Cyprinodon

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  1. Olá Isa & colegas Lamentavelmente só hoje me foi possível dar a devida contribuição neste tópico. Felizmente o Nuno deu uma grande ajuda e adiantou quase tudo. Só discordo com o facto do conselho ir “ apenas “ no sentido da via tradicional ( pois há lagos que têm mesmo que ter a dita água verde e não significa que estejam negligenciados, mas isso fica para outra altura ). Há que ter em atenção a profundidade do lago e o facto de provavelmente uma parte estar à superfície e não totalmente “ enterrado “. Isso vai reflectir-se no regime térmico e pode condicionar algumas das espécies previstas pela contribuição anterior. Da lista de peixes não posso concordar totalmente com o uso das espécies mencionadas como « Peixes "portugueses" de pequeno porte », pois uma boa parte dos “ nossos “ pequenos Ciprinídeos Ibéricos são endemismos altamente ameaçados e que não devem de forma nenhuma ser transferidos de bacia hidrográfica em bacia hidrográfica ou mantidos em locais onde não possam ter condições tão próximas do óptimo, ( que se reproduzam em grande número a fim de em pouco tempo podermos “ devolver “ à natureza ainda mais peixes dos que os que de lá retirámos ). Muita atenção às introduções na natureza de espécies facilmente aclimatáveis. Não é preciso um lago estar próximo de uma ribeira que transborde para haver esse perigo. As aves, por exemplo, podem disseminar por vezes algumas espécies. Vou ignorar de momento todos os conselhos de manutenção do lago para me concentrar especificamente naquilo que foi pedido. Há três formas de adquirirmos os peixes para o lago... ou no comércio, ou através pesca dos peixes na natureza, ou por oferta de terceiros ( seja lá qual for a sua proveniência ). De acordo com a maior ou menor facilidade de se adquirirem as espécies, o Nuno focou algo muito importante... se o lago ficar longos períodos sem manutenção ( leia-se alimentar os peixes também ), escolhermos espécies predadoras acabará por reduzir os habitantes do lago aos maiores exemplares de uma ou duas espécies mais aptas, ( conforme a combinação ). Espécies vegetarianas ou omnívoras subsistem mais facilmente sem grandes intervenções. Há ainda a considerar o facto de que algumas espécies são muito fáceis de observar, outras não servem para um lago porque literalmente “ desaparecem “ até ao dia em que as pescamos com uma rede. Eu voto no « mix » proposto pelo Nuno ou em alternativa às tradicionais Carpas ( alguma variedade de Koi mesmo que “ impura “ ) ou Cyprinus carpio, acompanhadas pelo tradicional Peixes Vermelho ( Carassius auratus ). Eu pessoalmente também aconselho vivamente todos os Peixes Sol ( família Centrarchidae ) pois há duas espécies fáceis de capturar em Portugal, a (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( Lepomis gibosus ) e o Achigã ( Micropterus salmoides ). Ambas têm uma biologia interessante e são bem visíveis todo o ano assim que vencerem o medo do trauma da captura e transporte. O problema é que necessitam dos mesmo cuidados dos Ciclídeos tolerantes ao frio e são predadores vorazes ( cada um na sua especialidade ). Relativamente ao « mix », se as temperaturas não descerem muito abaixo dos 10ºC no Inverno e se houver quem possa alimentar os peixes com alguma frequência podem-se tentar as seguintes espécies “ vulgares “ de aquário : Corydoras paleatus Gymnocorymbus ternetzi Hemigrammus caudovittatus Jordanella floridae Poecilia latipinna Poecilia sphenops Xiphophorus helleri Xiphophorus variatus Macropodus opercularis Enneacanthus chaetodon Brachydanio rerio Puntius conchonius Atenção que devido à sua proveniência geográfica ou herança genética podemos conseguir exemplares destas mesmas espécies mais ou menos resistentes ao frio, bastando para isso ter o cuidado de seleccionar os exemplares ou fazer experiências