Miguel Figueiredo

Membro
  • #Conteúdo

    498
  • Registado Em

  • Última Visita

  • Days Won

    1
  • Country

    Portugal

Tudo publicado por Miguel Figueiredo

  1. Rapaziada, Aqui vão dicas práticas para Aquários do Malawi... são conceitos que tenho interiorizado por experiencia ao longo dos anos: 1- O aquário Tamanho minimo: 400 litros (cerca de 1.5 m), ideal 600 litros ou superior. Ok, em 240 litros (1.2 m) também se conseguem manter malawis, evitando misturar grupos (mbunas com haplocromideos), escolhendo peixes relativamente pequenos e não muito agressivos, etc, etc, etc. Mas o risco de hibridos aumenta exponencialmente e não haverá espaço para vermos muitos dos machos com a coloração dominante. E para quê limitarmo-nos a um ou outro grupo? O Malawi é sobretudo atraente por causa da sua extraordinaria biodiversidade. São mais de 600 especies de ciclideos e cada uma delas pode apresentar várias populações, às vezes dezenas delas. São milhares de peixes distintos... Só o Malawi tem mais especies de ciclideos que todo o continente americano, da Argentina aos Estados Unidos! Com 600 litros já poderemos, com algum cuidado, misturar grupos e ter uma melhor amostra do que é realmente o Lago Niassa. 2- A água Nada que químicos especiais para aumentar o pH, na maior parte das regiões do país. Por vezes as misturas de sais e as flutuações que resultam delas são mais stressantes para os peixes que viver numa água com parâmetros diferentes dos óptimos. Se tem PH acima de 7.4 então borrife-se para misturar sais especiais na água. O máximo que eu faço é, em grandes mudas de água (de 50%), misturo um pouco de sal para aquários de água salgada, na proporção de uma colher de sopa para cada 20 litros. Estas grandes mudanças de água só as faço duas ou três vezes por ano. Uso o mesmo procedimento para todos os meus aquários, não só nos do Malawi. É um preventivo para algumas doenças e os peixes apreciam. 3- A decoração Convém ter divisórias de rocha rodeando zonas de areão ("arenas"). Se mantivermos outros ciclideos além de mbunas os buracos entre as rochas devem ter saidas: Ou seja, um peixe quando se mete neles deve poder sair do outro lado. Não podemos portanto encostar todas as pedras à parede de fundo, temos sempre que deixar saidas. Morreram-me bastantes aulonocaras e mesmo venustus presos nas rochas antes de eu compreender que buracos sem saida eram armadilhas mortais. É algo que nunca me aconteceu com mbunas. As rochas devem rodear em "U" invertido as arenas de aerão (a parte aberta do "U" fica voltada para a frente do aquário). As arenas demarcadas entre as rochas são usadas pelos peixes para reclamarem territórios. As rochas devem ser altas o suficiente para criar barreiras visuais, impedindo as perseguições intermináveis. As pedras devem acentar sobre uma placa de esferovite no fundo do aquário (por dentro). Essa placa é depois coberta por areão. Cuidado com as derrocadas: acente as pedras umas sobre as outras de forma segura. Se queremos mesmo acentar a rocha B sobre a rocha A mas a rocha B fica instável então fazemos com o berbequim um furo em ambas as rochas no ponto de união, colocamos uma bucha rija untada de silicone e unimos as pedras. Deixamos a silicone secar durante 24 horas. Geralmente a silicone por sí só não resulta bem para segurar as pedras: apanha apenas uma camada superficial que acaba por descolar com o tempo. Fazendo buracos e usando buchas com silicone podemos criar estruturas perfeitamente seguras. As rochas podem pesar MUITO, mesmo com esferovite no fundo nada de exageros, o vidro pode estalar. Use as rochas sobretudo como parede, dividindo as arenas. Não faça uma acumulação interminável de calhaus. 