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Tenho já há cerca de um ano um macho platy que anda sempre atrás da mesma fêmea. Como sempre li que se deve ter um macho para várias fêmeas, sempre tive duas, mas ele escolhe uma e não liga à outra, sendo mesmo agressivo com ela quando se cruzam no aquário. Primeiro escolheu a primeira que tive, preterindo uma azul que comprei depois. Quando a escolhida morreu, adquiri outra e ele passou a andar sempre atrás da azul... alguém explica? :wink:

Estou a pensar adquirir outro macho, porque a ignorada anda a "oferecer-se" aos mollies... ai a minha vida...

Elsa Oliveira
elsapoliveira@gmail.com

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Cara Elsa,

 

Uma situação idêntica já me aconteceu também a mim.

Para além do facto de ocorrerem mudanças de sexo em determinadas condições entre muitos Xiphophorus ( nomeadamente fêmeas que se transformam em machos ) há outros fenómenos que se podem explicar, senão exactamente pelos padrões de comportamento humano, pelo menos pelas mensagens químicas que os peixes transmitem uns aos outros.

Não digo que este seja um daqueles casos em que o macho tenha dito « nem que fosses a última fêmea do mundo... eu até preferia tornar-me... ». Há contudo razões evidentes que nos escapam para certos peixes terem este comportamento.

É mais vulgar uma fêmea das espécies de Poecilídeos rejeitar os favores de um macho que “ considere “ fraco demais para ser o pai da sua prole do que o contrário.

O cerne desta questão é que ao contrário do que acontece na natureza, no aquário temos quase sempre um número reduzido de exemplares, pelo que se acentuam as hipóteses de comportamentos considerados “ desviantes “ ou mais vulgares noutro tipo de animais considerados mais inteligentes ou simplesmente mais complexos ao nível comportamental.

Não convém deixar esse macho só com a fêmea que rejeita num mesmo aquário. É conveniente separar os dois se os actos de agressão atingirem valores raros nos membros da família Poeciliidae em que as consequências passem para o nível dos Ciclídeos mais agressivos.

No meio ambiente de origem, a relação entre os dois Platys nunca teria chegado a este limite, pois haveria muito espaço para se evitarem após um primeiro encontro mal resolvido, para além de existirem muitos indivíduos da mesma espécie por perto.

Há inúmeros estudos científicos sobre a tendência das fêmeas para acasalarem com machos de uma determinada coloração em espécies de Poecilídeos que apresentam uma boa gama de opções como os Guppys selvagens. Não conheço nenhum estudo sobre os factores que expliquem a relação complicada entre machos e determinadas fêmeas, até porque tal se verifica raramente e sobretudo tanto mais que todos os peixes destas espécies são muito “ vorazes “ ( em termos de apetite sexual ) e muito pouco selectivos em relação às respectivas parceiras.

Não fosse essa tendência e não haveria necessidade de manter separadas certas espécies dentro do mesmo género a fim de se evitarem os cruzamentos quase certos.

Já aqui escrevi noutros tópicos que as minhas Limias Tigre ( Limia nigrofasciatus ) machos tentam acasalar com fêmeas de outras espécies mesmo em presença de fêmeas da sua própria espécie, nomeadamente quando há um desequilibro entre a proporção de indivíduos do sexo oposto.

Eu colocava outro macho no aquário e de preferência acompanhado por mais duas fêmeas.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Caros amigos,

 

Com todo o respeito pela contribuição anterior do nosso colega Nelson Oliveira para este tópico e sem querer de forma alguma assumir que o que escrevi anteriormente ou que vou escrever a seguir é a única verdade, deixo as seguintes ideias para vossa reflexão :

 

1) Porque é que as fêmeas dos Platys são maiores do que os machos ?

A família Poeciliidae é composta por 3 subfamílias, a saber, a sub-família Aplocheilichthyinae, a sub-família Fluviphylacinae e a sub-família Poeciliinae.

A esta última sub-família pertencem mais de 235 espécies de cerca de 27 géneros, um dos quais é o género Xiphophorus, ao qual pertence o nosso Platy ( Xiphophorus maculatus ).

Em todas as 239 espécies das quais tive até agora conhecimento, não me lembro de nenhuma em que os machos sejam maiores do que as fêmeas.