com peixes da mesma espécie mas de origens diferentes ( lojas, importações ou criadores distintos ). Para além destas há muitas possibilidades mais, mas que raramente aparecem no mercado, contudo alguns especialistas criam pequenas populações desses peixes em casa. Há peixes das família Centrarchidade, Elassomatidae, Cyprinodontidae, Cyprinidae, Belontiidae, Goodeidae e da sub-família Poeciliinae que são muito bons peixes de lago para o nosso clima, constituindo excelentes alternativas aos tradicionais Peixe Vermelho e Carpa. Há várias contribuições sobre este assunto no fórum e muito não é dito porque há aficcionados deste tipo de experiência que não tem Internet ou não conhece este fórum, ou ainda porque infelizmente de uma forma muito Portuguesa... « o segredo [ ainda ] é a alma do negócio ». Há muitas espécies que vivem em zonas tidas como tropicais que na realidade toleram bem o frio e podem sobreviver ao nosso Inverno, contudo eu não consegui ter peixes de certas espécies todo o ano ao ar livre no Alentejo Litoral enquanto que outros colegas o conseguiram em Lisboa com exemplares do mesmo lote em condições idênticas. Criar peixes em temperaturas próximas do seu limite de sobrevivência no Inverno tem consequências para os exemplares que demoram a recuperar. Conseguir manter certas espécies no exterior depende também do sítio do país, sobretudo se estivermos a falar de pequenos lagos e não de rios ou barragens. Por vezes conseguem-se “ proezas “ em locais mais a Norte que não são possíveis no Sul. Um lago bem plantado é o primeiro passo para o sucesso oo « mix » de pequenas espécies. Boas tentativas e já agora aqui fica o convite a quem tenha mais exemplos para dar. Já agora consultem estas minhas contribuições : Espécies introduzidas e invasoras http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...17118&highlight Biotopo de Água Doce em Portugal ( sugestões ) http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...16248&highlight Cuidado ! http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...17125&highlight Peixes Sol ( Sunfishes ) http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...19747&highlight
  2. Olá Mário, As minhas desculpas pela demora. A minha pergunta foi feita depois de uma vista de estudo a uma E.T.A.R. estrangeira onde se usa Jacinto de Água ( (E i c h h o r n i a crassipes)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ) e outras espécies em experiências de purificação da água em circuito fechado para a N.A.S.A. Tenho por hábito “ invernar “ espécies que não resistem ao nosso clima na estação fria em aquários ( necessariamente muito povoados e com excesso de peixes ). Aqui a renovação de água é uma necessidade frequente e obrigatória pois não há sistema de filtragem que aguente os níveis de certos compostos azotados, compostos fosforados ou um ciclo do azoto “ normal “. É pois necessário intervir de uma forma muito mais atenta do que nos aquários bem planeados e mantidos dentro dos limites correctos de peixe por m2. Estou a tentar minorar essa necessidade e como não tenho informação sobre filtros biológicos que usem plantas pensei numa forma prática de usar biomassa para me livrar de certas causas do excesso de excrementos dos peixes e de restos de alimentos suspensos na água para além da capacidade dos filtros mecânicos e de fundo. Ainda para mais, uma vez que não sou muito rigoroso com a escolha das espécies vegetais relativamente ao ecossistema de origem dos peixes... se puder usar plantas que ajudem a manter a água em circuito fechado mais “ limpa “, então estou a ajudar os actuais sistemas de filtragem. Sei que pode parecer exagerado mas não será por falta de espaço que não poderei colocar as plantas a ajudarem a melhorar a qualidade da água dos aquários onde ainda por cima estão espécies altamente vegetarianas ( se é que me entendem ).
