Miguel Figueiredo

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Tudo publicado por Miguel Figueiredo

  1. Viva, Como não podes transportar água na bagagem de mão, os peixes estão fora de causa. Podes transportá-los na bagagem de porão. Não estou muito certo de que as normas inglesas o permitam mas a verdade é que já por diversas vezes recebi peixes de inglaterra, quer trazidos pessoalmente quer enviados por correio (avião). Da Holanda, de França e da Alemanha eu próprio tenho trazido peixes na bagagem de porão sem nenhum problema. Miguel
  2. Bom, a mim parece-se realmente uma Spathiphyllum. Dá uma uma vista de olhos a: http://www.google.com/images?hl=en&sugexp=ldymls&xhr=t&q=spathiphyllum&cp=13&qe=U3BhdGhpcGh5bGx1bQ&qesig=wh2wLtrz58TIu-M5YedyrA&pkc=AFgZ2tlQwb2L6y2Rd4FTcn2XXngwDO3LPN6NszrSBt3MbR49eh4-JASNv03Upu3ktuzA3RGT28kQJXP8WeZP2p1wUn5ebJ2oDQ&bav=on.2,or.r_gc.r_pw.&um=1&ie=UTF-8&source=og&sa=N&tab=wi&biw=969&bih=658 Não é isto que tens no aquário? Miguel
  3. Viva, O fundo e a gruta estão muito decorativos. Atenção às plantas - nas primeiras imagens, aparecem três espécies que não são aquáticas e que irão morrer, embora possam durar meses: A da esquerda: Acorus gramineus A do meio (com flor): Spathiphyllum E a da direita, provavelmente uma Dracena Já as elodeas, as cabombas e as Anubias são aquáticas. Miguel
  4. Viva, O musgo de java irá desenvolver-se, desde que tenhas um minimo de luz, mas sempre a um ritmo muito moderado. Evita a invasão de algas - ou acabarão por sufocar o musgo. Para crescer um pouco mais depressa aumenta luz mas mantendo as algas sob controle (o que nem sempre é possivel). Tens mais informação em: http://www.aquamoss.net/How-To-Grow-Aquatic-Moss.htm Miguel
  5. Água, plantas e mais nada. Abaixo as bombas. Dá uma vista de olhos a http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showtopic=163101 Miguel
  6. Vê a secção de ciclideos na lista de peixes que aguentam o inverno em Portugal: http://www.aquariofilia.net/forum/index.ph...=0&p=983028 O melhor adaptado ao frio será certamente o meriodionalis mas também estou a ter boas experiencias com o Cichlasoma pusillum : mantenho sem problemas dois casais no exterior vai fazer três anos - o problema é que se reproduzem mais tarde que os meridionalis, já mesmo no verão, quando o lago já está completamente CHEIO de meriodionalis pequenos. Este ano vou experimentar, pela primeira vez, os gymnogenis, como são provenientes dos mesmos locais, devem aguentar o frio pelo menos tão bem como os meriodionalis, espero... Miguel
  7. António, Espectacular filtro. O nome desse substrato é "leca" e é precisamente o que também uso nos filtros. Miguel
  8. João, Certamente funcionaria, o problema são os peixes devoradores de plantas: os ciclideos. Miguel
  9. Consegues elevar a temperatura do lago alguns graus desde que tenhas espaço: Arranjas varios bidões de plástico de 50 ou mais litros, pintas-os de preto e coloca-os onde apanhem sol. Colocas uma bomba de 2 mil litros, ligada a um temporizador que só liga das 9:00 às 16:30, a fazer circular a àgua pelos bidões. Et voila! Por menos de 200 euros tens aquecimento praticamente gratuito. Podes, é claro, refinar um pouco o projecto: Com um interruptor de termostato (em vez de temporizador) dentro de um bidão, a ligar a bomba apenas se a temperatura estiver alta. Miguel
  10. Vai ficar giro, com plantas mas eu tentaria esconder mais a margem - o liner à vista não é estético. Consegues isso desta forma: Miguel
