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Platy monógamo...
Cyprinodon respondeu a Elsa Patrícia Oliveira num tópico de MOLLYS, ESPADAS E PLATYS
Olá Sónia e restantes leitores, Os Poecilídeos são quase todos peixes ovovivíparos que têm uma forma de reprodução muito peculiar, embora com algumas variantes dentro do elevado número de espécies desta família. O que vou escrever em seguida faz parte da minha experiência particular. Só vos queria lembrar que além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas da sub-família Poeciliinae ( da qual faz parte o Platy ), podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras os espermatozóides ). De facto, uma fêmea Platy pode dar origem a vários partos ( à quem tenha testemunhado pelo menos cinco ou mais ) sem necessitar da presença de um macho, isto claro, desde que tenha previamente tido contactos sexuais ( cópulas com sucesso ), o que parece ter sido o caso. Só para terminar queria ainda informar-vos que os machos não se limitam a introduzir dentro do corpo da fêmea esperma livre ( como acontece com os mamíferos ), mas sim aglomerados muito idênticos aos de certas espécies de insectos, embora diferentes dos espermatóforos. Esses aglomerados tem formas distintas e para além da fisionomia do gonopodio são um modo infalível de classificação. Há contudo uma evidência que pude constatar ao nível da reprodução de várias espécies... aparentemente as fêmeas podem “ rejeitar “ o fruto de inseminações mais antigas, trocando-as por outras mais recentes. -
Caros amigos, Nunca usem " maternidades " com estes peixes por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas espécies como o Guppy e têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade. Algumas Molinésias podem prolongar a gestação por mais e 9 meses em maternidades, e o que daí resulta não são boas notícias para as crias mais frágeis. O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for pouco plantado. Compreendo que nas nossas casas por vezes só há espaço para um aquário, contudo em último caso para as variedades maiores de Molinésia proponho um aquário com cerca de 60 X 30 X 35 cm com uma rede a uns 10 cm do fundo e uma parede de acrílico não transparente a outros 10 cm de uma das faces laterais respeitando os 10 cm do fundo a que a rede se encontra ( para permitir que os recém nascidos possam completar o acto do nascimento com pelo menos uma imprescindível vinda à superfície ), pode resultar com menos traumas. Boa sorte !
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Platy monógamo...
Cyprinodon respondeu a Elsa Patrícia Oliveira num tópico de MOLLYS, ESPADAS E PLATYS
Caros amigos, Com todo o respeito pela contribuição anterior do nosso colega Nelson Oliveira para este tópico e sem querer de forma alguma assumir que o que escrevi anteriormente ou que vou escrever a seguir é a única verdade, deixo as seguintes ideias para vossa reflexão : 1) Porque é que as fêmeas dos Platys são maiores do que os machos ? A família Poeciliidae é composta por 3 subfamílias, a saber, a sub-família Aplocheilichthyinae, a sub-família Fluviphylacinae e a sub-família Poeciliinae. A esta última sub-família pertencem mais de 235 espécies de cerca de 27 géneros, um dos quais é o género Xiphophorus, ao qual pertence o nosso Platy ( Xiphophorus maculatus ). Em todas as 239 espécies das quais tive até agora conhecimento, não me lembro de nenhuma em que os machos sejam maiores do que as fêmeas. As espécies da sub-família Poeciliinae apresentam adaptações reprodutivas pouco usuais em relação aos restantes teleósteos, sendo a ovoviviparidade a principal delas, a qual obrigou a modificações morfológicas e fisiológicas nos machos e nas fêmeas. A fertilização interna e produção de fetos em diferentes estágios de desenvolvimento ( superfetação ), ou a forma adoptada de alimentação embrionária, são estratégias importantes no processo reprodutivo da sub-família Poeciliinae, as quais, a par do tipo de “ método “ utilizada para a conservação das células reprodutivas masculinas no corpo da fêmea, a tornam muito peculiar. Dessa forma, a natureza proporcionou uma linha evolutiva comum em que as fêmeas têm que ser maiores do que os machos por questões fáceis de entender para animais que necessitam de gerar crias plenamente desenvolvidas. Quando tal ocorre nos ovíparos, por exemplo, estamos perante o facto de espécies que precisam de assegurar um grande número de ovos que são abandonados à sua sorte na água e por essa razão a natureza “ obrigou “ a que fêmeas grandes pudessem gerar ovários imensos. Paralelamente os machos que não competem ferozmente uns com os outros em duelos por um harém, não necessitam de ser maiores. Entre muitas espécies da sub-família Poeciliinae, ( sobretudo em pequeno número e confinados a espaços restritos ), os machos maiores dominam os menores em atitudes de exibição ou mesmo em actos agressivos. Estes combates, além de não resultarem em ferimentos graves não afastam os machos menores das fêmeas e permitem-lhes sempre conseguirem acasalar de vez em quando, ( embora em menor número de vezes do que os machos maiores ). Nem todas as espécies apresentam em cativeiro o mesmo grau de agressividade entre os machos, apresentando algumas um comportamento bastante “ pacífico “ no qual os machos apenas exibem as barbatanas ou não se confrontam de todo. Este comportamento de competitividade não foi assim mesmo suficiente para causar na linha evolutiva destes peixes machos maiores do que as fêmeas, pois os mesmos não necessitam de defender territórios, as posturas ou garantirem pelas suas dimensões o maior ou menor sucesso em transmitirem os seus genes à geração seguinte. 2) Na natureza há mais machos ou fêmeas ? Os números de machos e fêmeas variam consideravelmente de população para população, em todo o caso verifica-se quase sempre uma tendência muito maior para que o número de fêmeas seja superior ao dos machos. Em muitas espécies os machos coloridos são mais atractivos para os sucessos no acasalamento mas... também são mais evidentes e difíceis de se dissimular do que as suas parceiras, o que é razão mais do que óbvia para serem mais capturados pelos predadores. Na natureza, as estirpes de selvagens de Platy não são excepção a esta regra, embora o dimorfismo sexual através do colorido não seja tão evidente como nos machos Guppys. Todos os machos desta sub-família apresentam uma natural menor resistência às temperaturas extremas, à fome e aos agentes infecto-contagiosos. Em situações de sobrepopulação os machos são mais penalizados do que as fêmeas e verificam-se mais frequentemente entre o sexo masculino as consequências da competitividade pelo espaço e pelos recursos. Em condições adversas os machos sofrem mais profundamente os danos