Cyprinodon Publicado Janeiro 23, 2005 Publicado Janeiro 23, 2005 Caros amigos, Afinal o que são peixes de água fria e peixes tropicais ? Uma espécie que tolere uma gama de temperaturas compreendida entre os 18ºC e os 28ºC é tida como tropical, mas se os seus limites estão entre os 14ºC e os 29ºC, ainda é tropical ? Vivem em regiões “ temperadas “ do mundo peixes que toleram uma vasta amplitude térmica e podem ser considerados tropicais embora tolerem temperaturas muito baixas também. A (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki que foi introduzida em muitos países do mundo incluindo o nosso, tolera viver “ confortavelmente “ em águas com temperaturas compreendidas entre os 6ºC e os 34ºC... é um peixe de água fria ou tropical ? Neste último exemplo entramos numa área mais nublosa, isto é, uma coisa é a amplitude térmica em que o peixe se sente tão bem que geralmente até se reproduz ( se os restantes factores estiverem de acordo com a sua biologia e necessidades para o efeito ). Chamaremos a esta gama de temperaturas a dita « temperatura de reprodução » ou será apenas algo como a « temperatura de maior conforto » onde se pode dar a reprodução ? Depois temos ainda a considerar aquela gama de temperaturas denominada « temperatura ideal », ou seja, o limite máximo e mínimo entre o qual os peixes vivem “ felizes “ e desenvolvem a sua maior actividade e a plenitude das suas funções fisiológicas sem restrições. Então assim sendo, como os peixes são animais de sangue frio, em algumas espécies mais tolerantes no limite máximo da dita « temperatura ideal » a digestão da mesma porção de um determinado alimento consumido leva cerca de 4 horas a digerir, enquanto que no outro extremo pode levar mais de 24 horas... e ainda estamos dentro dos limites da « temperatura ideal » ? Será que poderemos chamar « temperatura de aclimatação possível » às amplitudes térmicas situadas acima e abaixo da gama de « temperatura ideal » onde os peixes sobrevivem mas de onde podem resultar sequelas físicas e para a sua saúde dependendo do tempo de permanência e de quão afastados forem os seus valores dos mais convenientes para a sua subsistência “ normal “ ? Se assim for teremos como limites inferiores e superiores as temperaturas de sobrevivência, não é ?... ou seja, aqueles limites máximos ou mínimos a que um peixe de determinada espécie resiste. Mas resiste por quanto tempo ? Enfim pode resistir uma semana mas nunca recuperar depois quando regressar a « temperaturas ideais » e morrer das consequências como pode resistir apenas algumas horas... e se alguém nos mostra peixes da mesma espécie a superarem esses limites ? E já agora, o que dizer de espécies que pela sua vasta distribuição geográfica e por não poderem migrar como no vasto oceano acontece com as de água salgada, possuem populações com certas... digamos “ particularidades “ de resistência ? Se há por exemplo Tilápias que habitam nascentes quentes onde as águas podem atingir recordes da ordem dos 45ºC ( ou mais até ), como é que vamos denominá-las... “ super tropicais “ ou “ escaldantes “ ? Mas se essas nascentes quentes forem na Islândia e lá existirem peixes de água doce aclimatados a temperaturas muito altas, serão também tropicais ?... Sim porque afinal a Islândia é um país frio que fica muito acima da área compreendida entre os trópicos de Cancer e o de Capricórnio, não é ? E o que é que vamos chamar àqueles peixes que sendo oriundos de países próximos do equador com temperaturas elevadas todo ano, vivem em grandes altitudes ou em rios alimentados por correntes provenientes dos desgelos onde a água pode chegar aos 5ºC numa parte do ano ? Por falar em frio... um peixe de “ água fria “ é aquele cujo limite máximo de temperatura ( de sobrevivência talvez ) se situa próximo dos 18ºC, não é ? Então porque é que a Carpa ( Cyprinus carpio ) e o Peixe Vermelho ( Carassius auratus ) são classificados por nós como peixes de água fria se toleram mais de 30ºC de temperatura na estação mais quente do ano ? Quando nos decidirmos sobre estes conceitos tenho ainda as seguintes dúvidas para vos colocar : Qual é o rigor das informações sobre temperaturas que podemos obter em toda a parte ? Alguém fez um levantamento sério sobre as condições climatéricas do meio ambiente de onde provém os nossos peixes antes de colocar num livro ou sítio da Internet ? Respeitamos nós em nossas casas a flutuações ambientais e sobretudo de temperatura para a boa saúde das espécies que cultivamos ao mantermos uma temperatura constante de 24ºC durante todo o ano ? Quantos de nós conhecemos ou tentamos respeitar as condições que acontecem na natureza em que nalguns locais a temperatura do ar pode variar entre os 23ºC de madrugada e os 35ºC no pico mais elevado do mesmo dia durante o Inverno e noutros , como no Alentejo interior, poderem ultrapassar os 40ºC alguns dias no Verão ? E num pequeno charco ( onde as variações térmicas são