Capitulo 3 - Podas e Replantação
Não tendo havido problemas com algas, as podas têm sido um dos acontecimentos mais repetidos neste aquário, ou seja, o que tem dado mais trabalho.
As plantas de caule que uso são relativamente fáceis, exceptuando a Didiplis Diandra [Tropica], pelo que essas é só cortar J
Os musgos, é preciso ter cuidado.
Antes de falar das podas propriamente ditas, queria só lembrar algumas coisas importantes.
Uma delas é sem duvida o facto das plantas terem de ser escolhidas adequadamente para o layout e para os locais onde as vamos plantar. Esta escolha não pode considerar a forma e a dimensão das plantas na altura da plantação mas a forma como vão crescer. O que quero dizer basicamente é que devemos conhecer as plantas bem para sabermos se:
são adequadas ao local onde as plantamos;
vão crescer corretamente naquele local para dar a forma pretendida;as conseguiremos manter ao longo do tempo - portanto já relacionando isto com o facto de existirem múltiplas podas ao longo da duração do tempo de vida do aquário e da planta; que a forma das folhas e a cor poderá variar quando se adaptarem ao meio aquário; ...sendo que tudo isto está relacionado com o facto de sabermos se temos condições para as manter (por exemplo luz naquele preciso local do aquário).
... e obviamente que a textura e a cor da planta acaba por ser importante num determinado local, mas aí entramos noutros assuntos relacionados com Aquascaping.
Isto significa que devemos estudar as plantas que escolhemos e/ou escolher as plantas que sabemos criarem a forma pretendida para o local..
Algumas empresas colocam mesmo um esquema de cores que permite saber algumas coisas sobre as plantas (caso da Tropica).
As podas não vão fazer milagres mas a forma como fazemos os cortes vai definir bastante como a planta vai crescer e que forma vai ter.
É importante também recordar que a maioria das plantas nos chegam de uma cultura emersa e que podem ser de adaptação mais fácil ou difícil. Algumas demoram significativamente mais.
Sobre isto, e a titulo de curiosidade, a semiescondida (neste layout) Ranunculus Inundatus [Tropica] que “migrou” da montagem anterior, adaptou-se extraordinariamente bem neste aquário. Na anterior (que vinha diretamente da Tropica e portanto emersa) demorou cerca de 2 meses a começar a crescer... mas depois não parou.
No ultimo aquário do Miguel Reis, que ajudei a montar, adaptou-se logo bem, mesmo vindo de forma emersa.
Portanto, para algumas plantas, em alguns aquários, é preciso mais paciência do que para outras.
Mas isto também quer dizer que, apesar de eu defender a introdução de plantas novas (compradas!) nas montagens novas, as plantas que compramos em Fóruns podem ter uma adaptação bem mais fácil ao nosso aquário. Infelizmente também podem ser uma fonte de problemas (algas, caracóis, etc). Além disso nas lojas sabemos exatamente que planta é, enquanto que num Fórum, conforme a planta, podemos não estar a comprar exatamente o que pensamos.
Continuando...
Após termos o aquário em pleno andamento e partindo do principio que vamos fazer crescer as plantas eficazmente (sobre fertilização falarei na próxima vez), o próximo problema é podar... e podar com regularidade.
Não esquecer que este é um aquário com CO2 (muito!), luz (razoável) e muita fertilização. Se isto estiver em equilíbrio temos taxas de crescimento muito grandes, logo mais necessidade de podas regulares.
Porquê podar?
Porque:
As plantas senão forem cortadas tornam o aquário numa selva e chegam a sair para fora do aquário.