  3. Olá AquaDesigner & restantes colegas, As minhas desculpas pela demora na resposta. Durante muitos anos em casa dos meus pais podia dispor de espaço para essas aventuras. São inúmeros os relatos de colegas que ficam pasmados e rendidos à criação de peixes ao ar livre. Descobrem novos comportamentos e os partos ou posturas produzem números incríveis de descendentes ( se forem criadas as condições certas e não existirem predadores por perto, claro ). Para quem tenha um pouco de terreno, em finais de Abril coloquem algumas das vossas fêmeas fora de casa ( basta um lago bem plantado com 10 m3 ). Em Setembro, se tiverem alimentado bem os vossos veraneantes verão a quantidade de peixes com que a natureza vos presenteará e o tamanho dos exemplares nascidos ao ar livre !!! Há que ter em consideração uma regular vigilância dos parâmetros ambientais e se necessário recolher ou introduzir os peixes nos lagos antes ou depois destas datas. É também necessário um especial cuidado com os predadores naturais. Estes lagos podem ser feitos em tela de PVC “ normal “ da que é utilizada para estufas, isto se quisermos fazer o nosso sistema com materiais baratos e resistentes aos raios ultravioleta. Qualquer material impermeável neutro e inócuo para a vida dá para o mesmo efeito. Quem quiser um lago mais definitivo e com a devida montagem pode utilizar os materiais e técnicas mais avançados que habitualmente se podem adquirir no comércio do “ faça você mesmo “. A técnica de reprodução de Guppys pode ser muito mais simples, bastando para tal escavar o respectivo buraco, aplicar o plástico colocar o fundo do substracto adequado às plantas encher e plantar. Para esta espécie não precisa de ter mais do que 50 centímetros de profundidade. Com ou sem filtragem funcionou muito bem.
  4. Estimados amigos, Fiquei impossibilitado de participar no fórum durante uns dias mas aqui vai a minha contribuição às últimas mensagens... O Bangai tem toda a razão, acrescento de facto a família Elassomatidae às espécies a que estou atento, mas como são tão pouco conhecedor da sua biologia não tenho coragem de colocar este dado na minha assinatura. Agradeço muito ao Paulo os excelentes contributos anteriores que muito nos ensinaram e vieram trazer a este tópico uma qualidade inesperada. Agradeço também a excelente contribuição do Rui e venho por este meio confirmar que tenho tido sempre a preocupação de criar com todas as espécies a simulação da época seca dos climas tropicais ( com temperaturas mais frescas ) ou do Inverno nos climas sub-tropicais e temperados. São notáveis os benefícios para os peixes e sobretudo em termos de longevidade e de condicionamento para a reprodução. Sobre este assunto já dei várias opiniões noutros tópicos e é muito compensador saber que há alguns de vós que também chegaram às minhas conclusões. Mais uma vez em relação á contribuição do Bangai e resposta do Paulo... agradeço-vos a ambos a inclusão neste tópico tanto das questões levantadas como das respostas dadas. De facto longe de fugirem ao tema ajudaram-nos bastante com óptimas ideias e excelentes informações. Eu não responderia melhor se tivesse tido oportunidade para o fazer nos últimos dias. Comento-vos que “ convenci “ uma das lojas aqui de Lisboa a importar recentemente Heterandria formosa. Para compensar fiquei ( no dia em que chegaram do aeroporto ) com o lote todo ( 38 peixes dos quais infelizmente apenas 8 eram fêmeas ). Para cúmulo dos azares quando regressei no fim-de-semana passado encontrei o aquário vazio e uma (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] enorme ( G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] puncticulata ) lá dentro. Os Peixes Mosquito que não haviam saltado do aquário de quarentena tinham servido de alimento vivo durante 3 dias para uma fêmea G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] que a minha empregada na sexta-feira apanhara do chão e colocara no aquário de quarentena por saber que o mesmo também funcionava como “ hospital “. Pobre rapariga, afinal a intenção foi tão nobre que nunca lhe contei que tinha acabado com a minha preciosa população de Heterandria formosa e apenas lhe expliquei que de futuro deveria procurar um aquário onde estivessem peixes iguais para voltar a colocar lá dentro algum outro aventureiro. Só não concordo com o Paulo quando refere que se trata de « um vivíparo muito pequeno, interessante mas não propriamente bonito », pois ao vivo estes animais são de facto minúsculos mas muito interessantes, mudando de padrão cromático conforme as emoções ou até talvez sendo uma forma de comunicação entre eles. Prometeram-me novidades sobre epécies da família Centrarchidae introduzidas na Europa, pelo que em breve vos poderei dar eventualmente mais informações.
