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Apistogramma Viejita

 

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Ordem: Perciformes

 

Classe: Actinopterygii

 

Familia: Cichlidae

 

Sub-Familia: Geophaginae

 

Grupo: Macmasteri, dos quais fazem parte, Ap. Guttata, Ap. Hoignei, Ap. Hongsloi, Ap. Macmasteri e Ap. Viejita. Este grupo caractriza-se por, corpo alto e esguio e no caso dos machos barbatanas dorsais bem desenvolvidas a todo o seu comprimento.

 

Nome Cientifico: Apistogramma Viejita

 

Nomes comuns: Viejita

 

Distribuição geográfica: Originário da América do Sul, localiza-se com mais frequência no rio Orinoco e rio Meta, Colombia.

 

Características do habitat natural: Zona de características muito especificas, com emaranhados de plantas e troncos submersos, que conferem a água características acidas e bastante moles. Águas escuras e de corrente fraca a moderada. São zonas que pela disposição dos seus elementos proporcionam vários refúgios para estes pequenos peixes, essencial para a sua segurança e consequente bem estar. O leito dos rios que habitam define-se pela existência de depósitos de folhas em decomposição, troncos e galhos; areias claras.

 

Temperamento: Não é das espécies de Ciclideos Anões mais agressivas, no entanto, é bom recordar que são ciclideos e dizendo isto deve entender-se que são peixes com temperamentos fortes e especialmente agressivos na defesa do seu território e prole. As fêmeas podem ser extremamente agressivas na protecção das crias mesmo para com o macho. Embora seja um peixe que não aparenta grande timidez, facilmente pode stressar-se dentro do aquário. É então aconselhado que se mantenha em conjunto com espécies de pequeno porte e de preferência espécies que sejam muito socializáveis e pacificas, que pouco comprometam a ‘paz’ dos Apistogramma Viejita. Não deve ser mantido com outros ciclideos no mesmo aquário nem com outros peixes de elevada territorialidade, excepto para aquários de grande dimensão, num aquário de 1,50m de frente será possível que consigamos manter 2 casais de CA sem problemas visto estes puderem definir territórios em locais distintos e distantes.

 

Dieta: No habitat natural são essencialmente carnívoros, indivíduos criados em cativeiro, terão maior facilidade em aceitar granulados embora devamos sempre basear a dieta na variedade articulando assim a comida congelada/viva com os granulados. Existem relatos de que a comida congelada em demasia poderá trazer complicações do foro intestinal.

 

Condições da Agua: Sendo originários da América do sul, preferem obviamente aguas com menos dureza e com alguma acidez.

Podendo ser mantidos numa faixa de pH entre 5.0 – 7.0, a sua faixa de pH de preferência situa-se entre os 5 a 5,5; com durezas bastante baixas (menos de 5 e preferencialmente a rondar 1), preferem aguas com pouca corrente. Adicionar turfa a agua não só ajudara a manter a agua mole e acida bem como proporcionara o efeito de ‘blackwater’, em que agua toma um tom acastanhado, também muito apreciado por estes ciclideos. A temperatura a que devem ser mantidos pode variar entre os 24 e 28ºC, preferindo temperaturas a rondar os 26ºC.

 

Morfologia do aquário: Devem ser mantidos em aquários com, no mínimo, 60cm de frente, a rondar os 60l de agua. Para alem das condiçoes da agua deve ter-se em conta que devemos proporcionar aquários densamente plantados e com vários refúgios/tocas onde possam abrigar-se e/ou reproduzir-se.

 

Localização no aquário: Fundo/Meio, subindo geralmente para se alimentar apenas.

 

Tamanho, morfologia e coloração: Os sexos são facilmente destingidos pela sua morfologia geral.

Os machos caracterizam-se por serem mais robustos, atingindo cerca de 6,5cm, apresentam cores vivas e definidas, que podem variar entre azul metalizado, laranja e vermelho. Existem 4 variantes principais nas colorações dos machos, ‘wild’ ou comum, Fab Form II, Fab Form III e Gold (estas podem variar na nomenclatura, por exemplo, em alguns locais é comum designar como Red o Fab Form II e/ou Super Red os Fab form III). A intensidade e definição dos tons Laranja/vermelho aumenta nas 3 primeiras variantes referidas, respectivamente; por outro lado os Gold, apresentam um tom branco pérola em todo o corpo a excepção da cabeça onde existe a coloração vermelha/laranja. Possuem também barbatana dorsal, ventral e caudal mais desenvolvidas que as fêmeas. A barbatana caudal é arredondada, comum a ambos os sexos.