visíveis no tamanho, no tempo em que atingem a maturidade sexual e na longevidade. Os machos nunca crescem visivelmente após atingirem a maturidade sexual enquanto que as fêmeas continuam a crescer durante toda a sua existência ( só que isso nem sempre é muito claro à vista desarmada ). O seu crescimento é no entanto mais lento e se começarem a procriar cedo crescem mais lentamente porque gastam muitas energias na reprodução. Nas regiões mais frias da sua distribuição geográfica, os machos que nascem no início da estação e se tornam sexualmente maduros em cerca de 3 meses acabam por não resistir o suficiente para sobreviverem ao Inverno seguinte. Os machos nascidos no final da estação reprodutiva acabam por atingir a maturidade sexual mais tarde mas podem ainda estar activos até ao fim da estação seguinte. Em situações ideais e sem uma pressão muito grande por parte dos predadores, os Platys podem atingir numa estação densidades de 400.000 peixes por hectare. Em aquário não há estações de reprodução nem Inverno, pois a maior parte dos criadores mantêm estes peixes a uma temperatura constante durante todo o ano. Muitos dos machos Platys vendidos podem inclusivamente ser fêmeas antigas às quais foi aplicada uma técnica de mudança de sexo, induzida por métodos hormonais, conhecida dos « produtores industriais » pouco escrupulosos. Desta forma aproveitam-se de uma tendência natural da espécie a fim de se livrarem das fêmeas que já produziram pelo menos cinco ninhadas de peixes, vendendo-as como machos de grandes dimensões. 3) E em Aquário qual será a proporção certa entre os sexos ? Sabemos todos que para assegurar a maior percentagem possível de ovos fertilizados, nas espécies que libertam as suas células reprodutivas na água é necessário de facto juntar vários machos por cada fêmea madura. Na natureza, muitos Ciprinídeos apresentam esse padrão que é fácil de observar nos nossos rios de finais de Fevereiro até ao início do Verão. Algumas raras espécies de Poecilídeos ovovivíparos possuem, nomeadamente entre os machos das populações mantidas em aquário, casos de infertilidade masculina, pelo que, depender de apenas um único macho é arriscarmo-nos a não vermos satisfeitos os nossos desejos de reprodução da espécie em aquário. O que acontece habitualmente é que uma só fertilização com sucesso pode dar origem a várias gestações, pelo que muitas vezes não percebemos que determinado macho é infértil uma vez que a fêmea continua a ser mãe à custa dos invólucros com células reprodutivas inseminadas por outros machos anteriormente, ( as quais podem ser conservadas no seu corpo por muitos meses ). Assim mesmo, é comum ter sempre mais fêmeas do que machos porque nalguns casos evitam-se dessa forma lutas mais frequentes entre os competidores nas espécies agressivas. A razão mais válida será porém imitarmos a natureza sempre que possível e evitar que as fêmeas sejam molestadas continuamente pelo ardor sexual dos machos destas espécies. Quem já criou Poecilíideos ovovivíparos de espécies de curta longevidade sabe perfeitamente o que estou a dizer, pois as fêmeas são constantemente “ massacradas “ pelos seus pretendentes. Já tive a amarga experiência de ver fêmeas de certas espécies saltarem para fora do aquário pelas mais insuspeitáveis ranhuras porque estavam de facto a ser autenticamente molestadas por uma grande quantidade de machos. Isto pode acontecer nomeadamente em aquários com pouca vegetação e com certas espécies sexualmente muito activas. Com Platys nunca tive semelhante experiência nos longos anos em que reproduzi esta espécie durante 12 gerações, contudo, precavendo algum “ stress “ às fêmeas sou de opinião que é de se evitar uma tal proporção de machos por cada parceira. As opiniões são o que são e eu apenas procurei transmitir a minha experiência com algumas justificações que penso que podem ajudar a compreender a minha prática habitual em relação às questões que neste tópico foram tratadas. -
Platy monógamo...
Cyprinodon respondeu a Elsa Patrícia Oliveira num tópico de MOLLYS, ESPADAS E PLATYS
Cara Elsa, Uma situação idêntica já me aconteceu também a mim. Para além do facto de ocorrerem mudanças de sexo em determinadas condições entre muitos Xiphophorus ( nomeadamente fêmeas que se transformam em machos ) há outros fenómenos que se podem explicar, senão exactamente pelos padrões de comportamento humano, pelo menos pelas mensagens químicas que os peixes transmitem uns aos outros. Não digo que este seja um daqueles casos em que o macho tenha dito « nem que fosses a última fêmea do mundo... eu até preferia tornar-me... ». Há contudo razões evidentes que nos escapam para certos peixes terem este comportamento. É mais vulgar uma fêmea das espécies de Poecilídeos rejeitar os favores de um macho que “ considere “ fraco demais para ser o pai da sua prole do que o contrário. O cerne desta questão é que ao contrário do que acontece na natureza, no aquário temos quase sempre um número reduzido de exemplares, pelo que se acentuam as hipóteses de comportamentos considerados “ desviantes “ ou mais vulgares noutro tipo de animais considerados mais inteligentes ou simplesmente mais complexos ao nível comportamental. Não convém deixar esse macho só com a fêmea que rejeita num mesmo aquário. É conveniente separar os dois se os actos de agressão atingirem valores raros nos membros da família Poeciliidae em que as consequências passem para o nível dos Ciclídeos mais agressivos. No meio ambiente de origem, a relação entre os dois Platys nunca teria chegado a este limite, pois haveria muito espaço para se evitarem após um primeiro encontro mal resolvido, para além de existirem muitos indivíduos da mesma espécie por perto. Há inúmeros estudos científicos sobre a tendência das fêmeas para acasalarem com machos de uma determinada coloração em espécies de Poecilídeos que apresentam uma boa gama de opções como os Guppys selvagens. Não conheço nenhum estudo sobre os factores que expliquem a relação complicada entre machos e determinadas fêmeas, até porque tal se verifica raramente e sobretudo tanto mais que todos os peixes destas espécies são muito “ vorazes “ ( em termos de apetite sexual ) e muito pouco selectivos em relação às respectivas parceiras. Não fosse essa tendência e não haveria necessidade de manter separadas certas espécies dentro do mesmo género a fim de se evitarem os cruzamentos quase certos. Já aqui escrevi noutros tópicos que as minhas Limias Tigre ( Limia nigrofasciatus ) machos tentam acasalar com fêmeas de outras espécies mesmo em presença de fêmeas da sua própria espécie, nomeadamente quando há um desequilibro entre a proporção de indivíduos do sexo oposto. Eu colocava outro macho no aquário e de preferência acompanhado por mais duas fêmeas. -
Rã no lago!
