Rui Fernandes16 Publicado Julho 8, 2005 Publicado Julho 8, 2005 Os platis necessiatam de andar em cardume? Por exemplo num conjunto de 7 exemplares qual deverá ser a distribuição de sexos? Deverão ser todos da mesma cor?(acho que é melhor-já li isso não sei onde) A VITÓRIA É PARA QUEM ACREDITA MAIS TEMPO NELA!!!!
Bernardo Gordo Publicado: Julho 8, 2005 Publicado: Julho 8, 2005 num grupo de 7 acho que um macho para 6 femeas chega...os machos platys sao altos garanhões... quanto á igualdade das cores é melhor porque se houver diferenças aparecem "raças" muita esquesitas....(e muita feias...mas algumas até ficam fixes...) abraço Ex - bErNaX Aquascaping - "Mato d'Alter" http://i29.photobucket.com/albums/c283/bErNaX/bfbet.jpg Faz um Click na Foto p'ra ver o Tópico
Cyprinodon Publicado: Julho 12, 2005 Publicado: Julho 12, 2005 Olá Rui, Agradeço a resposta do bErNax ( que me desculpe tratá-lo assim porque não assina as menagens com o seu nome ). Mais uma vez aconselho vivamente a pesquisa porque o tema foi aqui debatido. Para evitar esse trabalho cá vai algo como o que escrevi anteriormente num tópico parecido : Colocar igual número de machos e fêmeas ou mais machos do que fêmeas pode ser tão mau como colocar apenas um macho para 5 fêmeas, até porque, no caso de as mesmas serem virgens todas as crias descenderiam de um pai apenas o que seria fatal ao fim de poucas gerações. Na natureza há mais machos ou fêmeas ? Os números de machos e fêmeas variam consideravelmente de população para população, em todo o caso verifica-se quase sempre uma tendência muito maior para que o número de fêmeas seja superior ao dos machos. Em muitas espécies os machos coloridos são mais atractivos para os sucessos no acasalamento mas... também são mais evidentes e difíceis de se dissimular do que as suas parceiras, o que é razão mais do que óbvia para serem mais capturados pelos predadores. Na natureza, as estirpes de selvagens de Platy não são excepção a esta regra, embora o dimorfismo sexual através do colorido não seja tão evidente como nos machos Guppys. Todos os machos desta sub-família apresentam uma natural menor resistência às temperaturas extremas, à fome e aos agentes infecto-contagiosos. Em situações de sobrepopulação os machos são mais penalizados do que as fêmeas e verificam-se mais frequentemente entre o sexo masculino as consequências da competitividade pelo espaço e pelos recursos. Em condições adversas os machos sofrem mais profundamente os danos visíveis no tamanho, no tempo em que atingem a maturidade sexual e na longevidade. Os machos nunca crescem visivelmente após atingirem a maturidade sexual enquanto que as fêmeas continuam a crescer durante toda a sua existência ( só que isso nem sempre é muito claro à vista desarmada ). O seu crescimento é no entanto mais lento e se começarem a procriar cedo crescem mais lentamente porque gastam muitas energias na reprodução. Nas regiões mais frias da sua distribuição geográfica, os machos que nascem no início da estação e se tornam sexualmente maduros em cerca de 3 meses acabam por não resistir o suficiente para sobreviverem ao Inverno seguinte. Os machos nascidos no final da estação reprodutiva acabam por atingir a maturidade sexual mais tarde mas podem ainda estar activos até ao fim da estação seguinte. Em situações ideais e sem uma pressão muito grande por parte dos predadores, os Platys podem atingir numa estação densidades de 400.000 peixes por hectare. Em aquário não há estações de reprodução nem Inverno, pois a maior parte dos criadores mantêm estes peixes a uma temperatura constante durante todo o ano. Muitos dos machos Platys vendidos podem inclusivamente ser fêmeas antigas às quais foi aplicada uma técnica de mudança de sexo, induzida por métodos hormonais, conhecida dos « produtores industriais » pouco escrupulosos. Desta forma aproveitam-se de uma tendência natural da espécie a fim de se livrarem das fêmeas que já produziram pelo menos cinco ninhadas de peixes, vendendo-as como machos de grandes dimensões. E em Aquário qual será a proporção certa entre os sexos ? Sabemos todos que para assegurar a maior percentagem possível de ovos fertilizados, nas espécies que libertam as suas células reprodutivas na água é necessário de facto juntar vários machos por cada fêmea madura. Na natureza, muitos Ciprinídeos apresentam esse padrão que é fácil de observar nos nossos rios de finais de Fevereiro até ao início do Verão. Algumas raras espécies de Poecilídeos ovovivíparos possuem, nomeadamente entre os machos das populações mantidas em aquário, casos de infertilidade masculina, pelo que, depender de apenas um único macho é arriscarmo-nos a não vermos satisfeitos os nossos desejos de reprodução da espécie em aquário. O que acontece habitualmente é que uma só fertilização com sucesso pode dar origem a várias gestações, pelo que muitas vezes não percebemos que determinado macho é infértil uma vez que a fêmea continua a ser mãe à custa dos invólucros com células reprodutivas inseminadas por outros machos anteriormente, ( as quais podem ser conservadas no seu corpo por muitos meses ). Assim mesmo, é comum ter sempre mais fêmeas do que machos porque nalguns casos evitam-se dessa forma lutas mais frequentes entre os competidores nas espécies agressivas. A razão mais válida será porém imitarmos a natureza sempre que possível e evitar que as fêmeas sejam molestadas continuamente pelo ardor sexual dos machos destas espécies. Quem já criou Poecilíideos ovovivíparos de espécies de curta longevidade sabe perfeitamente o que estou a dizer, pois as fêmeas são constantemente “ massacradas “ pelos seus pretendentes. Já tive a amarga