As espécies da sub-família Poeciliinae apresentam adaptações reprodutivas pouco usuais em relação aos restantes teleósteos, sendo a ovoviviparidade a principal delas, a qual obrigou a modificações morfológicas e fisiológicas nos machos e nas fêmeas.

A fertilização interna e produção de fetos em diferentes estágios de desenvolvimento ( superfetação ), ou a forma adoptada de alimentação embrionária, são estratégias importantes no processo reprodutivo da sub-família Poeciliinae, as quais, a par do tipo de “ método “ utilizada para a conservação das células reprodutivas masculinas no corpo da fêmea, a tornam muito peculiar.

Dessa forma, a natureza proporcionou uma linha evolutiva comum em que as fêmeas têm que ser maiores do que os machos por questões fáceis de entender para animais que necessitam de gerar crias plenamente desenvolvidas.

Quando tal ocorre nos ovíparos, por exemplo, estamos perante o facto de espécies que precisam de assegurar um grande número de ovos que são abandonados à sua sorte na água e por essa razão a natureza “ obrigou “ a que fêmeas grandes pudessem gerar ovários imensos.

Paralelamente os machos que não competem ferozmente uns com os outros em duelos por um harém, não necessitam de ser maiores. Entre muitas espécies da sub-família Poeciliinae, ( sobretudo em pequeno número e confinados a espaços restritos ), os machos maiores dominam os menores em atitudes de exibição ou mesmo em actos agressivos. Estes combates, além de não resultarem em ferimentos graves não afastam os machos menores das fêmeas e permitem-lhes sempre conseguirem acasalar de vez em quando, ( embora em menor número de vezes do que os machos maiores ).

Nem todas as espécies apresentam em cativeiro o mesmo grau de agressividade entre os machos, apresentando algumas um comportamento bastante “ pacífico “ no qual os machos apenas exibem as barbatanas ou não se confrontam de todo.

Este comportamento de competitividade não foi assim mesmo suficiente para causar na linha evolutiva destes peixes machos maiores do que as fêmeas, pois os mesmos não necessitam de defender territórios, as posturas ou garantirem pelas suas dimensões o maior ou menor sucesso em transmitirem os seus genes à geração seguinte.

 

2) Na natureza há mais machos ou fêmeas ?

Os números de machos e fêmeas variam consideravelmente de população para população, em todo o caso verifica-se quase sempre uma tendência muito maior para que o número de fêmeas seja superior ao dos machos.

Em muitas espécies os machos coloridos são mais atractivos para os sucessos no acasalamento mas... também são mais evidentes e difíceis de se dissimular do que as suas parceiras, o que é razão mais do que óbvia para serem mais capturados pelos predadores. Na natureza, as estirpes de selvagens de Platy não são excepção a esta regra, embora o dimorfismo sexual através do colorido não seja tão evidente como nos machos Guppys.

Todos os machos desta sub-família apresentam uma natural menor resistência às temperaturas extremas, à fome e aos agentes infecto-contagiosos. Em situações de sobrepopulação os machos são mais penalizados do que as fêmeas e verificam-se mais frequentemente entre o sexo masculino as consequências da competitividade pelo espaço e pelos recursos.

Em condições adversas os machos sofrem mais profundamente os danos visíveis no tamanho, no tempo em que atingem a maturidade sexual e na longevidade.

Os machos nunca crescem visivelmente após atingirem a maturidade sexual enquanto que as fêmeas continuam a crescer durante toda a sua existência ( só que isso nem sempre é muito claro à vista desarmada ). O seu crescimento é no entanto mais lento e se começarem a procriar cedo crescem mais lentamente porque gastam muitas energias na reprodução.

Nas regiões mais frias da sua distribuição geográfica, os machos que nascem no início da estação e se tornam sexualmente maduros em cerca de 3 meses acabam por não resistir o suficiente para sobreviverem ao Inverno seguinte. Os machos nascidos no final da estação reprodutiva acabam por atingir a maturidade sexual mais tarde mas podem ainda estar activos até ao fim da estação seguinte.

Em situações ideais e sem uma pressão muito grande por parte dos predadores, os Platys podem atingir numa estação densidades de 400.000 peixes por hectare.