  11. Viva, Este artigo surge na sequencia de uma conversa que ontem tive com um aquariofilista sobre a utilização de plantas como filtro. Então lembrei-me de uma experiencia que fiz há alguns anos atrás: a utilização de filtros de plantas em substituição dos tradicionais. Curiosamente, descobri que o número zero da Revista Bioaquária, onde a experiencia foi descrita, ainda está disponível para download gratuito: http://www.bioaquaria.pt/home/index.php?op...3&Itemid=29 A experiencia decorreu num aquário de 240 litros, bem povoado de ciclideos, sendo um terço do aquário usado como filtro. Uma vez o aquário estabilizado, os nitratos aumentavam ainda, cerca de 10 ppm por semana mas era possível mantê-los controlados com uma mudança quinzenal de água. Quizenalmente retirei também cerca de 2 quilos de plantas bem escorridas, mantendo o assim o filtro "em produção". Ao ser extraida, esta biomassa vegetal retirava do aquário diversos elementos adicionados sobre a forma de comida: o azoto, o potássio, o fósforo, etc. O aquário funcionou durante um ano e os peixes deram-se muito bem, reproduzindo-se com frequencia. Comprovei assim que podemos usar plantas como filtros, altamente eficazes, cujo material residual são simplesmente mais plantas, para distribuirmos a outros aquariofilistas. Isto alarga as nossas opções de filtragem: Quando planeamos um aquário não temos necessariamente que pensar em sistemas de filtragem mecânicos, em vez disso, podemos considerar zonas densas de vegetação, integradas no aquário se isso for possivel, ou separadas deste, quando os peixes são comedores de plantas ou quando queremos ter espaço para eles nadarem. Um filtro de plantas, numa sump, pode ser mais eficiente que um filtro tradicional e será muito mais decorativo. De facto, o filtro pode tornar-se um componente visualmente muito atraente e mesmo... didáctico. As vantagens: É um pouco mais económico, quer na adquisição quer na mantenção, não gastando materiais filtrantes E muito mais decorativo, tornando-se, por si mesmo, um espaço aquático interessante Desvantagens: Precisa de regularidade na manutenção Ocupa espaço, ou no próprio aquário ou fora do aquário Exige iluminação média, oito a doze horas por dia. Miguel
  12. Parece-me uma sagitaria. Onde a encontraste? Tem algum cheiro intenso? Miguel
  13. Viva, Eventos como este são praticamente a única oportunidade que existe de vermos determinadas espécies ao vivo, em Portugal. E há realmente autenticas joias - para não falar daquele casal que passou a vida enrolado e a desovar, uma autentica pouca vergonha! E eu que levei minha filha de 11 anos... o que é que ela vai pensar? Tssss tssss, este mundo está perdido Mas falando mais a sério: Em eventos assim vêem-se sobretudo diamantes em bruto. Alguém já viu um diamante em bruto? Parece um bocado de vidro sujo. Os peixes nestas condições estão stressados e timidos (à excepção do referido casal, claro). E é essencial compreender o que se está a ver. Um geólogo saberá imediatamente reconhecer um diamante em bruto, naquilo que à primeira vista é um vidro sujo. Mas para os vulgares mortais como eu, uma visita guiada é, portanto, fundamental: assim ficamos saber as caracteristicas e história de cada especie, o biotipo, o local de origem, a estratégia reprodutiva e até quem cria a espécie em Portugal. Agradeço aos organizadores terem-me feito essa visita guiada. De facto, não é dificil, se há coisa que os aquariofilistas gostam é de falar sobre os seus peixes preferidos :D E há muitissimo para conhecer sobre estes peixes, desde construtores de ninhos de bolhas a incubadores bocais, a dessiminadores de ovos, ou a guardiães destes à maneira dos ciclideos, desde espécies que se julgavam extintas e que foram redescobertas, até peixes de montanha, de floresta, de estuário, africanos ou asiáticos, alguns dos quais quase desconhecidos e que apenas se encontram em ilhas remotas... etc. O truque é mesmo tentar compreender o que se está a ver e conseguir que alguém nos fale sobre esses peixes, como disse, não é dificil -- são o tema preferido dos entusiastas dos anabantideos, o maior problema, se calhar, é fazê-los calar depois Na minha opinião, foi um evento muitissimo interessante e espero que se continue a repetir por muitos anos. Miguel
  14. Pedro, Tens toda a razão, o local do país é importante. Vou tentar compilar essa informação. Miguel
  15. Ok, Já adicionei a referencia - em que zona do país foi? Miguel