4- As comidas Ervilhas cozidas são óptimas, espinafre cozido é óptimo, camarão cozido é óptimo, mexilhão cozido é bom. Convem que o alimento verde seja mais que o camarão ou mexilhão. Para que a comida não suje muito a água deve-se migar em grandes bocados: Eu primeiro carrego uma ou duas vezes no botão da picadora depois passo por água, num escoador de buracos relativamente largos. O que fica guardo no congelador para alimentar os adultos. O que passou volto a passar por água numa rede mais fina e também congelo, para alimentar os juvenis. Alterno dia sim dia não com granulado para ciclideos da Nutrafin. Às vezes acaba-se a comida congelada e passo dias e dias a alimentá-los apenas com granulado. Uso o granulado da Nutrafin há anos. Por vezes tenho experimentado outros. A ultima vez que o fiz morreram-me quatro ou cinco peixes. Moral da historia: se uma coisa funciona para si em aquariofilia então optimo, não mude. O granulado da Nutrafin tem o problema de inchar com a água. Em tempos molhava-o primeiro em água durante alguns minutos antes de o dar aos peixes. Há anos que me deixei disso. Vai como está, os incubadores bocais têm o habito de guardar esta comida no saco bocal e depois vão engolindo-a nas calmas. Pouco depois de os alimentar, todos peixes parecem ter ovos na boca, incluindo os machos. Só dou comer aos peixes uma vez por dia e sempre pouco. O Malawi é um habitat relativamente pobre em alimento, lá os peixes estão acostumados a comer pouco. Penso que a vida curta que alguns espécimens apresentam poderá estar relacionada com comida em excesso. No meu caso, os Malawi mais antigos que mantenho são um casal de Maylandia estherae com 5 anos e ainda em reprodução. 4- Os peixes O Lago Niassa é um mundo mas o nosso aquário nem por isso. I- A primeira preocupação deve ser que os peixes não se matem uns aos outros Não misturar espécies muito agressivas com espécies muito pouco agressivas. REcordo que o tamanho MÍNIMO de aquário que eu aconselho são 400 litros. Se tem muito mais espaço que isso então não se preocupe: a partir de 2.5 m e de 800 litros apenas há que evitar os predadores MUITO GRANDES. Por motivos óbvios. Espécies muito agressivas são geralmente os Melanochromis e alguns outros peixes de "formato desportivo", incluindo o grupo dos Pseudotropheus elongatus. (Nem todos, os ornatus não são muito agressivos). II- A segunda preocupação deve ser a de evitar hibridos - Não misturar peixes de populações diferentes da mesma especie: Por exemplo, um Maylandia zebra "Chilumba" com um Maylandia zebra "Nkhata Bay" - Não misturar peixes parecidos, por exemplo: Os Labeotropheus, incluindo o trewavasae e fuelleborni Peixes do complexo "zebra" Peixes do complexo "tropheops" Aulonocaras Muitos dos Copadichromis Etc. - Manter sempre um grupo para cada espécie, entre 5 e 8 elementos, com machos e fêmeas. Os machos devem ter espaço para criarem territórios. Se isso não acontecer retirar a especie (ou retirar uma das especies mais dominantes). III -A terceira preocupação deve ser a estética: conseguir um equilibro de cor. Acontece com frequencia um dado aquariofilista gostar sobretudo de peixes azuis e acabar por manter quase tudo azul: fryeri, azureus, Aulocanaras stuartgranti, demasoni e até mesmo as populações azuis de Labeotropheus trewavasae... Outros perferem os peixes listados e é um ver se te avias com Maylandia zebras, Cynotilapias e Pseudotropheus a montes. Outros ainda perferem os peixes amarelos... No meu caso tive um grave problema com peixes muito escuros, a tal ponto que parecia faltar a luz no aquário... tive que apostar em callainos, saulosi e outros peixes claros para repor o equilibrio mas ainda hoje mantenho um tom geral demasiado escuro. Para tornar o aquário esteticamente atractivo e interessante de observar convém assim escolhermos peixes diferenciados: em termos de