Marta Silva Publicado Janeiro 9, 2008 Publicado Janeiro 9, 2008 (editado) Cauda de Espada Espada cauda de lira (imagem gentilmente cedida pelo membro JMG) Nome Científico: Xiphophorus helleri Nome Comum: Espada, Cauda de espada Ordem: Cyprinodontiformes Origem: São provenientes da América Central, mais especificamente do México, Honduras e Guatemala Habitat: No seu ambiente natural, os espadas vivem nas áreas acima mencionadas, em rios ou riachos com uma vegetação densa e com correntes rápidas, podendo também serem encontrados em nascentes com águas mornas e em canais. Esta espécie também já foi introduzida noutros países, incluindo alguns do continente africano, o que acabou por causar alguns desastres ecológicos devido, essencialmente, ao elevado ritmo a que se reproduzem originando grandes números de descendentes. Tamanho em adulto: Os machos atingem cerca de 10 cm e as fêmeas, sendo maiores que estes últimos, podem chegar aos 12cm em cativeiro. Comportamento: Tratam-se de peixes pacíficos. É preferível ter alguns peixes desta espécie no aquário, embora não se tratem de peixes de cardume. Apesar de pertencerem a uma espécie pacífica, entre os machos que habitam o aquário irá existir uma determinada hierarquia. Aquário: Tendo em conta o tamanho que atingem depois de completarem o seu crescimento e de estarem constantemente a reproduzirem-se, não é aconselhável um aquário com menos de 50 litros para um trio de espadas (obviamente, podem coabitar com outras espécies no aquário). Se se tiver como objectivo a reprodução deste peixe, é conveniente ter o aquário com algumas plantas que acabem por formar algumas zonas mais densamente plantadas onde os alevins se poderão esconder dos progenitores e dos restantes habitantes do aquário, outro tipo de plantas aconselhável para a criação destes refúgios são as plantas flutuantes. Embora o aquário possa ter alguns troncos, não convém abusar destes objectos decorativos pois podem tornar a água um pouco ácida e os caudas de espada preferem águas mais alcalinas. Apesar de apreciarem aquários com bastantes plantas, é necessário terem muito espaço para nadar. Agua: Os espadas preferem águas ligeiramente alcalinas apesar de suportarem águas com parâmetros muito diferentes, pH: entre 7.0 e 8.0 (ideal de 7.2 a 7.4), dH: 10 a 20, Sal: aconselha-se a adição de uma colher de chá de sal por cada 15l de água no aquário (devem ter-se em conta as outras espécies de peixes presentes no aquário pois nem todas toleram esta adição de sal) Temperatura: Apesar de suportarem outras temperaturas, é aconselhável mantê-los a temperaturas entre os 22ºC e os 27ºC. A temperatura irá acabar por influenciar as suas taxas metabólicas e quanto mais alta esta for (dentro de determinados limites) mais rapidamente os alevins se irão desenvolver e menor será o tempo de gestação das fêmeas, mas em consequência a longevidade do peixe também será afectada podendo este ter uma vida mais curta. Alimentação: Tratam-se de peixes omnívoros, aceitam muito bem vários tipos de comida e é importante terem uma alimentação o mais variada possível. Para além de ração seca, podem lhes ser dados alimentos vivos e até mesmo papas caseiras. Algas e alimentos vegetais assumem um papel determinante na sua alimentação. Como os alimentos que estes peixes consomem são os mesmos que os guppies consomem, é aconselhável a leitura destes dois artigos referentes à alimentação (estão mais direccionados para os guppies, mas aplicam-se a muitas outras espécies) Alimentação dos Guppies e Tipos de Alimentos. Dimorfismo Sexual: A diferença entre os machos e as fêmeas nesta espécie é muito evidente, as fêmeas possuem a barbatana anal triangular enquanto que os machos possuem um espigão nesse local, o chamado gonopódio. Outro aspecto que os diferencia é o facto de o macho, quando atinge determinada idade desenvolver um prolongamento na sua barbatana caudal, daí o facto de ser chamado "cauda de espada". Para além disto ainda há a referir o facto de os machos serem mais "magros" que as fêmeas. Reprodução: Apesar de serem encarados como peixes vivíparos, esta trata-se de uma espécie ovovívipara, os embriões desenvolvem-se