressividade até que se estabeleça uma hierarquia em que a fêmea alpha tem prioridade de desova, e só quando esta está a incubar é que a fêmea dominada tem a oportunidade de receber a atenção do macho para a desova e assim sucessivamente no caso da haver mais fêmeas.

 

 

Reprodução

 

A desova é feita no substrato numa cova anteriormente feita pelo macho que tanto pode ser feita aos olhos do dono e dos outros habitantes do aquário, como pode ser escondida entre pedras ou plantas e pode levar horas a estar concluída (a desova).

A corte, à semelhança de outros Haps, corteja a fêmea dançando à sua frente fazendo tremer o corpo.

Os Pundamilia são incubadores bocais e a incubação tem uma duração media de 19 dias a 26ºC sendo o 17º dia o ideal para a realização do strippingfry (retirada dos alevins da boca da mãe por parte do aquariofilista), altura em que os pequenos já se encontram totalmente desenvolvidos e já consumiram quase totalidade do saco vitelino.

Caso não seja feito o strippingfry, a fêmea tratará dos pequenos durante o 4/5 dias após o “nascimento”, que ao pressentir perigo, guarda-os de novo na boca. Os alevins crescem bastante rápido, podendo atingir 1cm de comprimento em pouco mais de um mês e atingindo a idade adulta entre os 6 e os 8 meses. Em média as ninhadas tem 30 alevins.

 

Alevins poucos minutos após o stripping fry

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Crias com cerca de 18 dias

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Juvenis com 1 mês

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Dimorfismo sexual

 

As fêmeas apresentam tons que vão do amarelo (mais evidenciado na cauda e barbatanas) até ao bege ou castanho claro, podendo apresentar listas verticais pouco evidenciadas ao longo do corpo.

Os machos apresentam cores bem definidas, 7 riscas verticais, zona inferior da boca ate ao inicio da cauda e barbatanas peitorais de cor preta, zona peitoral desde a boca ate ao inicio da cauda de vermelho e amarelo forte entre o amarelo e o preto e entre as riscas.

 

Macho

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Femea a incubar

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Outras considerações:

 

Convive perfeitamente com ciclideos do Malawi.

 

 

Texto: Carlos Couceiro

Fotografia: Carlos Couceiro

Marco D'Oliveira Monteiro

APC #195

 

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