Em aquário não há estações de reprodução nem Inverno, pois a maior parte dos criadores mantêm estes peixes a uma temperatura constante durante todo o ano.

Muitos dos machos Platys vendidos podem inclusivamente ser fêmeas antigas às quais foi aplicada uma técnica de mudança de sexo, induzida por métodos hormonais, conhecida dos « produtores industriais » pouco escrupulosos. Desta forma aproveitam-se de uma tendência natural da espécie a fim de se livrarem das fêmeas que já produziram pelo menos cinco ninhadas de peixes, vendendo-as como machos de grandes dimensões.

 

3) E em Aquário qual será a proporção certa entre os sexos ?

Sabemos todos que para assegurar a maior percentagem possível de ovos fertilizados, nas espécies que libertam as suas células reprodutivas na água é necessário de facto juntar vários machos por cada fêmea madura.

Na natureza, muitos Ciprinídeos apresentam esse padrão que é fácil de observar nos nossos rios de finais de Fevereiro até ao início do Verão.

Algumas raras espécies de Poecilídeos ovovivíparos possuem, nomeadamente entre os machos das populações mantidas em aquário, casos de infertilidade masculina, pelo que, depender de apenas um único macho é arriscarmo-nos a não vermos satisfeitos os nossos desejos de reprodução da espécie em aquário.

O que acontece habitualmente é que uma só fertilização com sucesso pode dar origem a várias gestações, pelo que muitas vezes não percebemos que determinado macho é infértil uma vez que a fêmea continua a ser mãe à custa dos invólucros com células reprodutivas inseminadas por outros machos anteriormente, ( as quais podem ser conservadas no seu corpo por muitos meses ).

Assim mesmo, é comum ter sempre mais fêmeas do que machos porque nalguns casos evitam-se dessa forma lutas mais frequentes entre os competidores nas espécies agressivas. A razão mais válida será porém imitarmos a natureza sempre que possível e evitar que as fêmeas sejam molestadas continuamente pelo ardor sexual dos machos destas espécies.

Quem já criou Poecilíideos ovovivíparos de espécies de curta longevidade sabe perfeitamente o que estou a dizer, pois as fêmeas são constantemente “ massacradas “ pelos seus pretendentes.

Já tive a amarga experiência de ver fêmeas de certas espécies saltarem para fora do aquário pelas mais insuspeitáveis ranhuras porque estavam de facto a ser autenticamente molestadas por uma grande quantidade de machos. Isto pode acontecer nomeadamente em aquários com pouca vegetação e com certas espécies sexualmente muito activas.

Com Platys nunca tive semelhante experiência nos longos anos em que reproduzi esta espécie durante 12 gerações, contudo, precavendo algum “ stress “ às fêmeas sou de opinião que é de se evitar uma tal proporção de machos por cada parceira.

 

As opiniões são o que são e eu apenas procurei transmitir a minha experiência com algumas justificações que penso que podem ajudar a compreender a minha prática habitual em relação às questões que neste tópico foram tratadas.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Obrigada pelas respostas. Tudo o que li, em sites portugueses e estrangeiros, foi realmente no sentido de ter mais femeas do que machos.

Neste momento já adquiri mais um platy macho jovem, que apesar de estar cá há apenas dois dias, já anda atrás da tal femea ignorada e até da outra, pondo o macho até agora dominante "em sentido". Pretendo adquirir em breve mais uma ou duas femeas, para ver se a situação se resolve. Agradeço mais uma vez a disponibilidade de todas as explicações!

Elsa Oliveira
elsapoliveira@gmail.com

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Olá

 

Também tenho platys e comecei apenas com um macho e duas fêmeas realmente o macho preferia sempre a fêmea maior ignorando a mais pequena (eram as duas da mesma idade) no entanto digo-te que tanto fecundou uma como a outra, aliás agora já não tenho macho (o ciclídeo comeu-o) e as fêmeas já vão na quarta ninhada cada uma sem macho...

 

até quando?

:? Sónia

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Olá Sónia e restantes leitores,

 

Os Poecilídeos são quase todos peixes ovovivíparos que têm uma forma de reprodução muito peculiar, embora com algumas variantes dentro do elevado número de espécies desta família.

O que vou escrever em seguida faz parte da minha experiência particular.

