Ricardo Rodrigues Publicado Setembro 26, 2005 Publicado Setembro 26, 2005 Olá, Resolvi criar este tópico uma vez que os refúgios estão na moda e toda a gente tem ou quer ter um. Apesar de não ter ainda refúgio nos meus aquários gostava de discutir um pouco este assunto. Começando pelos objectivos principais de um refúgio: 1º criação de uma zona contígua ao aquário isenta de predadores onde se estabelece uma comunidade rica de microrganismos que irão servir de alimento aos peixes, corais e outros organismos que existem num (ou mais) aquário(s) principal(ais); 2º estabelecimento de uma comunidade de macroalgas útil para abrigar e gerar na base das suas ramificações esses microrganismos e também absorver compostos azotados e outras substâncias da água. Devido à crescente falta de espaço das casas dos nossos tempos os refúgios acabam por ser tratados como aquários inferiores e acabam por ir parar à prateleira de baixo - sump. Onde para mim o principal objectivo da sua existência deixa de ter sentido - alimentar o aquário de uma forma natural. Como devem compreender aqueles microrganismos de que falo não estão naturalmente adaptados para lidar com a passagem pelas bombas de água, tratando-se de animais possuidores de um exosqueleto frágil. A par do surgimento dos novos champôos 2 em 1 surgiu também na sump o aparecimento de: refúgio + DSB = ??? Em que o refúgio serve apenas para criar bichos que mais à frente vão ser triturados e a DSB para acumular no seu interior todos os sedimentos que passam pela sump actuando como uma esponja. Convido todos aqueles que têm refúgios para colocarem aqui as suas fotos para ilustrar melhor o tópico e ver o que é que anda aí! Cumprimentos, Ricardo Rodrigues
Diogo Lopes Publicado: Setembro 26, 2005 Publicado: Setembro 26, 2005 Olá Ricardo, Há pelo menos 2 tópicos que falam de refúgios e estão activos neste momento! Mas vamos então reunir as informações neste tópico... Penso que as vantagens estão bem claras nas tuas palavras. Gostaria apenas de introduzir algumas informações. O refúgio é um conceito que foi muito recentemente introduzido no mundo da aquariofilia. De facto e apesar de ter iniciado os seus estudos na década de 70, Adey apenas publicou os seus resultados em 1982. Foi no entanto com a publicação do The Reef Aquarium de Charles Delbeek e Julian Sprung, em 1994, que este ficou finalmente famoso. Adey criou os primeiros refúgios no Instituto Smithsonian em Washington. Não existe uma regra para a construção de um refúgio, mas de uma forma geral, podemos dizer que este deve ser o maior possível. A circulação da água num refúgio deve ser lenta por forma a não levantar o substrato que por norma deverá ser bastante fino. De facto ideal é usar o refúgio para criar uma zona de desnitrificação por excelência - uma DSB, tal como Ricardo afirmou. Uma vez que a maioria dos refúgios são escondidos, nestes poderá ser colocado uma altura generosa de substrato. No meu tenho cerca de 12 cm de aragamax e está tapado apenas por uma questão estética, porque como já vi escreverem por aí - "até parece um plantado". O meu refúgio superior é alimentado por uma bomba de 1000 litros/hora situada no aqua principal. A entrada de água é feita por uma barra dispersora e controlada por uma torneira. A correcta iluminação de um refúgio com macroalgas promove o crescimento destas e a consequente diminuição da concentração de nitratos na água e outros compostos, uma vez que de uma forma genérica podemos dizer que as macroalgas usam estes compostos no seu metabolismo. O uso de um fotoperíodo invertido evita as oscilações do pH durante a noite, isto se optarmos por manter macroalgas no refúgio, uma vez que estas consomem o CO2. O meu refúgio tem 50x50x35 cm e é iluminado por duas PC´s de 36W É muito importante mantermos um regime de poda regular às macroalgas porque estas ao incorporarem os compostos que retiram da água, reproduzem-se e ao reproduzirem-se acabam por morrer libertando esses mesmo compostos de novo na água. É também muito importante manter uma população estável de detritívoros, pois só assim poderemos manter a níveis aceitáveis a acumulação detritos resultante da passagem lenta da água. No meu refúgio tenho diversos Nassários, Ermitas patas verdes e patas brancas bem como alguns ofiuros. Mantenho