Recommended Posts

Publicado

Boas.

Nao sei o que se passa com a funçao pesquisar do forum, mas eu tento pesquisar e nao encontro nada relacionado com a doença do buraco.

O meu escalar tem um buraquinho na cabeça e eu ja vi fotos da doença do buraco e pareceu-me igual ao eu escalar, so que nao consegui ver nenhum parasita, eu quero fazer o tratamento, mas nao me lembro muito bem como é, se é com flagyl ou com outra coisa. Se for com flagyl e da mesma maneira como para os flagelados intestinais????

All the pretty things are going to hell!!!

Publicado:

A doença do buraco ,tradução do inglês " hole in the head disease " não é uma doença mas sim uma manifestação clínica ( quando muito poderiamos chamar síndrome ) do stress crónico a que os peixes ,nomeadamente ciclídeos ( especialmente Discus e outros sulamericanos )e anabantídeos ( especialmente Gouramis) sejam sujeitos .

Na água salgada a doença equivalente chama-se erosão da cabeça e da linha lateral e é frequente nos acanturídeis ( peixes cirugião )

Este " stress crónico " pode ser provocado por :

- má nutriçaõ ( nomeadamento carências de algas/minerais )

- sobrepopulação

-má qualidade da água

- parasitismo intestinal ,nomeadamente flagelados intestinais como o Hexamita e Spironucleus ( espoliam nutrientes e provocam má absorção intestinal )

- infecções bacterianas crónicas

- carência de vit. C ( no caso dos peixes marinhos )

 

Por este motivo quando queremos tratar esta "doença" devemos intervir de modo a controlar todas estas causas e não apenas em tratar o Hexamita.

Devo também referir que o princípio activo metronidazol é comum ao Flagyl , ao Octozin , e geralmente a vários medicamentos para peixes de aquário indicados para Hexamita.

Ña minha opinião o sal , bem como o betadine e as sulfamidas não

têm qualquer interesse no tratamento desta " doença ".

A dose do metronidazol na comida é de 1% logo 1 gr ( 4 comprimidos de flagyl )por 100 gr de comida.

O Flagyl não é inactivado pela luz como por exemplo a tetraciclina . Esta sim decompõe-se e pode mesmo tornar-se perigosa .

De facto a sua actividade ( concentração terapeutica eficaz ) não ultrapassa as 24 horas, tal como a maioria dos antibioticos ,devendo para tal ser renovada diariamente , idealmente mudando 30% da água entre tratamentos .A mudança de água serve para melhorar a qualidade da água , e diluir possiveis restos de metabolitos do medicamento e do seu excipiente .

Muitos casos quer em água doce quer em água salgada curam-se simplesmente melhorando a qualidade da água e da nutrição .

" Os buracos " resultam de feridas abertas por falta de imunidade local e défice de cicatrização e de substancias ( carentes na alimentação, espoliadas por parasitas ou não absorvidas devido á inflamação da parede intestinal )necessárias para essa cicatrização , e nãopor uma qualquer acção "escavadora " de parasitas flagelados .

 

Cumprimentos

Rui

PS : fiz uma citação de mim mesmo duma resposta anterior a um tópico igual