Recommended Posts

Publicado (editado)

Ora aqui está um tema bem interessante para se discutir. A semente já foi lançada e nãos abemos o que poderemos esperar.

 

Em princípio, haverá um poderoso lobby por parte do comércio que não deixará esta corrente vingar mas devemos estar alerta. O que eles querem? Andam só em busca de protagonismo ou algo mais? Atenção que eles falam com sabedoria e dizem “coisas” acertadas pelo que quem não gosta de aquariofilia ou para quem esta seja indiferente pode aderir à causa deles.

 

Comecem por ler este artigo e depois logo se verá os comentários que se nos oferecem fazer.

 

http://www.seashepherd.org/news-and-media/...l-100821-1.html

 

Efectivamente, como americanos que são, vão buscar os exemplos de casa e não deixam de ter alguma razão quando falam na captura dos Yellow Tangs, (Zebrasoma flavescens) e no risco para o Recife ao ser privado destes peixes que devoram as algas que se vão começar a acumular em cima dos corais e provocar a sua morte.

Claro que se os humanos não poluíssem tanto talvez as algas não crescessem tanto mas nisso, eles não falam…

 

Convém estarmos atentos. De qualquer modo a revista norte americana “coralmagazine-us” já tomou conhecimento e reagiu ao artigo com esta resposta que também convém ler

 

http://www.coralmagazine-us.com/content/di...-hobby-diatribe

 

Vamos ver o que o futuro nos reserva

 

 

 

 

 

EDITADO para corrigir os endereços e ficarem activos desde o próprio tópico

Editado por rolim
Publicado:

Não tenhamos a mínima dúvida que a aquariofilia, (principalmente de água salgada), é nefasta para a Natureza em si. Mas é apenas uma das razões, há muitas mais e bem piores. Mas que causa dano causa, principalmente por aquariofilistas que não percebem nada do assunto e têm muito dinheiro para gastar (e para matar).

 

Mas não deixa de ser irónico, que um aquariofilista, amante da Natureza, a estrague, independentemente do grau de dano. Nós aquariofilistas, somos um pouco egoístas por manter os nossos peixes fechados. E muitos de nós, principalmente no inicio do hobby, somos levianos, pois a maior parte erra muito ao inicio, e esse erro custa a vida a seres vivos.

 

Quanto a mim, os animais envolvidos na aquariofilia deviam ter alguma forma de protecção contra quem não tem competências para os manter. É que retirar sejam eles Discus, Yellow Tangs, Corais ou Altuns da Mãe-Natureza, para os colocar dentro de 4 paredes de vidro com meio litro de água imprópria, de modo a morrerem, parece-me muito cruel e injusto.

Zog Li

 

''As coisas difíceis levam algum tempo a fazer. As impossíveis levam mais um bocado''

 

http://almadagua.blogspot.com/

Publicado:

Realmente, há coisas que não cabem na cabeça de ninguém...

Acho que esse artigo, é muito exagerado, e escrito por algum extremista da natureza, sabe-se lá...

Posso não saber de muita coisa, mas de uma coisa sei, e como se costuma dizer muito, cada caso é um caso.

Existem aquariofilistas conscientes, e existem aquariofilistas "that don't give a crap", existem empresas conscientes e existem empresas que só têm olho para o lucro. De certa forma, sei que a aquariofilia é prejudicial para a natureza, e também sei que cabe-nos a nós, aquariófilos de combater ao máximo possivél os efeitos que a mesma tem no ecossistema.

 

Creio que não há muito a dizer, e não me digno, embora tentado a dizer, porém não deixo de comentar esta expressão.

 

What can you do? If you see an aquarium, ask that it be taken down for the sake of the reefs, the fish and us.

Não poderia ouvir mensagem mais hipócrita e ignorante, embora seja "fã" do Sea Shepherd. Tal é a falta de sentido, e conhecimento de causa nessas palavras que fico sem saber que dizer. é claro, que como já referi a aquariofilia de hoje em dia é prejudicial para os ecossistemas naturais e a sua biodiversidade, e também sei que esta situação tem altos e baixos, e vai pela moral e qualidade das empresas, como a procura de mercado de certa espécies em risco. Como tal, ainda sei que existem aquariófilos conscientes que evitam comprar peixes apanhados ilegalmente, e que estejam em risco, e quem também se certifique de saber a proveniência dos peixes que compra, quem nunca teve já como desejo ou objectivo a criação de certas espécies em risco em cativeiro, com o intuito de diminuir o seu impacto na captura de peixes selvagens ? Epá e o simples facto de esses extremistas falarem no facto que todos os aquariófilos tem comportamentos inconscientes para com o hobby e os peixes, insinuam que a única coisa que os aquariófilos fazem é matar peixes...

Acho que não tenho mais nada a dizer,

Talvez mande uma carta de reclamação,

Talvez não...

Quem sabe :)

Publicado: (editado)

Por mais que goste de aquários, não estejamos a tapar o sol com a peneira. A aquariofilia de água salgada não é sustentavel, e é um problema ecologico. Deveria por este motivo ser das duas uma, ou proibida, ou regulada, a captura de especies de água salgada.

Podem não ter a ideia, ou simplesmente não querer saber, mas a criação de peixes de água salgada em cativeiro, não é ainda desenvolvida como se faz com os peixes de água doce, por isso a fonte destes animais é a natureza. Isto é um problema pois em primeiro lugar vai causar a deplecção dos stocks destes animais em liberdade, em segundo vai reduzir o fundo genético das populações, algo que é bastante grave, considerando a variabilidade intraespecifica da maioria destas especies e subsespecies, e em terceiro os modos de captura empregues. Se os peixes fossem apanhados á mão, teriamos um problema, mas nao seria tão grave quanto é actualmente, o problema real, consiste na utilização de arsénio para anestesiar os animais, tornando-os mais faceis de apanhar. Isto acaba por matar o coral, destruindo o recife, e acabando com a base de todo o ecossistema, fazendo com que toda a população do recife entre em colapso, e se extinga. Ainda há uns poucos anos se falou muito nisso, a destruição do recife com arsénio para a captura de especies para venda comercial.

