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No príncipio de Janeiro vou tentar iniciar a criação e reprodução de uma nova espécie... Molies.

Que sites posso consultar especificamente para a criação de Mollies?

É muito diferente relativamente à criação de Guppies e Platies? Que diferenças substanciais existem?

E os bótias...Facilmente "sociabilizam" com os Mollies?

 

Já alguém consegui reproduzir Bótias?Se sim,como?

 

 

Obrigado

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Olá João,

 

Bem vindo ao fórum !!!

Alguns dados importantes sobre a reprodução das Molinésias mais comuns já aqui foram abordados nomeadamente por mim noutros tópicos.

Aconselho-te a usares a ferramenta de pesquisa mais vezes.

Em relação a este tópico, não querendo ser mal interpretado, começo por te fazer umas perguntas :

 

a) Achas que as duas espécies são compatíveis num aquário dessa dimensão ?

b) O que é que leste sobre elas ?

c) Será que as condições físico-químicas de uma são idênticas às da outra ? [ aqui não te deves limitar ao pH, temperatura e dureza(s) da água mas também ao ciclo diário de luz e sua intensidade entre muitos outros como a corrente da água ].

 

À primeira não me saberás responder pois tu próprio a colocas. Eu também não porque nunca tive as duas espécies no mesmo aquário.

Não te queria impor nenhuma prática e tu lá saberás que tipo de aquáriofilia queres praticar... mas eu prefiro estudar o assunto antes de colocar peixes de Continentes diferentes no mesmo aquário. Tenho por convicção que o aquário comunitário é mais fácil de manter com peixes do mesmo habitat.

Agora vamos à reprodução das Molinésias...

Como não nos divulgas a espécie em particular, vais ter que ler um pouco mais do que eu tinha disponibilidade para escrever.

Na minha experiência com quatro espécies de Poecilia vulgarmente denominadas como Molinésias no nome comum, tive oportunidade de constatar que tendencialmente algumas podem tornar-se agressivas para com membros da sua própria espécie se o aquário for pequeno ( para as necessidades destes animais ).

As Molinésias maiores são peixes exigentes quanto ao espaço ( e não só ).

A agressividade depende do grau de stress e da linhagem genética.

Tendo necessidade de experimentar a resistência às baixas temperaturas consegui reunir exemplares de pelo menos 6 origens territoriais diferentes comprovadas pelo meu fornecedor que as trazia consigo dos Estados Unidos.

O grau de agressividade era sem dúvida bastante distinto e se os animais tivessem sido colhidos na natureza então é que nem um aquário de 2 metros chegava, ( especialmente se fossem poucos exemplares ).

Testemunhei casos de ataques mortais de fêmeas e de machos, sendo mais vulgares os segundos e sem consequências tão dramáticas.

Para quem tenha uma experiência destas, o meu conselho é aumentar se possível os locais de abrigo ( plantas ), introduzir mais alguns exemplares no aquário e se tudo estiver no seu lugar ( salinidade, PH, dureza, temperatura e níveis de pureza da água ) o problema será ultrapassado em breve.

Se os sintomas persistirem, só há um remédio... trata as tuas Molinésias agressivas como Ciclídeos do Lago Malawi ( Niassa ).

Para quem tenha um pouco de terreno, em meados de Abril ponham as vossas Molinésias fora de casa ( basta um lago bem plantado com 10 m3 ). Em Setembro, se tiverem alimentado bem os vossos veraneantes verão a quantidade de peixes com que a natureza te presenteará e o tamanho das barbatanas dorsais dos novos machos nascidos ao ar livre !!!

Prepara-te para veres exemplares de certas variedades atingirem os 15 cm ( às vezes um pouco mais ), isto se não houver grande consanguinidade entre elas.

As espécies Molinésias menores e seus híbridos não apresentam vulgarmente comportamentos agressivos.

Se tudo estiver no seu lugar ( salinidade, PH, dureza, temperatura e níveis de pureza da água ) estes peixes quando são bem alimentados e possuem o espaço mínimo dão à luz as suas crias todos os meses durante a época de reprodução.

Se alguma coisa falhar... podes ter que ficar à espera muito tempo por um parto.

Não conheço nenhuma espécie de Molinésia que tente comer os recém nascidos e as crias, a não ser os exemplares mantidos em condições desfavoráveis.

Para que muitas das espécies vivam “ felizes “, ajuda aumentar a salinidade e corrigir os restantes factores antes do parto.

Não devemos esquecer que as Molinésias são animais de estuário, embora algumas populações sejam avistadas e colectadas em alto mar a várias centenas de quilómetros do rio mais próximo e outras em lagos e rios de água doce apenas.

Se a água salgada não resultar ( introduzida com muito cuidado ao longo de vários dias e até cerca de 10% da salinidade do mar ), talvez uma muito ligeira subida de temperatura possa ajudar desde que não se ultrapassem nesta delicada fase os 27ºC.

O que não convém nada a estes peixes é serem mantidos todo o ano à mesma temperatura, nomeadamente se a mesma ficar constantemente acima dos 20ºC.

De qualquer forma, desculpa-me a insistência de novo...

Nunca uses " maternidades " com estes peixes por favor...

Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas espécies como o Guppy e têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade.

Algumas Molinésias podem prolongar a gestação por mais e 9 meses em maternidades, e o que daí resulta não são boas notícias para as crias mais frágeis.

O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ).

Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ).

As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for pouco plantado.

Só para finalizar... estes peixes quase todos gostam de Sol e de uma dieta onde não falte alimento de origem vegetal.

Havia muito mais para escrever mas além de não ter mais tempo não quero escrever um testamento.

Boa sorte !

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

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Falei com duas lojistas onde eu costumo ir com alguma frequência (cerca de 3 anos) e ambas me disseram que não havia problema em juntar qualquer espécie de Moly com Bótias mas concordo contigo!É por ventura melhor juntar peixes do mesmo habitat.

 

Obrigado por toda a informação!