cor, padrões, formato e mesmo comportamento (se tivermos espaço para isso). Há uma cor que é rara nos malawi: O vermelho. Podemos obtê-lo indo buscar uma espécie ao Victoria (muitos Haplochromis são vermelhos) ou podemos obtê-lo indo buscar uma espécie à áfrica ocidental: os peixes-joia. 5- A filtragem Quanto mais melhor. Os ciclideos do Malawi são peixes que precisam de MUITA filtragem, em especial de filtragem biológica. Há quem diga, com razão, que o sucesso em aquários do Malawi está dependente da filtragem. Arranje o melhor sistema de filtragem que puder pagar ou que conseguir fazer. 6- A manutenção Mudanças de água quinzenais: nunca mais de um quarto da água: Por vezes a água da torneira apresenta adictivos estranhos e, após uma mudança de água já me tem acontecido ter varias mortes, afectanto apenas uma ou duas especies. Mudando só um quarto da água estamos mais protegidos. 7- A temperatura Se queremos reproduzir ou fazer os peixes jovens crescer então 27-28 C, se queremos que os peixes durem mais que um ano ou dois então 23-24 C. Eu faço um ciclo de verão e outro de inverno. De verão a temperatura chega aos 27, mesmo sem aquecimento, de inverno fica-se pelos 21, mesmo com aquecimento. Os meus peixes praticamente não se reproduzem de inverno mas passam o verão inteiro com a boca cheia. Espero que estas dicas ajudem. Miguel
  2. Já agora, sobre os mbunas sobreviverem ou não ao inverno: Eu estou convencido que algumas espécies sobreviveriam, tanto mais que tenho mantido mbunas o inverno todo, dentro de casa, sem aquecimento. O próprio Ad Konnings sugeriu-me que os alguns ciclideos do Malawi poderiam aguentar o inverno no exterior, em lagos de jardim, desde que a temperatura não descesse abaixo dos 12 graus e normalmente andasse em 15 ou superior. De modo que, este inverno, vou deixar alguns mbuna no lago para ver se resistem. Quanto às tilapias... a maior parte delas sobrevive a tudo, incluindo ao frio. Daí que... NUNCA LIBERTEM TILAPIAS NA NATUREZA. Iriam acabar de destruir a pouca fauna nativa que ainda nos resta. A tilapia moçambicana não é das mais tolerantes ao frio mas mesmo assim passa o inverno dentro de casa sem dificuldade. Acredito que poderia muito bem viver no exterior. Miguel
  3. Bolas, agora é que este pessoal vai todo à pesca para o campo grande! Pela descrição eu apostaria em Tilapias Moçambicanas. Eram grandes, não? Miguel
  4. Fernando, Alguns especialistas não aconselham a misturar peixes de lagos diferentes. Dizem eles que assim os peixes não reconhecem os respectivos comportamentos originando lutas e mortes. Eu tenho duvidas sobre isso. Se colocares dois ou três tropheus eles andam sempre à pancada entre si, em especial se forem machos mas ignoram por completo os malawi (e vice-versa). Desde que coexistam bem, não me parece errado misturar peixes dos dois lagos, no fundo os biotipos dos lagos africanos, embora geograficamente separados, apresentam muitas similaridades. Se mantiveres peixes de lagos diferentes convém que a água tenha valores intermédios, digamos um pH de 8.4 e dureza a rondar os 14 gDh. Penso que em geral aquariofilistas apostam num determinado tipo de lago, como Tanganiyka ou Malawi mas não deixam de manter depois uma ou outra especie "outsider" e de que gostam particularmente. Por exemplo, os victorianos são "outsiders" frequentes em aquários do Malawi e mesmo do Tanganiyka. Eu, no meu aquário do Malawi, mantenho Juliochromis e Hemichromis. Os primeiros porque são habitantes das rochas muito tipicos e interessantes, os segundos para assistir ao espectaculo das ninhadas e pela sua tonalidade vermelha. Miguel