 

Se me perguntam, e não sejamos egoistas, sim concordo com a interdição e quem sabe, com a proibição completa da aquariofilia marinha no comercio, permitindo a quem ja tenha, manter as especies que já tem. Pois quem chama a esse artigo, de exagerado, não poderia estar mais enganado, ou desinformado, temos problemas graves nos nossos recifes, e não os podemos negar, tens o branqueamento dos corais, tens a subida acelerada do nivel dos mares (basta a subida de poucos centimetros médios do nivel para causar stress a muitas das especies mais sensiveis, tens a pesca com dinamite para fins alimentares, tens a captura com cianeto e arsénio para o comercio de aquariofilia, a poluição cada vez maior, o problema do B-PA e dos Ftalatos, e sabendo que os recifes actuais ocupam somente 1% da area que ocupavam antigamente, temos que ser rigidos na questão da conservação destes ecossistemas unicos.

 

Informem-se, leiam bastante,pois artigos de qualidade, e independentes acerca do assunto não faltam, basta procurarem fora das fontes de aquariofilia e nas fontes de biologia marinha e ecologia, e por favor tirem a cabeça da areia

e cheirem as cinzas, a questão dos recifes é bastante urgente e emergente, e dizer que não há problemas urgentes, ignorá-los só porque dá jeito, ou porque temos aquários de água salgada, é no fundo uma enorme desonestidade intelectual. E lembrem-se que os recifes são ecossistemas muito frageis, que quando destruidos, são virtualmente impossiveis de recuperar, bem mais dificeis de restabelecer que florestas das chuvas, e ou outros ecossistemas mais ricos.

 

E o facto de não haver a minima preocupação, nem muito menos o investimento em iniciativas de reprodução de animais dos recifes em cativeiro (mesmo que isso aumente ainda mais o preço das coisas, se é preciso para tornar o hobby sustentavel ecologicamente, então que seja), não ajuda nada a aquariofilia de agua salgada e o argumentos dos seus aficionados.

 

A meu ver, estou com os totózinhos do Seashepherd na questão da aquariofilia de água salgada.

 

Quanto ao artigo de repudio que o Rolim postou, a meu ver não tem qualquer valor cientifico, pois vem de dentro do lobby aquariofilista, causador dos problemas. Se fosse um artigo independente de fontes da biologia ou ecologia provado por A+B ainda era capaz de o considerar, mas assim desta forma, não me venham com tretas. Esse artigo do menino dos aquários é chuver no molhado, e que garantias cientificas tenho eu de que ele fala a verdade, quando a maioria dos estudos cientificos da biologia marinha e da ecologia marinha apontam para uma situação premente, como ilustrado pelos maluquinhos da greenpeace?

 

Bem sei que os comunas do Greenpeace usam muito desinformação para passar a sua agenda, mas desta vez o artigo deles tem base cientifica...

 

E já agora Rolim, a aquariofilia não é um direito, é um privilégio, e não te vale a pena clamares o que quiseres, que nada irá acontecer. Usar e distorcer o que o artigo original diz só porque te dá jeito, mais não faz que te descreditar. Ninguém quer acabar com nada da aquariofilia, o que é falado no artigo é a regulação mais rigida e ou hipotética proibição da captura no Hawaii, não o fim da aquariofilia, sinceramente rapaz. Acabe-se no Hawaii, mas tens infelizmente, muitas outras fontes (onde não há qualquer regulação) destes animais. E porque falas como se não houvesse um problema real nos recifes a nivel global? Porque falas dos que falam do problema como attention-whores, ou como gente mal intencionada? Realmente o Greenpeace prima por uma agenda algo obtusa, e por vezes duvidosa, mas neste caso eles têm razao.

Editado por gervas
Publicado: (editado)

Concordo em absoluto com a tua posição Gervas.

 

Na vida a melhor posição é ser-se moderado. Viver num mundo de extremos apenas leva a isso, que se extremem posições e não se chegue a consenso.

 

Porém, quando toca à Natureza, temos de de ser extremistas. Ou agora ou nunca. Se pensarmos um bocadinho e refletirmos no modo como o planeta Terra se desenvolveu, e se refletirmos nas espécies que ele alberga, temos de ser radicais e extremistas na sua protecção. Podemos ser únicos em todo o vasto Universo, e estamos a destruir algo inquantificavelmente precioso. Por isso os comuna do Greenpeace só podem ser extremistas. Só assim conseguem fazer-se ver e ouvir num mundo de cegos e surdos.

 

Em muitos sítios no mundo, já se está lentamente a proteger, a criar zonas de reserva ambiental, e muitos animais estão (muito lentamente) a voltar às suas (limitadas) terras. Mas o mar continua a ser o parente pobre, é díficil protegê-lo e criar zonas onde o Homem não entre. Porque está muito ligado com este ser vivo tão destruidor que somos nós.

 

E quando essa destruição vem de dentro da aquariofilia...A água salgada é muito mais nefasta, porém, na água doce, só o facto de estarmos a comprar 15 Cardinais ou um Discu e os matarmos com um aqua mal ciclado, em ponto mais pequeno, e moralmente, também é mau.

 

E o Homem é estúpido ao ponto de não entender que ao proteger a Natureza se está a proteger a ele próprio.

Editado por Vasco Matos

Zog Li

 

''As coisas difíceis levam algum tempo a fazer. As impossíveis levam mais um bocado''

 

http://almadagua.blogspot.com/

Publicado:

Ainda alguem me tem que explicar porque raio o pessoal insiste em escrever Discu.... Discus não tem singular nem plural,é uma palavra latina, que é como a palavra Lapis. Da mesma forma que não se escreve Lapi, muito menos se pode escrever Discu. O Singular é Discus; e o é Plural Discus. Simples... Mais que podem escrever é Disco, ou Discus, agora Discu é um grande erro ortográfico... Ai esse portugues Vasco=P

Publicado:

o aquecimento global, poluição, e outros efeitos provocados directamente pelo Homem representam a destruição de uns...deixem cá ver... 99% dos recifes...

 

aquariofilia marinha deve representar uma coisa tão pequena no meio desses outros grandes problemas... enfim

 

e a apanha daqueles peixes em que é necessário meter redes até ao fundo do oceano e que depois essas redes são arrastadas arrancando tudo e mais alguma coisa? com isso não se preocupam....esses "pastores do mar" para mim não passam de uns senhores a quererem protagonismo

 

está mais que sabido que basta a água com mais 1-2ºC para destruir uma zona inteira de vida...

 

por outro lado considero a aquariofilia de água doce uns 90% auto-sustentável...hoje em dia conseguimos fazer criações de quase tudo e mais alguma coisa em maternidades e as plantas estamos constantemente a dar uns aos outros

 

 

ps: não que tenhamos culpa, porque temos! agora assim tanta culpa de ao ponto de sermos os principais causadores do desaparecimento de certas espécies de recife....