Cyprinodon respondeu a Marcelo de Oliveira num tópico de LAGOS, CARPAS E PEIXES DE ÁGUA FRIA
Olá Marcelo, Tudo depende da espécie de rã e dos peixes que são criados no lago. As espécies da Península Ibérica são razoávelmente inofensivas, contudo espécies de outros locais podem ser predadores eficientes dos nossos peixes. A Rã Touro proveniente dos Estados Unidos e muitas espécies tropicais são devoradoras de peixes exímias... outras são uma benção contra animais nocivos e insectos em geral. Nos meus lagos as rãs ( Rana perezi ) nunca deram problemas... muito pelo contrário! No seu lugar eu identificava primeiro a espécie e depois estudava melhor o assunto através Internet. -
Olá Bruno, A Jordanela ou Peixe Bandeira Americano tem uma distribuição geográfica que confina sensivelmente com o Estado da Florida, nos Estados Unidos da América. Não é um peixe anual mas não se pode dizer que seja uma daquelas espécies de grande longevidade, ( o normal para os Ciprinodontídeos não anuais ). O mapa anexo refere-se apenas à distribuição dentro dos Estados Unidos ( Estado da Florida ). Há contudo outros locais de introdução feita pelo homem ( ainda dentro do próprio Estado da Florida e no Estado da Carolina do Sul mais a Norte ), por exemplo.
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Pimpão e Peixe-Vermelho
Cyprinodon respondeu a Tiago do Vale num tópico de LAGOS, CARPAS E PEIXES DE ÁGUA FRIA
Olá Tiago & restantes colegas, Como prometido venho por este meio confirmar a informação que estava em dúvida numa das mensagens anteriores. Confirmo que no livro “ Guide des Poissons d’Eau douce et Pêche “ ( Delachaux et Niestlé S.A., Neuchâtel, Suisse, 1981, 1991 ) ISBN 2-603-00750-5, traduzido por Archibald A. Quartier da obra original “ Europas Ferksvandsfish “ ( GEC Gads Forlag, Copenhague ), que a situação por mim descrita é de facto relativa ao Carassius auratus. Numa tradução muito livre passo a citar : « A sua biologia sexual apresenta uma particularidade interessante : no extremo Oriente e Sibéria, as populações são compostas por um número equivalente de machos e fêmeas. Por outro lado, em inúmeras regiões da Europa ( oriental ) as mesmas são constituídas só por fêmeas. Estas fêmeas são fertilizadas por machos de espécies aparentadas, Cyprinus carpio, Carassius carassius, etc. Durante este processo de reprodução não ocorre de facto uma verdadeira fertilização, uma vez que o esperma paternal deriva de outras espécies. Os espermatozoides penetram de facto nos ovos mas morrem pouco depois sem que os genes do seu núcleo se combinem com os do óvulo. De qualquer forma, o simples facto de se dar esta introdução do espermatozoide no ovo é provocada ( ou accionada ) a a divisão celular e desencadeia-se a produção normal de um novo indivíduo. Os descendentes herdam unicamente as características hereditárias da fêmea e por essa razão são também unicamente fêmeas. Esta forma de reprodução extremamente rara entre os animais denomina-se ginosenése », fim de citação. Esta informação não contradiz de forma alguma a contribuição para este tópico que o nosso colega Paulo José também referiu anteriormente relativa ao Carassisus carassisus. Recomendo-te um excelente artigo publicado no “ J. Fish Biol. “ ( 1990 ) 36, 415-419, denominado no seu título original “ The ploidy and reproductive mechanism of crucian carp, Carassius auratus gibelio “ de Z. Fan e G. Lu, dois cientistas chineses do “ Heilongjiang Fisheries Research Institute - Chinese Academy of Fisheries Sciences “. Posso tentar traduzir mas vai levar tempo porque não tenho tido muita disponibilidade agora como podes constatar pelo tempo que levo a dar a minhas contribuições. Não tomei hoje a iniciativa porque é uma matéria muito científica e não sei até que ponto é do teu interesse e de contexto certo para o fórum. -
Olá caríssimo e estimado Compadre Xibuto, “ Kanimambo “ pela mensagem. Fiquei “ maningue “ contente ! Não há problema quanto à temperatura registada por ti ( 7ºC – mínimo absoluto ) pois nós iríamos tentar esta proeza apenas a partir de Abril, obviamente se tiveres disposto a isso. Posso colocar em tua casa um aquário de 80 cm ou inventarmos outra solução qualquer para não perdermos esta oportunidade. Esta espécie não deve tolerar temperaturas tão baixas como as que se registaram este ano, pelo que será aconselhável levar os peixes para aí apenas daqui a algum tempo ou o mais depressa possível se colocares o aquário na garagem. Embora os meus bichos sejam mais bonitos do que estes, junto adiciono umas fotos encontradas na Internet. Manda notícias, por aqui ou pela via mais privada. Aquele abraço ! Fêmea Macho ( os meus são mais bonitos ) Coisa e tal
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Caros amigos, A prósito de uma intervenção minha noutro tópico penso que seria interessante acrescentar o seguinte : « Isto tudo para explicar que como podem calcular as temperaturas flutuavam bastante e por vezes estavam abaixo dos limites mínimos aceites para esta espécie aqui no fórum e na literatura. Como sabem, para cada espécie há uma temperatura que denominamos “ ideal “ em que os peixes atingem o melhor do seu funcionamento fisiológico. Obviamente que em todo o lado as temperaturas variam e por vezes fogem aos seus padrões “ normais “, pelo que os peixes evoluíram de tal forma que têm que se conseguir adaptar a temperaturas acima e abaixo dos padrões ditos ideias ou óptimos. A tal variação de temperatura chamamos vulgarmente o limite de tolerância. Mesmo fora das temperaturas óptimas ou “ ideais “ uma espécie pode continuar a crescer e por vezes a reproduzir-se. Flutuações graduais dentro da temperatura óptima ou mesmo nos limites das temperaturas de tolerância como as ocasionadas pelas diferenças entre o dia e a noite são benéficos. Porém, aqueles períodos de tempo passados fora do limite de tolerância, isto é, entre a fronteira do limite de tolerância e os limites de sobrevivência são prejudiciais. Os danos sofridos serão em proporção à resistência do indivíduo, à herança genética da sua população, da sua espécie, e à duração e extensão do afastamento dos limites da tolerância. Eu chamaria então à variação entre a temperatura mínima e máxima em que um peixe pode sobreviver nem que seja por curto espaço de tempo e as fronteiras com o limite de tolerância, a gama de temperaturas de sobrevivência ou, nos casos extremos... o limite máximo e mínimo de sobrevivência. Em termos gerais, o índice do metabolismo do animal aumenta ou baixa com as temperaturas porque os peixes são animais de sangue frio, ou seja, o seu sangue encontra-se vulgarmente entre 0,6ºC e 1ºC de diferença da temperatura da água onde vive. Desculpem-me mais um mensagem alongada mas achei importante esclarecer isto ». Isto é como eu entendo este assunto, por isso não podemos considerar esta opinião como algo científico. Por favor contribuam com os vossos pontos de vistem e se necessário contestem.