Só vos queria lembrar que além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas da sub-família Poeciliinae ( da qual faz parte o Platy ), podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras os espermatozóides ).

De facto, uma fêmea Platy pode dar origem a vários partos ( à quem tenha testemunhado pelo menos cinco ou mais ) sem necessitar da presença de um macho, isto claro, desde que tenha previamente tido contactos sexuais ( cópulas com sucesso ), o que parece ter sido o caso.

Só para terminar queria ainda informar-vos que os machos não se limitam a introduzir dentro do corpo da fêmea esperma livre ( como acontece com os mamíferos ), mas sim aglomerados muito idênticos aos de certas espécies de insectos, embora diferentes dos espermatóforos.

Esses aglomerados tem formas distintas e para além da fisionomia do gonopodio são um modo infalível de classificação.

Há contudo uma evidência que pude constatar ao nível da reprodução de várias espécies... aparentemente as fêmeas podem “ rejeitar “ o fruto de inseminações mais antigas, trocando-as por outras mais recentes.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Alô miguel

 

pareçe-me que entendes deste assunto, já agora uma pergunta ouvi dizer que os platys com os espadas dão origem a hibridos estéreis :) de cores lindíssimas o que sabes disto?

 

É que eu só tenho platys na gama do laranja e amarelo... e para a semana devo ter mais, mas gostava de ter outras cores

 

Disseste numa msg anterior k não se devem reproduzir irmãos, certo? então estava a pensar em comprar ou um macho platy diferente ou um espada e tentar... qual a tua opinião?

 

PS: para breve fotos dos meus platys todos :)

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Olá Sónia & restantes colegas,

 

Obrigado pelo elogio mas estou a aprender ainda. Quanto mais descubro sobre estes peixes mais reconheço a insignificância dos meus modestos conhecimentos, de toda a forma agradeço-te a simpatia.

Relativamente ao assunto que colocas neste tópico posso dizer que estás perante alguém que no passado tentou com todos os meios ao seu dispor produzir híbridos entre estes peixes.

Curiosamente os híbridos que viriam mais tarde a ter lugar no meu aquário aconteceram por mero acidente quando eu já tinha abandonado essa prática há muito e procurava a todo o custo evitar esses “ acidentes “.

Hoje sou contra os cruzamentos entre quaisquer espécies de peixes por acção antrópica ( provocados pelo homem ).

Apenas nos nossos aquários domésticos e quando tal tem lugar entre variedades cultivadas não me posso insurgir se essa prática for fruto de um acontecimento acidental ou mesmo numa experiência controlada como a que sugeres, uma vez que ambas as espécies não fazem parte do nosso ecossistema e têm fracas probabilidades de sobreviverem no mesmo ( embora haja relatos de Espadas que sobrevivem todo o ano ao ar livre em Portugal ).

De facto haveria problema se estivéssemos a falar de praticares essa tua acção mesmo em aquário mas no país de origem de ambas as espécies, correndo-se o perigo de os híbridos irem de alguma forma parar à natureza.

Agora como primeira boa notícia posso dizer-te que é muito fácil induzir cruzamentos entre membros de espécies diferentes mas do mesmo género e por vezes mesmo entre peixes de géneros aparentados mas diferentes dentro da sub-família Poeciliinae.

São muito populares os cruzamentos entre os Xiphophorus e de facto foram os únicos que consegui levar a bom termo na altura em que me entusiasmaram os híbridos.

Como deves saber há contudo uma alta probabilidade que as coisas corram mal.

Quando as duas espécies parentais estão demasiado próximas ou demasiado afastadas em termos genéticos, ( mesmo que pertençam ao mesmo género ), o resultado ou é nulo ou os poucos sobreviventes não chegam a passar os primeiros estádios de desenvolvimento se não apresentarem anomalias visíveis ou anomalias cromossomáticas.

Anomalias cromossómicas são geralmente classificadas como erros estruturais ou numéricos que surgem durante a divisão celular, especialmente na meiose.

Erros cromossómicos numéricos resultam na denominada aneuploidia ( número total de cromossomas que não é o normal para uma determinada espécie ).

A poliploidia acontece quando o número de cromossomas é um mútiplo do número haplóide de cromossomas que não 2 ( 23 nos seres humanos, ou seja, 46 : 2 = 23 ).