Esteticamente não será isso que procuramos: um monte de plantas interlaçadas e sem uma forma interessante;
Não é possível fazer crescer as plantas que ficam à sombra das plantas de caule que crescem mais altas;
É preciso replantar as plantas que foram vendo os seus caules cortados ao longo de semanas, sendo aconselhável, a certa altura, cortar e retirar o que ficou no substrato (ou cortar rente se for possível, para não remexer tanto o substrato) e voltar a replantar no mesmo local, por ventura reorganizando o espaço;
Precisamos dar o formato pretendido aos conjuntos de plantas que escolhemos e para isso temos que podar e deixa-las crescer para ficarem mais naturais (após uma poda as plantas ficam necessariamente muito geométricas – não é natural!)
Só assim sem consegue dar os efeitos pretendidos às plantas (por exemplo de “montes” recheados de uma determinada planta – estilo arbustos)
Algumas plantas só ganham “robustez” após algumas podas (por exemplo os musgos)
Vão consumindo cada vez mais nutrientes – a fertilização no inicio é diferente da fertilização após a maturação do aquário;
É necessário cortar partes das plantas ou até mesmo apenas folhas velhas ou danificadas (exemplo: Anubias, Fetos) para estimular o crescimento de novas folhas e da planta no geral;
As plantas vão-se adaptando ao meio aquático e as podas podem ajudar nesta adaptação;
Precisamos de fazer algum dinheiro com as podas J
... etc ...
Quando podar?
Creio que o calendário das podas vai ser estabelecido pelo vosso aquário para vocês J
Depende de muita coisa mas utilizando luz em quantidade, CO2 e fertilizações, vamos ter podas com poucas semanas de intervalo.
A não utilização de CO2 diminui bastante o crescimento e portanto impede este trabalho excessivo. Mas não estamos a falar desse tipo de aquários! É que nesse caso também não deveremos ter certas plantas a crescerem com a vivacidade que vemos nos plantados high-tech.
Neste caso não passa: 1) uma semana que não dê um ligeiro corte; 2) duas semanas sem que alguma coisa precise de cortes; 3) 3 semanas sem fazer podas significativas.
Podar antes ou depois da TPA?
Antes. Sempre antes. As explicações dou-as ao longo deste post todo mas parece óbvio retirar todo o lixo acumulado no topo da água resultante dos cortes efetuados.
O que faço é tirar um pouco da água do aquário antes da poda (o suficiente para poder mexer na água sem “acidentes”) e após a poda tirar o resto e fazer tudo o que faço nas TPAs.
Tipos de Plantas
1. Plantas de Caule
As plantas de caule tendem a crescer bastante. Claro que depende das espécies mas quase todas chegam ao topo do aquário se em 3 ou 4 semanas não forem podadas.
A questão de como as podar (ou replantar) está relacionada com algumas decisões que temos que tomar, nomeadamente como a queremos fazer crescer.
Tipicamente vamos querer criar volume com as plantas. Quando ao inicio plantamos um ou dois vasos de uma determinada planta, o sitio parece “despido”. O Que queremos é criar volume, às vezes estilo “arbusto”.
Estes efeitos são conseguidos com base na forma como podamos as plantas.
Uma das formas é cortar relativamente baixo (nada rente – precisam de ter luz!!!) por forma a que a seguir o crescimento se efetue em duplicado. Umas semanas depois já cortamos uns poucos cm mais acima por forma a que “a duplicação seja duplicada novamente” e assim sucessivamente.
Esta forma cria um efeito de moita que geralmente procuramos.
[3]
Nem todas as plantas reagem bem a esta poda se for realizada continuamente. De meses a meses devemos “reiniciar” a plantação, cortando toda e plantando só a parte de cima (como seguidamente explico).
Reparem que nesse caso os pés já quadriplicaram, ou até mais. Portanto €€€.
De qualquer forma é uma das formas mais comuns de podar plantas de caule. Se estiver tudo a crescer bem o efeito geométrico do corte estará disfarçado ao final de uma semana.
Isto porque o corte pode ser feito sem qualquer problema, cortando de uma forma seguida os caules. O único cuidado é com a fauna, principalmente se existirem camarões.