mais frequentes e rápidas ), quem pode calcular como é o tempo do “ cacimbo “ de certos Ciprinodontídeos se nos locais “ tropicais “ onde vivem no mês mais frio do ano as temperaturas podem chegar perto do ponto de congelação durante a noite, embora subam quase sempre acima dos 20ºC durante o dia ? Como podem sobreviver as espécies de água fria do nosso país se no Verão em alguns pequenos cursos de água e lagos pouco profundos do Sul do país a temperatura da água onde habitam está acima de 25ºC entre Julho e Agosto ? O que pode acontecer às espécies que já sabemos que necessitam de temperaturas mais baixas durante uma parte do ano e ficam sujeitas à “ confortável “ temperatura do aquário comunitário aquecido com uma resistência independentemente da estação ? Porque um fórum é um excelente local para discutirmos estas coisas e porque podemos ajudar os nossos peixes com as experiências uns dos outros, solicito a vossa participação. Pensem sobretudo naquela visita que fizeram a tal parte do mundo fora da época mais confortável do ano, naqueles anos que viveram nalgum local de origem de espécies criadas em cativeiro, nos espantosos casos de espécies ditas “ tropicais “ que se descobrem no nosso país com populações estabelecidas, numa ou noutra experiência de sucesso com determinada espécie em relação a temperaturas que fogem do que está escrito, etc. Espero ter lançado um bom tópico de esclarecimento que contribua para uma reflexão séria dos conceitos existentes e acima de tudo para a valorização das condições de vida dos nossos peixes. Bem hajam e obrigado. Com as minhas melhores saudações Miguel Andrade http://www.viviparos.com
Luis Queiroga Publicado: Janeiro 23, 2005 Publicado: Janeiro 23, 2005 UFF... Estará esse intervalo de temperaturas que referes relacionado com a actividade enzimática ? As respostas, foste dando ao longo do post ...? valores pouco rigorosos! Agrada-nos a franqueza dos que nos apreciam. À franqueza dos outros chamamos insolência. Um tolo encontra sempre outro tolo, ainda maior, que o admira.
Cyprinodon Publicado: Fevereiro 3, 2005 Autor Publicado: Fevereiro 3, 2005 Caro Luis Queiroga, Essa questão da actividade enzimática é muito interessante. Gostava especificasses mais um pouco por favor. Será ao nível da digestão apenas ? As minhas desculpas pela ausência prolongada mas nem sempre é possível cá vir. Da próxima vez, dependendo dos comentários tenho mais uma contribuição. Obrigado. Com as minhas melhores saudações Miguel Andrade http://www.viviparos.com
Cyprinodon Publicado: Fevereiro 4, 2005 Autor Publicado: Fevereiro 4, 2005 Caros amigos, A prósito de uma intervenção minha noutro tópico penso que seria interessante acrescentar o seguinte : « Isto tudo para explicar que como podem calcular as temperaturas flutuavam bastante e por vezes estavam abaixo dos limites mínimos aceites para esta espécie aqui no fórum e na literatura. Como sabem, para cada espécie há uma temperatura que denominamos “ ideal “ em que os peixes atingem o melhor do seu funcionamento fisiológico. Obviamente que em todo o lado as temperaturas variam e por vezes fogem aos seus padrões “ normais “, pelo que os peixes evoluíram de tal forma que têm que se conseguir adaptar a temperaturas acima e abaixo dos padrões ditos ideias ou óptimos. A tal variação de temperatura chamamos vulgarmente o limite de tolerância. Mesmo fora das temperaturas óptimas ou “ ideais “ uma espécie pode continuar a crescer e por vezes a reproduzir-se. Flutuações graduais dentro da temperatura óptima ou mesmo nos limites das temperaturas de tolerância como as ocasionadas pelas diferenças entre o dia e a noite são benéficos. Porém, aqueles períodos de tempo passados fora do limite de tolerância, isto é, entre a fronteira do limite de tolerância e os limites de sobrevivência são prejudiciais. Os danos sofridos serão em proporção à resistência do indivíduo, à herança genética da sua população, da sua espécie, e à duração e extensão do afastamento dos limites da tolerância. Eu chamaria então à variação entre a temperatura mínima e máxima em que um peixe pode sobreviver nem que seja por curto espaço de tempo e as fronteiras com o limite de tolerância, a gama de temperaturas de sobrevivência ou, nos casos extremos... o limite máximo e mínimo de sobrevivência. Em termos gerais, o índice do metabolismo do animal aumenta ou baixa com as temperaturas porque os peixes são animais de sangue frio, ou seja, o seu sangue encontra-se vulgarmente entre 0,6ºC e 1ºC de diferença da temperatura da água onde vive. Desculpem-me mais um mensagem alongada mas achei importante esclarecer isto ». Isto é como eu entendo este assunto, por isso não podemos considerar esta opinião como algo científico. Por favor contribuam com os vossos pontos de vistem e se necessário contestem. Com as minhas melhores saudações Miguel Andrade http://www.viviparos.com
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