Na grande maioria dos casos, embriões poliplóides abortam espontaneamente no início da gestação dos mamíferos.

Causas da poliploidia, especialmente a triploidia, são, provavelmente nos seres humanos, a fertilização de um óvulo por mais de um espermatozóide ou a não separação de um corpo polar durante a meiose.

A monossomia ( falta de um membro de um par de cromossomas ) e a trissomia ( presença de três cromossomas em vez do par normal ) resultam tipicamente da não junção durante a meiose.

Actualmente, a genética adquire cada vez maior importância para desenvolvimento da piscicultura moderna e na indústria fazem-se cruzamentos estudados para se conseguirem peixes de muito maior produtividade.

Entre algumas espécies os híbridos sobrevivem sem problemas e não apresentam anomalias, contudo ou são todos sempre do mesmo sexo ou são estéreis ( ou até as duas coisas juntas ).

A segunda boa notícia é que o cruzamento entre Espadas e Platys produz quase sempre híbridos férteis e sem problemas ou anomalias cromossomáticas.

Para tentares o cruzamento entre um Platy ( Xiphophorus maculatus ) e um Cauda de Espada ( Xiphophorus hellerii ) basta encontrares uma fêmea virgem de uma das espécies e um macho de preferência ainda em desenvolvimento, ( o qual não tenha atingido a plenitude do desenvolvimento sexual e por essa razão não tenha ainda acasalado com nenhuma fêmeas da sua espécie ).

Por vezes basta um macho maduro activo que tenha estado privado de fêmeas da sua própria espécie por algum tempo ou, com um pouco de “ sorte “ juntares as duas espécies num mesmo aquário.

No teu projecto, se já tens os Platys podes apenas juntar ao grupo uma fêmea virgem de Espada e esperar que um dos machos se interesse por ela ( o que pode ser difícil se tiverem fêmeas da sua espécie por perto ).

Nalguns casos sabe-se que devido à coloração de uma determinada fêmea que todos os machos da outra espécie se atiram a ela como loucos. ( Parece que os peixes também preferem as louras quando têm apenas morenas no seu grupo e vice versa ).

Para se poder conseguir apurar com rigor o resultado de qualquer produto de reprodução sexuada destes animais temos que ter uma fêmea virgem porque, caso contrário só te queria lembrar que, como já referi anteriormente, além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas destas espécies podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras os ditos espermatozóides ).

De facto, uma fêmea Espada ou Platy pode dar origem a vários partos ( à quem tenha testemunhado pelo menos cinco ) sem necessitar da presença de um macho, desde que tenha previamente tido contactos sexuais ( cópulas com sucesso ).

Como escrevei atrás, há uma evidência que pude constatar ao nível da reprodução de várias espécies de (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]... aparentemente as fêmeas podem “ rejeitar “ o fruto de inseminações mais antigas, trocando-as por outras mais recentes desde que sejam de machos da sua própria espécie.

Há uma natural tendência muito compreensível para as fêmeas viabilizarem uma gravidez com espermatóforos ( espermazeugmas ) da sua própria espécie enquanto tiverem dentro de si uma reserva viável, em detrimento do de outra espécie.

A tua sorte é que o processo funciona muito bem entre os Xiphophorus, quer ao nível do acasalamento entre espécies diferentes, quer ao nível da fertilização.

Os híbridos entre peixes deste género são tão populares e antigos quanto a sua introdução na aquariofilia.

Muito pouca gente sabe que se devem a híbridos de Xiphophorus importantes progressos da medicina humana na luta contra o cancro.

No meu caso tenho como deontologia nunca ter no mesmo aquário duas espécies do mesmo género de Poecilídeos porque como te disse os híbridos por vezes acontecem com muita facilidade.

Não te condeno por tentares o teu projecto por tudo o que já referi, mas como eu hoje em dia prefiro manter exemplares das matrizes selvagens e muitas destas espécies estão seriamente ameaçadas na natureza não me posso dar ao luxo das “ proezas “ do passado.

Podes fazer uma pesquisa na Internet porque encontrarás muita matéria sobre cruzamentos entre Platys, Espadas e outros parentes próximos entre si, sobretudo se dominares um pouco de Inglês.

Há nomeadamente variedades cultivadas já há muito estabelecidas que resultam destes cruzamentos.