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Caros amigos, O nosso colega Tomás levantou uma questão muito importante. De facto, fomos todos levados pelas descrições a partir do pressuposto que se tratavam de (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]. Volto a afirmar aqui que há uma população de Guppys estabelecidos numa bacia hidrográfica do Sul de Espanha segundo uma publicação científica credível. Na Ilha de Porto Santo vi Guppys criados ao ar livre todo ano, mas atenção, porque que as temperaturas mínimas estão longe de serem comparáveis às de Portugal continental mesmo em períodos de frio como o actual. De qualquer forma tudo leva a querer que se trata de outro Poecilídeo que não o Guppy pois a coloração descrita e o facto de não ser necessário mantê-los em água aquecida aponta nesse sentido. O meu grande interesse como aficcionado de Poecilídeos é o de saber que espécie na realidade é esta. Será possível termos umas fotos ou uma descrição mais pormenorizada ?
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Agradeço a todos as vossas intervenções anteriores... está tudo dito. Só quer referir que há Molinésias que chegam aos 15 cm quando criadas ao ar livre ou na natureza, mas com as variedades mais comuns " fabricadas em aquário " não há esse problema.
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Caros amigos, Sendo um devoto apreciador de Poecilídeos selvagens e tendo criado algumas espécies de (G a m b u s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b], ( a última das quais é a G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] puncticulata ), posso apenas acrescentar o seguinte : 1) Fico deveras triste ao ler que as (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] são « uma praga, são pequenas, feias, matam os peixes pequenos, roem as barbatanas aos maiores e reproduzem-se como os gupys » e que « passados estes anos nem quero ouvir falar delas ». Algumas espécies de (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] contam-se entre os poucos Poecilídeos extintos ou em vias de extinção. São dos Poecilídeos mais evoluídos que se tornaram em certas espécies umas “ máquinas de sobrevivência “. Por isso não devemos culpá-las de tudo aquilo que é mau pois estão apenas a cumprir ordens dos seus genes para sobreviverem nos ambientes onde as fomos tirar sem que elas terem tido oportunidade de decidirem se ficavam ou se vinham para o aquário. 2) O nosso colega Ricardo Fernandes tem toda a razão. Apenas queria acrescentar que em Portugal a espécie de (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] que temos é a G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ou [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]. O Guppy ( Poecilia reticulata ) é uma espécie distinta de qualquer uma das do género (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]. A única semelhança é o facto de pertencerem à mesma família. 3) As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] nem sempre são incolores e há até variedades de olhos “ azuis “ ou “ esverdeados “ e com padrões bem interessantes sobre tonalidades de azul, verde ou outras cores, dependendo da espécie. Uma variedade de [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b], desenvolvida a partir de indivíduos selvagens malhados ( melânicos ) é totalmente negra como uma certa variedade de Molinésia. 4) As (G a m b u s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] não são mais “ más “ nem mais “ criminosas “ do que os Guppys, estão é mais bem equipadas ( dentes ) e são mais poderosas. O seu instinto de sobrevivência é que as faz acabar com a concorrência, sobretudo em espaços restritos. São geralmente agressivas e canibais porque foram evoluindo dessa forma para sobreviverem. Num pequeno charco cheio de indivíduos, se não comerem os seus próprios filhos, além de morrerem todas por sobrecarga populacional acabariam por ficar muito fracas pelo esgotar dos recursos ( alimentação, oxigénio, espaço, etc ). Dessa forma apenas sobreviem as crias mais dotadas e as restantes servem como fonte de proteína para os seus familiares num meio onde o alimento não abunda. As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] necessitam de mais espaço e de muita vegetação para poderem procriar pois de facto são quase todas as espécies extremamente canibais. 5) As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] podem até viver harmoniosamente com outras espécies. É fácil criar (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] e Metálicas Cubanas ( Giradinus metallicus ) num mesmo aquário... isto é, criam-se as (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] porque as Metálicas Cubanas perdem os filhos todos como comida viva para (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]. Note-se que as Metálicas Cubanas são uns Poecilídeos tão serenos, pacíficos e calmos que nem comem as crias ( suas e dos outros peixes ). 6) As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] de facto podem dizimar rapidamente os peixes cultivados, principalmente se não forem variedades selvagens verdadeiras. Afinal quantas espécies denominadas pacíficas não gostam de acabar com as coloridas barbatanas sem fim dos Guppys cultivados ? Os peixes vermelhos e todos os possíveis companheiros de aquário das (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] com cores berrantes e barbatanas longas são um convite a uma refeição ( lenta ). Se puserem um cordeirinho amarrado numa jaula de leões esfomeados o que querem que aconteça ?... milagres ? Nós é que temos que respeitar a natureza e evitar cometer esses erros que contrariam as leis mais básicas da biologia. 7) As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] podem ser fáceis de criar mas necessitam de mais espaço e de muita vegetação para poderem deixar sobreviver as crias mais aptas. Para que tenham uma noção de como devíamos admirar estes peixes, posso apenas perguntar-vos... quantos dos vossos peixes conseguem sobreviver entre o ponto de congelação e os 39ºC e em águas com valores de PH entre 5,8 e 9 como a G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ?
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Caro Luis Queiroga, Essa questão da actividade enzimática é muito interessante. Gostava especificasses mais um pouco por favor. Será ao nível da digestão apenas ? As minhas desculpas pela ausência prolongada mas nem sempre é possível cá vir. Da próxima vez, dependendo dos comentários tenho mais uma contribuição. Obrigado.