  16. 1- Introdução Esta é terceira versão da lista que tenho publicado aqui nos últimos três anos: Peixes interessantes para aquários de água fria e lagos de jardim e que podem ser mantidos de inverno em Portugal, pelo menos em regiões de clima ameno. Continuarei a manter registo destas espécies, se alguém tiver experiencias que queira partilhar com peixes mantidos no exterior durante o inverno por favor responda ao tópico indicando: Espécie, zona do país, ano(s) em que foi mantida Opcionalmente, seria útil conhecer a profundidade e capacidade do lago. 2- Peixes que já existem na natureza em Portugal [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] É viviparo parecido com um guppy fêmea mas bastante agressivo. Está espalhado de norte a sul do país. Quando faz mais frio tem a estratégia de se enterrar no fundo ficando em estado de semi-hibernação. Chanchito (Australoheros facetum) Um bonito e interessante ciclideo americano, espalhado pelos rios e barragens a sul do Tejo mas que também se encontra em alguns lagos artificiais, incluindo o parque da cidade do Portoe o Campo Grande em Lisboa. Na ultima década o seu número tem decrescido bastante em Portugal devido à competição com a Perca do Sol. Perca do sol (Lepomis gibbosus) É um peixe muito bonito mas tornou-se praga terrivel em Portugal, estando espalhada por todo o país e fazendo decrescer ou desaparecer as populações de outros peixes. Achigã (Micropterus salmoides) Apenas para apreciadores de "monster fish". O Achigã é um dos peixes mais incriveis que eu já mantive, como uma boca GIGANTE e uma fome INESGOTÁVEL. Se pensa que o oscar é glutão, experimente manter um Achigã. À semelhança do oscar, o Achigã é esperto, reconhece o dono e pode ser treinado a saltar fora de água, para apanhar comida. O Achigã é certamente uma das especies mais fascinantes ao dispor do aquariofilista mas precisará de espaço (aquário com 600 litros ou lago com 5000 litros) e só pode ser mantido com outros peixes DUROS e que tenham mais de metade do seu tamanho, para assegurar que não lhe cabem na boca... Verdemã (Existem provavelmente 3 especies nos rios portugueses: Cobitis marrocana, Cobitis calderoni e Cobitis paludica) O verdemã é um detritivoro pacífico que ocupa um nicho ecológico semelhante aos dos corydoras. É uma excelente adição para lago ou para aquário. Pimpão (Existem 2 especies em Portugal: Carassius auratus, Carassius carassius) É o vulgar peixe vermelho de aquário, mas com coloração natural. Esgana-gata (Gasterosteus aculeatus) É um bonito peixe de aspecto pré-histórico e, com 3 espinhos na barbatana dorsal, não será facilmente ingerido por um gato... daí o seu nome. O esgana-gata é um peixe interessante porque constroi um ninho tubular com restos de plantas, muito parecido com o de um pássaro. Na construção utiliza uma cola produzida por uma glandula especial. Esta extraordinaria façanha levou a que o esgana-gata se tornasse num dos peixes mais estudados em laboratório. Caboz de água doce (Salaria Fluviatilis) É um interessante peixe que guarda ovos e crias à maneira dos ciclideos mas que é muito dificil de encontrar. O Aquário Vasco da Gama mantem e reproduz um grupo destes peixes. Fundulus heteroclitus É um killie adaptado a águas salgadas ou salobras mas que também aceita água doce, desde que seja dura. É um peixe cinzento escuro que apenas fica bonito na primavera, altura em que os machos ficam negros, de pintas brancas e barbatanas amarelas. Existe na Foz do Guadiana. Gobio gobio É um peixe discreto mas muito adaptável e que se dará bem na maior parte dos lagos. 3- Espécies "tropicais" de água fria 3.1- Killies Aphanius mento Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa) tem mantido a especie ao longo de vários anos Aphanius sophiae Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), ano 2000. Aphanius danfordii Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), 2007/2009 Aphanius iberus Ref: É uma espécie nativa da peninsula iberica, como o seu nome indica, embora não existindo em territorio português (que se saiba) Fundulus cingulatus Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 2000 e Alberto Gil: tem mantido a especie durante vários anos. Jordanella floridae Ref: Pedro Castelo, decada de 2000 e Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), desde 2008. Austrolebias nigripinnis Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 2000 Austrolebias alexandri Ref:Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 2000 3.2- Viviparos Heterandria formosa Ref:Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), desde 2007 Ameca spledens Não confirmado. Ref. Miguel Andrade, década de 2000 mas morreram no inverno de 2008/2009. Phalocerus caudomaculatus Ref:Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa) tem mantido a espécie no exterior, desde 2006. Xenotoca eiseni Ref. Miguel Andrade, 2009. 