Publicado: (editado)
Ainda alguem me tem que explicar porque raio o pessoal insiste em escrever Discu.... Discus não tem singular nem plural,é uma palavra latina, que é como a palavra Lapis. Da mesma forma que não se escreve Lapi, muito menos se pode escrever Discu. O Singular é Discus; e o é Plural Discus. Simples... Mais que podem escrever é Disco, ou Discus, agora Discu é um grande erro ortográfico... Ai esse portugues Vasco=P

 

Pronto, ok Gervas...mea culpa.

 

Por mais que goste de aquários, não estejamos a tapar o sol com a peneira. A aquariofilia de água salgada não é sustentavel, e é um problema ecologico. Deveria por este motivo ser das duas uma, ou proibida, ou regulada, a captura de especies de água salgada.

 

"sustentável" leva acento..."ecológico" leva acento..."espécies" leva acento! E também "egoístas", e "científico", e "português", e "lápis". Epá porque é que o pessoal não mete acentos? Parecem o Saramago! Ai esse Português Gervas! he he ;):)

 

E Pedrovsky, obviamente que a aquariofilia de água salgada não é o maior problema que os oceanos enfrentam. Mas é um problema, e não importa a percentagem. E mais grave é, quando as pessoas que o causam são supostamente amantes dos oceanos e da sua beleza, tanto que querem ter um pedaço em casa.

Editado por Vasco Matos

Zog Li

 

''As coisas difíceis levam algum tempo a fazer. As impossíveis levam mais um bocado''

 

http://almadagua.blogspot.com/

Publicado:

Como seria de esperar, as reacções vão começar a chegar. Infelizmente, não estamos livres de ver imagens como a que aparece nesta página:

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...arine-aquariums

na sequencia de, em Janeiro de 2010, terem encontrado dois sacos cheios de peixes de recife mortos num total de 610 de onde se destacam os 550 “Yellow Tangs”. E os peixes foram “sabiamente” expostos de forma a causar o impacto que se pretendia. Qualquer um, por mais indiferente que seja a causa, fica chocado como eu fiquei.

 

Efectivamente «The facts are clear. Individuals in the aquarium industry have done inappropriate things in the past. Our past is not without faults. Of course, the exact same thing could be said about the snorkel and scuba industry.» retirado de :

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...se-killing-nemo

 

Por exemplo, em 2002, quando fiz snokeling nas Malvidas (Atoll Meeru – Hakuraa Club) observei uma quantidade de fundo marinho completamente branco (corais mortes) tendo sido explicado pelos nativos que era uma consequência do “El Niño”. E não de aquariofilistas. E eu nem sabia que o “El Niño” tinha provocado danos naquela zona do globo. Mas, em apenas uma semana vi pessoas quer de Portugal quer de Espanha a apanharem cavalos marinhos e conchas que deixaram secar para levar de recordação. E não eram aquariofilistas. Vi pessoas desajeitadas que faziam snorkeling pela primeira vez (tal como eu) a nadarem em cima dos poucos corais que havia e a parti-los quando engoliam agua e ficavam assustadas. Fartei-me de lhes dizer que se não sabiam fazer o melhor eram não nadarem sobre os corais mas ate se ofendiam com a advertência. E não eram aquariofilistas.

 

Em 2003, no Mar Vermelho, apesar do policiamento nas praias e pontos de mergulho voltei a ver pessoas a apanhar conchas vivas e não eram aquariofilistas. Desta vez, munido de informação do Canal Odisseia, fui avisando que nos mares de recife havia um “gastrópode”, o “conus geographicus” com uma concha muito bonita mas que era altamente mortal. Existem muitos estudos no sentido de aproveitar o veneno destes gastrópodes e penso que em particular do “conus magus” devido à hipótese de ser possível obter um fármaco não viciante 1000 vezes mais eficiente do que a morfina (e quem tem familiares ou amigos que morreram de cancro sabe o que isso será) com a grande vantagem de não ser viciante. Tal como eu tinha visto no programa do Odisseia e expliquei as pessoas, sendo um gastrópode movimenta-se de forma muito lenta mas tem uma espécie de arpão muito rápido que utiliza para apanhar as presas com um veneno extremamente eficiente, em segundos, para depois as comer. E, infelizmente, já são várias as referencias a mortes humanas em resultado de acidentes com “conus geographicus” e penso que mesmo com outros “conus”.

 

Pelo menos com isso deixei de ver as pessoas a mexerem nos “búzios”. No entanto, no hotel onde fiquei, o Minamark em Hurghada o bar/restaurante na praia privativa tinha um pequeno muro à volta de todo o espaço com cerca de 40 a 50cm de altura feito de coral morto e de rochas que habitualmente se usam nos aquários de recife como rocha viva. E os responsáveis do hotel não eram aquariofilistas.

 

Ainda no “Canal Odisseia”, vi uma vez um documentário sobre “coroas de espinhos”, uma terrível estrela do mar que está a dizimar grandes áreas de recife comendo os corais. Estas estrelas do mar, quando desovam fazem-no aos milhares ou milhões (não posso agora precisar) porque vão ser maioritariamente zooplankton que servirá de alimento para pequenos peixes e corais porque em meios muito pobres em phytoplankton só um pequeno número sobreviverá. A Austrália apostou em se tornar num dos maiores produtores mundiais de açúcar e o governo até deu incentivos para conquistarem nova terras para essa produção. Foram drenados pântanos, que filtravam nutrientes não os deixando chegar ao mar, para cultivar cana e passaram a utilizar fertilizantes que passaram a chegar aos cursos de água e consequentemente ao mar. Isto provocou um “boom” de algas nos recifes do norte da Austrália e consequente morte dos corais bem como proliferar de alimento para as “coroas de espinhos”. E então, estrelas-do-mar que desovam em grande número para garantir a continuidade da espécie em poucos anos passam a reproduzir de forma desmesurada dando origem a uma praga de comedores de corais que se está a tornar num problema na Austrália. E os agricultores que produzem cana-de-açúcar não são aquariofilistas. Noutro programa, não sei se no Odisseia ou no National Geography HD, falavam sobre a apanha de tubarões por causa das barbatanas e do seu uso para alimentação “requintada” bem como nas consequências. Todos sabemos que os tubarões são, maioritariamente, carnívoros e que se alimentam de peixes incluindo peixes papagaio que se alimentam de corais. Se diminuírem o número de tubarões mais peixes papagaio vão sobreviver dando origem a um desequilíbrio ecológico e consequente aumento de predadores sobre o recife a destruir os corais. E os caçadores de tubarões não são aquariofilistas.