também uma população de camarinha, que ao reproduzir-se faz com que os pequenos seres caiam para o aqua´rio principal servindo assim de alimento aos peixes. A microvida que se tem formado nos últimos 2 meses (aliás a idade do meu aquário e refúgio) é incrivel! Pelo facto de ter o refúgio elevado consigo controlar o fluxo de água que entra e por conseguinte a que sai e com que pressão, com isso a bicharada chega toda viva ao aquário principal, sendo um alimento priveligiado para os peixes. Aqui ficam umas fotos: Em principios de Julho A camarinha O refúgio em 23 de Setembro O meu refúgio é tratado como um aquário como outro qualquer - tenho cuidado em limpar o vidro da frente e em podar as macroalgas por forma a controlar o seu crescimento. A par do surgimento dos novos champôos 2 em 1 surgiu também na sump o aparecimento de: refúgio + DSB = ??? Em que o refúgio serve apenas para criar bichos que mais à frente vão ser triturados e a DSB para acumular no seu interior todos os sedimentos que passam pela sump actuando como uma esponja. Muito bom Ricardo!!! Como sabes estou neste momento a iniciar a construção do segundo refúgio, este situado na sump que com todos os seus inconvenientes será cuidado de outra forma e servirá apenas como mais um complemento. No caso dos refúgios na sump é importante garantir que a água passa por cima deste, de uma forma regular e sem intervir demasiado na DSB (caso exista como é o meu caso). É óbvio que existe deposição de detritos e isso é bem evidente quuando durante 2 meses temos apenas uma DSB sem mais nada por cima, como foi o meu caso. O que fiz foi simples - com muita paciência acabei por conseguir retirar esses detritos com um pequeno tubo de ar. Ao colocar alguns detritivoros estou convencido que esse problema é menor. Aqui fica uma foto também deste novo refúgio: Abraço, Diogo
Nuno Prazeres Publicado: Setembro 27, 2005 Publicado: Setembro 27, 2005 Eu tenho um micro refúgio que consegui a muito custo colocar ao lado do aquário principal com saída para este por gravidade. Tem apenas 30 litros brutos, 2cms de aragamax CHEIA de bicharada, Caulerpa sp. e uma prateleira de eggcrate para mudas. Infelizmente por razões técnicas não posso iluminá-lo em contra-ciclo. Sem prejuizo de vir a publicar aqui fotos brevemente, queria pelo menos referir alguns erros que cometi na sua concepção para construtivamente evitar que alguém faça o mesmo. Caulerpa 1: excelente do ponto de vista de crescimento mas muitíssimo incómoda quanto a podas porque destabilizam o substrato. Caulerpa 2: tive uma situação de reprodução sexuada numa lua cheia de penso que de Janeiro (felizmente tinha muito pouca mas ainda assim o refúgio ficou turvo - ainda não tinha peixes) Substrato: devido à pressão das podas evitava DSBs até porque se o estudo publicado no AdvancedAquarist tem credibilidade é, como diz o povo, "igual ao litro" Agitação: uso uma bomba de apenas 300 litros hora e por isso há zonas com agitaçao quase nula. Se não tivesse que manter algum silêncio e evitar salpicos, utilizaria uma bomba de ar para provocar alguma agitação acrescida sem ser destrutiva. Praticamente não tenho cyonobactéria no aquário mas o refúgio está a revelar problemas nesse capítulo. Em princípio agitar mais talvez não resolva mas diminui um pouco o problema. Camarinhas das poças: as minhas caçavam copépodes e anfípodes por isso foram recambiadas para o aquário principal Burriés e turbos: (só para quem não usar o refúgio para base de frags) derrubam tudo à sua passagem, apenas as Euplicas são mais respeitadoras. Projeto Outono - Biótopo de Leito de Folhas Sul Americano
Daniel Teixeira Publicado: Setembro 28, 2005 Publicado: Setembro 28, 2005 Tenho o refugio montado qua se desde o inicio do aquário, que tem 300 litros mais a sump que tem 90 litros. O escumador é um biostarloater que segundo o fabricante apenas dá para 200 litros. Com a alimentação que tenho dado aos peixes o crescimento das macroalgas e inacreditável. O meu refugio não tem dsb e a equipa de detritivoros é pequena pelo que tenho de ter bastante cuidado com a acumulação de detritos. Os detritivoros de menor porte são imensos e é frequente encontrar alguns peixes a tentar apanhar alguma coisa que venha do tubo de descarga do regugio que vai ter directamente ao aquário.