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Caros amigos, Com todo o respeito por uma opinião anterior, quero reforçar algo que já repeti aqui muitas vezes : Nunca usem " maternidades " com estes peixes por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas espécies como o Guppy e têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade. Algumas Molinésias podem prolongar a gestação por mais e 9 meses em maternidades, e o que daí resulta não são boas notícias para as crias mais frágeis. O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Apesar de serem peixes com tendências vegetarianas, as presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for pouco plantado. Em último caso um aquário com cerca de 60 X 30 X 35 cm com uma rede a uns 10 cm do fundo e uma parede de acrílico não transparente a outros 10 cm de uma das faces laterais respeitando os 10 cm do fundo a que a rede se encontra ( para permitir que os recém nascidos possam completar o acto do nascimento com pelo menos uma imprescindível vinda à superfície ), pode resultar com menos traumas. Não devemos esquecer ainda que as Molinésias são animais de estuário, embora algumas populações sejam avistadas e colectadas em alto mar a várias centenas de quilómetros do rio mais próximo e outras em lagos e rios de água doce apenas. O ideal para reproduzir as espécies ainda pouco adaptadas ao cativeiro seria acrescentar algum sal próprio para aquários marinhos, embora muitos dos outros peixes referidos não tolerem essas condições. Compreendo contudo que em primeiro lugar nem sempre se pode dispor de outro aquário e que em segundo lugar já há muitas espécies “ domésticas “ que até podem superar as torturantes consequências da ( mal )dita maternidade. Boa sorte !
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Caro Godzec, Sem querer de forma alguma por em causa o valor do acto e o carinho com que a prenda foi oferecida queria apenas informar que a coloração da espécie nada tem a ver com essa faceta mais comercial. Há rumores que as tintas que são injectadas nos peixes para provocarem o referido efeito são dolorosas e até cancerígenas. Há muitos de nós que se recusam a participar nessa hipotética maldade comercial porque consta que o efeito colorido tem tendência a desaparecer ( se o peixe conseguir sobreviver à provação ). Fica aqui o alerta.
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Caros amigos, Afinal o que são peixes de água fria e peixes tropicais ? Uma espécie que tolere uma gama de temperaturas compreendida entre os 18ºC e os 28ºC é tida como tropical, mas se os seus limites estão entre os 14ºC e os 29ºC, ainda é tropical ? Vivem em regiões “ temperadas “ do mundo peixes que toleram uma vasta amplitude térmica e podem ser considerados tropicais embora tolerem temperaturas muito baixas também. A (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki que foi introduzida em muitos países do mundo incluindo o nosso, tolera viver “ confortavelmente “ em águas com temperaturas compreendidas entre os 6ºC e os 34ºC... é um peixe de água fria ou tropical ? Neste último exemplo entramos numa área mais nublosa, isto é, uma coisa é a amplitude térmica em que o peixe se sente tão bem que geralmente até se reproduz ( se os restantes factores estiverem de acordo com a sua biologia e necessidades para o efeito ). Chamaremos a esta gama de temperaturas a dita « temperatura de reprodução » ou será apenas algo como a « temperatura de maior conforto » onde se pode dar a reprodução ? Depois temos ainda a considerar aquela gama de temperaturas denominada « temperatura ideal », ou seja, o limite máximo e mínimo entre o qual os peixes vivem “ felizes “ e desenvolvem a sua maior actividade e a plenitude das suas funções fisiológicas sem restrições. Então assim sendo, como os peixes são animais de sangue frio, em algumas espécies mais tolerantes no limite máximo da dita « temperatura ideal » a digestão da mesma porção de um determinado alimento consumido leva cerca de 4 horas a digerir, enquanto que no outro extremo pode levar mais de 24 horas... e ainda estamos dentro dos limites da « temperatura ideal » ? Será que poderemos chamar « temperatura de aclimatação possível » às amplitudes térmicas situadas acima e abaixo da gama de « temperatura ideal » onde os peixes sobrevivem mas de onde podem resultar sequelas físicas e para a sua saúde dependendo do tempo de permanência e de quão afastados forem os seus valores dos mais convenientes para a sua subsistência “ normal “ ? Se assim for teremos como limites inferiores e superiores as temperaturas de sobrevivência, não é ?... ou seja, aqueles limites máximos ou mínimos a que um peixe de determinada espécie resiste. Mas resiste por quanto tempo ? Enfim pode resistir uma semana mas nunca recuperar depois quando regressar a « temperaturas ideais » e morrer das consequências como pode resistir apenas algumas horas... e se alguém nos mostra peixes da mesma espécie a superarem esses limites ? E já agora, o que dizer de espécies que pela sua vasta distribuição geográfica e por não poderem migrar como no vasto oceano acontece com as de água salgada, possuem populações com certas... digamos “ particularidades “ de resistência ? Se há por exemplo Tilápias que habitam nascentes quentes onde as águas podem atingir recordes da ordem dos 45ºC ( ou mais até ), como é que vamos denominá-las... “ super tropicais “ ou “ escaldantes “ ? Mas se essas nascentes quentes forem na Islândia e lá existirem peixes de água doce aclimatados a temperaturas muito altas, serão também tropicais ?... Sim porque afinal a Islândia é um país frio que fica muito acima da área compreendida entre os trópicos de Cancer e o de Capricórnio, não é ? E o que é que vamos chamar àqueles peixes que sendo oriundos de países próximos do equador com temperaturas elevadas todo ano, vivem em grandes altitudes ou em rios alimentados por correntes provenientes dos desgelos onde a água pode chegar aos 5ºC numa parte do ano ? Por falar em frio... um peixe de “ água fria “ é aquele cujo limite máximo de temperatura ( de sobrevivência talvez ) se situa próximo dos 18ºC, não é ? Então porque é que a Carpa ( Cyprinus carpio ) e o Peixe Vermelho ( Carassius auratus ) são classificados por nós como peixes de água fria se toleram mais de 30ºC de temperatura na estação mais quente do ano ? Quando nos decidirmos sobre estes conceitos tenho ainda as seguintes dúvidas para vos colocar : Qual é o rigor das informações sobre temperaturas que podemos obter em toda a parte ? Alguém fez um levantamento sério sobre as condições climatéricas do meio ambiente de onde provém os nossos peixes antes de colocar num livro ou sítio da Internet ? Respeitamos nós em nossas casas a flutuações ambientais e sobretudo de temperatura para a boa saúde das espécies que cultivamos ao mantermos uma temperatura constante de 24ºC durante todo o ano ? Quantos de nós conhecemos ou tentamos respeitar as condições que acontecem na natureza em que nalguns locais a temperatura do ar pode variar entre os 23ºC de madrugada e os 35ºC no pico mais elevado do mesmo dia durante o Inverno e noutros , como no Alentejo interior, poderem ultrapassar os 40ºC alguns dias no Verão ? E num pequeno charco ( onde as variações térmicas são mais frequentes e rápidas ), quem pode calcular como é o tempo do “ cacimbo “ de certos Ciprinodontídeos se nos locais “ tropicais “ onde vivem no mês mais frio do ano as temperaturas podem chegar perto do ponto de congelação durante a noite, embora subam quase sempre acima dos 20ºC durante o dia ? Como podem sobreviver as espécies de água fria do nosso país se no Verão em alguns pequenos cursos de água e lagos pouco profundos do Sul do país a temperatura da água onde habitam está acima de 25ºC entre Julho e Agosto ? O que pode acontecer às espécies que já sabemos que necessitam de temperaturas mais baixas durante uma parte do ano e ficam sujeitas à “ confortável “ temperatura do aquário comunitário aquecido com uma resistência independentemente da estação ? Porque um fórum é um excelente local para discutirmos estas coisas e porque podemos ajudar os nossos peixes com as experiências uns dos outros, solicito a vossa participação. Pensem sobretudo naquela visita que fizeram a tal parte do mundo fora da época mais confortável do ano, naqueles anos que viveram nalgum local de origem de espécies criadas em cativeiro, nos espantosos casos de espécies ditas “ tropicais “ que se descobrem no nosso país com populações estabelecidas, numa ou noutra experiência de sucesso com determinada espécie em relação a temperaturas que fogem do que está escrito, etc. Espero ter lançado um bom tópico de esclarecimento que contribua para uma reflexão séria dos conceitos existentes e acima de tudo para a valorização das condições de vida dos nossos peixes. Bem hajam e obrigado.
