Viva,
Eu provavelmente pensaria que o peixe de "cativeiro" era afinal também selvagem... e uma forma do lojista ganhar mais umas massas.
Se tivesse a certeza que um era selvagem e outro de cativeiro (algo que é dificil de ter a certeza em Portugal)... então tudo dependeria das práticas de captura (algo de que eu também gostaria de poder ter a certeza).
Alguns recursos em espécies selvagens de água salgada são perfeitamente renováveis e podem constituir um recurso precioso em paises do terceiro mundo. É importante o modo de colecta, sem cianeto, a rede de mão e sem destruir o recife, são importantes quotas por espécie, controladas pelo CITES, além de periodos de interdição para garantir a renovação dos recursos.
Em vez de dar a ganhar dinheiro a um aquacultor da Florida ou de Inglaterra, eu posso preferir dar dinheiro a ganhar a um pescador timorense.
Tudo depende.
Proibir por completo a colecta de peixes ornamentais marinhos é um disparate tão grande como proibir a pesca do carapau em Portugal...
O ideal é haver bom senso, boa fundamentação científica e uma correcta monotorização por organismos internacionais.
Nestas condições, a colecta de espécies marinhas ornamentais pode ser uma actividade económica útil e que não afecta o ambiente.
Os peixes-palhaços são bons exemplos de espécies cuja colecta poderá ser permitida, implementando-se regras para evitar o excesso de capturas. Um Amphiprion percula, por exemplo tem um tempo mínimo de duplicação populacional inferior a 15 meses, melhor que muitos peixes de água doce. Uma anémona onde sejam apanhados estes peixes voltará rapidamente a ser povoada de palhaços.
Eu diria que a permissão de um mês de pesca com mergulho de garrafa e camaroeiro, de dois em dois anos, por zona de captura, com quotas máximas estabelecidas consoante a área e o tipo de recife, seria mais que suficiente para garantir um recurso permanentemente renovável, onde o impacto humano fosse perfeitamente insignificante.
A proibição pura e simples seria uma solução draconiana, desenquadrada das realidades. Seria uma excelente maneira de desenvolver o mercado negro, sem regras e prejudicando ainda mais os recifes.
Miguel