  5. Viva Nelson. Eu também não sou um especialista. E mesmo esses... enfim, enganam-se muitas vezes. Por exemplo, o Paul Loiselle e o Antam Lamboj, os dois maiores peritos mundiais em ciclideos da Africa Ocidental (o Dr. Loiselle foi quem descreveu o lifalili) divergiram viementemente na identificação dos Joias de Bijagós. Segundo Loiselle é um letourneuxi , segundo Lamboj é do um guttatus... Inicialmente pareceu-me que o Dr. Loiselle teria razão mas um ano depois, conhecendo bastante melhor o género Hemichromis, quase que aposto que Joias de Bijagós estão efectivamente no grupo dos guttatus tal como o indicado por Lamboj. Quando aos peixes da Filipa, na minha modesta opinião, parecem-me guttatus. Não acho que os peixes sejam muito vermelhos, pelo contrário, são-no menos até que os guttatus mais comuns. Estamos a falar destas fotos, certo? http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...pic.php?t=25643 Tanto quanto é do meu conhecimento, as importações do Congo, a terra dos lifalili, actualmente não existem. A serem selvagens os peixes vieram de regiões mais a norte, talvez da Nigéria, onde o guttatus é frequente. Miguel
  6. Fundamentalmente será o formato do corpo e da cabeça, os lifalili são mais curtos e arredondados, os guttatus são alongados, embora não tanto como os bimaculatus e outros hemichromis do mesmo tipo. A cor também é diferente, em teoria os lifalili são do vermelho mais gritante que existe em água doce, mas este não será um critério fiável, mesmo entre os lifalilis acredito que haverá populações diferentes no Congo e poderá mesmo aparecer algum polimorfismo dentro da mesma população. Miguel
  7. Pelas imagens eu diria que se trata de uma casal de guttatus. Bom, tenta isto: http://www.akvarieforum.no/images/fish/hem...lifalili_01.jpg Vai dar "not found", depois faz o "refresh" dessa pagina e em principio deve aparecer. Deixa cá ver se tenho imagens dos meus... ok, aqui vai um pequeno filme no "render da guarda" num dos meus casais de lifalili com filhos: http://208.17.150.221/apc/joias.wmv Se estão sozinhos com os pais deixa-os crescer no aquário. Se estão num comunitário com peixes predadores... então convém tirares metade das crias um ou dois dias depois de começarem a nadar. Recomendo que os alimentes com artémia recem-nascida no primeiro mês. A comida seca ou o baby-food causam muitas mortes. Neste momento só aproveito as criações de uma espécie: os Joias de Bijagós, com o objectivo de os espalhar no hobby. Além disso alguns ictiólogos têm-me vindo pedr amostas para análise (incluindo os que descreveram o lifalili e o guttatus). Grande parte das espécies de joias cruzam-se entre si, precisas de um aquário por espécie se quiseres aproveitar as ninhadas. O maior tem 1000 litros, o mais pequeno 100. Mas basta um aquário de 70 litros para reproduzires um casal de joias. Convém começares com 6 a 8 peixes. Quando os comprares escolhes os 4 mais pequenos e os 4 maiores. Se tudo correr bem entre os mais pequenos vais ter fêmeas e entre os maiores vais ter machos. Miguel
  8. Gostava de ver os pais, dado que actualmente mantenho 4 especies de peixes-joia diferentes e este é um género que me interessa. Geralmente o Hemichromis identificado como "lifalili" e importado como selvagem para a Europa nada tem que ver com o original lifalili do Congo e descrito por Paul Loisele. Tanto quanto sei ninguém importa actualmente do Congo. A provavel origem dos ditos "lilafili" selvagens será mais a norte, talvez a Nigéria ou o Gabão. Neste caso não serão obviamente lifalili mas uma outra espécie: "guttatus" ou aparentada. Como são os peixes? De que cor? Onde os adquiriste? O macho é parecido com a fêmea ou muito maior e de formato diferente? De que cor fica o macho? Roxo? Quantas pintas negras tem? Este é o verdadeiro lifalili, um dos peixes mais bonitos de água doce: Infelizmente a estirpe de lifalili que existe actualmente em cativeiro está muito enfraquecida pela consanguinidade e pela reprodução em massa Este é o guttatus - também um peixe muito bonito: Miguel
