Walther

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  1. Olá! Uma informação que auxilia bastante é a origem destes camarões. Talvez o lojista saiba te informar. Se ajudar, não me parece uma espécie sul-americana, imagino que seja asiática. Não sei que espécie é, mas posso te dizer que não é uma espécie brasileira que eu conheça (amazonicum, acanthurus, brasiliense, olfersii, heterochirus, carcinus, potiuna, petronioi, birai, jelskii, borellii) ou um rosenbergii. E fique atento, porque a vasta maioria dos Macrobrachium são animais que crescem bastante, e são predadores. Grande abraço!!
  2. Olá, neloi! Não é uma mayfly não. É uma ninfa de donzelinha, um grupo de insectos bastante próximos das libelinhas. As ninfas das libelinhas têm o corpo mais curto e robusto, e não têm as três guelras na extremidade do abdomen. Talvez por esse motivo as imagens que vc procurou na net não estejam parecidas com as do seu bicho. As mayflys são conhecidas aí em Portugal (e aqui no Brasil também) como "efémeras". Realmente, as ninfas lembram bastante as das suas fotos, mas olhando com mais atenção, os três prolongamentos do abdomen são filiformes, ao invés de possuírem cerdas laterais (com um aspecto parecido com pênas) das donzelinhas. Além disso, as ninfas de efémeras têm pequenas guelras na região lateral do abdomen. As efémeras são herbívoras, mas as ninfas das donzelinhas (assim como das libelinhas) são carnívoras. Por serem menores que as libelinhas, o risco de predarem peixes é bem pequeno, mas ia ser arriscado mantê-lo no seu aquário. Tenho bastante interesse em insetos e outros invertebrados de água doce, tenho um álbum em um fórum brasileiro, se tiver interesse, faça uma visita: http://www.aquahobby.com/phpBB2/viewtopic.php?t=61156 As libelinhas e donzelinhas estão na primeira página. As efémeras estão na quinta. Um grande abraço!!
  3. Olá, Carlos! Olá, Senfft, bom te ver por aqui também. Inicialmente, peço desculpas pela demora na resposta, estava meio atarefado esta semana. Carlos, com esta sua informação garantindo que é uma espécie brasileira, a sua é uma ótima hipótese (um variação do jelskii). O que posso te dizer sobre a identificação deste camarões é o seguinte: Como o Senfft comentou, e como eu postei naquele outro tópico, um rostro como o dos seus camarões (reto, sem a curvatura para cima na ponta, e curto, atingindo mas não ultrapassando o escafocerito) não é um jelskii típico. Além daquela foto do Senfft, esta página mostra fotos em perfil de jelskiis com o típico rostro delgado e curvado: http://www.aquahobby.com/phpBB2/viewtopic.php?t=54004 E todas as chaves de identificação se baseiam neste padrão de rostro, como por exemplo este artigo: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/act...oad/15974/10562 Entretanto, temos vários relatos aqui no Brasil de espécies bem parecidas com os seus camarões, pequenos, transparentes, com reprodução especializada, e com o rostro idêntico aos seus, cuja identificação não se encaixa com nenhuma espécie brasileira. Veja estes álbuns de amigos nossos: http://www.forumaquario.com.br/phpBB2/view...sc&start=60 http://gpaquarismo.mrforum.net/album-de-fo...antasma-t36.htm Inicialmente pensei que fossem M. borellii, uma espécie endêmica da região sul do Brasil, mas após um contato recente com colegas aquaristas argentinos, estes camarões tem vários sinais que falam contra esta possibilidade, além da distribuição geográfica (o segundo álbum acima mostra espécies descendentes de animais coleados no Pará, norte do Brasil, onde o borellii não ocore). Veja um álbum com borelliis argentinos: http://www.croa.com.ar/ipb2/index.php?show...=14149&st=0 Alguns artigos descrevem populações amazônicas de jelskiis com o rostro não ultrapassando, mas somente "atingindo a extremidade do escafocerito", como estes: http://acta.inpa.gov.br/fasciculos/33-4/PDF/v33n4a13.pdf http://decapoda.nhm.org/pdfs/31122/31122.pdf Desta forma, sabendo que são camarões brasileiros, a sua hipótese de uma população de jelskii com o rostro mais curto é bem atraente. Como o Senfft bem lembrou, sues camarões também são um pouco maiores do que um jelskii típico, mas acho isto é mais facilmente explicável como uma variação. Peço desculpas pelo post longo e chato... mas nem sempre a identificação destes camarões é tão simples como gostaríamos que fosse. E mantenha o tópico atualizado, por favor!! Um grande abraço!! :D