3.3- Ciclideos Gymnogeophagus meridionalis Ref. Alberto Gil, Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa) e outros têm mantido a especie desde 2004. Herichthys cyanoguttatus Não confirmado Rocio octofasciata (Jack Dempsey) Não confirmado Aequidens portalegrense Não confirmado Gymnogeophagus Rhabdotus Não confirmado Cichlasoma pusillum Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa) tem mantido a espécie desde 2008. 3.4- Barbos Barbus semifasciolatus (Barbo doirado) Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 90. Puntius conchonius (Barbo rosado) Ref: Alberto Gil, desde 2008 Puntius padamya "Odessa" Ref: Ricardo Fonseca, desde 2008 3.5-Anabantideos Macropodus opercularis (Peixe do paraiso) Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 90. Betta splendens Ref1: Carlos Couceiro, Inverno de 2008/2009 Ref2: Pedro Oliveira tentou-os manter um inverno mas morreram. 3.6-Peixes Arco-Iris Bedotia madagascariensis Não confirmado. Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), colocou peixes no exterior no principio de Fevereiro e sobreviveram. Inverno de 2005/0006. 3.7-Peixes-gato Corydoras paleatus Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa) década de 90. Brochis splendens Ref: Carlos Couceiro, inverno de 2008/2009. 3.8-Outros Danio rerio (Zebra) Não confirmado. Tanichthys albonubes (Neon chinês) Ref: Várias, incluindo Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 90 e Ricardo Fonseca desde 2008. Umbra krameri Ref: Miguel Figueiredo (Zona de Lisboa), década de 2000 e Alberto Gil que tem mantido esta especie durante vários anos. Gyrinocheilus aymonieri (CAE) Ref: ccdsantos Mogurnda adspersa Ref: Alberto Gil, década de 2000 Oryzias latipes Não confirmado. Miguel
  17. A respeito de coisas ilógicas, isso recorda-me algo que aconteceu com uns amigos espanhois do SEK (a associação espanhola de killies, da qual até sou sócio): Em espanha é ESTRITAMENTE proíbido manter killies nativos. Quem for apanhado na sua posse arrisca prisão. Graças a isso, os Aphanius iberus nunca aparecem nas convenções espanholas. Ora acontece que, numa região de Espanha, já não me recordo bem qual, talvez Murcia, uma obra de terraplanagem para construção de habitações iria destruir o único spot da zona onde existiam Aphanius iberus. Os killiófilos reclamaram junto das autorizades locais mas a resposta que obtiveram foi que "não se podia fazer nada", porque a obra era legal e estava a cumprir o projecto aprovado, o qual incluia o aterro do charco. Em desespero, os killiófilos pediram então autorização para apanhar o maior número possivel desses killies - a resposta que tiveram foi um rotundo NÃO -- porque capturar esses peixes era contra a lei! Tanto quanto sei, eles acabaram, às escondidas, por apanhar alguns. De qualquer modo, foi uma tarefa inglória porque dificilmente, com os poucos killies assim capturados, se conseguiria manter uma população viável. O local foi aterrado, desaparecendo o charco e com ele terminou a espécie Aphanius iberus na zona de Murcia. Eu pergunto-me, será que este tipo de legislação protege realmente a natureza? Parece ser uma legislação que não belisca interesses económicos e que se baseia na mais PURA das hipocrisas. Permite afirmar "vêm com nós protegemos as especies?" Enquanto que na prática o que existe são tretas - fingem desconhecer o que é realmente importante: Proteger os biótipos. Uma segunda historia: Vários aquariofistas europeus têm sido presos do Brasil (um dos sitios menos agradáveis do mundo para ser