 

Já ouvi falar, embora não tenha confirmado localmente que em certas regiões, devido a falta de pedra, são utilizadas rochas dos recifes, carregadas de corais, para substituir as pedras na construção de muros e deram-me como exemplo o aeroporto internacional de Male (Maldivas) e muitas construções nas Filipinas. E em nenhum destes casos, a serem verdade, estamos perante aquariofilistas.

 

Também um amigo meu que esteve no México, penso que no “Bahia Prince Coba” foi fazer snorkeling e estava a admirar uma zona de recife, com corais e peixes, envolvida por uma corda para não ser trespassada quando debaixo de água começou a ouvir um barulho estranho e poeira a ser levantada. Olhou de lado e viu turistas com calçado de borracha que tinham passado pela corda e andavam na zona protegida a fotografar peixes que se escondiam no interior passando eles, os turistas, por cima dos corais e partindo tudo. E estes turistas não tinham, claramente segundo o meu amigo, aspecto de aquariofilistas.

 

Não sejamos hipócritas. Já há por esse mundo fora montes de “coral farms” que abastecem o mercado embora ainda não no todo como seria desejável. O impacto da aquariofilia de recife nos recifes, presentemente, deve ser mínimo comparado com todas as outras causas naturais e principalmente humanas. E estamos no começo.

 

Eu não gostaria de ver este tópico transformado numa “guerra” entre pessoal de água doce e pessoal dos recifes. Eu não sei nada de água doce mas penso que 40 ou 50 anos atrás, possivelmente os peixes de agua doce também eram retirados directamente na natureza. Talvez então não houvesse tanta riqueza ou riqueza mais bem distribuída e por isso a aquariofilia fosse um luxo pelo que haveria menos consumidores. E mesmo assim ainda hoje há muita pesca, legas e ilegal, por exemplo no Amazonas, para a aquariofilia. E atenção que me parece que o poderoso lobby do comércio associado à aquariofilia não permitirá qualquer tipo de proibição nesta área mas se, por remota hipótese, “eles” vierem a conseguir uma importante vitória nesta batalha de aquariofilia de recife, o passo seguinte, na guerra “deles”, será seguramente os aquários de água doce porque ainda há muitos animais a serem retirados da natureza.

 

A aquariofilia de recife representa o ganha-pão de muitas populações na Ásia. Não me parece correcto a criação de “coral-farms” como pretendem os holandeses, em alternativa à apanha nos recifes.

Para quem gosta de Orquídeas tanto como eu e gosta de saber mais já percebeu que muitas das que compramos vindas da Holanda não são nativas de lá e sim ali desenvolvidas. O mesmo se passa com as famosas Tulipas, que muitos logo associam à Holanda. Não foram os primeiros a cultivá-las mas no final do século XVI começaram a importar e a produzir em grande quantidade tornando-se na referência mundial que hoje são quanto às Tulipas. Agora o governo holandês está a incentivar a criação de projectos de propagação de corais em estufa com vista à conquista de uma importante quota de mercado mundial no comércio da aquariofilia de recife. Quem sabe, se tal como aconteceu coma s Tulipas, não podem vir a dominar o mercado mundial. Mais informação aqui:

 

http://www.coralmagazine-us.com/content/du...s-coral-farming

 

Penso que deveria passar por educar as populações locais e financiar ai a construção das coral-farms e fazer a respectiva cultura e exportação para o ocidente de corais e peixes exclusivamente destas quintas e não dos recifes. Como por exemplo esta na Papua Nova Guine (PNG):

http://www.coralmagazine-us.com/content/pn...als-coming-fall

 

Bom, parece que o tema está a “aquecer” e a despertar consciências o que será muito bom. E muita coisa poderemos aprender com esta discussão. Certamente que iremos continuar mas por agora tenho que sair deixando para mais tarde a abordagem de outras questões com esta matéria relacionada.

 

Sendo assim, aqui ficam mais algumas respostas ao Senhor Robert Wintner, conhecido em Kona (Hawaii) como "Snorkle Bob":

 

"Dark Hobby" Response: We Must Not Sit Idle

por Dr Michael Tlusty

New England Aquarium

e Dr Andrew Rhyne

New England Aquarium/Roger Williams University

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...st-not-sit-idle

 

"Dark Hobby Response": A Shot Across Our Bow Should Wake Up Aquarium Industry

por Chris Buerner, President, Quality Marine Los Angeles, California

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...uarium-industry

 

Dark Hobby Response: Snorkle Bob is the Anti-Christ

por Michael Del Prete, CEO Aqua Craft Products®, Hayward, California

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...bob-anti-christ

 

"Dark Hobby" Response: Remembering the Biology of Whales and Reef Fishes

por Neale Monks, Ph.D.

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...and-reef-fishes

 

Dark Hobby Response: Killing Nemo?

por Matt Pedersen

Duluth, Minnesota

http://www.coralmagazine-us.com/content/da...se-killing-nemo

 

Cumprimentos

Rolim

Publicado: (editado)

Arenques vermelhos também eu consigo dar....

Embora os teus argumentos sejam até certo ponto validos, estás a fugir ao cerne de toda a questão. Falas das quintas(somos portugueses, não ingleses, por isso não falemos em farms) de criação de coral, sim elas existem. Mas o problema até nem está nos corais, sim estão a sofrer ataques, o problema está no geral do ecossistema, está na rede que está sobre ataque de todos os lados, a Rede de peixes, invertebrados, e plancton. Lá Atrás falou-se dos peixes, e não do coral. O coral pode ser cultivado, no entanto as larvas em suspensão na água permitem até certo ponto a recuperação a longo termo de um recife em termos de corais. No entanto a colheita de peixe e em especial a pesca com dinamite/captura com arsénio e ou cianeto, causa a morte/deplecção de stocks inteiros, alevins, juvenis e adultos, que é bem mais dificil de recuperar, pois assim que uma população morre, lá se vai o fundo genético, e por vezes a população local.

Mas pronto, usar arenques vermelhos dá jeito quando se está a tentar mudar um tópico para algo que a gente quer...

 

E isto não se trata de uma guerra de Doce contra Salgada, mas sim o apontar de dedo ás práticas e coisas erradas na aquariofilia salgada, o que interessa se se tem salgado ou doce. Se está errado tanto faz que seja um de salgados ou de doces a falar, errado é errado, fim da história.