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Olá a todos, Confirma-se que os meus peixes de facto estiveram durante este tempo envolvidos num processo de desova ( ou vários ). Ainda ontem assisti ( pela 1ª vez em aquário ) à desova desta espécie. Tive oportunidade de ver o macho copular com pelo menos 3 das fêmeas existentes no aquário, contudo foram contactos muito curtos com cada fêmea e só algumas é que voltaram mais do que duas ou três vezes ao local onde o macho defende ferozmente um pequeno território. O facto de não ter reparado antes nos ovos deveu-se à sua cor e à particularidade do progenitor ignorar os ataques dos caracóis que os comem ( à minha frente ). Não sei quando é que esta actividade vai terminar uma vez que desde a minha primeira mensagem ainda não nasceram crias e hoje mesmo uma das fêmeas voltou a desovar ( agora de uma forma bastante mais demorada ). O macho continua a manter os ovos protegidos dos outros peixes ( Girardinus metallicus e Limia nigrofasciata ) mas não consegue afastar os caracóis, nomeadamente os das duas espécies de Niritina que habitam o mesmo aquário. Custa-me a ver esta situação mas de momento não posso agir pois não tenho mais aquários disponíveis e só posso levar estes peixes para o exterior quando as temperaturas estiverem mais amenas. Num outro aquário onde tenho o resto das Jordanelas... " No passa nada" apesar das condições serem iguais em termos de química da água e temperatura. Alguém me sabe dizer quais são os limites mínimos de temperatura para esta espécie ?
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Caros amigos, Para além da espécie Characodon lateralis ( Characodon Arco-Íris ) já descrita pelo colega Paulo José, estou interessado em conhecer quem possa estar a criar as seguintes espécies : Ataeniobius toweri Allotoca dugesii Allotoca catarinae Allotoca maculata Allotoca meeki Alloophorus robustus Girardinichthys viviparus Goodea atripinnis Hubsinia turneri Skiffia multipunctata Xenotoca melanosoma Xenotoca variata Zoogoneticus tequila Grato pelas vossas participações.
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Caros amigos, As minhas desculpas pela interrupção de hoje. Venho cumprir nesta mensagem a minha promessa da mensagem anterior para vos juntar as fotos seguintes que penso que são importantes para esta discussão : Oreochromis mossambicus - macho ( algumas variedades desta espécie de facto adquirem na época do acasalamento as cores descritas pelo colega Paulo José, embora os meus exemplares não ficassem nunca muito mais escuros já vi de facto belos exemplares quase todos negros )
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Olá Paulo José & restantes colegas, Tenho notado de facto que por vezes a imagem seleccionada do macho de Oreochromis mossambicus que adicionei está quase sempre indisponível, daí talvez a insistência do colega Paulo José neste assunto. Vou tentar introduzir uma imagem a partir dos meus próprios ficheiros com fotos dos meus peixes, contudo volto a chamar-vos a atenção para o facto da imagem que está ( ou esteve ) patente ser um desenho e não uma foto. Espantado fiquei porém com a notícia de que esta espécie resistia ao Inverno na zona de Lisboa ao ar livre. Nunca tive essa experiência mais a Sul junto ao litoral onde a temperatura atingiu limites mínimos de 8º nalguns anos no lago de jardim ( 18 m3 ) em casa dos meus pais. As minhas Tilápias de Moçambique das várias proveniências, que já anteriormente referi, nunca suportaram menos de 11ºC por mais de algumas horas e morriam se submetidas a mais de uma semana a temperaturas da ordem dos 12ºC. Não duvido nada desta experiência em Lisboa visto as temperaturas provavelmente serem sempre quiçá superiores a 11ºC ou a população de origem ser proveniente do extremo Sul da distribuição geográfica da espécie. O maior dilema criado por peixes com uma considerável distribuição geográfica é precisamente a variabilidade em relação aos factores ambientais e em certos casos mesmo morfológica. Quanto ao Espada ( Xiphophorus helleri ) não me admira mesmo nada. Já há populações estabelecidas em Israel, nos Estados Unidos e noutros pontos do mundo onde o clima é idêntico ao nosso ( ou ligeiramente mais frio ). Quando criava e mantinha Espadas lembro-me que a estirpe vermelha passava o mês de Janeiro a 9º sem vestígios de consequências nefastas. Escolhi este exemplo porque parece que a estirpe Verde Selvagem é ainda mais resistente ao frio. Na localidade onde vivem os meus pais têm aparecido com frequência à venda " Espadas de água fria " vá-se lá saber porquê ?!? Atenção Paulo porque não existe uma fronteira inequívoca entre peixes tropicais e peixes de água fria. O pequeno zebra ( Brachydanio rerio ) é considerado um peixe tropical porque é originário da parte oriental da Índia mas surpreendeu-me há muitos anos no Porto ao suportar 4ºC durante o Inverno. Daí para cá nunca mais fiz a experiência. Vou a propósito dar uma contribuição sobre este tópico em breve porque estou de saída e nem vou terminar esta participação agora com a dita colocação da imagem acima referida. Obrigado pelas vossas participações e especialmente às excelentes informações e contributos do nosso colega Paulo José.