preso) devido a transportarem espécies vivas. De facto, no Brasil, uma simples licença de pesca permite transportar sem problemas peixes vivos, desde que se diga que é "para isco" (um truque usado por muitos aquariófilos brasileiros) mas ai de quem apanhe um peixe VIVO para manter! (Se o peixe estiver morto não tem problema). Os brasileiros criaram até um instituito para Inglês ver, chamado de "IBAMA", responsavel, entre outras coisas, pelas perseguições a quem se atreve a transportar peixinhos vivos para o aquário, em vez de estarem devidamente mortos, para a fritadeira:) até mesmo cientistas já têm sido detidos pelo IBAMA, por não terem os carimbos todos nos papeis... esses papeis, claro, demoram ETERNIDADES a obter. O curioso é que, quem apanhar meia-duzia de neons num riacho qualquer vai preso por cometer um terrivel crime ecológico, embora um único néon seja capaz de pôr mais de mil de ovos, possuindo uma capacidade de reposição populacional gigantesca: Poderiamos apanhar alguns milhares desses peixes sem afectarmos a população. Porém, nesse mesmo Brasil, um madeireiro pode, legalmente, arrasar centenas de hectares de floresta numa única semana. Acontece que a considerável fauna aquática destes rios depende da floresta - frutos, folhas, insectos, larvas, matéria vegetal, etc... uma parte significativa da cadeia alimentar provém da vegetação. Quando as árvores são cortadas o biótipo é destruido, os rios passam a suportar menos biomassa de peixes e a maior parte das espécies desaparece. Mas cortar florestas é algo que se pode legalmente fazer no Brasil, afinal contribui para a economia nacional... mas também destroi irreversivelmente todo um ecossistema. Mais uma vez o que existe é verdadeira hipocrisia, não é verdadeira politica ecológica. Mundo curioso este, no qual quem se importa realmente com as espécies tem que andar a fugir daqueles que oficialmente as protegem. Miguel
  18. É uma ideia interessante - podes então ver realmente o lago com parte da natureza, em que tu dás apenas uma ajudinha. Com plantas não tens problemas, Portugal está bem servido nessa área - temos MUITAS plantas aquáticas. Boa parte delas não se dão bem em aquário mas vão adorar o lago. Quando a animais... a lei está contra nós. É completamente proibido mantermos animais que sejam nativos. Ao que parece nem uma pulga podemos ter Esqueçam os leuciscus, os verdemâs, os cabozes de água doce, os esgana-gatas, etc, etc, etc... Ou seja, somos obrigados a manter um lago de jardim com especies exóticas, o que é perfeitamente disparatado. Poderiamos contribuir para criar novos habitats para espécies que, actualmente, estão ameaçadas sem que isso causasse impacto nas populações originais. Eu, por mim, apenas piso o risco numa espécie: Os alfaiates. Adoro aqueles insectos que andam por cima de água! Uma vez, já lá vão uns 3 anos, trouxe uns quantos e coloquei-os no lago. Desde então, todos os anos, me aparecem alfaiates pequeninhos. Se alguém se lembrar de me arranjar problemas por causa disso, posso sempre dizer que vieram a voar, à semelhança das libelinhas :D Quanto às restantes espécies, estou 100% legal - é tudo exótico... De facto, se fosse eu a mandar neste país, os lagos de jardim DEVERIAM OBRIGATORIAMENTE manter espécies autóctones ou pagaram uma taxa. E essa taxa iria para o fundo de conservação das espécies locais Há uma forma contornarmos a proibição de manter espécies locais... é ignorarmos as fronteiras riscadas no mapa pelo homem e pensarmos em termos de grandes regiões: da Peninsula Ibérica ou mesmo do Sul da Europa. Então já passamos a ter um conjunto de peixes muito interessantes que (felizmente?) não são nativos do nosso país. Por exemplo: os killifish (géneros Aphanius e Valencia) são extremamente interessantes e diversas espécies podem ser encontradas na Peninsula Ibérica e no sul da Europa, até à Turquia. Miguel
  19. Viva, As cadeias de lojas Maxmat, Aki e Leroy Merlin costumam ter tela. Em centros de jardinagem grandes também costuma haver. Tens que colocar primeiro qualquer coisa que proteja a tela - se tiveres uma alcatifa velha então é optimo, se não tiveres... terás que comprar também essa protecção, vende-se no mesmo sitio onde compras a tela. Miguel