Não nos esqueçamos que no género Xiphophorus há pelo menos 22 espécies das quais habitualmente apenas temos disponíveis nas lojas exemplares cultivados pertencendo a inúmeras variedades de apenas 3 espécies, a saber, o Platy ( Xiphophorus maculatus ), o Cauda de Espada ( Xiphophorus hellerii ) e o Platy Papagaio ou Variatus ( Xiphophorus variatus ).

Quanto à tua pergunta sobre a introdução de “ sangue fresco “ na tua pequena tribo... sou 110% a favor e com alguma frequência de preferência.

Se comprares fêmas em gestação ( grávidas ) não precisas de te preocupar mais com o assunto, uma vez que pelo que atrás foi escrito, os seus descendentes serão filhos de outro(s) macho(s) pelo que estás a ampliar o número de matrizes.

Boa experiência !

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Muito obrigado pela extensa :lol: mas elucidativa explicação. acho que vou tentar :lol: comprar um espada macho quando vir que as fêmeas não têm mais posturas (pois estas são seguidas) como as duas progenitoras são as únicas platys adultas deve resultar :lol: depois dou mais informações...

 

Neste momento ando a tentar reproduzir os barbo tigre :P

 

hoje deve ser dia de postura... ou não...

 

Must keep on trying

 

:wink: Sónia

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Alô

 

Tenho uma triste notícia para dar :) uma das minhas platys fêmea reprodutora morreu ontem foi literalmente comida pelos seus próprios filhotes acho que ontem era dia de postura, é chocante mas simplesmente esventraram-na :!: como é possível!!! yikes

 

acho que não é muito normal e tenho a certeza que foram os filhotes pois não existe mais ninguém só platys e a outra fêmea que sempre lá esteve

 

:D :?:):cry: Sónia (platys maus)

  • Gosto 1
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Olá Sónia,

 

Os filhotes estavam em gestação ou já tinham nascido ?

À partida foi a outra fêmea que se aproveitou do cadáver.

Dá-nos mais dados por favor.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Nem queiram saber!!!

 

Estou chocada os meus platys pequenos são assassinos!! tenho a certeza que são e o seu alvo preferido são peixes maiores... A coridora também já foi e ontem tive que por a outra fêmea na maternidade pois ela está para ter e os pequenos simplesmente formam um "gang" em que rodeiam os maiores e literalmente começam a atacar por todos os lados, não é falta de comida é apenas uma predilecção por comida viva...

 

Quanto à platy que morreu deveria estar a dar à luz quando a comeram porque no dia anterior já se notavam os olhos dos pequenos assassinos..

 

não sei o que fazer..

 

afinal os platys são mais perigosos do que os ciclídeos e os barbo tigre e...

 

 

:roll: tenho pena mas a platy grande vai ter que ter os filhotes na maternidade e depois vou ter que a separar dos filhotes pois eles comem-na cheers

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Acho isso muito estranho... o platy é um peixe basicamente pacífico, quanto mais os alevins... normalmente têm é que fugir para não serem comidos... mas comerem a mãe? Estou pasma...

Elsa Oliveira
elsapoliveira@gmail.com

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Olá everblue e todos

 

Também eu estou pasma... e custa-me a admitir mas... :D comem tudo e primeiro preferem os peixes e só depois flocos ou qualquer outra coisa...

 

Nunca tinha ouvido falar deste tipo de comportamento...

 

A verdade é que tenho +- 31 alevins e já não tenho nem coridora nem platy com 3,5 cm e tive que esconder a grande ela com medo fugia para debaixo das pedras e esfolava-se toda... e os alevinhos mais pequenos 0,5 cm não são perseguidos... :D não sei mas acho que criei assassinos... (o aqua tem 60 cm!!)

 

:shock: Sónia

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Olá Sónia & amigos,

 

Não duvidando do que se passou custa-me a crer nesse comportamento sob o ponto de vista mais óbvio.

Digo isto porque aqui podem aplicar-se os ditados populares « nem tudo o que luz é ouro » e « as aparências iludem ».

Precisava de mais pormenores sobre os acontecimentos para formular uma opinião mas estou crente que o que se passou pode não ter sido aquilo que à primeira vista pensas que aconteceu.