 

Quanto ás tuas alegações de eles virem atrás do comercio de água doce? Epah, que venham, já está na hora de ser controlado, regulamentado, e em certas especies proibido de todo, seja os discos, sejam os monster fish, sejam os altums, os cardinais ou o que raio queiras apanhar no meio selvagem. No entanto não podes comparar honestamente a Aquariofilia de Agua Doce com a de Agua Salgada, são fundamentalmente diferentes, e ao passo que a maioria dos especimens de salgados vêm dos recifes selvagens, a esmagadora maioria dos exemplares dos Doces provém de aquacultura, pois são neste momento mais baratos do que exemplares selvagens. E mesmo que cortassem a entrada de selvagens doces, podes ter a certeza que não iria causar grande impacto ao aquariofilo.

 

E já agora porque é que só linkas url's do Coral Magazine? Que tal ires buscar coisas á NGC? Ou á Fundação Costeau? Ou outras fontes mais idóneas? É que não é por nada mas a Coral Magazine não é exactamente o que eu chamo de uma fonte idónea... Eles propagandeiam o que lhes dá jeito para manter o negócio deles e não têm que se preocupar com o escrutínio cientifico que as fontes cientificas têm que se preocupar...

 

Temos um problema nos corais proveniente da acção humana realmente, como tu dizes muito bem, no entanto, o comercio da aquariofilia só está a exacerbar ainda mais o problema, através das técnicas de captura utilizadas, nomeadamente a utilização de cianeto de sódio para anestesiar os peixes de forma a permitir uma mais fácil captura. O Cianeto de Sódio MATA Tudo, coral, plancton, invertebrados, peixes, tudo! E tudo por meia dúzia de Tangs, ou que outra espécies qualquer que eles queiram capturar!

 

Podes defender o que quiseres e o quanto quiseres a Aquariofilia de Salgados, mas não podes ignorar que é um Problema, mesmo que te custe aceitar, ou que te custasse uma possível interdição do comercio de salgados....

 

Que tal leres?

 

http://www.wri.org/publication/reefs-at-risk/cyanide-fishing

http://www.oppapers.com/essays/Cyanide-Fishing/180830

http://www.nationalgeographic.com/features...reef/reef3.html

http://www.starfish.ch/reef/conservation.html

http://animals.howstuffworks.com/marine-li...f.htm/printable

http://www.eoearth.org/article/Coral_degra...shing_practices

 

E se estiveres com pachorra de ler algo não directamente ligado á aquariofilia mas sim á biologia marinha e á ecologia que são fundamentadas em conhecimento cientifico comprovado e aceite pela ciencia dá uma espreitadela em:

http://datamanagement.reefcheck.org/factsh...isplay=moreinfo (uma vasta biblioteca acerca do assunto)

 

Posso não ter salgados, nem achar piada a esta vertente da aquariofilia, mas nada me impede de saber do assunto de um ponto de vista da Biologia (que afinal de contas é o que mais conta), e ser um amante da vida marinha.

 

Não te iludas no entanto, não sou afiliado á Greenpeace, nem á WWF, nem ao Seashepherd, muito pelo contrário sou dos primeiros detractores destas organizações manipulativas e insidiosas, mas não posso deixar de ver que há um problema gravissimo nos nossos recifes, sejam eles de água fria ou de água quente. Há um problema enorme, e a saúde da maioria dos corais está muito em baixo, seja o branqueamento do recife, a morte por poluentes, a destruição com dinamite, o assassínio com cianeto e arsénio, e a captura indiscriminada para alimentar o comércio, o problema existe, e tem que ser controlado, e debelado. Se isso significa o fim da aquariofilia de salgados e doce como as conhecemos, penso que é um preço justo, para a manutenção do fundo genético, e biodiversidade do planeta. Afinal de contas não quero que os meus filhos e netos, cresçam num mundo onde o recifes/biodiversidade, que nos foram deixados pelos nossos avós, mais não sejam que imagens num ecrã, ou prisioneiros num aquário subdimensionado, quero que eles possam também observar esta espantosa obra da evolução em liberdade que é onde deve ser vista.

 

Para mim defender um hobby disruptivo só porque o pratico não é direcção correcta, pessoalmente se está mal há que se apontar o dedo, mesmo que isso me doa a mim próprio, mas não me posso esquecer que antes de aquariofilo, sou um amante da natureza, e que dou muito mais importancia ás questões de conservação do que ao meu comodismo egoista que puxa para a aquariofilia, e não por esta postura de tapar o sol com a peneira e mencionar somente artigos da area do lobby que interessa á aquariofilia... A posição desses senhoras na Coral Magazine é basicamente a mesma dos defensores da maior mentira do Seculo XX e XXI: o Aquecimento Global Antropogénico, que renegam catedraticamente todos os estudos que possam trazer duvida sobre a mentira que defendem, dando facadas atrás de facadas no dialogo cientifico(algo tão importante para o progresso do conhecimento), sem olhar sequer para os estudos fundamentados que indicam uma origem bem mais verdadeira do aquecimento.

Mas pronto cada um lê e acredita no que quer...

 

E já agora, somos Portugueses! Deixem de usar anglicanismos a torto e a direito... É recife e não Reef, é Mergulho e não snorkling,

Editado por gervas
Publicado:
A aquariofilia de recife representa o ganha-pão de muitas populações na Ásia. Não me parece correcto a criação de “coral-farms” como pretendem os holandeses, em alternativa à apanha nos recifes.

Parece que tem muito mais valor para qualquer aquariofilista, seres que venham da Natureza, do que seres provenientes de criação humana... O ideal seria arranjar novas formas de subsistência para essas famílias asiáticas, serem criadas muitos e muitos mais "viveiros de coral", serem protegidas largas áreas de espaço marítimo onde o Homem nem pudesse cheirar,tudo num esforço articulado de vários países. Mas como é da Natureza que falamos (só a coisa mais importante que temos no planeta), as reacções são muito lentas. Só no limiar da (própria) extinção o Homem se preocupará.

 

O que fizeste entender na tua intervenção, é a de que a aquariofilia marinha não causa o mínimo impacto às populações marítimas, e isso é falso. Causa impacto. O turismo, a pesca, a poluição, etc, obviamente, e nem é preciso pensar muito, causarão muito mais dano que a aquariofilia, lógico, se olharmos para meia dúzia de números.

 

Porém, a aquariofilia está neste momento a contribuir (também) para o declínio dos mares. Cada vez mais a Natureza desperta interesse, e nos países consumistas há cada vez mais aquariofilistas. Por isso, devem ser criadas regras, para ontem.