  9. Viva, São tudo peixes muito interessantes mas como O diesel diz são demasiados para 240 litros. Por outro lado penso que não será muito fácil os Lamprologus tretocephalus hibridizarem com sexfasciatus, se houverem machos e fêmeas de ambas as especies. Provavelmente os sexfasciatus iam-se reproduzir entre si mas os tretocephalus é outra história - são peixes dificeis de se decidirem. São também demasiado agressivos para apenas 240 litros. Acho ainda tens muita peixaria de fundo - deverias apostar em Cyprichromis para a altura média do aquário. Quando aos Lamprologus brichardi estarem batidos, certamente que estão e os daffodil também, de resto hoje em dia conheço mais pessoal a manter daffodil. E então? Será que um peixe perde o seu encanto inato só porque muitos aquariofilistas o mantêm? Na minha opinião, não. Bom mas eu sou daqueles que ainda mantem guppies e faz questão de continuar a manter. Miguel
  10. Domingos, É verdade, respondi sem ler o resto do thread. Mia culpa. Miguel
  11. Penso que a referência a nomes de lojas que vendem peixes pintados deveria não só ser permitida como também incentivada. A denuncia destas situações é a nossa única arma para evitar que ocorram. Miguel
  12. Vê lá se reconheces estes Miguel
  13. O chanchito come de tudo, não é esquisito. É dificil dizer qual o macho ou a fêmea. Geralmente num casal a fêmea é mais pequena. Fiz recentemente um pequeno filme sobre um par a defender uma postura: http://208.17.150.221/apc/chanchit.wmv Miguel
  14. Normalmente valas, lagos de pedreiras, etc. Eu pessoalmente nunca encontrei a gigantea em Portugal mas já me têm dito que por vezes aparece. Nunca achei o facto suficente digno de nota para pegar no carro e andar umas centenas de quilometros. Não é essa A Desejada - para encontrar a gigantea só preciso de ao jardim. A Desejada é a Spiralis Portuguesa. Miguel
  15. Este tópico vem na sequência de... Roteiro Português de locais Uteis para Aquariofilia Acho que realmente faz falta um livro assim, ou pelo menos um bom guia de campo. Eu bem que o gostaria de o ter já que ao longo dos anos venho partindo pedra em busca daquilo que está reportado existir no nosso país mas ninguem sabe exactamente onde. Já encontrei as 3 variedades de nenufares portugueses (flor amarela, branca e cor-de-rosa), já encontrei a C. demersum, várias especies de potonogeton, glossostigma, urticularia, diversos myriophillium, samolus, hydrocorine, musgo "fontenalis", ramulus, lemna, (A z o l l a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b], mais uma dezena de outras espécies mas falta-me uma que NUNCA consegui: - A Vallisneria spiralis nativa de Portugal De vez em quando dizem-me que este ou aquele rio, que esta ou aquela ribeira tem, mas nunca a consegui encontrar. ALGUÉM SABE ONDE ENCONTAR Vallisneria spiralis? Existem algumas zonas com vallisneria no nosso país mas não nativa: geralmente é a gigantea. É uma pena que tenhamos que povoar os nossos aquários e lagos de jardim com vallisnerias exóticas enquanto poderiamos manter uma genuina planta portuguesa. Corre o rumor que a vallisneria portuguesa é espiralada e particularmente bonita. Eu só acredito quando a vir mas a verdade é que a procuro há cerca de 12 anos, tenho seguido diversas pistas mas... népia Se alguém vir umas fitas verdes a abanar num ribeiro não deixe de me contactar Não, os cachecóis do sporting não contam Miguel
  16. Viva, Acabo de deparar com um peixe muito parecido em coloração no forum da apc: http://www.cichlidae.org/forum/viewtopic.php?t=282 O peixe é obviamente diferente mas o grupo "tropheops" é também dos que frequentemente apresenta este tipo de cor, com machos e femeas distintos em adulto. Miguel