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Olá Vlad, Não sei se ainda vou a tempo mas vou tentar... 1) Todas as transições de características químicas da água e de salinidade devem ser feitas com suavidade com as crias ou peixes muito jovens, apesar das Molinésias mais conhecidas serem peixes que suportam confortavelmente transições bruscas nestes parâmetros. A temperatura também influencia muito a resistência às mudanças da composição da água. Não devemos esquecer que as Molinésias sendo animais de estuário há de facto algumas populações que podem ser avistadas e colectadas em alto mar a várias centenas de quilómetros do rio mais próximo e outras em lagos e rios de água doce apenas. 2) A idade não tem importância... o tamanho sim ! Menos de 1,5 cm é fornecer comida viva aos habitantes de certos aquários comunitários, contudo o meu conselho vai no sentido de se estudar primeiro o aquário de destino e só em função disso tomar uma decisão final. Há peixes de boca grande que só comem vegetais e peixes de boca pequena que adoram comer seres vivos, nomeadamente porque uma boca pequena pode em certas espécias transformar-se num “ bocarrão escancarado “ que permite a entrada de presas com 1/3 do tamanho do seu proprietário. 3) Quanto maior for o aquário menos necessidade há da dita manutenção, porém « quem não tem cão caça com gato » e 20 litros são 20 litros. Um aquário desta capacidade é o ideal para um tanque de quarentena ou tanque hospital, contudo sempre é melhor do que nada. Os aquários mais pequenos atingem o ponto de saturação mais rapidamente e têm menos capacidade para manterem um número elevado de peixes ( mesmo com ajuda de potente equipamento de apoio ). Repetindo-me uma vez mais queria acrescentar que as Molinésias são peixes exigentes quanto ao espaço ( e não só ). Para quem tenha um pouco de terreno, em meados de Abril ponha as suas Molinésias fora de casa ( basta um lago bem plantado com 10 m3 ). Em Setembro, se tiverem alimentado bem os vossos veraneantes verão a quantidade de peixes com que a natureza vos presenteará e o tamanho das barbatanas dorsais dos novos machos nascidos ao ar livre !!! Preparem-se para verem exemplares de certas variedades atingirem os 15 cm ( às vezes um pouco mais ), isto se não houver grande consanguinidade entre elas.. Em último caso um aquário com cerca de 60 X 30 X 35 cm com uma rede a uns 10 cm do fundo e uma parede de acrílico não transparente a outros 10 cm de uma das faces laterais respeitando os 10 cm do fundo a que a rede se encontra ( para permitir que os recém nascidos possam completar o acto do nascimento com pelo menos uma imprescindível vinda à superfície ), pode resultar. Prefiro nem pensar nesta última hipótese e voto no lago de jardim ( para quem pode claro ).
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Caros amigos, O Paulo José tocou num ponto fundamental que eu gostava muito de salientar e com o qual concordo plenamente. Em todas as lojas que até hoje visitei de facto só vi em exposição o Herichthys carpintis, pelo que estou muito curioso em saber que peixe de facto se encontra disseminado nos locais aqui descritos. Na Ria Formosa, nomeadamente acho que nem mesmo a espécie Herichthys cyanogutatus teria possibilidade de sobreviver a não ser talvez em locais de baixa salinidade. Não faço ideia onde existem essas áreas com excepção talvez de alguns tributários. Quanto à Tilápia de Moçambique ( Oreochromis mossambicus ) a história é bem diferente. Reconheço que há alguma variabilidade de acordo com as proveniências ao ponto de se dizer que a Tilápia de Zamzibar é uma sub-espécie da de Moçambique ( do que discordo mas não sou especialista em Ciclídeos ). Criei esta espécie durante anos ( 12 gerações ) e de facto tive machos idênticos aos do desenho exposto. Também consegui variedades de pureza duvidosa apuradas em cativeiro com as mais interessantes variantes de colorido do branco ao vermelho passando pelo rosa e pelos laranjas, amarelos e mesmo o preto. Estas Tilápias de Moçambique coloridas havia-as trazido comigo das Ilhas Maurícias e da República Dominicana mas como prefiro as variedades selvagens não sei como pude resistir à tentação de trazer comigo uns quantos exemplares da África do Sul e de Moçambique quando lá estive em Novembro de 2002 ( talvez porque nessa altura já estava mais virado para outras famílias de peixes ). Uma população de O. mossambicus que encontrei em água quase à salinidade do Índico na praia do Bilene tinha precisamente machos quase desta coloração pois estavam em época de reprodução ( havia fêmeas com crias mesmo junto às margens e cardumes de juvenis ao alcance de um saco de plástico ). A possível introdução de Oreochromis aureus em Portugal é uma novidade para mim e a concretizar-se é de facto interessante porque certas estirpes toleram até 7º de temperatura mínima por várias semanas ( que o digam os Norte-Americanos ). Em relação à contribuição do Warlock, gostaria de acrescentar que os nomes vulgares dos peixes de água doce da nossa fauna para mim são tabu pela confusão que para aí vai com as denominações regionais, sobretudo no caso dos pequnos Ciprinídeos. Contudo calculo que o Ruivaco será em princípio um Rutilus ( Rutilus macrolepidotus, será ? ) Agradeço muito a resposta à minha questão embora estivesse um pouco fora da mensagem orginal.