 

Aqui não se trata de saber quem prejudica mais, a aquariofilia de água doce ou salgada, porque apesar de não se compararem, (basta ver toda a biologia e o todo que envolve os dois tipos de aquariofilia), ambas fazem mais mal que bem, quando deviam fazer o contrário. Eu como aquariofilista de água doce, fico envergonhado por saber que a aquariofilia num modo geral pode representar o perigo de uma e uma só espécie, quanto mais de muitas espécies.

Zog Li

 

''As coisas difíceis levam algum tempo a fazer. As impossíveis levam mais um bocado''

 

http://almadagua.blogspot.com/

Publicado:

Olá Vasco Matos. Já vi que estou a levar “porrada” de meia noite do pessoal da agua doce mas a seu tempo tudo será esclarecido. E acho que escolheram a pessoa errada mas como disse, a seu tempos será esclarecido. Agora só gostaria de pedir para que não andem a fazer escolhas selectivas do que eu escrevo para depois deturparem completamente o sentido do que foi escrito. Pelo menos tenham o cuidado de ler com atenção TUDO o que escrevi assim como eu tenho feito com o que vocês escrevem.

 

Repara no teu “Quote” «A aquariofilia de recife representa o ganha-pão de muitas populações na Ásia. Não me parece correcto a criação de “coral-farms” como pretendem os holandeses, em alternativa à apanha nos recifes»

 

De onde parece que eu sou defensor de que os asiáticos, por razões económicas, possam apanhar indiscriminadamente peixes no recife para vender no Ocidente.

 

Devias ter lido também isto e faze-lo constar na citação

Penso que deveria passar por educar as populações locais e financiar ai a construção das coral-farms e fazer a respectiva cultura e exportação para o ocidente de corais e peixes exclusivamente destas quintas e não dos recifes. Como por exemplo esta na Papua Nova Guine (PNG):

http://www.coralmagazine-us.com/content/pn...als-coming-fall

 

Neste momento, em aquariofilia de recife, temos um problema “grave” que resulta de um aumento de riqueza generalizado com muita falta de informação e de formação que está a progredir muito rapidamente. Faz muitos anos que a aquariofilia de água doce funcionava tal e qual como funciona hoje a aquariofilia de recife. Infelizmente os recifes não podem esperar nesta época em que tudo evolui tão acelaradamente e por isso ou se acaba de vez com a aquariofilia de recife ou se faz evoluir rapidamente os mecanismos de controlo e as alternativas. E atenção que quando digo que os recifes não podem esperar e pondero que se acabe com a aquariofilia de recife será mais para salvaguardar o pessoal da aquariofilia porque proibindo-a iremos testemunhar que os recifes acabam na mesma, por acção humana, mas sem intervenção do pessoal da aquariofilia.

 

Os meus aquários estão cheios de corais que são frags de pessoal da aquariofilia de recife ou corais de pessoas que desistiram da aquariofilia de recife. Estou a remontar um aquário de 1,2m em casa dos meus pais já cheio de corais moles (todos de cativeiro) e com um carnagueijo ermita de patas azuis que me foi oferecido. Não tem peixes.

 

Tenho um outro aquário de 1,2m cheio de corais moles e apenas um único peixe, um “Cryptocentrus cinctus” que foi comprado a um Membro deste Fórum.

 

Depois tenho ainda um aquário de 1m com corais moles, duros e não fotossintéticos bem como gorgónias fotossintéticas e não fotossintéticas. Os corais foram todos comprados a Membros deste Fórum ou do www.coralfrags.org ou são frags de outros aquários meus. Quanto às gorgónias, das duas fotossintéticas uma foi comprada a um Membro do Fórum e a outra na Fitónia em Coimbra (não conheço a origem desta). Das duas não fotossintéticas foram compradas no passado domingo no FishPlanet e sei que a origem é TMC. Não gosto muito dos peixes da TMC mas reconheço que eles dão muito valor à certificação MAC e que os peixes em princípio não são selvagens ou são apanhados em zonas sobre controlo governamental e de ONGs. Quanto a corais e gorgonias são sempre que possível com origem em aquacultura ou marine-farms. Quanto a peixes neste aquário tenho outro peixe igual ao anterior a este comprado numa loja, um “Pterapogon kauderni” comprado a um Membro quando desistiu, e ainda um “Acreichthys tomentosus” comprado a um Membro que desistiu recentemente do aquário.

 

Depois tenho um aquário de 70x60x60cm com alguns corais moles já criados lá em casa e dois duros comprados a Membros do Fórum. Quanto a peixes, tem um “Pterapogon kauderni” comprado também a um Membro do Fórum e três Ocellaris sendo que dois são bastante antigos e penso que comprados no FishPlanet e o terceiro faz parte de um casal comprado a um Membro em que um deles infelizmente não resistiu à perseguição dos outros e depois de entrar no aquário não o consegui retirar nem vivo nem morto. O outro membro do casal foi tolerado pelos dois existentes.

 

Ainda em Coimbra tenho um aquário de 2m cheio de corais e com três tridacnas (todas compradas a Membros do Fórum) e com um “paracanthurus hepatus” comprado o ano passado na AquaDecor (ExpoBatalha), um “paracanthurus hepatus” e um “zebrasoma flavescens” comprados a um Membro quando desistiu da aquariofilia e ainda um “Acreichthys tomentosus” comprado a um membro que desistiu no inicio do ano e um “Chaetodermis penicilligerus” comprado ao Membro que me vendeu o peixe folha que esta no aquário de 1m (como já havia um igual neste de 2m folha foi para o de 1m para não acontecer o mesmo que aconteceu com os palhaços). Por fim tenho um “labroide dimidiatus”, com origem TMC, para ajudar na manutenção dos cirurgiões e comprado no FishPlanet. Este ultimo poderá ser o mais discutível por haver quem defenda que sendo peixes limpadores não devem ser retirados do recife e que nos aquários morrem em seguida por falta de aliemento.

 

Na Damaia a minha esposa tem um AquaMedic Percula 90 com um “paracanthurus hepatus” comprado no FishPlanet em Junho de 2003 (não sei qual a origem nem se tinha MAC na altura), três Ocelalris dos quais penso que apenas um foi comprado em loja, um “zebrasoma flavescens” comprado a um Membro que desistiu e vendeu tudo para comprar um barco e a quem compramos também um “Gobiodon atrangulatus” que está também nesse aquário e tem ainda um “amphiprion ephippium” comprado no FishPlanet. Por aqui se pode ver que tenho poucos peixes e sempre houve algum cuidado quanto ás origens ou foram comprados a Membros que se estavam a desfazer deles.