  20. É possivel, se as meteres en aquário começas a ver os parasitas a sairem do anus. 1 comprimido para cada 50 litros, à noite, com a luz apagada, durante 3 dias seguidos. Miguel
  21. Pedro, nem se vê a água! É claro que o lago fica completamente anérobico. Até estou admirado como os peixes resistem. Eu tiraria as plantas flutuantes... e controlaria os nenufares. Se houver LUZ a chegar às vallisnerias não precisas de as proteger com vasos, pelo contrário, elas serão perfeitamente capazes de vencer os nénufares. De qualquer modo as tuas plantas marginais estão muito bonitas, vejo um inhame lá ao fundo mas que planta é aquela que dá uma flor violeta? É realmente bonita. Miguel
  22. Viva. Os chanchitos do lago do campo grande têm das piores infestações de parasitas intestinais que já vi. Nunca se esqueçam de lhes fazer um tratamento com flagyl, após a captura e antes de os juntarem a outros peixes. Miguel
  23. Pedro, Se tiveres muitas folhas de nenúfares estás a tapar a água à superficie. Não esqueças a regra de ouro, nunca deixar que as plantas flutuantes (neste caso, as folhas flutuantes) ocupem mais que 1/4 da superficie. O que precisas é alcatifar o fundo do lago com oxigenadoras. Atenção a esses nenufares, estão provavelmente a roubar a luz às plantas de fundo... O cheiro "a pantano" significa que tens pouca oxigenação no leito do lago - é o cheiro da matéria organica em meio anérobico. Um lago em equilibrio cheia a rio, não cheira a pantano. Tens pouca oxigenação porquê? Provavelmente porque não chega a luz ao fundo. Certamente não terás um manto de vallisnerias ou sagitarias? Abraço, Miguel
  24. Sim, isso são sintomas de falta de oxigenio. 500 l é um nano-lago, convém manter muito menos peixes que num aquário correspondente e ter uma grande superfície em contacto com o ar. De qualquer modo, é perfeitamente possivel seguirem-se princípios naturais em qualquer poça de água no exterior. Por mim, mantenho desde um lago de 15000 litros até nano-nano-lagos, com 70 litros (são simplesmente grandes vasos com água, plantas e pequenos peixes). As oxigenadoras são um dos componentes mais importantes: o fundo deve estar completamente coberto dessas plantas. Então podem-se observar inúmeras pequenas correntes de oxigénio a encaminharem-se para a superficie. Porém, deves sempre evitar que as flutuantes cubram mais que 1/4 da água... à medida que as flutuantes se espalham, o lago deixa de ter oxigénio e, se for completamente coberto, acaba por "morrer" (torna-se aneróbico). Sim, os níveis de oxigénio vão decrescendo durante a noite. Nesse periodo as plantas consomem oxigénio em vez de o produzirem e, embora os peixes à noite precisem de menos oxigénio, é importante que haver uma boa parte da superfície exposta ao ar. Em termos biológicos, é muito mais fácil conseguir um equilibrio em grandes espaços. Artificialmente é ao contrário, é muito fácil controlar pequenos espaços e passa a ser difícil (e dispendioso) controlar grandes espaços. Sim, esse é, para mim, o grande defeito dos lagos naturais: uma cascata fica realmente bonita, porém, se a usarmos, estaremos a matar o zooplanction livre a destruir a estratificação térmica. Há possiveis soluções para isso, mas nenhuma delas é satisfatória: Para manter a estratificação térmica, pode-se fazer a água circular num espaço mais pequeno: A bomba capta a água mesmo no final da cascata, evitando a circulação no lago. Esta técnica provavelmente não será aplicável na maior parte das situações mas pode ter sucesso em alguns casos. Em geral, é implementada criando um fundão onde cai a cascata (e onde está a entrada da bomba de água), seguido de um baixio para o resto do lago. Ou seja, implica que o lago tenha sido construido assim de raiz mas pode preservar uma boa parte da estratificação témica e do zooplancton. Elevar a água com bolhas de água de forma a ser "zooplancton-friendly". Este é um truque por vezes visto nos aquários de recife, para alimentação natural os corais. Nunca será uma solução muto eficiente mas talvez, em certos casos, possa ser viável. Há actualmente compressores poderosos no mercado, por preços acessiveis, serão provavelmente capazes de elevar milhares de litros, a algumas dezenas de cm de altura. Um óbvio beneficio é não ser necessária electricidade próxima do lago, basta passar uma tubagem para o ar, com muito menos requisitos de segurança. Contudo, em geral e infelizmente, as cascatas não serão compativeis com os lagos naturais. Miguel
