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O Laetacara dorsigera é um ciclídeo anão com origem na América do Sul, nomeadamente nos rios Paraguai e Madeira e seus tributários.Também descrito na bacia do Amazonas (rio Guaporé). É uma das espécies do género Laetacara que engloba as espécies:

  • Laetacara araguaie
  • Laetacara curviceps
  • Laetacara flamannellus
  • Laetacara fulvipinnis
  • Laetacara tayeri
  • Laetacara dorsigera

 

O L. dorsigera não ultrapassa os 6 cm de comprimento.

Como todos os ciclídeos anões, tem imensa personalidade guardada num corpo pequenino.

 

Ocupa essencialmente a parte inferior do aquário, e aprecia grandemente vegetação, troncos e pequenas pedras de superfície lisa, onde poderá desovar.

 

É marcadamente diurno.

 

Quando não está em fase reprodutiva é de cor pálida, beije, amarelado, apenas com algumas marcas/riscas escuras laterais. Ou seja, quando está em exposição numa loja tem uma cor assaz pouco apelativa.

Todavia, quando em reprodução (o que num aquário com as condições adequadas será muito, muito, muito frequente), muda radicalmente de cor, escurecendo e simultaneamente mostrando zonas bourdeaux, púrpura, azuladas, iridiscentes, e o bordo da barbatana dorsal laranja, bem como se acentuam as riscas brancas na cabeça que sugerem um sorriso permanente. Quando adultos mudam de cor rápida e surpreendentemente de acordo com o humor, a interação com outros indivíduos, influências hormonais, etc.

 

Não são muito fáceis de sexar, apesar do macho ser um pouco maior e corpulento e ter a barbatana dorsal mais longa.

 

Uma vez constituído um par (o que é mais provável se se iniciar com um grupo de juvenis), reproduzem-se facilmente e exibem forte cuidado parental. O casal guarda os ovos (as posturas são habitualmente numerosas, de até 200 a 300 ovos), que eclodem em 3 a 4 dias. Os pais podem mordiscar os ovos para libertar as larvas. As pequenas larvas são minúsculas, demorarão vários dias até apresentarem natação livre e serão transportadas pelos pais para cavidades que sucessivamente vão cavando no substrato, ao longo dos dias. Ovos, larvas e alevins são ferozmente defendidos pelos pais, que fora da época reprodutiva são absolutamente pacíficos. Para a sobrevivência das larvas é essencial que o aquário tenha musgo, troncos, algas, folhas em decomposição... "bare bottom" não funcionará e as larvas são demasiado pequenas para ingerirem outros alimentos que não infusórios. O cuidado parental mantém-se muitas vezes até aos três meses de idade das crias. Estas atingem a maturidade a partir dos 4 meses.

 

Este é um pequeno ciclídeo pouco exigente em termos de cuidados, omnívoro (com tendência carnívora), que aceitará granulado para ciclídeos, vermes vermelhos, artémia... e que pode integrar um aquário comunitário, com outras espécies pacíficas e que não sejam do mesmo género (o que aumenta risco de hibridação e agressão).

 

Adapta-se a águas com pH entre os 4 e os 7,8, embora seja preferível mantê-los em água ligeiramente ácida (6,5-6,9 e mole e com temperaturas entre os 25º a 28º, tolerando temperaturas de 20º a 29ºC.

 

Um aquário com mais de 75 litros é aconselhável, bem decorado e plantado.

 

Em resumo, um ciclídeo anão não demasiadamente exigente, com comportamento reprodutivo muito interessante e não adulterado por décadas de reprodução forçada/artificial em cativeiro, e que é compatível com aquários plantados e aquários de biótopo.

 

 

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Editado por ReisJ
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  • 1 mês depois...
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Olá! As fotos são do meu casal de L. dorsigera. Tenho alguns alevins com 1,5-2 cm (que são minipapás) e já estão novamente a preparar postura. Gosto muito dos meus pequenos mas tive de os colocar num aquário só deles para se poderem reproduzir tranquilamente, sem riscos para os outros peixes e para eles (perdi um primeiro macho preso atrás de um filtro numa perseguição a qualquer outra criatura que lhe tentava predar os alevins).

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Essas são as cores de defesa da postura, como são sem esse fato de guerra :D

Já os mantens à muito? Mantinha-os antes num comunitário?

Que espécies tinhas?

É só questões, essa espécie fascina-me.

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Sem o fato de guerra são de cor creme, com algumas manchas escuras laterais e vestígios de laranja na dorsal do macho.

Encomendei 4 juvenis.

Tenho-os apenas há uns 4 meses e inicialmente alojei-os com os discus, mesonauta, corys sterbai e tetras (29C, pH 6,5). Estiveram sempre bem, sem se incomodarem e sem incomodar ninguém até fazerem a postura. Aí tornou-se aflitivo e acabei por perder o macho... como já li aqui no fórum:um aquário comunitário não é um aquário de reprodução. Custou um pouco, mas a fêmea acabou por fazer casal com outro macho, mas já num 100l só deles.