  4. Olá. Tenho dúvidas quanto à identificação deste camarão, Carlos. Não me parece um Macrobrachium jelskii, pelo aspecto do seu rostro, muito curto. Porém, não faço idéia de que espécie é, tenho pouca experiência com espécies não-sulamericanas. Se for sulamericana, poderia ser um M. borellii. E o camarão que o AlbCab possui é de outra espécie, acredito que seja um Palaemon, mas não sei qual espécie. Seu rostro é bastante delgado, inclusive na sua base, praticamente sem uma "crista" basal. Uma análise dos espinhos do cefalotórax (branquistegal e hepático) poderia ajudar, mas é bastante difícil sem uma boa lente de aumento. Abraços!! :D
  5. Olá, Sara Garcia. Parabéns, lindo aquário, e belíssimo camarão. Somente um detalhe, seu camarão não é um Macrobrachium brasiliense, ou um M. rosenbergii. A identificação (ou pelo menos a exclusão destas espécies) é possível pelo formato do rostro e dos segmentos da quela. Se for uma espécie sul-americana, a que mais se assemelha é o Macrobrachium acanthurus, apesar de alguns sinais sugerirem que se trate de outra espécie (talvez uma asiática). De qualquer forma, concordo com os colegas que é uma espécie grande e agressiva. Por favor, mantenha o tópico atualizado, tenho bastante interesse nestes "pequenos monstros". Um grande abraço!! :D
  6. Olá a todos!! olá, Carlos! Bastante interessante esta discussão. Gostaria de fazer algumas observações. Na realidade, a classificação do padrão de desenvolvimento larvar dos Macrobrachium não é algo tão dicotomizado como gostaríamos que fosse, em superior/inferior, ou primitiva/especializada, ou não-abreviada/abreviada. Acredita-se que seja um processo contínuo de adaptação destas espécies originalmente marinhas para um ambiente de água doce ("freshwaterization", ou algo como "dulcicolização"). Há uma escala de cinza entre os dois padrões extremos. Esta simplificação é bastante comum em várias fontes, inclusive algumas bem conceituadas, como a FAO. Um excelente artigo (infelizmente de acesso não-aberto) que aborda o assunto é este: http://www.jstor.org/pss/20104910 Este artigo classifica os Macrobrachium em três grupos principais, um trecho está aqui: "Evolution being a continuous process, it is rather difficult to clearly demarcate the developmental patterns into distinct types. However, based on the number of larval stages, three basic types can be broadly recognized, viz., Type I: Prolonged or Normal Type; Type II: Partially Abbreviated Type; and Type III: Completely Abbreviated Type. Type I can be divided into two groups depending on the number of larval stages (by number of moults), viz., Group I-A, with more than 10 larval stages, and Group I-B, comprising 8 or 9 larval stages. Similarly, Type II is also broadly divisible into two groups, viz., Group II-A, comprising three larval stages, and Group II-B, with two larval stages, respectively." O M. jelskii pertence ao grupo II-B. Imediatamente após o nascimento, são Zoea de nado livre, mas que passam somente pelas duas últimas fases larvares, tornando-se rapidamente pós-larvas bentônicas. A propósito, nunca havia visto uma documentação tão elegante deste fato em jelskii, meus parabéns, Carlos. A maioria das fontes coloca o jelskii como "superior", "abreviada" ou "especializada", daí a confusão. A rigor, muitas poucas espécies têm reprodução completamente abreviada, somente um complexo de espécies da Índia. Mesmo neste grupo, existe uma fase larvar. Nunca há um nascimento direto de pós-larvas dos ovos. Um grande abraço!!