 

Quanto aos corais, desde início de 2003 que tenho corais e até hoje nunca vendi nenhum, o que não quer dizer que não venha acontecer em breve por que estou a ficar sem espaço nos aquários mas já ofereci vários corais e frags. Ao contrário de alguns que “abraçam” a aquariofilia de recife a pensar ganhar dinheiro (desenganem-se e nem iniciem se esse for o objectivo) tal nunca foi o meu objectivo e, se numa situação extrema de um recife que se perca por qualquer motivo, nos meus poucos e insignificantes corais estou disposto a ceder frags gratuitamente para reposição no recife. Bem sei que será um acto insignificante, com menos relevância do que uma gota de agua no Oceano mas se outros pensarem como eu podemos fazer a diferença. Aliás, o ser humano está a destruir os recifes, também com alguma (mas continuo a defender que pequena) participação do pessoal da aquariofilia mas quem sabe se num futuro próximo não vão ser os grandes aquários públicos e empresas como a TMC que vão poder usar frags para recuperar recifes perdidos.

 

Quanto aos mecanismos de defesa do recife, o importante será sensibilizar as pessoas para comprarem apenas peixes criados dentro de uma politica sustentável para o recife. Por exemplo exigindo o certificado MAC sempre que se compra um peixe.

http://www.aquariumcouncil.org/

Eu prefiro pagar um pouco mais mas ficar a conhecer com alguma segurança a origem do peixe.

E por vezes a diferença nem será assim tanta como se pode ver aqui:

http://www.liveaquaria.com/product/prod_di...2&pcatid=82

Com um Pterapogon kauderni com origem na Indonésia (estes peixes são endémicos da baia de Bangai) por 24,99USD

E aqui:

http://www.liveaquaria.com/product/prod_di...amp;pcatid=2672

com o mesmo peixe “Tank Bred” por apenas 29,99USD

 

Aliás, não compreendo porque há Membros a tentarem reprodução de Ocelalris quando deviam começar por este peixe. Eu, sem fazer nada de especial, em Maio de 2008 e Maio de 2009 tive criações destes peixes por serem os mais fáceis de reproduzir em cativeiro. Ao contraio de todos os outros, incluindo Ocelalris (e peixes palhaço em geral) que passam por uma fase larvar e de difícil alimentação estes Pterapogon kauderni apresentam um ponto fraco que será o ponto forte do pessoal que os queira reproduzir. A fase larvar é toda passada na boca do macho (incubação bocal) e quando saírem já são pequenos peixes que podem ser facilmente alimentados com rotiferos (uso os da TMC) ou “cyclop-eeze” em pó (http://www.cyclop-eeze.com/) que gosto muito quer para peixes quer para corais apesar de, segundo os entendidos, poluir muito a água pelo que convém ter um bom escumador. Infelizmente para o peixe, como não passa pela fase larvar e enquanto zooplankton seria disperso por uma grande área, devido ao tipo de reprodução está confinado apenas a Bay de Bangai. Para quem quiser iniciar a reprodução convém ter no aquário ouriços Diadema setosum ou outros de longos espinhos para, tal como acontece na natureza, aos peixes se protegerem no meio desses espinhos e não serem comidos por outros peixes, incluindo os pais. Devido a dolorosa picadela pela toxina que produzem há quem prefira fazer ouriços artificiais.

 

Por outro lado devemos ser conscientes e conhecedores do que fazemos. Por exemplo não cair na tentação de comprar por impulso peixes que podem ser atractivos mas que tenham origem duvidosa. Nas Philippines houve uma grande captura de Synchiropus splendidus exportados para o ocidente a baixo preço. Mesmo alguns de tamanho muito grande e vistosos eram baratos. Aqui convém ter muito cuidado e conhecer bem a origem e a sua forma de vida. Em princípio será selvagem e se assim for será de questionar a sua venda. Há muitos na natureza mas a quantidade apanhada por hora diminuiu drasticamente sem os asiáticos perceberem porquê embora se pense (quem estuda o fenómeno) que foi devido a reprodução. Se me disserem que vão comprar um grande para tentar a reprodução (quase impossível em aquário) eu aceito mas só pelo gozo de ter um belíssimo peixe eu sou contra. Um dos parâmetros que a fêmea utiliza para aceitar o macho está no tamanho (aqui o tamanho importa mesmo) e ao retirarem machos grandes da natureza estão a reduzir a reprodução dos peixes em estado selvagem por desinteresse das fêmeas. Situação grave que convém conhecer para contestar. De qualquer modo já há firmas a controlarem a apanha destes peixes e outros para evitar uma catástrofe. Mas infelizmente ainda há apanha ilegal e venda ilegal com a qual convém acabar não comprando.

 

Em Portugal, apesar do que dizem, haverá 3 ou 4 verdadeiros importadores o que facilita o controlo e deveria ser feito. Há muitos a fazer “transhiping” que consiste em aproveitar a compras de grandes empresas da Holanda e Inglaterra entre outras para depois receberem uma caixa ou duas de peixes vindas directamente da origem mas compradas por essas empresas e vendidas aos portugueses (que depois se dizem importadores directos) com um pequeno ganho para elas. Aqui, se os controlos falharem nesses países já tenho algum receio porque depois os peixes já podem, se essa for a opção, circular na Comunidade como mercadoria comunitária. Trabalhei um ano e meio na Alfandega e sei muito bem como isso poderá ser feito e sei que se faz. Quanto a Portugal tenho alguma segurança porque há um exagerado fundamentalismo que “joga” a favor do recife mas não sei como será nos outros países europeus.

 

É preciso falar muito e criar uma consciência entre o pessoal da aquariofilia de recife no sentido de obrigarem os comerciantes a praticar um comercio sustentável para o recife. Mas parem de bater no pessoal da aquariofilia de recife como se fossem os principais responsáveis pela perda dos recifes.