As fêmeas são mais pequenas, podendo atingir cerca dos 5cm, tem uma coloração menos vistosa com um tom amarelado e com 3 listas de manchas negras ao longo do corpo, uma em cada lateral do corpo, desde a zona imediatamente a seguir aos olhos até a zona da barbatana caudal e uma outra lista no topo do corpo perto da barbatana dorsal. Adquirem um amarelo pronunciado e as zonas negras ficam mais definidas em altura de reprodução, em que assumem uma cor bem mais interessante.

 

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Reprodução: Facilmente se reproduzem num aquário comunitário que reúna as condiçoes e parâmetros para tal, quanto a manter a prol, aí trata-se de uma situação diferente. Devido ao facto de stressar com facilidade (tentando proteger os pequenos) acabam por não conseguir manter os pequenos alevins por muito tempo, para a sua reprodução eficaz é aconselhado que se mantenha o casal num aquário próprio sem outros companheiros para que possam reproduzir-se e criar a pequenada. Durante o período de encubação e desenvolvimento dos alevins, o macho trata de proteger o território enquanto a fêmea protege a prole. Durante este período a agressividade da fêmea poderá ser tão grande que por vezes é conveniente retirar o macho para que esta não lhe cause danos de maior. Podemos facilmente verificar a predisposição da fêmea para o acasalamento quando o esta adquire um tom amarelo vivo e as suas manchas negras ficam mais pronunciadas, é natural observar-se também a fêmea a exibir-se para o macho com uma espécie de ‘dança’. Os pequenos alevins deverão ser alimentados com alimentos próprios para o efeito e devem ser mantidos com os pais ate cerca de 1 mês de idade, neste campo há quem prefira remove-los do aquário assim que começam a natação livre, enquanto outros preferem que permaneçam ate mais que 1 mês com os progenitores. Nota: Embora na natureza se verifique que é comum o macho da espécie manter um pequeno harém de fêmeas esta condição é bastante complicada de manter em aquários nas nossas casas.

 

Comentários adicionais: Muito se especula sobre este pequeno, mas controverso, peixe. Muitos afirmam que praticamente todos os espécimes encontrados para compra não serão, indivíduos ‘originais’, mas sim híbridos. Especula-se que entre as décadas de 70 e 80 muita espécies importadas, das zonas geográficas descritas anteriormente, foram misturadas o que permitiu tal hibridação. Afirma-se que o que apelidamos de Ap. Viejita Fab form II será, de facto, o Apistogramma Sp. ‘Redspots/Rotflecken’ e ainda o Apistogramma sp. ‘Schwarzkehl/Blackthroat’ para Ap. Viejita fab form III.

Muitos parecem também tender discordar com este tipo de constatações, afirmando que a morfologia das espécies é demasiado diferente, e que isso não é verificado nos espécimes que possuímos, tratando-se estes de apuramentos selectivos de cor como é feito em muitas outras espécies (cores estas que serão apuradas a partir dos espécimes selvagens, os quais parecem diferir de tipo de coloração segundo as zonas geográficas onde habitam); afirma-se ainda que as espécies híbridas não conseguiriam reproduções estáveis como apresentado em aquários pelas espécies referidas. É referido também que existe sim uma grande semelhança entre o Ap. Viejita e o Ap. Macmasteri mas que estes podem ser diferenciados devido a sua morfologia, nomeadamente, os primeiros raios da barbatana dorsal do Viejita tem uma coloração negra; outra característica que diferencia as espécies é em relação a uma pequena mancha junto a barbatana caudal que no caso do Viejita costuma ser menor e mais arredondada, sendo esta característica menos evidente.

 

Experiência pessoal: Adoro este apisto, devido não só a sua cor mas também devido a sua personalidade desinibida. Já tinha mantido Ramirezis mas a diferença no carácter e na elegância é enorme, sendo os ramirezis mais vistosos a nível da cor não se comparam em nada na postura e na elegância ao ‘passear’ pelo aquário. Notei grande alteração no seu comportamento ao move-los para um aquário apenas para eles, ficam donos daquilo tudo e tornam-se ainda mais desinibidos e comunicativos, é fácil entender quando ‘pedem’ comida e quando andam curiosos a olhar para nos, parecem-me ser peixes com inteligência e com capacidade para aprender algumas rotinas ou procedimentos básicos, por exemplo, quando bato no vidro com os dedos sabem logo que é hora da refeição e vem para a frente do aquário pavonear-se! :) Ainda não tive oportunidade para ver e acompanhar o desenvolvimento dos alevins, já realizaram 2 posturas mas na 1ª situação encontravam-se no comunitário e os alevins desapareceram, na 2ª tive de realizar um tratamento no aquário em que se encontram, já sozinhos, e os alevins acabaram por morrer. No fundo, peixes bonitos, elegantes e com personalidade.

 

Ricardo Gomes,

N.P.C.A.: Núcleo Português de Ciclídeos Anões.

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