Se estivermos satisfeitos com o numero de pés que temos e apenas queremos podar para a fazer crescer novamente, então devemos cortar rente ao substrato, depois cortar as plantas (já fora de água) à altura que queremos plantar, deitando a parte de baixo para o lixo ou plantando noutro aquário e voltar a plantar no mesmo sitio. A isto chama-se normalmente poda invertida.
Desta forma as plantas voltam a ficar com uma altura pequena, para, voltarem a crescer, e as folhas mais velhas que estavam mais no fundo da planta vão para o lixo... já pouco lá faziam numa zona semiescura - tendem mesmo a apodrecer e portanto não são um beneficio para a planta.
Acessoriamente podemos ter uma mistura das duas soluções anteriores: cortar a meia altura e voltar a plantar o que cortamos. Desta forma estamos a criar volume das duas formas.
Haverá plantas que não responderão tão bem a esta estratégia porque os caules ficarão com menos luz (os topos replantados fazem sombra) e poderão não sobreviver.
Mas esta estratégia é muito boa nas primeiras semanas do aquário para fazer mais volume nas plantas.
O problema é que os pés replantados crescem mais depressa, mas nas primeiras semanas não temos, normalmente, tantos cuidados estéticos.
O seguinte vídeo ilustra bem estes conceitos que descrevi.
Foi feito por mim no Green&Grey e trata da poda da Hemianthus Micranthemoides com corte e replantação.
2. Plantas Epífitas – Anubias e Fetos
Utilizo duas “famílias” de plantas deste tipo: Anubias e Fetos.
As Anubias estão em sítios mais sombrios, colocadas quase todas em frente às pedras e portanto perto do vidro da frente. Com a altura da “parede” de pedras não apanham muita luz.
Têm uma manutenção extremamente fácil: cortar as folhas que ficarem velhas e/ou com pontas pretas. A planta reage muito bem a estas pequenas podas, desenvolvendo imediatamente folhas novas que se tornam folhas quase normais numa semana (a maior parte são Anubias Petite [Tropica]).
Também tenho bastante atenção às folhas novas a nascer quando existem outras que perto delas estão a ficar velhas. Cortar essas folhas velhas tem de facto impacto no crescimento que das folhas.
Nunca cortei praticamente todas as folhas de nenhuma delas, deixando quase só o rizoma (de onde nascem as folhas) porque isso não se deve fazer uma vez que atrasa o aparecimento de novas folhas substancialmente [1]
Os fetos Microsorum Pteropus 'Trident' [Tropica] dão uma cor muito agradável ao local onde estão, por aparecerem entre as pedras.
Cresceram bastante bem e as suas folhas com um formato particular (em “garfo”) e a sua dimensão relativamente reduzida, creio que dão um aspecto agradável a toda a composição do aquário.
Também têm uma manutenção relativamente fácil, mas talvez sejam mais difíceis de podar corretamente.
Basicamente o que faço (sem nenhum prazo certo) é cortar as folhas que :
· começam a ficar velhas – desde que os rizomas estejam de boa saúde novas folhas vão voltar a crescer;
· estão muito grandes e portanto desproporcionais em relação ao local onde estão;
· fazem sombra a outras;
· que tenham outras plantas a nascerem na ponta.
As raízes castanhas que começam a aparecer fora dos locais das plantas (agarradas ao hardscape) também devem ser cortadas.
Atenção que as folhas, ao crescerem, têm normalmente as pontas com um verde mais claro. Isto não é revelador de problemas mas uma característica das plantas.
Estes fetos devem ser podados regularmente para não impedirem uma circulação eficaz da água no aquário, tapando ao mesmo tempo a luz a algumas outras espécies de menor dimensão.
A água demasiado quente também afeta estas plantas, nomeadamente através da “doença dos fetos” que é mais regular acontecer no Verão. Máximo dos máximos 30 C.
Estas doenças também podem aparecer se, por desleixo, a planta crescer bastante e a circulação da água ficar afetada.
