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Boas pessoal..

 

Tenho duvidas na água ideal para o meu aquário para Discus :)

 

Actualmente tenho:

 

PH - 6,6

GH - ?

KH - 2

Amónia, Nitratos e Nitritos - 0

CO2 - Injecção com o sistema da JBL Proflora Co2 Set Vario 500 Profi 3

 

O valor de GH é importante??? O Valor de KH é baixo de mais???

 

Agradecia os vossos comentários.

 

Muito obrigado

:)

 

Um abraço

 

Vitor Ferreira

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Olá,

 

Para manutenção esses valores dão...

Não acho que os valores de KH e GH sejam muito importantes.

Na minha opinião o mais importante é: teres espaço para teres os discus, teres um pH sempre certo, não faltar com as trocas de água etc.

 

Mais importante que isso é: comprar peixes saudáveis!! ;)

Cumprimentos,

Nuno

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Obrigado,

 

Em relação ao espaço ;) o meu aqua tem 150*50*60. Tenho actualmente 6 pequenotes achas que chega?? Até quantos discus poderia ir?

 

Que queres dizer com bons valores para manutenção???

 

Mais uma vez muito obrigado.

 

Um abraço

 

Vitor Ferreira

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Estabilidade é o mais importante para os discus.

Quanto ao ph, os pequenotes desenvolvem-se melhor em águas com ph superior, mas não é obrigatório, não quer dizer que tenhas de mudar o ph.

Deves contar com mais ou menos 40 lts por disco adulto.

Arranja uma fotos para vermos o aqua .

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Em relação ao espaço :) o meu aqua tem 150*50*60. Tenho actualmente 6 pequenotes achas que chega?? Até quantos discus poderia ir?

10 adultos...

Depende também da filtragem. Quantos mais peixes mais lixo fazem... logo tens de ter filtros mais "potentes" (ou aumentar à filtragem).

 

Que queres dizer com bons valores para manutenção???

Uma coisa é água para "manter discus" (o teu caso)... outra é água para reproduzir. :)

Alguns casais têm de ter água específica para reproduzirem... são esquisitos... :?cheers

 

Percebeste agora? :wink:

Cumprimentos,

Nuno

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Olá Vitor,

 

só uma pequena nota, quanto baixo o kh menos estavél será o PH.

Por isso, como neste momento não estás a fazer criação, acho que deverias subir um pouco o teu KH. No entanto, como disse o Nuno Miguel se fizeres as Tap´s com a frequência indicada não terás problemas.

 

Cumprimentos

Jorge Sousa

Jorge Manuel Portela de Sousa

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Jack Wattley, no seu livro Discus Breeding for beginners, reporta conhecer vários criadores que reproduzem discus com água com dureza de 400ppm, ou seja, gH 22º... Como ele diz também, há quem mantenha discus, especialmente na Ásia, mas também nos EUA, com dureza de 700ppm, gH 39º, e que conhece criadores amadores bem sucedidos que reproduzem discus com pH acima dos 7,5. Na Ásia pouca filtragem se usa, ou mesmo nenhuma, mas fazem-se TPA's de 95% diárias!

 

Estes factos causam alguns arrepios a muitos criadores de discus, e o prórpio J.Wattley diz que, na sua quinta de reprodução, tem outros parâmetros, fazendo, apesar disso, TPA's monstruosas; mas ele, há muitos anos, vive muito bem só daquilo, ao que parece.

 

Basicamente, e cada vez mais, estou a ficar convencido que cada um deve tratar os seus animais da forma que funcionar com os seus animais, ou seja, a maioria dos peixes que estão à disposição dos aquariofilistas portugueses são o resultado de muitas gerações de criações em cativeiro, peixes que, na minha opinião, nem sobreviveriam no habitat natural dos discus, o que penso poder ser aceite com algum pacifismo se verificarmos, virando o argumento ao contrário, o estado (lamentável: escuros, escondidos, sem apetite) em que muitos peixes selvagens muitas vezes estão em aquários onde peixes criados em cativeiro estão saudáveis.

 

Por tudo, e começando com peixes novos, o melhor conselho que honestamente se pode dar é: evitar a todo o custo o stress; colocar os peixes em água o mais próximo possível dos parâmetros da do aquário da loja ou da pessoa que os vende; analisar as possibilidades quanto às características de água que se tem em casa ou próximo; ir habituando os peixes àquilo que se lhes pode dar em termos de dureza e pH; apostar numa boa filtragem ou em TPA's muito frequentes - mas o melhor de todos, apreciar a aquarofilia, apreciar os discus, enquanto isso for um hobby; se não, fazer disso profissão e, aí sim, adaptar os peixes ao que se quer deles, produtividade. Quanto a este último aspecto, falem com os políticos, que eles são os especialistas.

Life is a tale told by an idiot, full of sound and fury and signifying nothing. (W. Sh.)

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Ainda a propósito da água “própria para discus”, esse monstro dificílimo de alcançar, partilho aqui o relato de uma “experiência” que fiz.

 

Partindo do princípio de que os discus beneficiam com mudanças de água (TPA) frequentes (Wattley, pp. 19-20), pois são peixes de águas muito limpas do ponto de vista químico e bacteriológico (Giovanetti, p. 11), propus-me, porque quero ter discus saudáveis, analisar com algum método a possibilidade de usar água da torneira.

 

Porquê água da torneira? Por duas razões simples de entender – por um lado, o sítio a que habitualmente recorro para recolher água dista cerca de 10 km de minha casa, o que implica um desnecessário gasto em combustível; por outro, querer mudar, de dois em dois dias, à volta de 60 litros de água (30% de 200 L), implica carregar para o primeiro andar muitos quilos em água.