  17. Acho que não devemos levar estes assuntos demasiado a sério... a tentativa de humor era exactamente para realçar isso. Falando um pouco mais a sério eu diria que... Para mim é incompreensivel que um aquário, supostamente algo que nos aproxima da natureza, seja povoado com coisas fabricadas em laboratório ou selecionadas a tal ponto que os peixes já nada têm a ver com o original. O que é que vocês pensam quando olham para o aquário? "Olha aqui está um excelente biótipo dos laboratórios de Singapura? " É evidente que a melhor decoração para um aquário destes será um montão de tubos de ensaio dentro de água. Acho que todos os aquariofilistas se sentem seduzidos pelo fascinio dos peixes e pela forma como estes trazem ao nosso conhecimentos a vida no meio aquático. Os papagaios, os peixes manipulados geneticamente, os peixes injectados com tinta e os peixes ultra-selecionados são a antitese disso. São uma grande mancha na janela para a natureza que um aquário pode ser. Miguel
  18. Claro que são VIÁVEIS, João. Vais com ele ali à Via Rápida da Costa e... Pimba! Bem no meio da faixa. Depois é só deixar os carros passarem. Vrrrrrrrrrummm! Ah, era um peixe papagaio? Então marcha a trás, Vrruuuum! Vrrrumm! Vrrrrum! São peixes ALTAMENTE viáveis. Mas num aquário... bolas é como meter lá dentro... a comida do MacDonalds. É que não há grande diferença, são ambos de plástico. Miguel
  19. LOL. Há algum tempo atrás dizia-me um conhecido especialista mundial em espécies do Malawi: As pessoas estão à espera que eu identifique todos os peixes e populações... mas existem mais de 800 espécies, algumas delas com dezenas de variantes locais. Muitos peixes são extremamente dificeis de distinguir, em particular as fêmeas, enquanto outros obrigam a um exame dental ou ósseo. Quanto às populações é ainda mais complicado porque podem existir peixes de coloração idêntica em populações distintas e peixes de coloração completamente diferente da mesma população. Dizia esse tal especialista, dotado de um excelente sentido de humor, que normalmente se safava dessas situações propondo-se a dissecar o peixe para tirar as dúvidas... Aquilo que te posso dizer sobre o peixe é que é um mbuna... e sem dúvida bem bonito. Já vi bastantes mbunas castanhos mas... existem inumeros. Enfim, no pior dos casos é um hibrido, embora não necessariamente. Se for algo parecido com saulosi (existem várias especies aparecidas) então ambos os peixes são machos. Se algum virar azul com riscas negras verticais... (o primeiro já apresenta riscas) então tens mesmo saulosi. Para maior detalhe só mesmo dissecando o peixe... Não nos esqueçamos daquilo que tem sido um dos principais conselhos da APC: Nunca compre um ciclídeo sem saber o que é e de onde vem. Sobretudo nada de Ciclideos Sortidos... É essencial ter pelo menos a especie identificada. Idealmente deve estar também a população e a proveniencia do lote. Por exemplo, se o lote vier de Singapora ou da Malásia... então provavelmente é bom... como alimento vivo para gato. Miguel
  20. Viva, Não existe nenhuma espécie chamada "Ctenopoma macul"... existem sim o Ctenopoma maculatum e o Ctenopoma caudomaculatum, actualmente designado de "Ctenopoma petherici". Penso que o maculatum não é porque este tem uma macha a meio do corpo. O Caudomaculatum tem a mancha na cauda... exactamente como o teu, portanto provavelmente terás um Ctenopoma petherici embora existam outros Ctenopomas com mancha na cauda. Onde foi que o compraste? Costumam ser peixes raros. Alguns ctenopomas fazem o espantoso malabarismo de andar fora de água com as guelras! Abrem as guelras e usam-nas como pezinhos para ir andando. Isto é mais comum nas espécies do leste africano. No ocidente bamboleiam-se - mas todas (as que conheço) conseguem andar fora de água. Miguel