experiência de ver fêmeas de certas espécies saltarem para fora do aquário pelas mais insuspeitáveis ranhuras porque estavam de facto a ser autenticamente molestadas por uma grande quantidade de machos. Isto pode acontecer nomeadamente em aquários com pouca vegetação e com certas espécies sexualmente muito activas. Com Platys nunca tive semelhante experiência nos longos anos em que reproduzi esta espécie durante 12 gerações, contudo, precavendo algum “ stress “ às fêmeas sou de opinião que é de se evitar uma tal proporção de machos por cada parceira. As opiniões são o que são e eu apenas procurei transmitir a minha experiência com algumas justificações que penso que podem ajudar a compreender a minha prática habitual em relação às questões que neste tópico foram tratadas. Com as minhas melhores saudações Miguel Andrade http://www.viviparos.com
IsaGanhão Publicado: Julho 18, 2005 Publicado: Julho 18, 2005 Oi Cyprinodon Desculpa intrometer-me, apenas queria dizer algo, não directamente relacionado com platys mas com espadas......que são da mesma familia...não é verdade???? Acontece que quando comprei espadas apenas comprei um casal e a fémea estava sempre grávida, li por aqui e por ali e resolvi comprar mais duas fémeas, a quem o macho nunca ligou andando dempre atrás da mesma...optei por mudá-la para outro aqua aquando da ultima gravidez e nem mesmo assim ele se ligou com as outras femeas.....após a postura voltei a metê-la no áqua, passado algum tempo engravidou de novo, e anteontem dei com ela colada na carpete.... Será que ela se suicidou????Essa ideia ocorreu-me, farta de fugir do macho sem conseguir?????? Agora ao ler a tua resposta ocorreu-me de novo a mesma ideia...será???? Cumps. Isabel
Cyprinodon Publicado: Julho 19, 2005 Publicado: Julho 19, 2005 Olá Isa e restantes colegas, Uma situação idêntica já me aconteceu também a mim como já tive oportunidade de a descrever anteriormente. De facto o Platy e o Cauda de Espada pertencem não só à mesma família ( Poeciliidae ), como à mesma sub-família ( Poeciliinae ) e ainda ao mesmo género ( Xiphophorus ), por isso são tão aparentados que pode ser um risco ter num aquário machos de uma espécie sem as respectivas fêmeas se estiver presente o sexo oposto da outra. Os cruzamentos são viáveis e dão descendência fértil. Para além do facto de ocorrerem mudanças de sexo em determinadas condições entre muitos Xiphophorus ( nomeadamente fêmeas que se transformam em machos ) há outros fenómenos que se podem explicar, senão exactamente pelos padrões de comportamento humano, pelo menos pelas mensagens químicas que os peixes transmitem uns aos outros. Não digo que este seja um daqueles casos em que o macho tenha dito « nem que fosses a última fêmea do mundo... eu até preferia tornar-me... ». Há contudo razões evidentes que nos escapam para certos peixes terem este comportamento. É mais vulgar uma fêmea das espécies de Poecilídeos rejeitar os favores de um macho que “ considere “ fraco demais para ser o pai da sua prole do que o contrário, contudo o contrário também ocorre em determinadas espécies. O cerne desta questão é que no aquário temos quase sempre um número reduzido de exemplares, pelo que se acentuam as hipóteses de comportamentos considerados “ desviantes “ ou mais vulgares noutro tipo de animais considerados mais inteligentes ou simplesmente mais complexos ao nível comportamental. Na natureza haveria por certo uma grande quantidade de indivíduos por perto e quando se desse alguma incompatibilidade as escolhas eram múltiplas. No caso da fêmea que saltou do aquário e morreu pode de facto ser a preferida do macho e ter sucumbido à sua “ pressão “ contínua. Nada nos garante que o macho não tenha copulado com outras fêmeas mas tal facto deve ter sido tão raro que não teve lugar à nossa vista. Se uns poucos seres humanos fossem obrigados a permanecer isolados numa ilha remota ou numa nave espacial longe de tudo e de todos será que acasalariam uns com os outros ?... provavelmente não, tudo dependeria dos parceiros em causa. Embora por mecanismos diferentes dos que são accionados nos peixes o mesmo aconteceria connosco. No meio ambiente de origem, a relação entre os dois Caudas de Espada nunca teria chegado a este limite, pois haveria muito espaço para se evitarem após um primeiro encontro mal resolvido, para além de existirem muitos indivíduos da mesma espécie por perto e as escolhas serem de facto mais ou menos aliciantes. Há inúmeros estudos científicos sobre a tendência das fêmeas para acasalarem com machos de uma determinada coloração em espécies de Poecilídeos que apresentam uma boa gama de opções como os Guppys selvagens. Não conheço nenhum estudo sobre os factores que expliquem a relação complicada entre machos e determinadas fêmeas, até porque tal se verifica raramente e sobretudo tanto mais que todos os peixes destas espécies são muito “ vorazes “ ( em termos de apetite sexual ) e muito pouco selectivos em relação às respectivas parceiras. Não fosse essa tendência e não haveria necessidade de manter separadas certas espécies dentro do mesmo género a fim de se evitarem os cruzamentos quase certos. Já aqui escrevi noutros tópicos que as minhas Limias Tigre ( Limia nigrofasciatos ) machos tentam acasalar com fêmeas de outras espécies mesmo em presença de fêmeas da sua própria, nomeadamente quando há um desequilibro entre a proporção de indivíduos do sexo oposto. Com as minhas melhores saudações Miguel Andrade http://www.viviparos.com
IsaGanhão Publicado: Julho 20, 2005 Publicado: Julho 20, 2005 Ois Obrigada pelo esclarecimento. Té uma próxima Isabel
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