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Hábitos alimentares dos camarões

 

 

Introdução

Este artigo irá reflectir um pouco sobre os hábitos alimentares dos camarões em geral, tanto em cativeiro, como na natureza.

Falarei de vários tipos de alimentação, o que comem, os seus hábitos. Irei também tentar abordar ao máximo cada tipo possível de alimentação e comportamentos adoptados por diversas espécies de camarões na natureza e em aquário, passando pelos detrítivoros, necrófagos, algívoros, comensalismo e até pelo canibalismo.

 

 

Camarões como detrítivoros

Detrítivoros são aqueles que baseiam a sua alimentação em detrítos, tais como, restos de animais e plantas em decomposição.

Carcaças de peixes e outros camarões, folhas e caules de plantas mortas são a base da dieta de uma grande maioria dos camarões, especialmente na natureza.

Folhas e troncos caídos em rios ou afluentes habitados por camarões são um pitéu para os mesmos, à medida que se vão decompondo e desenvolvendo fungos, e microrganismos. O mesmo sucede com carcaças de peixes, camarões ou outros animais caídos à água.

Um exemplo disto é muitas vezes o facto de se colocarem folhas de árvores em aquários de invertebrados, as quais, para além de beneficiarem a água, constituem uma fonte de alimentação para os camarões.

 

Camarões como necrófagos

Este tipo de alimentação está bastante ligado ao anterior, visto que uma alimentação necrófaga é baseada em carcaças de animais em decomposição, mudando apenas o facto de que esta não inclui massa vegetal em decomposição na sua definição.

Tendo isto em conta, um animal detrítivoro pode ser designado de necrófago, mas um necrófago não pode ser designado de detrítivoro, visto que não consome massa vegetal em decomposição.

Este tipo de alimentação é muitas vezes confundido com o carnívoro pois, ao olho inexperiente, vendo um camarão a canibalizar outro, partir-se-ia do princípio que existiu um acto predatório e que a morte não resultou por doença ou má qualidade da água, mas sim que existiu um acto predatório entre camarões da mesma espécie.

 

 

Camarões como algívoros

As algas são outro constituinte muito importante na dieta de muitos camarões, os quais são cada vez mais usados em aquários plantados para comerem e eliminarem as algas aí existentes. Exemplo disso mesmo é a Caridina Multidentata, vulgarmente conhecida por camarão Amano, dado o seu reconhecimento e divulgação por parte do Sr. Takashi Amano (reconhecido AquaScaper), é frequentemente procurada pela sua eficiência na remoção de algas.

O tipo de algas consumido pelos camarões varia de acordo com os seus habitats naturais, com a sua anatomia, e ainda com a sua preferência que pode variar de alga para alga, passando pelas diatomáceas, filamentosas, etc.

Note-se, no entanto, que as Ciano-bácterias não são algas, por isso não estão incluídas neste tipo de alimentação.

 

 

Camarões como filtradores

Camarões filtradores são aqueles que possuem uma membrana desenvolvida na ponta das suas patas que se assemelha a uma “rede”. É usada para filtrar a água do aquário, apanhando detritos que circulam na coluna de água.

Entre estes detritos podem encontrar-se restos de comida, algas, esporos de algas, microrganismos, etc.

O comportamento dos camarões filtradores é bastante interessante de se observar. Os indivíduos escolhem um local com uma circulação adequada e com pouca iluminação. Estendem as suas patas abrindo as membranas e começam então a colecta de detritos, levando depois as patas, uma a uma, à boca limpando e ingerindo os detritos.

 

 

Canibalismo

Mais uma vez, este comportamento está relacionado com o anterior, visto que não é necessário existir um acto predatório para existir canibalismo.

Na verdade, o simples facto de um camarão se alimentar de outro camarão morto da mesma espécie já faz dele canibal, independentemente de este ter morrido por outras causas ou de ter sido morto por um camarão da mesma espécie.

Nesta situação pode existir canibalismo, e um acto predatório por parte de um camarão da mesma espécie, mas apenas numa situação “especial”. Quando um camarão recebe uma alimentação deficiente com falta de proteínas ou vitaminas, este tenta descobrir novas fontes de alimentação de onde possa obter as mesmas, recorrendo muitas vezes ao canibalismo, atacando outros indivíduos da mesma espécie com o intuito de complementar a sua alimentação deficiente e assim garantir a sua sobrevivência.

 

 

Comensalismo

Outro tipo de alimentação, muito interessante e um exemplo de um ecossistema equilibrado e funcional, é muitas vezes observado no habitat natural das Caridina Spongicola, as quais possuem uma relação de comensalismo para com as esponjas.

Estas oferecem-lhes tanto protecção como uma alimentação baseada em diatomáceas que se tendem a acumular nas cavidades das mesmas.

Esta relação funciona quase como um convidado à mesa, em que uma espécie aproveita os restos da outra espécie “anfitriã”, sem prejudicar no entanto o seu anfitrião.

 

 

Observações

O artigo refere-se única e exclusivamente a espécies de camarões de água doce, podendo, no entanto, haver parecenças e relações com os hábitos alimentares de espécies de água salgada.

 

O artigo foi escrito baseado na experiência e conhecimentos do autor.

Qualquer falta de pormenores científicos deve-se ao limite de conhecimento em causa.

 

 

Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Comensalismo

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Simbiose

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Detrit%C3%ADvoro

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Canibalismo

 

http://pt.wiktionary.org/wiki/necr%C3%B3fago

 

http://www.peixefauna.com/invertebrados-f3...icola-t1411.htm

 

Agradecimentos

Hugo R. Silva

Fernando Freire

Fábio Silva

Sérgio Marques

 

 

Autoria: Hugo Marques Feio

Todos os direitos reservados

Editado por hugo feio