Criei Platys por muitos anos e aos milhares para aceitar tão facilmente que um grupo de crias possa por em perigo a vida de um adulto ou mesmo matar a própria mãe.

Não haverá outra explicação ?

É muito comum os peixes que têm na sua dieta alimentar uma componente forte de proteínas aproveitarem de facto qualquer oportunidade se não lhes damos a conveniente dose em forma de comida viva ou congelada.

É mais provável que a fêmea tenha morrido de parto e que as crias sobreviventes tenham “ aproveitado “ os restos mortais da mãe para saciarem a sua primeira fome.

À luz dos nossos parâmetros é hediondo... mas « na natureza nada se ganha nem nada se perde, tudo se transforma » e a cadeia alimentar nada mais é que uma transferência de energia entre níveis tróficos.

Há quanto tempo estaria morta a fêmea ?

Os recém nascidos não começam de imediato a comer.

Não há « peixes assassinos »... quando muito haveria algum desequilíbrio comportamental.

Os Platys com alguns dias de vida não têm armaduras bocais nem dentes para ( mesmo em cardume ) actuarem como Piranhas esfomeadas.

Se os outros peixes estão assustados não será por certo à custa dos ingénuos filhotes que correm atrás deles por instinto.

É natural que os vejas “ beliscarem “ os restantes peixes adultos do aquário porque a sua primeira lição de vida foi a sua própria progenitora lhes ter feito uma derradeira oferta de sobrevivência... a sua própria carne. Contudo não vejo peixes recém nascidos desta espécie com capacidade para poderem aproveitar mais do que minúsculos pedaços mais moles de um adulto morto e esventrado, nunca poderem perfurar a carapaça de uma Corydora.

Quanto à fuga da outra fêmea por certo haverá outra explicação mais lógica do que a perseguição de pequenos Platys.

Tens a certeza que conheces bem os sintomas das doenças mais frequentes ?

Não haverá algum factor que assuste os peixes e os deixe apavorados ?

Pondera bem no que se está a passar e manda notícias porque este caso é intrigante.

Não quero com isto desmentir-te, apenas me baseio na minha experiência pessoal.

Vamos esperar para ver se alguém tem um caso idêntico para contar pois como diz o ditado... « onde há fumo há fogo ».

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Olá a todos

 

Não foram os peixes recém nascidos mas sim os outros filhotes que ela já tinha tido... com +- 3 semanas os maiores (7) e 2 semanas (cerca de 30)

 

A comida que lhes dou são flocos e tubifex, estava a pensar em dar-lhes artémia? mas nunca outros platys!!! :shock:

 

Ontem tirei a outra fêmea que estava na maternidade para ao pé desses filhotes porque na maternidade a pobre fica como que estática e não come nem tem os filhotes. Não suporto vê-la lá... Só espero que não a comam :shock: mas prefiro arriscar.

 

Sónia

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Olá Sónia & restantes colegas

 

As minhas desculpas por este “ ping-pong “.

Já nos transmitiste agora algumas informações importantes.

Pela descrição é necessário investigar o que realmente se passou pois, ( ou eu me engano muito ) ou não vais ter desta vez problemas com a outra fêmea.

O melhor conselho que te podemos dar é praticares uma observação atenta ao que se passa no aquário pois só com um maior número de pormenores é que te posso eventualmente ajudar.

Em relação ao libertares a fêmea da maternidade, dou-te os meus parabéns !

Correndo o risco de me tornar aborrecido e muito repetitivo cá vai o conselho habitual...

Embora não seja prática grave com espécies como os Guppys ( Poecilia reticulata ), evitem usar " maternidades " por favor...

Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas raras espécies mas têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na sua imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade das próprias parturientes e dos restantes peixes.

Como já deves saber, o ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada.

Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ).

Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Por outro lado, as crias que cresceram numa maternidade não sabem como enfrentar os ataques dos adultos se forem introduzidas no aquário.

As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for relativamente pouco plantado.

Algumas fêmeas destas espécies necessitam de bastante espaço e em certos casos ( como o das Molinésias ), muita luz, o que permite um crescimento excelente de algas e vegetação em geral.

Convém ainda “ invernar “ os Poecilídeos a uma temperatura próxima dos 20ºC promovendo em algumas espécies uma benéfica pausa no ciclo reprodutivo.