Resumindo, o facto de serem plantas que normalmente não requerem muita atenção, ficarão sempre com melhor aspecto se tivermos os cuidados devidos com elas.
Uma nota importante: nunca vi melhor informação sobre estas plantas que o ADA Aquajournal oct. 2012 (indicado na bibliografia) que é uma autentica enciclopédia de como tratar de plantas deste tipo, incluindo aspectos relacionados com a correta colocação estética e técnicas variadas de manutenção.
3. Plantas Epífitas - Musgos
Quanto aos musgos já descrevi razoavelmente o que faço num post anterior.
Cortes frequentes vão tornar o musgo mais robusto e criar “tufos” mais resistentes.
Há muitos musgos. Os que utilizo aqui, nomeadamente o Spiky, é um musgo que não se agarra (facilmente) ao hardscape mas mantem-se junto (tipo “tufo”). Isso significa que vai crescendo todo unido, logo é mais fácil mantê-lo no local onde queremos.
Não se iludam, grandes tufos de musgo são difíceis de manter, por isso não se vê muitas vezes em aquários grandes.
A corrente da água e a fauna (os camarões são tramados!) acabam por promover o desprendimento dos musgos.
Se tiverem pena em corta-lo e não o fizerem, então ainda pior porque os bocados grandes do musgo que começam a sair dos “tufos” tendem a ser levados na corrente. Depois é em série.. um bocado hoje, outro amanhã, etc. Por isso... cortem J
Um truque que tenho utilizado é, quando os tufos são grandes e vejo que se podem desprender dos locais onde estão, mas que são robustos, coloco uma pedra pequena em cima deles que faz peso e impede serem afetados pela corrente. Duas semanas depois, mesmo que se tenha ficado a ver um pouco da pedra, ela desaparece por completo.
Claro que uns meses depois o musgo apodrece por baixo e acaba por se soltar da pedra mas como em tudo o que se relaciona com podas, isto é recursivo...
Uma consequência grave de não se fazerem podas e os musgos ficarem com uma altura grande, é começarem a apodrecer por baixo. Se chegar a isto não há outra hipótese senão tirar a parte de baixo. Essas partes não permitem que o musgo se segure convenientemente e estão a apodrecer e deteriorar a água.
Curiosamente o Flame suporta bem boas alturas (mas apodrece na mesma por baixo).
4. Plantas de Tapete
São as mais fáceis de podar mas as mais difíceis de limpar após a poda.
Não me quero alongar muito porque não tenho tapetes neste aquário J
É verdade que tenho uns apontamentos de Eleocharis sp.mini ( agora Eleocharis acicularis 'mini' [Tropica]) e Marsilea Crenata [Tropica] na areia, mas nada de tapetes.
Na verdade incluí isto aqui mais porque era praticamente o único tipo de plantas que faltaria falar e que muito pessoal tem.
Uma boa tesoura é essencial para este tipo de podas. Uma tesoura que corte mal em vez de cortar tudo vai cortar parte e puxar o resto. O resultado é parte do tapete desplantado, substrato a passear no aquário, água suja e um corte muito pouco uniforme.
De resto é cortar rente - cerca de 1 cm de altura, mas pode variar com a planta.
Mais uma vez se deixarmos a planta de tapete crescer muito em altura (uns pés sobre os outros), o que está por baixo vai apodrecer e acabar por se soltar. Quem tem Hemianthus Callitrichoides 'Cuba' [Tropica] sabe bem o que isto significa. É das plantas em que a poda não pode falhar.
Na Glossostigma Elatinoides [Tropica] pode acontecer o mesmo mas é uma planta mais fácil, também na poda.
A Micranthemum 'Monte Carlo' [Tropica] é mais simpática. Dificilmente se solta mesmo com alguns cms de altura.