 

Quanto à reprodução de corais e peixes em cativeiro para o comércio também tem muito que se lhe diga. Será honesto ou não? Eu já discuti feio e forte com muito pessoal que nos acusa pela escravatura na América. Tretas… e não sou daqueles que apenas dizem que se não fossemos nós ainda hoje em África se caçava de arco e flecha e se vivia sem nada (quem sabe se não seriam mais felizes). O que eu contesto é que efectivamente no tempo dos Romanos praticávamos a escravatura no entanto Portugal nem existia. Na idade medieval foi-se ganhando algum respeito humano (um pouco por imposição da Igreja) embora nos feudos ainda se vivesse uma espécie de escravatura. Quando fomos para África não havia escravatura em Portugal e foram os próprios africanos quem nos impuseram a escravatura ao entregarem como moeda de troca vencidos de tribos rivais. Efectivamente devemos ser criticados por lhe ter ganho o gosto e por a termos promovido e consentido mas não fomos nós que a criamos e ela, numa fase inicial foi-nos imposta. Manter escravos em cativeiro a reproduzirem-se para se ter mais braços era claramente desonesto agravando a situação de desrespeito humano. Ao criarmos “fragários” sejam eles empresas ou particulares, não estaremos a fazer o mesmo? E se viermos a criar maternidades de peixes não será o mesmo? Ou será que a vida humana, na Natureza, tem mais valor do que os animais? Mas então o que dizer dos aviários, das suiniculturas e tudo o resto? Se formos por essa via vamos discutir muito, partir muita pedra e não vamos chegar a conclusão nenhuma…

 

Quanto à apanha por cianeto, francamente…, por favor, poupem-me. Se amanhã for tomar um café e encontrar um alemão vou-lhe chamar “nazi” pelo que fizeram à 50 anos quando possivelmente ainda nem era nascido? Sei que ainda existe o uso do cianeto para apanha mas julgo que será perfeitamente residual. Ninguém quer peixes comprados para morrer passado um par de semanas quando não havia quarentenas e comprávamos peixes acabados de chegar da Europa central que por sua vez ali tinham acabado de chegar da Ásia. Hoje, não ter cuidado quanto a origem e forma de captura poderá representar para o importador a perda de muito dinheiro durante a quarentena. Aconteceu muito e faz pouco tempo mas com as empresas ocidentais a instalarem-se na Ásia e a controlarem as compras de peixes e corais não me parece que vá ter futuro e possivelmente já será muito residual. Posso estar enganado mas custa-me a acreditar que ainda seja uma pratica assim tão frequente para o comércio de aquariofilia ocidental atendendo aos controlos que existem. Mas claro que ainda há dias vi um programa na televisão filmado no Bornéu em que os traficantes de madeiras exóticas desfilavam “vitoriosamente” sobre os troncos enquanto desciam um rio todo poluído pelos resíduos que ali despejavam nomeadamente com a limpeza das árvores. E até acenavam sem medo para a câmara de filmar. Haverá sempre malta a apanhar peixes com cianeto e a vende-los em Singapura e outros mercados asiáticos mas não me parece que estes consigam chegar a Europa. Corrijam-me se estiver enganado mas demonstrem-mo por favor.

 

Cumprimentos

Rolim

Publicado: (editado)
Manter escravos em cativeiro a reproduzirem-se para se ter mais braços era claramente desonesto agravando a situação de desrespeito humano. Ao criarmos “fragários” sejam eles empresas ou particulares, não estaremos a fazer o mesmo? E se viermos a criar maternidades de peixes não será o mesmo? Ou será que a vida humana, na Natureza, tem mais valor do que os animais? Mas então o que dizer dos aviários, das suiniculturas e tudo o resto? Se formos por essa via vamos discutir muito, partir muita pedra e não vamos chegar a conclusão nenhuma…

 

Em primeiro lugar quero dizer-te que nada do eu digo é pessoalmente contra ti Rolim, às vezes uso um tom +- agressivo, mas acredita, é para manter o interesse, desde que não nos desrespeitemos, e isso nunca fiz aqui no fórum.

 

Quanto ao quote que seleccionei, penso que é muito diferente, muito mas muito. Não podemos comparar escravos com peixes. Podemos é comparar uma coisa: o que será mais imoral, retirar um peixe ou coral da Natureza, destruindo sucessivamente o seu habitat, para ir viver entre 4 paredes de vidro por tempo limitado, ou construir mais viveiros, de modo a que estes forneçam os nossos caprichos enquanto aquariofilistas, não estragando o habitat natural desses seres? Acho que é lógica a resposta. O fim da aquariofilia de água salgada é algo que não vai acontecer, por isso mais vale não destruir algo tão precioso como os habitats marinhos. Isso nem se coloca em questão...

 

Já disse isto muitas vezes aqui: também se praticam verdadeiros atentados na água doce. Altuns e Discus que são retirados da Natureza para irem servir os caprichos de um qualquer aquariofilista inexperiente, que acabam intoxicados com a amónia de um aqua mal ciclado, outros que escaparam à Amónia mas que vivem em 200 Litros de água, e muitas outras espécies que vivem fora do rigor que temos necessariamente de manter enquanto aquariofilistas:

Limpeza, Espaço, Interacção,Alimentação. Limpeza e Ph da água ; Espaço que vá de encontro à Fauna e não ao espaço que temos na sala ; Interacção com individuos do mesmo habitat ; Alimentação variada.

Editado por Vasco Matos

Zog Li

 

''As coisas difíceis levam algum tempo a fazer. As impossíveis levam mais um bocado''

 

http://almadagua.blogspot.com/

Publicado:

não esquecer que a criação de ornamentais marinhos, não só corais mas também peixes e vários invertebrados, já é uma realidade, e em expansão, é também uma industria que ainda está em fase de aprendizagem em relação a muitos ornamentais. (de várias espécies de camarões, existe em portugal um bom exemplo, que abastece muita da europa)

 

não esquecer que existem restrições à colecta de ornamentais marinhos e quotas definidas internacionalmente.

 

não esquecer que a captura com cianeto é proibida. há quem o faça ilegalmente, mas roubar também é proibido e continuam a existir ladrões, não vamos é culpar quem tem carteiras.

 

não esquecer que a captura com cianeto afinal não anestesia apenas o animal, em muitos dos casos condena-o a uma morte lenta, e por isso para um aquariofilista um animal capturado com cianeto é indesejado.

 

 

no entanto todos os impactos contam e há ainda muita asneira a ser feita, muita gente sem escrupulos, muitas pessoas que compram peixes mas não sabem o que estão a fazer, enfim, muita coisa a melhorar.

 

não esquecer também:

 

"In the end we will conserve only what we love; we will love only what we understand; and we will understand only what we are taught." (Baba Dioum, 1968.)

Posted ImageTantas plantas, tantos peixes, tantas possibilidades... tão poucos aquários! - Me