 

Muitos, se calhar, perguntam-se: para quê tantas TPA’s? E a pergunta faz todo o sentido: Giovanetti sugere (p. 20) que uma TPA de 30%, por mês!, será suficiente, se o que desejarmos for, apenas, manter discus; todavia, todos sabemos que o ritmo de crescimento de qualquer peixe de aquário aumenta se a frequência de TPA’s for também incrementada. Jack Wattley, em aquários de crescimento, afirma fazer mudanças de 95% (Wattley, p. 20). E também sabemos que uma elevada frequência de TPA induz os peixes a procriarem.

 

Foi, então, com estes objectivos em mente (poupar dinheiro, descansar o corpo, ter e procriar discus) que decidi testar uma tese defendida por muita gente (Giovanetti, p. 24 e Wattley, p. 6) de acordo com a qual a turfa reduz a dureza da água e torna-a muito semelhante àquela que os peixes têm no seu habitat, embora haja muita gente que consegue a proeza de criar discus em condições de dureza geral (gH) da ordem dos 22º, ou seja, 400 ppm (Wattley, p. 8 ). Será que os discus são assim tão fáceis como, sei lá, os Malawi?...

 

Segui um método vagamente projectual, não porque pretenda dar ao que fiz um rosto de “científico”, mas porque queria, para mim principalmente, algum grau de fidedignidade, embora também para que, aqui no fórum, alguém com menos experiência do que eu (duvido que haja), possa beneficiar da minha “experiência”.

 

Tese: a turfa, granulada ou em rama, tem propriedades que acidificam a água ao retirar-lhe minerais diluídos (por ionização e posterior transformação em CO2 – Giovanetti, p. 24), o que, consequentemente, implica uma descida progressiva do pH.

 

Problema: a água da torneira da minha zona (Alentejo Litoral) é “moderadamente dura” (Giovanetti, p. 22), sendo os seus valores os seguintes: pH, 7,5; gH 15º; dH 10º (“Mini Master Test,” Nutrafin).

 

Objectivo: baixá-los para níveis adequados à manutenção e reprodução de discus, a saber, pH, 6,5; gH ≤10º; dH ≤5º (Giovanetti, p. 23).

 

Projecto: recorrendo à turfa (neste caso, granulada), baixar o pH, mas, principalmente, a dureza da água.

 

Material: aquário de 10 litros; filtro interior; turfa; água; líquidos de testes.

 

Processo: 1º: testar a água da torneira; 2º: montar o aquário com o material; 3º: ir testando a água periodicamente; 4º: anotar a evolução.

 

Relatório: fiz 6 medições e a intervalos irregulares:

-20 horas depois, os valores eram os seguintes: pH 7,5, gH 11º, dH 7º.

-24 horas depois, eram estes: pH 8, gH 10º, dH 7º.

-30 horas mais tarde: pH 7,5, gH 7,8º, dH 7º.

-48 horas mais tarde: pH 7,5, gH 7,8º, dH 5º.

-55 horas mais tarde: pH 7,5; gH 7,8º; dH 4,5º.

-75 horas mais tarde: pH 7; gH 6,7º; dH 4,5º.

 

Vinte e quatro horas mais tarde, estavam atingidos os valores máximos (dureza) recomendados por Giovanetti (p. 23) para se poder pensar em reproduzir discus. O pH, porém, chegou aos oito, fruto de eu ter posto o filtro a trabalhar com oxigenação; quando me lembrei de que isso poderia estar a acontecer (ainda não consegui perceber porquê – se o pH desce na presença de CO2, então, concluo eu sem perceber a razão, com oxigénio, mantém-se ou até, como aconteceu, sobe), na terceira medição, anulei a oxigenação e o pH começou, como se vê, a baixar.

 

Conclusões: posso usar a água da torneira para manter discus? Sim, sem dúvida (Giovanetti, pp.22-3). Devo tratá-la com relatei? Sim. Posso usar a mesma água, sem qualquer outra acção acidificante? Sim, embora, no filtro, possa usar também turfa para a água ir sempre perdendo minerais. E para procriar? Posso tentar. Há quem o consiga fazer em água até mais dura. No entanto, passado o tempo de crescimento, quando um casal se formar e der indícios de querer fazer uma postura, posso usar água destilada (efeito chuva) para que a fecundação se processe, porque é aos ovos que interessa a dureza e não aos peixes em si; ao contrário, a dureza “em excesso” até vai ajudar na calcificação dos juvenis que comprar e na prevenção de ataques bacterianos – Giovanetti, idem).

 

Bibliografia:

GIOVANETTI, Thomas A., Discus Fish – A Complete Pet Owner’s Manual, NY: Barrows, 1991.

WATTLEY, Jack, Discus Breeding for Beginners, New Jersey: TFH Publications, s.d.

Life is a tale told by an idiot, full of sound and fury and signifying nothing. (W. Sh.)

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Horácio muito obrigado pela tão boa descrição da tua experiência...

 

Felizmente no meu caso não preciso de usar turfa porque a água já tem um dh de 2 e o ph devido à injecção de co2 vai-se mantendo a niveis aceitáveis...

 

Como comprei discus bastante jovens vou ter de muita paciência para velos crescer e quiça um dia formarem casal e ter uma ninhada de disquinhos :lol:

 

Actualmente estou a fazer uma TPA semanal.... com água directamente da torneira... vamos ver como as coisas evoluem...

 

Grande abraço

 

Vitor Ferreira