Rui Manuel Gaspar Publicado: Setembro 29, 2005 Publicado: Setembro 29, 2005 Viva, Tenho o refúgio montado 15 dias depois do aquário principal. Está neste momento com cerca de 2,5 meses. Tem um bomba eheim de 600l/h a elevar a água do aquário para o refúgio e cai de volta por gravidade. 10 Kilos de Areia Viva que me dá um altura de 3 cm de areão. Para já DSB ainda não. Estou a conseguir manter os nitratos a 0 mas a carga biológica também é pouca. Mais tarde se vir que é necessário logo acrescento mais areia. Tem 3 Kg RV + 3 Kg RM + 3 Cerithes e 2 Turbos. Caulerpa Taxifólia e Racemosa (embora esta não cresca muito) Iluminação ReefGlo de 15w com fotoperíodo de 24h. Detrivoros (Bristle Worms) e Copopedes, há aos montes. Mas ainda está longe de atingir a população existente no aqua principal. Cumpts, RMG O minha primeira experiência com Reef. http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...pic.php?t=21042
João Cotter Publicado: Outubro 3, 2005 Publicado: Outubro 3, 2005 O meu refúgio encontra-se no meio da sump e tem cerca de 70 x 45 cm. Os inconvenientes de sedimentação de detritos são ligeiramente ultrapassados pelo facto de existir na sump uma câmara anterior onde ocorre alguma sedimentação de detritos, os quais são aspirados semanalmente. A iluminação é muito simples e trata-se unicamente de 2 lâmpadas de 11W fluorescentes de rosca (daquelas economizadoras de energia) e uma fluorescente branca normal de 20w. A Caulerpa taxifolia cresce a uma velocidade estonteante, o que me obriga a podar praticamente todas as semanas. A Chaetomorpha e a Caulerpa prolifera crescem muito mais lentamente, provavelmente devido à competição com a Caulerpa taxifolia, sendo esta última mais eficiente a remover nutrientes. A reprodução sexuada e seus inconvenientes ultrapasso mantendo a iluminação permanentemente ligada, o que faz com que a Caulerpa tenha um compartamento completamente estável. Já tive Caulerpa racemosa mas tem o inconveniente de periodicamente parte dela morrer de repente porque depende muito de iodo e o iodo é muito difícil de controlar e os seus níveis oscilam constantemente num aquário. A DSB tem cerca de 10 cm e contem 2 ophiurus, muitos nassarius a reproduzir-se, cerithes, muitas minhocas, amfípodes por todo o lado, lesmas, etc. Estou a ponderar abandonar lentamente a Caulerpa taxifolia e substituir por outras macroalgas por uma eventual possibilidade desta alga poder contribuir com toxinas. João Cotter If you're not part of the solution, you're part of the precipitate http://www.bioaquaria.com http://www.facebook.com/bioaquaria
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