  25. Se alguma coisa aprendi após mais de uma década de manutenção de lagos foi a NÃO USAR filtros. O pessoal, como tem experiencia nos aquários, fica com a ideia que os filtros são essenciais... Tenho visto esta situação repetir-se muitas vezes: O principiante começa por instalar um filtro e uma bomba que, embora sejam POTENTES em aquariofilia, são insignificantes para o volume do lago... Filtro e bombas passam então a vida a entupir, até que o aficionado se farta e os desliga de vez! Isto foi precisamente o que aconteceu no meu primeiro lago Vejamos, se usamos bombas de 1000 litros numa sump de um aquário de 120 litros deveriamos então, proporcionalmente, usar uma bomba de 100 000 litros num lago de 12 000 litros. De facto, como o lago é um sistema aberto, onde diariamente caiem folhas, pó, insectos, etc ., poderia até ser desejável uma bomba ainda mais potente, em especial se quisermos alimentar uma cascata realmente boa. Mas sejamos poupados e admitamos que uma bomba 10 vezes menos potente estará no limite mínimo do aceitável. Ora, uma bomba de 10000 a 20000 litros sai CARA e não apenas na compra: irá consumir centenas de watts, 24 horas por dia. Torna-se também necessária uma sump de dimensões correspondentes e materiais filtrantes. É ainda preciso não descurar a manutenção: É necessária a limpeza regular dos pré-filtros para que o caudal não caia drasticamente, uma operação que deve ser feita semanalmente. Finalmente, o próprio material filtrante deve ser limpo ou substituido, duas ou três vezes por ano. Mais tarde, descobre-se que mesmo uma filtragem de potencia razoável não evita as algas verdes unicelulares e a água torna-se numa sopa de ervilhas - obrigando a comprar mais equipamento dispendioso: um filtro UV. Após muito dinheiro gasto, após o esforço adicional de construção e após muito trabalho de manutenção o que é que se tem? Se o equipamento foi bem dimensionado e a manutenção está em dia, têm-se a água transparente. Mas não se tem uma boa carga de zooplanction livre (pequenos crustáceos, protozoarios e outros seres) porque as bombas matam-nos, quer mecanicamente quer através da radiação UV. Estamos a destruir um dos elos mais importantes na cadeia alimentar, útil no crescimento dos alevins e na alimentação dos peixes adultos, ao comerem crustaceos e larvas de insecto que por sua vez se alimentam do zooplancton. Não teremos também o importante benefício da extratificação térmica do lago porque as bombas, ao movimentarem a água, equalizam a temperatura: na prática, para os seus habitantes, o lago torna-se mais frio de inverno e mais quente de verão. Finalmente, não teremos um verdadeiro lago, ou seja, não criámos realmente o biótipo correspondente a uma pequena área alagada, comum na natureza e preferido por muitas espécies de animais e plantas. Aquilo que teremos é simplesmente um aquário ao ar livre. A alternativa é gastarmos menos dinheiro, com menos esforço de construção e com pouca manutenção: Um lago sem qualquer aparelho eléctrico, onde filtragem biológica é assegurada por uma grande biomassa de plantas, incluindo o fundo coberto por oxigenadoras, como elodeas e vallisnerias, além das plantas marginais e dos nenúfares. Neste caso, teremos que aceitar o seguinte: A água só ficará transparente de inverno, de verão estará sempre mais turva, devido ao normal aumento do fito e zooplanton, porém nunca se apresentará opaca ou "sopa de ervilhas". Se acha que pode viver com isso, instale REALMENTE um lago, assente em princípios naturais e esqueça tudo quando é filtragem artificial. Miguel