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Pimpão e Peixe-Vermelho
Cyprinodon respondeu a Tiago do Vale num tópico de LAGOS, CARPAS E PEIXES DE ÁGUA FRIA
Olá Tiago, As minhas desculpas pela demora mas nem sempre posso aceder ao fórum. Quanto à tua questão tenho a seguinte contribuição para dar neste fórum : Anomalias cromossómicas são geralmente classificadas como erros estruturais ou numéricos que surgem durante a divisão celular, especialmente na meiose. Erros cromossómicos numéricos resultam na denominada aneuploidia ( número total de cromossomas que não é o normal para uma determinada espécie ). A poliploidia acontece quando o número de cromossomas é um mútiplo do número haplóide de cromossomas que não 2 ( 23 nos seres humanos, ou seja, 46 : 2 = 23 ). Na grande maioria dos casos, embriões poliplóides abortam espontaneamente no início da gestação dos mamíferos. Causas da poliploidia, especialmente a triploidia, são, provavelmente nos seres humanos, a fertilização de um óvulo por mais de um espermatozóide ou a não separação de um corpo polar durante a meiose. A monossomia ( falta de um membro de um par de cromossomas ) e a trissomia ( presença de três cromossomas em vez do par normal ) resultam tipicamente da não junção durante a meiose. Actualmente, a genética adquire cada vez maior importância para desenvolvimento da piscicultura moderna. O emprego de técnicas de manipulação de cromossomas é sem dúvida um eficiente aliado das produções industriais ( intensivas ). As técnicas de manipulação genética podem ser aplicadas com relativa facilidade aos peixes por serem ( grande parte das espécies ) animais que apresentam fecundação externa, o que favorece o manuseio das respectivas gametas. Existem várias técnicas, descritas na literatura, para a produção de peixes haplóides, triplóides, tetraplóides, ou os que apresentem somente os cromossomos maternos ( ginogenéticos ) ou paternos ( androgenéticos ). A produção de triplóides é o tipo de manipulação de cromossomas mais utilizada na indústria da aquacultura. O eventual interesse pelos triplóides deve-se acima de tudo às características que potencialmente eles podem apresentar em relação aos seus parentes diplóides. Os indivíduos de composição genética triplóidica, teoricamente, apresentam maior crescimento comparados aos seus correspondentes diplóides. Isso pode-se dever ao facto, deles possuírem células de maior tamanho, um núcleo que conterá mais 33% de alelos para o crescimento e ainda pelo facto de não desviarem a energia utilizada no crescimento para a produção de gametas, reprodução e cuidado com a descedência, uma vez que os triplóides apresentam na maior parte dos casos esterilidade ( senão mesmo sempre ). A triploidia, poderá ainda constituir também uma excelente forma para a utilização de espécies exóticas em programas de piscicultura, minimizando assim os possíveis problemas de impacto ambiental à biodiversidade aquática em caos de fugas ou introduções acidentais nas bacias hidrográficas na decorrência de cheias roturas e temporais, as quais, no caso de ocorrem, poderão causar até o desaparecimento de espécies nativas por competição, predação e cruzamentos. Na guerra biológica, a possibilidade de se utilizarem triplóides no controle de populações invasoras de uma determinada espécie, por competição reprodutiva, uma vez que os machos estéreis apresentam a capacidade de corte e acasalamento competindo com os machos férteis pelas fêmeas. Como, os gametas do macho triplóides não são viáveis, os ovócitos da fêmea perdem-se no acasalamento com esses machos, diminuindo a capacidade reprodutiva da população. Os triplóides, usualmente, apresentam uma taxa de sobrevivência mais baixa ( entre 40% e 95% ) do que a dos diplóides nas etapas iniciais do desenvolvimento. -
Olá David, Embora se leia habitualmente que para a espécie tal da família Poeciliidae o tempo de gestação seja de tantos dias, isso só é metade da verdade. De facto, em condições “ ideais “ de alimentação e de meio ambiente os peixes “ cumprem “ esses prazos ( mais ou menos ). As espécies mais resistentes e habituadas ao longo de incontáveis gerações a cativeiro como o Guppy, também não fogem muito dessas estimativas independentemente do que eu disse atrás, contudo, infelizmente nem sempre é assim. Se por motivos de stress ou de alguma incompatibilidade com o meio a maioria das fêmeas de poecilídeos ( como o Platy ) podem fazer-nos uma “ guerra de nervos “ e adiarem os partos por bastante tempo ( nalgumas espécies para lá dos 9 meses ). Tal como certas (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] abortam no Outono para não serem surpreendidas pelas baixas temperaturas do Inverno em gestação, outras espécies podem adiar a vindas das suas crias ao mundo devido a súbitas alterações no seu meio ambiente que aconselham um parto noutra altura mais propícia à sobrevivência das crias. Para quando ?... só as progenitoras podem decidir com base em mecanismos que a natureza dotou as suas antecessoras à muitas gerações atrás. Como ultrapassar este dilema ? Tentarmos criar as “ melhores condições “ físico-químicas na água onde vivem, dar-lhes alimentação estimulante ( alimento vivo, por exemplo ), controlar a temperatura ( isto implica por vezes variações térmicas diárias e temperaturas mais baixas no Inverno ), dar-lhes muito espaço e vegetação abundante e... depois de todo este esforço rezar para que não tenha faltado nada, para que a futura mãe não esteja a retardar o parto por motivos de saúde e para que quando voltarmos a olhar para o aquário no dia seguinte eles estejam lá... uma nova geração de Platys. Como tenho escrito em várias mensagens... Nunca usem as chamadas " maternidades " com estes peixes por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas espécies e têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, stress às fêmeas com consequências graves na imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade. O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Boa sorte !
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Pimpão e Peixe-Vermelho
Cyprinodon respondeu a Tiago do Vale num tópico de LAGOS, CARPAS E PEIXES DE ÁGUA FRIA
Olá Tiago, Não estou seguro, mas se não é Carassius auratus é sem dúvida Carassius carassius. Regressarei a casa dos meus pais para uma visita no final do mês ou no início de Fevereiro e nessa altura vou trazer comigo o livro onde encontrei esta informação. Pode ser que seja a mesma situação da Bielorússia que o nosso colega Paulo José também referiu anteriormente, contudo ainda estou convencido que algo muito idêntico acontece com uma certa população de Carassius auratus. Como disse vou verificar melhor uma vez que com estas mensagens fiquei algo vacilante. Como é uma literatura a que tive acesso pela primeira vez na biblioteca da universidade, há muito tempo que não voltava a tocar neste assunto, pelo que espero que todos me possam desculpar alguma imprecisão natural causada por essa situação. Logo que tenha os dados confirmo com uma mensagem para aqui incluindo a bibliografia em causa. Ainda sobre este tema posso assegurar sem qualquer dúvida que um número considerável das espécies de peixes da fauna do continente Europeu produzem híbridos com muita frequência no estado selvagem ( sem intervenção do Homem ). A maior parte destes casos pertencem à família Cyprinidae mas fenómenos deste tipo não são exclusivos a estes peixes. Os híbridos tornam a sua classificação e identificação um caso complicado para a ciência, já sem referir os problemas causados pelos casos de diferenciação geográfica. Os animais resultantes dessas relações entre espécies geralmente possuem características intermédias herdadas dos seus progenitores. A poliploidia e o denominado “ vigor híbrido “ são duas das consequências que os peixes podem tirar desses cruzamentos naturais entre espécies. A propósito aconselho a leitura de algo sobre o Carassius carassius gibelio. Em alguns casos como no conhecido complexo Rutilus alburnoides do nosso país, a variabilidade dentro da mesma espécie é sem dúvida um desafio muito estimulante para os cientistas e para todos nós.