  21. Viva, À coisa de 2 anos eu e um amigo estivemos QUASE a encomendar ciclideos e loricarideos e do Uruguai. O problema é que eram precisas grandes quantidades e os preços da carga a partir do Uruguai eram dos mais caros da América Latina. Por motivos económicos, acabámos por desistir. Estes peixes têm uma vantagem EXTRAORDINARIA - não precisam de aquecimento, podem ser mantidos em qualquer "banheira" com água na varanda ou em lagos de jardim. Esse meu amigo acabou por adquirir Geophagus meridionalis e Geophagus australis, tendo reproduzido ambas as espécies, o ano passado, em lagos de jardim. As criações foram distribuidas por outros aquariofilistas. É do meu conhecimento que vários destes aquariofilistas conseguiram por sua vez reproduzir os meridionalis em tanques no exterior e esta espécie aparenta estar a consolidar-se entre os ciclidófilos portuguesas, ou pelo menos entre aqueles que têm a possiblidade de manter tanques nas varandas ou nos jardins. Claro que todas as espécies do Uruguai, muitas das quais são muito bonitas e algumas das quais nem sequer estão descritas, se darão bem no clima de Portugal, desde que não seja nas regiões mais frias. Miguel
  22. Rui, Esse "+" significa que os vidros são colados entre si, mas já vêm assim de fábrica, certo? Ou seja, em teoria, podias pedir um vidro de qualquer espessura? Miguel
  23. Não posso deixar de notar que os corys se safaram... Os corys resistem a baixas concentrações de oxigénio dado que conseguem extrair oxigénio do ar, engolindo bolhas (por isso os vemos, de vez em quando, vir disparados à superficie). Miguel
  24. Geralmente não chega, em especial com mudanças de água regulares. Vai à farmácia ou ao hipermercado e compra bicarbonato de sódio, coloca uma colher de sopa para cada 100 litros. Cada vez que mudares a água deves colocar essa proporção na água nova. É assim, vais comprar os peixes pequenos... isto significa que nem sempre vais conseguir trios. Inicialmente poderás colocar maior numero de peixes, e depois eventualmente refazeres o povoamento à medida que os peixes crescem. Muitos destes peixes demoram de seis meses a um ano até ficarem adultos plenos. Eu retiraria o Demasoni e não apostaria apenas em mbunas...talvez um trio de azureus para substituir os Demasoni ou eventualmente aulonocaras. Outros mbuna de aspecto diferente e não demasiado agressivos, como os Labeotropheus trewavasae, dariam interesse ao aquário. Miguel
  25. Bom, vegetação não falta no Lago Malawi. Existem muitos biliões de toneladas de vallisneria... as zonas de areia próximas da costa apresentam frequentemente vastos tapetes de vallisneria. Mas esse não é o biótopo dos mbuna. Os mbuna habitam os fundos rochosos até mesmo junto às margens. Nestes locais apanham-se mbunas sem sequer molhar os pés, basta um simples camaroeiro de aquário... Nestas zonas, próximas da margem, são comuns os troncos de árvore, a tal ponto que até existe um mbuna, o Pseudotropheus acei, especializado em comer um certo tipo de algas que cresce apenas nos troncos. Troncos não são elementos estranhos num biótipo de mbunas especialmente os de águas pouco profundas, se não os mantemos no aquário é por um motivo simples: acidificam a água. Quanto a plantas... existem em grandes quantidades no lago mas ocupam os extensos fundos arenosos que não fazem o gosto dos mbuna. Porém, como os aquariofilistas do Malawi sabem, os mbuna ADORAM plantas, talvez porque se sintam mais seguros. O problema é conseguir que as plantas adorem mbunas. A maior parte são vegetarianos e acabam por mordiscar as plantas até destrui-las. Mesmo feto de java e anubias podem ficar numa triste figura ao fim de algum tempo. Eu tento sempre manter plantas com mbunas mas não é uma batalha fácil. Miguel