A artémia é uma óptima opção... assim como as larvas de mosquito, mas eu sei o que é morar na cidade e não poder alimentar os peixes com comida viva capturada na natureza. ( O contrário também sei )

Vai dando notícias porque este caso é de facto interessante.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Parece que está tudo bem a fêmea está agora toda contente a passear por entre os pequenos que , parecem ter perdido a atitude de "gang" contra os maiores e a gestação parece ter recomeçado de onde tinha ficado quando a meti na maternidade... Vou, no entanto, fazer uma divisória no aqua quando achar que ela está quase para dar à luz porque acho que é nessa fase que os pequenos ficam excitados com a comida viva de platys alevins!! PS: da ultima vez reproduzi-os livremente e consegui salvar 5 o que já não é mau, esconderam-se nas pedras que tenho.

 

 

Quanto a comida viva a que te referes? pode fazer-se numa varanda? espaço não me falta!! Diz-me como please!! pois acho que é preferivel.

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Olá Sónia,

 

Quando vivia em casa dos meus pais tinha muitas hipóteses de recolher diversos tipo de alimentos naturais sem ter que me preocupar com a sua conservação ou criação.

Em parte do ano havia um suprimento de larvas de mosquito e tubifex que apenas necessitavam de um cuidado especial com a descontaminação e durante todo o ano não era nada difícil capturar diversos organismos vivos inóquos para os peixes em águas limpas e cristalinas no meio da vegetação dos quais se destacam “ toneladas “ de uns pequenos invertebrados denominados Gamarus ( Gammarus spp. ); um pequeno animal de água doce ( 15 a 20 mm ) muito activo que lembrava algo a meio cominho entre o camarão e a pulga de água.

As Dáfnias eram mais problemáticas de encontrar pelo que foi esta a minha primeira cultura.

Num aquário de 60 cm bastava incorporar “ água verde “ de um dos lagos de jardim e um copo contendo indivíduos de outra cultura para iniciar uma safra bem sucedida.

Ao fim de 15 dias a água estava quase transparente ( dependendo da temperatura ) e estava cheia deste zooplâncton que se reproduzia como louco. Para peixes muito jovens bastava colocá-los no aquário da cultura para terem alimento em fartura por algum tempo sem me preocupar mais com as horas das refeições.

Os peixinhos vão consumindo dáfnias cada vez maiores à medida que vão crescendo. Ao fim de alguns dias retirava os peixinhos muito maiores do que o habitual em tão pouco tempo de desenvolvimento e começava tudo de novo.

Na cidade é necessário ganhar alguma prática para se “ fabricar “ a água verde com um pouco de fertilização em excesso, nomeadamente com uma abundante fonte de potássio e ferro podendo a água ficar verde em três ou quatro dias. A cultura inicial ou se captura na natureza ou se compra numa boa loja da especialidade.

Atenção porque normalmente quanto se fertiliza acima de um certo nível com fertilizantes ricos em ferro e em aquários não plantados bastante iluminados, consegue-se que a água fique como uma sopa de ervilhas e que ganhe “ mau cheiro “ ao fim de pouco tempo sem utilidade nenhuma.

Aqui na cidade é mais prático investires na Artémia Salina... mas também é mais caro.

Se necessitares posso dar-te mais umas dicas, contudo haverá por certo muitos colegas com óptimas ideias, porque não começas um tópico com esta questão ?

Investiga melhor porque pode já ter havido outras contribuições no fórum sobre este assunto.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

Publicado:

Obrigado!! mais uma vez...

 

parece-me relativamente fácil e concretizavel em casa!!! vou seguir o teu conselho...

 

Jinhs Sónia

 

PS: de momento tudo bem com os meus platys e... sem dúvida platys e maternidades não se devem misturar...

  • 3 anos depois...
Publicado:
Obrigado!! mais uma vez...

 

parece-me relativamente fácil e concretizavel em casa!!! vou seguir o teu conselho...

 

Jinhs Sónia

 

PS: de momento tudo bem com os meus platys e... sem dúvida platys e maternidades não se devem misturar...

eu tambem tenho uma criação dos dois um macho espada e uma femea platy ja tiveram 35 filhotes :smilecolros: :grin bigsmile: