Tudo publicado por João Cotter
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É verdade! Eu devo ter sido o primeiro a lançar o alarmismo acusando as Berghias como culpadas do ataque a Montiporas. :D O Ricardo imediatamente me disse que dificilmente se tratava de Berghias mas sim de outra espécie de nudibrânquio. Quando o Ricardo observou alguns espécimes destes bichos que lhe levei, rapidamente comprovou não tratar-se de Berghias. Nada como um especialista no assunto para resolver a questão... Abraço
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Excelente!!! Quero ver este tanque no Reefcentral e já!!! Bora lá reunir as melhores fotos e enviar!
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Bem, cá entro eu outra vez. Percebi a tua lógica, mas a kalkwasser também eleva o nível de carbonatos, embora a um ritmo significativamente inferior que um reactor de cálcio, tal como é menos eficiente a elevar o cálcio. Depois dos meus problemas de precipitação de CaCO3 por ter os reactores de kalkwasser e de cálcio a funcionar em simultâneo, tive bastantes meses só com o reactor de cálcio. Ultimamente tenho tido o pH por volta de 7,95 (motivado pelo CO2 do reactor de cálcio e pelo aumento de CO2 atmosférico). Resolvi agora voltar a ligar o reactor de kalkwasser e utilizá-lo moderadamente, só para equilibrar mais o pH. O pH já anda em cerca de 8,15. Se voltar a precipitação acabo logo com a kalkwasser. Utilizar só a kalkwasser no meu aquário é que não faço porque tanto o Ca como o KH caiem por aí abaixo (não é só o KH que cai; caiem os 2 equilibradamente). A teoria (e muitos reefers) diz que kalk e reactor de cálcio podem ser utilizados em simultâneo, o reactor de cálcio para manutenção de Ca e KH e a kalk para compensar as descidas de pH provocadas pelo CO2 do reactor de cálcio. Acontece que no meu caso a mistura não deu muito bom resultado há uns tempos atrás. Abraços,
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Os Nossos Melhores «Cirurgiões» Fomos procurar os melhores cirurgiões, não aos hospitais e clínicas mas sim aos recifes e aquários de água salgada. Uma bela família de peixes que não deixa ninguém indiferente. Traços distintivos desta família A família dos Cirurgiões ou acanturídeos (Acanthuridae) encontra-se representada por pelo menos 72 espécies facilmente reconhecidas pelas lâminas (ou bisturis) que possuem na base da barbatana caudal. Em algumas espécies, estas lâminas projectam-se para fora quando necessário (no caso de disputas territoriais e para defesa) como se de facas de ponta e mola se tratassem; enquanto noutras espécies, as ditas lâminas são fixas. Outra característica distintiva é o formato do corpo que evidencia um perfil elevado, de forma oval e achatada. As escamas terminam geralmente numa pequena protuberância, dando uma sensação áspera ao toque. Apesar de não ocorrerem alterações significativas de cores entre a idade juvenil e adulta na maioria das espécies, existem algumas excepções, como o caso do Cirurgião Azul das Caraíbas (Acanthurus coeruleus), que passa por uma fase amarela quando juvenil. Embora as diferenças exteriores entre os sexos sejam, de uma forma geral, raras, é possível notar algum escurecimento das cores do macho durante o acasalamento. O tamanho também não é um indicador de confiança para determinação do sexo, já que nem sempre os machos são maiores do que as fêmeas. As espécies que compõem esta família encontram-se em todos os mares tropicais, principalmente em zonas de recife, se bem que algumas prefiram nadar em mar aberto. Com efeito, alguns Cirurgiões que habitam em mar alto chegam a atingir dimensões superiores a meio metro, porém, obviamente, essas não são espécies apropriadas para o aquário doméstico. Em termos gerais, os cirurgiões são peixes exigentes no que respeita à qualidade da água em comparação com muitas outras famílias de peixes marinhos tropicais, requerendo elevados níveis de oxigenação, pelo que há que ter este facto em consideração aquando da sua introdução num aquário. A origem do nome vulgar Cirurgião deve-se ao espinho existente na base da barbatana caudal, muitas vezes denominado de bisturi, utensílio utilizado pelos médicos-cirurgiões. Alimentação Uma questão importante a considerar é que praticamente todas as espécies de Cirurgiões são herbívoras, ou seja, ingerem fundamentalmente matéria vegetal, alimentando-se de algas no seu habitat natural. Em cativeiro, estes animais necessitam de ser alimentados várias vezes por dia caso haja um crescimento insuficiente de algas no aquário. De facto, os espécimes mais novos crescem muito rapidamente e morrerão à fome se não tiverem acesso a alimento com muita frequência. Apesar de não sobreviverem sem matéria vegetal, algumas das espécies em cativeiro aceitam de bom grado outro tipo de alimentos congelados, granulados ou mesmo em flocos. Comportamento Os Cirurgiões que geralmente possuímos nos nossos aquários domésticos vivem, no seu habitat natural, em cardumes nas zonas de recifes de coral. Contudo, no aquário, renunciam a esta tendência gregária e entram em disputas entre si, a não ser que disponham de um ambiente bastante espaçoso. Espécimes já estabelecidos geralmente não toleram novos peixes introduzidos no aquário, principalmente se forem da mesma família e pior ainda se forem da mesma espécie. Quanto maior a similaridade do tamanho do peixe introduzido, maior será a agressividade demonstrada. Espécimes jovens, cujos «bisturis» são, felizmente, menos perigosos que os dos adultos, desencadeiam movimentos ameaçadores contra recém-chegados, mas, geralmente, estas demonstrações são muito curtas e pouco perigosas. A fim de minorar os problemas de convivência, na medida do possível, os membros desta família devem ser introduzidos em simultâneo no aquário, evitando-se sempre repetir espécies ou colocar espécies de coloração e formato semelhantes. Todos os membros desta família são, de uma forma geral, susceptíveis aos parasitas dos pontos brancos - Oodinium e Cryptocaryon irritans - especialmente quando a água não tem a qualidade mais desejável. Infelizmente, os medicamentos à base de cobre que são utilizados para tratar tais infecções não são tolerados em aquários de recife, o que obriga a colocar estes peixes em aquários sem invertebrados para que possam ser devidamente tratados. Alguns equipamentos, tais como UV’s e ozonizadores, reduzem substancialmente a população destes parasitas que se encontram em suspensão no aquário, minorando assim os riscos de contaminação destes peixes. Diversidade de espécies Esta família contém alguns dos peixes mais populares e desejados pela maioria dos aquariofilistas de água salgada. As suas cores intensas e variadas, as suas formas e o seu comportamento tornam estes peixes bastante cobiçados e atraentes no aquário. Assim optámos por eleger algumas espécies como as mais adequadas ao aquário. Parte dos peixes que identificámos não coexistem pacificamente, a não ser que disponham de um ambiente de grandes dimensões, pelo que o leitor terá de fazer a sua própria selecção antes de pensar em adquirir algum espécimen. Alertamos ainda para o facto de que, sempre que é introduzido algum Cirurgião, o aquário deverá estar maturamente estabelecido e, de preferência, sem vestígios de nitratos e com um nível de oxigénio dissolvido de cerca de 6-7 ppm. A luz intensa é também um factor aconselhável. Zebrassoma flavescens É talvez o Cirurgião mais comummente encontrado em lojas de aquariofilia e aquários domésticos. Este peixe completamente amarelo atinge os 15cm num aquário de grandes dimensões. Sendo resistente aos parasitas que costumam atacar esta família, é comum a sua introdução em aquários de recife, muitas vezes para controlar o crescimento de algas. Paracanthurus hepatus Um peixe de um azul forte com marcas pretas e amarelas. Como é relativamente pequeno e pacífico, é possível manter esta espécie em pequenos cardumes, quando o espaço o permite. Naso lituratus Este peixe é capaz de atingir o respeitável tamanho de 25cm no aquário e, como tal, requer uma área espaçosa. Apesar do seu tamanho, é geralmente uma espécie pacífica. Os espécimes do Havai têm uma dorsal preta e os do Oceano Índico apresentam a dorsal cor-de-laranja. Acanthurus lineatus É um peixe relativamente fácil de manter e possui um padrão às riscas de tons garridos de amarelo, azul e preto. Mantenha apenas um espécimen por aquário ou, em alternativa, vários, mas nunca um par e desde que o aquário tenha dimensão para tal. É um apreciador de espaços rochosos e corais que lhe ofereçam algum abrigo. Acanthurus leucosternon Um peixe muito atraente e popular. Contudo, tenha em atenção que se não lhe forem dadas as condições ideais em termos da qualidade de água, espaço e correcta alimentação, estará constantemente sujeito aos parasitas dos pontos brancos. Outro facto a considerar é que deverá limitar-se a um espécimen destes por aquário e nunca dois, uma vez que combaterão ferozmente até que um ou ambos acabem por sucumbir. Acanthurus achilles É considerado por muitos um dos peixes mais bonitos dos oceanos. Tem o corpo negro acastanhado - quase preto - com um círculo laranja junto à base da cauda, disfarçando o seu «bisturi». Tem ainda uma faixa laranja na cauda e outra na base das barbatanas dorsal e anal. É um peixe curioso, já que estes espécimes ou se dão espantosamente bem em cativeiro ou morrem, o que lhes granjeou uma reputação algo injusta em termos de dificuldade. O segredo para o sucesso está em replicar o mais possível o seu habitat natural. O Acanthurus achilles vive na zona do recife onde a água é mais turbulenta, o que significa que necessita de águas ricas em oxigénio. Assim, é importante que o aquário disponha de uma elevada agitação da superfície da água. Por outro lado, deverá ser providenciada a este peixe uma alimentação rica em vegetais. Uma boa solução é a utilização de nori e outras algas, espinafre e brócolos. Como curiosidade, é de salientar que esta espécie no seu habitat natural alimenta-se de detritos e de algas. Acanthurus sohal Este elegante peixe é semelhante ao A. lineatus no que respeita à forma corporal. O padrão das suas riscas, o azul das suas extremidades e as marcas alaranjadas na zona dos espinhos conferem-lhe uma beleza rara. Mais uma vez recomenda-se apenas um indivíduo por aquário. Os espécimes mais jovens podem tornar-se um tanto conflituosos. Espécies eleitas para o iniciante: as espécies mais apropriadas para os iniciantes são o Zebrasoma flavescens e o Paracanthurus hepatus Compatibilidade com invertebrados Todas as espécies aqui apresentadas são apropriadas para aquários de recife. No entanto, há que ter em conta que as espécies mais susceptíveis aos parasitas Oodinium e Cryptocaryon irritans poderão vir a necessitar de tratamentos à base de cobre, tratamentos esses que são letais para invertebrados. Texto: João Cotter
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As relações entre o cálcio e a dureza em aquários de recife Este artigo faz parte de um conjunto de artigos dedicados ao mesmo tema, cujo objectivo é não só proporcionar aos membros um conhecimento geral sobre a importância do estabelecimento de um equilíbrio constante entre o cálcio e a dureza, mas também fornecer um conjunto de ferramentas que o tornem apto a manter este equilíbrio e a solucionar diferentes tipos de desequilíbrios iónicos que surgem com alguma frequência em aquários de recife e que podem resultar em consequências nefastas para os habitantes dos nossos recifes domésticos. A manutenção de níveis equilibrados de cálcio e dureza carbonatada A importância da dureza carbonatada Um erro muito comum no nosso hobby é o facto de monitorizarmos e ajustarmos constantemente o cálcio sem darmos muita importância aos níveis de dureza carbonatada (KH). Isto é, de certo modo, compreensível, dada a necessidade de cálcio num aquário, o que é especialmente óbvio em aquários com elevadas exigências de cálcio. O que não é tão óbvio é que a necessidade de se manterem níveis de dureza satisfatórios é um facto ainda mais importante e que existe uma interacção entre os níveis de cálcio e os de dureza, uma vez que ambos estão intimamente ligados. Poderá mesmo dizer-se que os níveis de dureza são mais críticos que os de cálcio, pois por muito bons que sejam os níveis de cálcio, com uma dureza baixa o processo de calcificação deixa de ter efeito num aquário, resultando na paragem de crescimento dos corais duros e das algas coralinas, entre outros, e podendo mesmo gerar-se a regressão e a morte destes seres. De forma a poderem crescer, os corais e outros organismos acumulam carbonato de cálcio nos seus esqueletos. Ao realizarem este processo, estão a retirar cálcio e dureza da água em que habitam, ou seja, estão a consumir estes elementos químicos presentes na água. Outros eventos podem ainda consumir ou precipitar a dureza carbonatada da água, tais como a libertação de iões H+ durante o processo de nitrificação, a adição excessiva de Kalkwasser em determinado momento provocando súbitos incrementos no pH, etc. Com níveis baixos de dureza, para além da incapacidade de fixação do carbonato de cálcio por parte dos corais, a água do aquário perde o “efeito tampão”, ou seja, a capacidade de manter o pH estável. Quando a dureza se encontra a níveis normais para água salgada, dificilmente o pH reage perante alterações no ambiente do aquário, como a iluminação, aumentos de nutrientes e adições de elementos ácidos. Se o “efeito tampão” desaparece, o pH tem tendência a grandes flutuações ao longo do dia, revelando-se, com frequência, quedas acentuadas, principalmente durante a noite. Os níveis ideais A água do mar tem um nível de cálcio de cerca de 380 mg/L e um nível de dureza entre 7 e 7,5º dKH. Estes níveis funcionam perfeitamente em aquários pouco exigentes, nos quais a quantidade de habitantes consumidores de cálcio é reduzida. Em aquários com animais que consomem cálcio e que têm um ritmo de crescimento elevado, tais como corais duros e determinados moluscos, é preferível manter níveis mais elevados de cálcio e dureza. Os efeitos de uma maior saturação destes elementos serão visíveis no crescimento, na coloração e na saúde geral destes espécimes. Também as algas coralinas tenderão a proliferar, cobrindo as rochas e dando um aspecto mais atraente ao aquário. Neste sentido, é preferível mantermos estes aquários com níveis de cálcio compreendidos entre 400 e 450 mg/L, sendo o limite máximo aceitável de 500 mg/L, a partir do qual seriam gerados efeitos negativos nos níveis de dureza. A dureza deverá ser mantida no intervalo de 8 a 12º dKH. Mudanças de água frequentes, por si só, são suficientes para manter níveis semelhantes aos da água do mar (dependendo dos níveis fornecidos pela mistura de sal em causa) em aquários de baixa e média exigência. Para que possamos elevar os níveis, ou mesmo manter os níveis da água salgada natural, em aquários de exigência elevada é fundamental adicionar estes elementos à água do aquário. Cálcio e Dureza – a partilha de uma relação inversa Infelizmente, temos de lidar com o facto de que os níveis de cálcio e dureza tendem a interagir inversamente, ou seja, aumentos de cálcio forçam descidas da dureza e vice-versa, mesmo que estas flutuações não sejam desejadas. Ao tentarmos incrementar o cálcio por si só, sem termos em conta a dureza, podemos estar a provocar um desequilíbrio em que os níveis de cálcio se tornam elevados e os de dureza baixos, pois um aumento exclusivo do cálcio gera uma precipitação da dureza carbonatada, advindo todos os efeitos adversos para os seres vivos já atrás realçados. De facto, níveis excessivos de cálcio (acima dos 550 mg/L) provocarão no imediato uma quebra acentuada da dureza. Por outro lado, se aumentarmos a dureza em exclusivo iremos estar a provocar uma precipitação dos níveis de cálcio. Neste sentido, num aquário equilibrado devemos sempre tentar manter os níveis de cálcio e dureza através de uma adição de suplementos de uma forma gradual e complementar. Elevar o cálcio e a dureza mantendo a relação de equilíbrio Eis algumas formas mais ou menos complexas de manter o cálcio e a dureza nos níveis desejados (tendo em conta que a relação entre estes dois elementos se encontra, à partida, já equilibrada no aquário): Adição de Kalkwasser – termo alemão que significa água calcária, tratando-se simplesmente de hidróxido de cálcio em pó misturado com água purificada através de sistemas de osmose inversa e/ou desionização e adicionado ao aquário ao ritmo da sua evaporação de água. É o método mais antigo, barato e vulgarizado para manter níveis de cálcio e dureza. A solução é rica em iões de cálcio e de hidróxido que neutralizam os ácidos responsáveis por quedas da dureza. Deverá ser introduzida no aquário muito lentamente e livre de partículas de pó visíveis em suspensão. Uma utilização repentina e descuidada de Kalkwasser provocará uma brusca subida do pH e consequente precipitação dos elementos que queremos aumentar no aquário, ou seja terá um efeito inverso ao objectivo da adição desta solução. Uma forma segura e simples de adicionar Kalkwasser é através de um reactor de Kalkwasser ligado a um sistema de osmoregulação ou a uma bomba de caudal muito lento, preferencialmente gota-a-gota. A eficácia da Kalkwasser irá depender do tipo de organismos que povoam o aquário e do seu ritmo de evaporação. Em determinados aquários, os níveis de exigência de cálcio e dureza poderão não ser satisfeitos exclusivamente pela adição de Kalkwasser. Nestes casos, os níveis de cálcio e dureza tenderão a cair, gerando-se um défice que deverá ser resolvido de forma complementar à utilização de Kalkwasser. A utilização de kalkwasser tem ainda a vantagem de precipitar fosfatos do aquário, o que contribui para uma menor propensão ao aparecimento de algas indesejáveis. Adição de suplementos que combinam duas partes – são suplementos líquidos constituídos por dois elementos separados (A e B) e que deverão ser adicionados ao aquário nas mesmas proporções. Um dos componentes fornece cálcio (na forma de cloreto de cálcio), magnésio e outros elementos, enquanto o outro componente é constituído por buffers (na forma de carbonatos e bicarbonatos). O primeiro elemento irá aumentar os níveis de cálcio e o segundo os níveis de dureza. Este tipo de produtos deverá ser adicionado sempre em proporções iguais e de acordo com as quantidades indicadas pelo fabricante, caso pretendamos repor de forma equilibrada os dois elementos químicos. Estes produtos funcionam bem e são muito fáceis de utilizar em aquários de exigência baixa e moderada. Contudo, em aquários de exigência elevada, acabam por se tornar pouco práticos e dispendiosos, dadas as quantidades necessárias para manter os níveis pretendidos. Alguns destes produtos à venda no nosso mercado: C-Balance da Two Little Fishies e Tech•CB da Kent Marine. Líquidos à base de carbonato de cálcio – tratam-se de produtos cujos fabricantes argumentam possuir uma capacidade de adicionar cálcio e dureza de uma forma equilibrada, por meio de uma só solução líquida. Contudo, esta solução consiste essencialmente em carbonato de cálcio. Ora, o carbonato de cálcio não é solúvel em águas alcalinas e, consequentemente, ao adicionar estes produtos ao aquário, o carbonato de cálcio vai-se depositar no fundo do aquário, rochas, vidros, etc. Algumas experiências efectuadas com estes produtos revelam inclusive pequenas descidas momentâneas do pH quando adicionados ao aquário de acordo com as instruções do fabricante. A utilização de kalkwasser revela-se bastante mais eficaz contribuindo com mais cálcio e dureza do que esta opção. Reactores de cálcio – trata-se de um equipamento constituído geralmente por um tubo cilíndrico contendo aragonite ou outro tipo de material arenoso rico em cálcio e outros elementos químicos indispensáveis ao processo de calcificação. A água é bombeada e circulada dentro da câmara onde se encontra a aragonite, enquanto bolhas de dióxido de carbono são injectadas lentamente para dentro desta. O dióxido de carbono cria um ambiente ácido dentro do reactor, ideal para dissolver a aragonite. Um pequeno fluxo de água proveniente do aquário é ainda injectado para dentro do reactor. O output do reactor deverá ser a libertação de regresso à sump (ou aquário) de um fluxo gota-a-gota rico em cálcio e com níveis de dureza que rondam os 30 a 40º dKH, dependendo do tipo de reactor e da regulação específica do dióxido de carbono e fluxo do output. Consoante o material utilizado dentro do reactor, existirá também uma libertação equilibrada para o aquário de outros elementos importantes no processo de calcificação, tais como o Estrôncio e o Magnésio. A água que sai do reactor tem normalmente um pH baixo. Por este motivo, alguns reactores utilizam ainda uma segunda câmara que aproveita este baixo pH para dissolver mais minerais (sem consumos adicionais de CO2), fazendo assim elevar o pH da solução que regressa ao aquário. Os reactores de cálcio são muito úteis em sistemas de elevadas exigências de calcificação pois, apesar de requererem algum ajustamento inicial, têm uma manutenção baixa e produzem um efluente rico e equilibrado de cálcio e dureza. Os parâmetros do aquário serão mantidos a níveis mais consistentes do que através de adições manuais diárias. A maior desvantagem será o montante de investimento inicial, embora a longo prazo acabe por se tornar menos dispendioso que outras soluções. Texto: João Cotter
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Importância da nutrição na prevenção e tratamento de doenças Hoje em dia sabemos que a eficácia do sistema imunitário depende, em grande parte, da nutrição. Podemos usar os melhores e mais sofisticados tratamentos mas, se o peixe não estiver bem nutrido, o seu sistema imunitário não poderá participar eficazmente na eliminação dos agentes causadores da doença. E sem a ajuda do sistema imunitário não há tratamento bem sucedido. Basta atentar no caso da SIDA. Para além disso, existem vitaminas, minerais e outras substâncias que são fornecidas através da dieta e que participam directa ou indirectamente no processo de reparação das lesões, ou que impedem a sua progressão. Sabemos ainda que na doença ou na convalescença a exigência calórica é maior, não só para combater as infecções, mas também para compensar o metabolismo aumentado decorrente do processo de reparação dos tecidos lesionados. Muitas vezes, os aquariofilistas alimentam mal os seus peixes, com receio de poluir a água, particularmente quando os peixes estão em tratamento. Estes receios não têm fundamento desde que se administre a comida uma (peixes adultos) a três (peixes jovens) vezes por dia, numa quantidade que os peixes ingiram em cerca de 10 minutos. A regra é: se os peixes têm apetite, alimente-os; se sobrar comida sifone os restos e reduza a quantidade na próxima refeição. Todos os restos deverão ser sifonados e as quantidades reajustadas em função do que os peixes comeram. Um bom sistema de filtragem e as trocas parciais de água assegurarão a qualidade da água. A variedade, incluindo a utilização de comida viva e/ou congelada suplementada sensatamente com vitaminas e imunoestimulantes, bem como a escolha de alimentos secos preparados (flocos, granulados e liofilizados) de alta qualidade e usados no prazo máximo de três meses depois de abertos, constituem a melhor forma de assegurar uma nutrição correcta. Existem substâncias imunoestimulantes, isto é, que potenciam a acção do sistema imunitário, e ainda substâncias que têm propriedades anti-parasitárias que podem ser adicionadas à comida sob a forma de suplementos ou incorporadas directamente nas rações pelos fabricantes. Vamos abordar em seguida alguns dos suplementos mais interessantes que podemos usar para ajudar a prevenir doenças nos nossos peixes: • Beta-glucana A ß-glucana é uma substância extraída da parede das células da levedura (fermento) de padeiro que tem propriedades imunomoduladoras, isto é, esta substância aumenta a actividade do sistema imunitário, nomeadamente estimula fortemente os macrófagos (células da linha branca presentes na maior parte dos tecidos dos órgãos) e a sua acção fagocitária (ingestão e degradação dos agentes invasores). Da acção fagocitária dos macrófagos resultam péptidos (fragmentos proteicos dos agentes invasores) que assinalam ao resto do sistema imunitário a presença destes agentes invasores, permitindo a sua adaptação e criação de defesas num processo chamado «imunidade adquirida», que permitirá ao organismo reconhecer e resistir a agressões futuras do mesmo agente, evitando a doença, como acontece na resposta à vacinação. A existência de receptores para a ß-glucana nos macrófagos dos peixes foi demonstrada bioquimicamente, o que prova a sua eficácia nestes animais de que tanto gostamos. A ß-glucana é eficaz no aumento das defesas contra bactérias, fungos, vírus e parasitas. É uma substância segura e pode ser usada em sinergia com quaisquer outros tratamentos. A sua utilização após o transporte, durante a quarentena ou para evitar o contágio a outros peixes num mesmo sistema infectado permite que o peixe desenvolva defesas a uma velocidade superior à da propagação da doença. O seu uso juntamente com antibióticos é particularmente útil. Está provado que a ß-glucana é absorvida para a circulação sanguínea do peixe após administração oral na comida. Podemos administrá-la na comida agregada com gelatina e/ou congelada ou ainda polvilhar a comida seca e agregar com a ajuda de um óleo vegetal deixando secar imediatamente antes da refeição. A ß-glucana pode ser encontrada nas lojas de produtos naturais. Existem ainda comidas para peixes que contêm ß-glucana na sua composição como os alimentos da Azoo. • Vitamina C ou ácido ascórbico As dietas pobres em vitamina C, especialmente nos animais em crescimento, provocam diversos sintomas, tais como: atraso no crescimento, deformidades esqueléticas ao nível da coluna vertebral (sintoma comum relatado por muitos aquariofilistas), anemia, atraso na cicatrização de feridas e redução da fertilidade. Além destes sintomas, é evidente a diminuição da resistência às doenças. A importância da suplementação de ácido ascórbico na dieta dos peixes é fundamental porque estes não o conseguem sintetizar. O uso de formas estabilizadas é essencial para que a sua bio-actividade persista durante o processo de fabrico e armazenagem. O facto de, em muitos casos, isto não acontecer reforça a necessidade de suplementarmos a dieta com vitamina C na forma líquida, disponível no mercado de aquariofilia, adicionando-se umas gotas à comida. A suplementação de vitamina C é particularmente útil: para evitar a propagação de doenças porque estimula o sistema imunitário do peixe; para ajudar a curar a erosão da cabeça (buracos) e do órgão da linha lateral e úlceras (porque ajuda na cicatrização das feridas e na regeneração do tecido conjuntivo); na escoliose da coluna vertebral e no metabolismo das gorduras, nomeadamente dos ácidos gordos essenciais. • Ácidos gordos essenciais Os peixes de água doce e salgada requerem a suplementação de ácidos gordos na dieta, particularmente os ómega 3 porque não os conseguem sintetizar. Os ácidos gordos essenciais são imprescindíveis para um normal desenvolvimento corporal e funcionamento do sistema imunitário. Existem no mercado alimentos enriquecidos com ácidos gordos essenciais e ainda suplementos líquidos com ómega 3 que podem ser adicionados à comida. A sua incorporação no alimento composto por artémia recém-nascida é particularmente eficaz. • Astaxantina A astaxantina é o pigmento mais importante da família dos carotenóides e encontra-se amplamente disseminada no ambiente marinho. O fitoplâncton é o primeiro nível produtivo de carotenóides. O zooplâncton alimenta-se de fitoplâncton e, por sua vez, os peixes, corais e outros invertebrados alimentam-se deste. As algas, corais e outros invertebrados tornam-se reservatórios destes pigmentos e servem muitas vezes de alimento para os peixes ornamentais. Os carotenóides são responsáveis pelas cores vibrantes dos peixes tropicais e servem para assinalar os comportamentos de acasalamento, identificar as espécies, oferecer foto-protecção, sendo ainda transmissores da vitamina A, que é fundamental para a visão e para a integridade das superfícies mucosas. Mas, para além disso, são potentes anti-oxidantes e estimulantes do sistema imunitário. Muitos dos alimentos comerciais são pobres nestes pigmentos. Devemos procurar na sua composição a presença de carotenóides. Nas lojas de produtos naturais podemos encontrar suplementos à base de carotenóides, nomeadamente astaxantina. A alga espirulina, além de ser rica em vitaminas e minerais, é também uma boa fonte de carotenóides. • Alho A alicina é o principal ingrediente activo do extracto de alho. Para além de atractivo, a sua utilização pode potencialmente provocar os seguintes efeitos, nomeadamente nas infecções por Cryptocaryon irritans, nos peixes de água salgada: - evitar infecções secundárias, concretamente por bactérias e fungos; - neutralizar as substâncias químicas usadas pelos parasitas para destruir o tecido do hospedeiro; - «mascarar» o tecido do hospedeiro, dificultando o reconhecimento pelo parasita quando se tenta fixar; - provocar danos no próprio parasita. Estes efeitos potenciais carecem de estudos mais aprofundados para avaliar a real eficácia na doença dos pontos brancos dos peixes ornamentais marinhos. A maioria dos relatos existentes é empírica. No entanto, não deixa de ser mais uma esperança no arsenal contra a doença mais frequente nos peixes de recife. Uma nutrição correcta, juntamente com uma excelente qualidade de água constituem as medidas preventivas mais importantes que podemos oferecer aos nossos peixes para os manter saudáveis. O uso prudente de suplementos pode ajudar a reforçar as defesas dos nossos peixes contra as várias doenças que os afectam. Texto: Rui Ferreira de Almeida Médico Veterinário
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Lymphocystis ou Doença da «Couve-Flor» A Lymphocystis é uma doença crónica, provocada por um vírus que afecta os peixes teleósteos mais evoluídos. É a infecção viral mais comum em peixes de aquário. A doença é mais frequente em peixes de água salgada e água salobra, mas também pode afectar peixes de água doce, nomeadamente ciclídeos. Os peixes de água salgada de aquário mais afectados são os peixes anjo e os peixes borboleta. A replicação viral e a inibição da divisão celular nas células do tecido conjuntivo do peixe hospedeiro provocam o desenvolvimento de lesões nodulares macroscópicas, que se assemelham a verrugas, sendo, por isso, esta doença frequentemente designada por «doença da couve-flor». Estas células extremamente hipertrofiadas chamam-se linfócitos, dando o nome à doença. As lesões ocorrem geralmente na pele e nas barbatanas. Os nódulos com um tamanho entre 0,3 e 2 mm coalescem para formarem massas de cor creme, rosada ou acinzentada. Inicialmente estes nódulos isolados podem assemelhar-se aos pontos brancos provocados pelo Cryptocaryon irritans, um parasita protozoário muito frequente nos peixes de água salgada. Esta doença raramente provoca mortalidade de uma forma directa, mas se atingir, por exemplo, as brânquias, pode provocar dificuldade respiratória e se afectar a boca pode impedir o peixe de comer. Os peixes com Lymphocystis são mais sensíveis a outras infecções bacterianas ou fúngicas que podem complicar o quadro clínico. Esta doença aparece frequentemente em peixes anjo e em peixes borboleta de água salgada após situações de stress como aquelas provocadas pelo transporte, traumatismos na pele (captura com redes), agressões por territorialidade, grande densidade de peixes e temperaturas elevadas. Infelizmente não existem medicamentos comprovadamente eficazes contra esta doença, mas em grande parte dos casos as lesões regridem espontaneamente desde que se corrijam os factores de stress, nomeadamente diminuindo o número de peixes por volume de água, evitando agressões, melhorando a qualidade da água e fornecendo uma boa alimentação. Em muitos casos, removemos os nódulos com a ajuda de uma tesoura, uma pinça ou mesmo com a ponta dos dedos de uma só vez ou em duas ou três fases. De acordo com a minha experiência, este procedimento resolve grande parte dos casos e acelera a recuperação. Verifiquei também que esta doença não é muito contagiosa, afectando geralmente apenas os peixes que se encontram debilitados, magros ou stressados. Texto: Rui Ferreira de Almeida Médico Veterinário
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Destino 450 -Passo a Passo
João Cotter respondeu a Duarte Conceição num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Pois, como já sabem as minhas montiporas começaram também a ser atacadas há umas semanas atrás. Afinal não sou o único azarado Ok, desculpem, foi de mau gosto Numa montipora que estava cheia de saúde a evolução começou a ser muito rápida e noutra travei o ataque praticamente no início. Posso dizer que tenho as coisas mais ou menos controladas neste momento (mas não resolvidas). Pelo menos não tem evoluído o estrago nos corais. Todos dias tenho "catado" as montiporas com uma pipeta daquelas que vêm nos testes da Hagen. Nas zonas que não consigo puxá-los e nos nudibrânquios mais pequenos mando-lhes com água com pressão através da pipeta. Eles acabam por se soltar todos do coral. E depois apanho-os à deriva. A maior parte dos que não consigo apanhar vai para a coluna seca. Coloquei várias meias de malha fina à saída das tubagens de entrada na sump. Ficam aí retidos e depois é só lavar bem as meias. Isto é o que tenho estado a fazer todos os dias e está a resultar pois as montis não estão a piorar e cada dia que passa apanho menos nudibrânquios. Quanto a fragmentar corais, a não ser que haja um local em que se possa isolá-los, penso que não valha a pena, pois se ficam no mesmo aquário rapidamente ficarão infectados. Um abraço, -
Oi Diogo, Acredito que para atingir os 38 ppm é necessário adicionar estrôncio numa base permanente e não fazer TPA's, o que não me parece que seja o nosso caso. Abraço
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O Randy Holmes-Farley descreve a toxicidade do estrôncio num artigo muito bom que escreveu. Segundo algumas experiências, a 38ppm já existem alguns caranguejos que não aguentam. Rui, isto de facto está "interessante" mas penso que foste um pouco mais além do que um discurso meramente político. Para já, é de facto puramente anedótico principalmente no que respeita aos crustáceos. No que respeita às xénias penso que ainda não está provado mas existem indícios em como apreciam iodo na água (o que não significa que a adição descontrolada de iodo seja a solução). Quanto aos crustáceos o que se sabe é que necessitam de iodo via oral, ou seja, através da alimentação e não existem indícios no que respeita à absorção de iodo da água. Pois, o estrôncio é incorporado pelos corais quando existem deficiências ao nível do cálcio. Funciona como uma espécie de substituto, já que tem uma estrutura molecular semelhante. Há uns tempos atrás o Alexandre incitou-me a utilizar estrôncio no aquário por causa da coralina. Comecei a usar metade da dose aconselhada pelo fabricante e o que é certo é que a coralina aumentou significativamente ao fim de alguns dias. Ao que parece a ciência não corrobora esta minha observação e de outros aquariofilistas
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Oi meus caros, Aproveito para umas correcções. Nem o cálcio e muito menos o magnésio poderão ser considerados elementos vestigiais, já que a sua presença em água salgada é muito maior que simplesmente vestigial. Quanto à remoção pelo escumador, acredito que a remoção de cálcio e magnésio é praticamente irrisória. A precipitação biótica e abiótica diária são contributos muitíssimo superiores na redução de Ca e Mg. Quanto aos restante mencionados, pelo que tenho lido (nada verdadeiramente científico), existe uma remoção significativa. O que é verdade é que após adição daquelas misturas de trace elements, os escumadores costumam espumar bastante mais. No que respeita ao iodo, é um elemento demasiado oscilante na água do aquário para nos preocuparmos com ele. O simples acto de fornecermos nori (ou outras algas) aos nossos peixes já é o suficiente para dosear bastante iodo à água. Quanto aos outros, existe algum risco associado a adicionar constantemente sem medir os níveis. Por exemplo, excesso de estrôncio mata alguns invertebrados, começando pelos eremitas. Para repor esses elementos limito-me a fazer TPA's semanais. Abraço
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Construção de um "Oceanário"
João Cotter respondeu a Andre Silva num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Também estou curioso. Há uns tempos atrás o tema deste tópico já tinha sido levantado. Dei a minha opinião, assim como outros membros aqui do fórum. Só com mais pormenores do projecto é que conseguimos todos dar o nosso apoio. Tenho todo o prazer em ajudar no que puder mas convinha saber mais sobre o que pretendem fazer (e qual o orçamento disponível para um bichinho desse tamanho)! -
Olá Rui, Infelizmente não consegui aparecer antes para te dar uma ajuda. Também dificilmente te conseguiria ajudar e ao que parece tu em princípio resolveste a causa dos problemas que tiveste. A Caulerpa taxifolia tem a "mania" por vezes de entrar em reprodução sexuada. O resultado é a Caulerpa ficar de cor cinzenta e depois acaba por apodrecer. Como qualquer planta aquática que morre, os seus compostos em termos de nutrientes, fosfatos e eventuais toxinas são libertados na água, o que acontece muito rapidamente no caso da Caulerpa. O que tenho reparado é que estas situações só me aconteceram quando alterno luz do refúgio acesa com apagada. Em situações de luz permanentemente acesa a actividade sexuada não acontece. Há quem diga que a Caulerpa taxifolia liberta naturalmente (no seu estado normal) e constantemente algumas toxinas sensíveis a alguns corais duros. Gostava de confirmar isto mas não tenho dados que confirmem (alguem tem?). É sem dúvida uma planta/alga que cresce muito rapidamente retirando muitos nutrientes da água. Em alternativa recomendo a Caulerpa prolifera, a Chaetomorpha, as Ulvas, as Enteromorphas... Abraços,
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Há muito que ando a pensar nisso!!! É muita fruta e exige um aquário muito grande! Não conheço nenhum aquário assim mas teoricamente deve ser possível mas só para mais de seis peixes que entrem ao mesmo tempo do mesmo tamanho e todos saudáveis. Ou seja, é muito difícil reunir estas condições. Além disso trata-se de um peixe que se desloca em cardume mas tem momentos solitários em que se torna muito territorial. Tem a ver com o seu regime alimentar. Abraço
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O Meu caixote de 700L de Reef!
João Cotter respondeu a Peixe Graudo num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Oi Pedro, Sim, podes adicionar a kalk no compartimento de retorno, numa zona de maior corrente de água. O ideal seria adicionar mesmo directamente no aquário, mas como isso nem sempre é prático... O seguinte tópico deve responder-te a esta questão sobre injecção de kalk à entrada de um escumador. http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...recipita%E7%E3o Abraço -
O Meu caixote de 700L de Reef!
João Cotter respondeu a Peixe Graudo num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Além das questões apontadas pelos restantes ilustres membros, chamo a atenção para um pormenor que considero importante e que iria provocar problemas se não for corrigido: a kalkwasser não deve ser injectada para o mesmo compartimento no qual o escumador vai buscar água (assim como o reactor de kalk e o reactor de cálcio deverão trabalhar o mais distantes possível em termos do circuito de água). Abraços -
Aqui está uma coisa que escrevi há tempos e que pode ser que te seja útil: Abraço
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Com a entrada de um leucosternon eu preocupar-me-ia mais com o flavescens, pois já lá está há mais tempo. Uma cena que já vi repetidas vezes ao longo dos anos foi um flavescens a dar pancada num leucosternon após a entrada deste último. Se for um leucosternon saudável, sem crypto, com boas cores e a comer BEM, ele dá a volta ao fim de uns 2 dias e deixa de haver conflito, até porque o leucosternon é um peixe dominante e agressivo por natureza. Uma questão a evitar é introduzir mais acanturídeos (excepto talvez pequenos hepatus) após um leucosternon estar bem ambientado ao território. Introduzir o leucosternon em simultâneo com outro acanturídeo pode ser um truque que funciona mas convem ter a noção se o aquário ainda aguenta (nos mais variados aspectos) com mais esses 2 peixes. De qualquer modo cada indíviduo é um indivíduo podendo ocorrer comportamentos muito diferentes. Já tive xanthurus, sohal, flavescens, hepatus, etc. em conjunto e sem quaisquer problemas mas outros indivíduos poderiam ter entrado em batalhas. Outra questão importante e que já aqui foi referida é a mudança de comportamento dos peixes ao longo da vida. Determinadas espécies tornam-se mais agressivas ao atingirem a fase adulta, outras (como algumas da família Pomacanthidade) tornam-se mais tolerantes perante os outros peixes com quem partilham o seu território.
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Aquarios, help!
João Cotter respondeu a Eskilo num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Olá Filipe, Parece-me que é um mega-projecto mesmo. Não conheço no nosso país qualquer aquário particular que tenha essas dimensões. Para um aquário dessas dimensões terás de contactar com empresas especializadas e não é de modo nenhum qualquer vidraceiro que fará isso. Penso que será de considerar o acrílico ou vidro muito espesso, o que sairá muito caro. A não ser que se trate de um tanque só visível por cima e não de exposição, o que poderá ser feito com outros materiais menos dispendiosos. Não sei o que queres pôr nos aquários. Se forem seres da nossa costa ou simplesmente peixes, celáceos ou quaisquer invertebrados não fotossintéticos podes poupar um bom bocado na iluminação. Caso contrários, se se tratam de corais de recife, prepara-te para gastar uns bons milhares de euros. De qualquer modo parece-me um projecto que envolve um grande investimento. Terá financiamento para isso? Dependendo do que consta o projecto poderemos depois dar aqui mais umas ajudas no fórum, mas para tal terás primeiro que nos elucidar um pouco. Mais conhecimentos académicos marinhos são sempre bem vindos. Abraço e bem vindo ao fórum, -
Refúgios
João Cotter respondeu a Ricardo Rodrigues num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
O meu refúgio encontra-se no meio da sump e tem cerca de 70 x 45 cm. Os inconvenientes de sedimentação de detritos são ligeiramente ultrapassados pelo facto de existir na sump uma câmara anterior onde ocorre alguma sedimentação de detritos, os quais são aspirados semanalmente. A iluminação é muito simples e trata-se unicamente de 2 lâmpadas de 11W fluorescentes de rosca (daquelas economizadoras de energia) e uma fluorescente branca normal de 20w. A Caulerpa taxifolia cresce a uma velocidade estonteante, o que me obriga a podar praticamente todas as semanas. A Chaetomorpha e a Caulerpa prolifera crescem muito mais lentamente, provavelmente devido à competição com a Caulerpa taxifolia, sendo esta última mais eficiente a remover nutrientes. A reprodução sexuada e seus inconvenientes ultrapasso mantendo a iluminação permanentemente ligada, o que faz com que a Caulerpa tenha um compartamento completamente estável. Já tive Caulerpa racemosa mas tem o inconveniente de periodicamente parte dela morrer de repente porque depende muito de iodo e o iodo é muito difícil de controlar e os seus níveis oscilam constantemente num aquário. A DSB tem cerca de 10 cm e contem 2 ophiurus, muitos nassarius a reproduzir-se, cerithes, muitas minhocas, amfípodes por todo o lado, lesmas, etc. Estou a ponderar abandonar lentamente a Caulerpa taxifolia e substituir por outras macroalgas por uma eventual possibilidade desta alga poder contribuir com toxinas. -
RED SEA SALT ...e o aumento do Ca?!
João Cotter respondeu a Miguel.RS num tópico de EQUIPAMENTOS, MANUTENÇÃO, TÉCNICAS E MONTAGENS
Boas, Sim, tratam-se de valores nada normais e muito acima da saturação normal da água salgada. As únicas explicações que encontro serão: - cálcio anormalmente elevado na água da torneira (o que me parece improvável, pois teria de ser muitíssimo elevado) - o lote desse sal não veio nas melhores condições, apresentando um desequilíbrio em termos de cálcio (não muito provável mas possível, pois acontece de vez em quando em todas as marcas, embora não em níveis tão dramáticos; os níveis de cálcio da mistura Red Sea não costumam atingir os 400 ppm) - adição de qualquer aditivo exclusivamente de cálcio (cloreto de cálcio) - erro do teste de cálcio ou má utilização (muito vulgar os testes de cálcio apresentarem leituras erradas, principalmente quando já não são novos) Estás apenas a dar tempo ao cloro para dissipar-se para atmosfera mas os outros metais e minerais ficam lá na água. O que por vezes acontece é a precipitação de cálcio e dureza (além de outros minerais) quando se junta o sal a água da torneira. Se o pH da água da torneira for alto, ocorre de imediato uma precipitação de CaCO3 ao juntar o sal (mas pelos vistos não foi isto que aconteceu, a não ser que estejas a medir o Ca da água com pó em suspensão, ou seja, com a água turva). Faz isso e mede também o Ca de água destilada ou de osmose para veres se o problema é do teste. Não adicionaste qualquer aditivo de cálcio à água? Algumas horas depois da mistura com o sal a água continuou turva ou com sedimentação de pó branco no fundo? Aproveito para deixar o resto do artigo, se bem que não responde ao problema em causa. Na edição posterior à que saiu este artigo veio um excelente do Randy Holmes-Farley sobre correcções de desequilíbrios entre cálcio e dureza. Esse sim, é capaz de interessar. Se quiseres envio-te já traduzido por email. Abraço, -
Liguei para o PNSC duas vezes e desligaram-me o telefone. À terceira lá falei com alguem responsável que me disse que aquilo é propriedade privada da Quinta da Marinha e como tal foi vedado. Aleguei tratar-se de um caminho público e como tal trata-se de uma situação ilegal. A Sr.ª deve ter ido falar com algum jurista e regressou ao telefone alegando desta vez que o motivo do encerramento era devido a obras que iriam ser efectuadas no local. Questionei sobre o tipo de obras e disse-me que seriam obras da EDP. Portanto já temos outra entidade ao barulho. Se serão de facto obras da EDP, não tenho confirmação. Alguém consegue confirmar isto junto da EDP? Posso estar enganado mas isto não me cheira nada bem...
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Caríssimos, Também eu fiquei INDIGNADO com esta situação. Pelo que sei, independentemente de se tratar de um acesso ao mar ou não, de zona protegida ou não, trata-se de um caminho público!!! Pelo que sei, a lei não permite que qualquer caminho utilizado como passagem pública, mesmo que dentro de um espaço privado, possa ser cortado por ninguém (nem pelo seu proprietário) desde que o mesmo caminho seja utilizado como tal há pelo menos 25 anos (penso eu). Parece-me que aqueles caminhos enquadram-se neste âmbito, não??? Alguém sabe qual a legislação que regulamenta isto? Não seria de intervirmos? Eu pessoalmente considero isto uma situação muito grave!
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Há uns anos atrás media 50V na água do meu aquário e apanhava uns esticõezitos de vez em quando. A solução que encontrei foi comprar um raio de titânio numa casa de bicicletas e liguei-o à terra. Na altura dizia-se que a corrente eléctrica era um possível causador de HLLE em alguns peixes. Há quem diga que a ligação de um aquário à terra é mais prejudicial do que a própria corrente eléctrica na água. Graças ao veio de titânio deixei de ter problemas com os pequenos esticões. Seja como for, corrente eléctrica no aquário é sinal que algum equipamento tem mau isolamento. Por vezes é a própria iluminação que está muito perto da água e com a humidade ocorre alguma condutividade. Penso que é preferível actuar directamente na raíz do que ir já pôr um veio de titânio. No que respeita aos corais, também já li que essa técnica torna-os mais quebradiços, pois a calcificação do esqueleto não fica tão sólida. Abraços,