A Eleocharis acicularis 'mini' precisa de poda? J De meses a muitos meses... se tiver tudo o que precisa pode nem precisar de poda nenhuma durante uma montagem. É também muito fácil de cortar, tal e qual relva J
Como dizia no inicio a limpeza é complicada. A Eleocharis acicularis 'mini'. agarra-se aos braços enquanto cortamos o tapete e depois é uma autentica trapalhada. É preciso paciência.
Para apanhar com a rede é outra dificuldade... enfim, paciência é fundamental.
O seguinte vídeo mostra exatamente um grande corte a um tapete de Eleocharis acicularis 'mini' no Green&Grey. A tesoura da ADA que utilizei (tesoura curva) é a ideal para este tipo de podas. Esta tem uma qualidade muitíssimo boa.
Utensílios: Tesouras e Pinças
Acho que há muita discordância quanto à qualidade das ferramentas a utilizar, mas aviso já que não quero iniciar nenhuma guerra entre fundamentalistas J
Há fundamentalistas da utilização de qualquer tesoura e os que defendem que só devem ser utilizadas de marca e habitualmente dispendiosas.
Acho que deve haver bom senso... porque utilizar qualquer tesoura dá necessariamente maus resultados.
Os cortes devem ser feitos o melhor possível. Cortar com uma tesoura de fraca qualidade acabará por resultar num corte pouco “limpo” e provavelmente vamos puxar a planta junto com a tesoura quando a tiramos.
Se precisamos ou não de topos de gama, depende da utilização que lhes damos e do tempo que as usamos.
Além disso o formato das tesouras é importante. Uma única tesoura (normalmente maior) não vai ser fácil utilizar em musgos ou plantas de tapete, nomeadamente quando o espaço não é muito e/ou em aquários mais pequenos.
Tesouras sem as pontas arredondadas para plantas de caule também podem tornar o corte mais difícil e acabarmos por cortar folhas de outras plantas ao lado.
Por isso, e se possível, uma tesoura maior com pontas arredondadas, uma pequena tesoura de mola e uma outra “curva”, serão um conjunto excelente para qualquer tipo de layout.
Se houver possibilidade financeira, as da ADA são excelentes e têm pouca concorrência. São caras mas se o hobby for para ficar e mantiverem vários aquários, provavelmente acabará por compensar.
Tenho uma comprida com pontas curvas e uma de mola. Conforme a poda de caule (comprimida) ou musgos ou locais mais difíceis de aceder (mola) utilizo as duas.
A coleção ideal:
(site da ADA - http://www.adana.co.jp/en/products/na_layout/scissors/)
As pinças já serão algo menos relevante em termos de importância.
Ter uma direita e outra com as pontas curvas é também o ideal para que possam ser utilizadas conforme as circunstâncias.
Creio que a qualidade do substrato será mais importante para a facilidade da plantação do que a pinça em si (exemplo: plantar em ADA Aquasoil Powder plantas de tapete é extremamente fácil com qualquer pinça mediana).
A coleção ideal:
(site da ADA - http://www.adana.co.jp/en/products/na_layout/pincet/)
Depois da poda
Depois da poda, conforme o que podámos, temos um aquário novo J
Neste caso se podar as plantas de caule traseiras, a diferença é significativa. Quando tinha muita Hygrophila pinnatifida [Tropica] também precisava podar bastante nas pedras ou o hardscape, por mais forte que seja neste aquário, ficava escondido.
Importante é apanhar tudo o que fica a flutuar logo após a poda e uma ou duas horas depois do filtro estar a trabalhar, quando já temos os restos das plantas que tinham ficado agarradas a outras plantas ou hardscape a boiar.
Quem tem plantados sabe que usa muito mais a rede para apanhar restos de plantas do que peixes ou camarões J
Há um produto interessante para se utilizar após as podas, trata-se do ADA Green Gain.
Green Gain is an additive helping the plant spread new leaves after trimming. It contains trace elements extracted from sea weed and plant hormone. It reduces plants’stress and enhances their growth. [4]
A utilização pode repetir-se alguns dias ou uma semana depois.
Ultimamente também andei a ler algumas coisas sobre a vantagem de fazer TPAs logo após uma poda grande para impedir o aparecimento de BBA (quando tendem a aparecer). Não tenho dado atenção a este assunto mas se vir que tem fundamento trarei novamente a este tópico.
A verdade é que TPAs regulares após as podas é algo positivo porque podas grandes podem levar a algas. Porquê? Primeiro há um desequilíbrio no consumo de nutrientes mas mais importante as plantas estão “feridas”, logo não vão ser capazes de purificar a água da mesma forma que o fazem quando estão em crescimento pleno.
Embora não o faça, há algumas referencias [3] sobre a necessidade de oxigenar a água durante a noite para promover a atividade de micro-organismos que não é promovida pelas plantas na quantidade ideal, após as podas.
O que fazer com os “restos”?
O que escreverei aqui é quase “faz o que digo não faças o que eu faço” J
Os restas das plantas que podamos e estão em condições, podem e devem ser vendidas. Creio que já todos conhecemos os classificados aqui do fórum mas também existem grupos no Facebook para isso mesmo.
Claro que podemos oferecer a amigos e conhecidos mesmo sem ser em troca de nada (no futuro estaremos do outro lado) e isso ajuda a aumentar o espírito de entreajuda dos utilizadores do Forum com um hobby comum. Mas a outras pessoas que não conhecemos, pelo menos uma primeira vez, devemos tentar recuperar parte do dinheiro que investimos para criar aquelas plantas.
É difícil quantificar o custo de “produção” de uma planta, mas não devemos esquecer que além do valor de compra, gastamos CO2, luz e fertilização, além do trabalho de as podarmos em condições.
Nada mais justo que atribuir um custo a essas plantas.
O Tom Barr vende as podas dele! Porque nós não deveríamos fazer isso mesmo se as plantas estão em condições?
Sejam sérios, vendam só o que tiver em condições e com uma dimensão adequada. Um feedback negativo para tentar vender uma coisa que não está em condições e depois será muito mais difícil voltar a ter credibilidade.
Quanto a comprar plantas em Foruns a utilizadores que não apresentam os aquários, nunca me convenceriam. Acho mesmo que é um risco fazer essa compra.
Também por isso devem manter um tópico atualizado dos vossos aquários J
Finalmente...
Um “livro” a manter por casa será certamente o THE BOOK OF ADA de 2010/11 (capa branca). Tem muitas indicações sobre substratos, podas e algas. Não conheço mais nenhuma marca que tenha um catálogo que se pareça mais com um livro e não uma montra de vendas. Associando isso aos vídeos do canal ADA no Youtube, têm montes de conteúdos excelentes para aprendizagem.
O MOVIE OF AQUA DESIGN AMANO – SIDE CONCEPT e SIDE LAYOUT lançados em abril de 2014 complementam esta enciclopédia de saber uma vez que tem o dia-a-dia do tratamento dos aquários da ADA.
Termino com um vídeo de uma poda de uma planta de tapete no Utopia (60l) feito por dois artistas de dimensão mais reduzida que tenho cá em casa. Foi um vídeo especial feito no dia 1 de junho, dia da criança J
Interpretem-no como quiserem. É óbvio que as crianças não vão conseguir manter aquários high tech com estas características mas a interação com a natureza e a responsabilização por fazerem estas coisas bem feitas, são principio básicos de conquista de respeito pela mãe natureza.
Mais vídeos e alguns step-by-step em www.youtube.com/pmgsrosa.
A próxima escrita é sobre fertilização dos meus aquários...
[1] ADA Aquajournal (oct. 2012) – Epiphytic Aquatic Plants – Tips and Techniques (Special Feature)
[3] Nature Aquarium (webpage) - http://www.prirodni-akvarium.cz/en/index.php?id=en_practiceMAQ
[4] Site da ADA, Japão - http://www.adana.co.jp/en/products/na_liquid/liquid_additive/