dentro de ovos, no interior da progenitora sem que existam trocas de substâncias entre eles, passado o tempo de gestação os alevins nascem já completamente formados. Começando do início, é conveniente ter duas ou mais fêmeas por cada macho existente no aquário, uma vez que este estará constantemente a persegui-las e assim, ao dividir as atenções por várias fêmeas, não leva nenhuma à exaustão. O macho possui um gonopódio, o seu órgão sexual, que se movimenta em quase todas as direcções que permite a inserção de esperma na fêmea. Este esperma é utilizado para fertilizar os óvulos e o restante é armazenado nos ovidutos para ser posteriormente utilizado (por isso é que mesmo sem a presença de macho, as fêmeas podem engravidar até 7 ou 8 vezes apenas com o esperma armazenado). Os embriões vão desenvolver-se no interior da progenitora, alimentando-se das substâncias nutritivas presentes nos ovos durante cerca de 30 a 40 dias, este período de tempo pode variar consoante as condições a que os peixes estejam expostos (a temperatura e a quantidade de oxigénio por exemplo). Passado este período de tempo a fêmea irá dar à luz entre 50 a 100 alevins (este número depende de vários factores, sendo a alimentação algo determinante). Uma das dúvidas mais comuns é como saber se a fêmea está grávida, sendo a resposta sempre muito simples: a fêmea vai estar bem mais gorda e para além disso, dependendo também da cor do peixe, poderá ver-se uma macha escura na zona que se situa acima da barbatana anal. É conveniente ter um aquário com algumas plantas de forma a proporcionar esconderijos para os recém nascidos, pois os pais e os restantes habitantes do aquário, se tiverem oportunidade, vão instintivamente alimentarem-se deles. As melhores plantas para o efeito são aquelas que formam pequenos "arbustos" onde os alevins possam penetrar com facilidade e os outros habitantes não os detectem, as plantas flutuantes também são uma mais valia. Caso não existam refúgios para os pequenotes é recomendado o uso de um aquário maternidade ou até mesmo de uma maternidade de plástico (mas neste caso a fêmea apenas lá deve ser colocada quando o parto já estiver muito próximo). Sociabilidade: Tratam-se de peixes sociáveis que podem conviver com outras espécies, em aquários comunitários, gostando da presença de outros vivíparos tais como mollys, platis, guppies, etc. Descrição: Os indivíduos selvagens desta espécie apresentam uma tonalidade esverdeada, mas devido aos cruzamento feitos em cativeiro, hoje em dia existem caudas de espada de várias cores, temos por exemplo, alaranjadas, vermelho sangue, negras, wagtail (barbatanas pretas), etc.. Quanto às barbanas também existem espadas cauda de lira, com a barbatana caudal mais comprida nas pontas, formando uma espécie de "lua" e também espadas véu, com a barbatana dorsal mais prolongada que o habitual. Tratam-se de peixes muito fáceis de identificar e também muito conhecidos devido à particularidade de os machos apresentarem um prolongamento da barbatana caudal em forma de espada.. São muitas as fontes que fazem referência à grande possibilidade de cruzamento entre espadas e platis, aconselhando assim que não se mantenham estas duas espécies no mesmo aquário de forma a evitar que surjam híbridos. Um dos mitos que se gera em relação a estes magníficos peixes diz respeito à sua possível mudança de sexo, há quem defenda que a partir de determinada idade os ovários das fêmeas deixam de funcionar e devido a uma falta de hormonas a fêmea pode transformar-se num macho fértil ( a barbatana anal dá origem ao gonopódio e a barbatana caudal acaba por ficar com a conhecida "espada"), outros defendem que esses peixes apenas se tratam de machos com um desenvolvimento mais tardio. Torna-se também importante referir que os espadas têm o hábito de saltar, podendo assim ocorrer alguns acidentes se os peixes acabarem por saltar para uma área fora do aquário. Recomenda-se então que, se o aquário não tiver tampa, não se encha o aquário até à sua capacidade máxima de forma a dificultar a saída dos peixes. Editado Janeiro 9, 2008 por Marta Silva 1
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