  5. Olá Noel, De momento e no que conheço sobre a legislação nacional o único possível ponto para preocupação tem a ver com a capacidade do lago e com a fonte de água para o mesmo. Se o lago estiver abaixo dos valores usuais para uma piscina e for concebido em terrenos particulares pelo seu proprietário ou com o consentimento deste, aparentemente não há legislação especificamente aplicável. Há no entanto determinados cuidados com os denominados furos de captação de água subterrânea que carecem de licenciamento. Em determinados municípios em alturas de seca pode também ser imposta uma especial restrição ao consumo de água que deve ser respeitada mesmo por quem usa águas subterrâneas. Se não for usada alvenaria e o lago for feito essencialmente com um filme impermeabilizante é considerado uma construção provisória. Tirando estes casos... vou ficar atento porque o tópico é mesmo muito bom. Logo que saiba mais alguma coisa escrevo. Obrigado.
  6. Olá Paulo, De facto és uma " caixa de surpresas " meu amigo. O facto de ter aparecido a tua mensagem é sinónimo que podemos estar no bom caminho para descobrir mais criadores destas espécies. Vamos aguardar para ver o que o futuro nos pode reservar neste tópico. Sobre as tuas excelentes experiências podemos trocar em breve algumas informações pois eu nunca tive oportunidade de criar Elassoma evergladei nem de conhecer quem tivesse alguma vez conseguido esta espécie em Portugal. Obrigado pela ajuda e até breve.
  7. Olá Isa Era bom termos mais detalhes do lago, nomeadamente a capacidade aproximada em litros, quantas horas de sol em cheio recebe nos solestícios de Verão e no de Inverno qual é o PH e dureza da água que utilizas para encher o lago, se acumula muita manta morta no fundo ou não ( devido às folhas das árvores ), etc. Há lagos que devem ter uma água limpa e transparente outros que a bem da reprodução de certas espécies devem ter a característica água verde que tão má fama tem aqui no fórum entre os mais puritanos. As espécies de peixes que posso aconselhar não se ficam pelos mais vulgares Peixe Vermelho ( Carassius auratus ) e carpa ( Cyprinus carpio ) pois há uma variada opção e algumas espécies podem ser colhidas na natureza porque são introduzidas ou invasoras e têm dado muitos problemas ao nosso ecossistema. Diz-nos se pretendes um lago decorativo em que os peixes sejam muito visíveis ou uma comunidade do tipo aquário comunitário, onde se mantenham várias espécies mas nem sempre seja possível observar todos os peixes. Dessa forma posso arriscar alguns conselhos.
  8. Olá Sónia, Quando vivia em casa dos meus pais tinha muitas hipóteses de recolher diversos tipo de alimentos naturais sem ter que me preocupar com a sua conservação ou criação. Em parte do ano havia um suprimento de larvas de mosquito e tubifex que apenas necessitavam de um cuidado especial com a descontaminação e durante todo o ano não era nada difícil capturar diversos organismos vivos inóquos para os peixes em águas limpas e cristalinas no meio da vegetação dos quais se destacam “ toneladas “ de uns pequenos invertebrados denominados Gamarus ( Gammarus spp. ); um pequeno animal de água doce ( 15 a 20 mm ) muito activo que lembrava algo a meio cominho entre o camarão e a pulga de água. As Dáfnias eram mais problemáticas de encontrar pelo que foi esta a minha primeira cultura. Num aquário de 60 cm bastava incorporar “ água verde “ de um dos lagos de jardim e um copo contendo indivíduos de outra cultura para iniciar uma safra bem sucedida. Ao fim de 15 dias a água estava quase transparente ( dependendo da temperatura ) e estava cheia deste zooplâncton que se reproduzia como louco. Para peixes muito jovens bastava colocá-los no aquário da cultura para terem alimento em fartura por algum tempo sem me preocupar mais com as horas das refeições. Os peixinhos vão consumindo dáfnias cada vez maiores à medida que vão crescendo. Ao fim de alguns dias retirava os peixinhos muito maiores do que o habitual em tão pouco tempo de desenvolvimento e começava tudo de novo. Na cidade é necessário ganhar alguma prática para se “ fabricar “ a água verde com um pouco de fertilização em excesso, nomeadamente com uma abundante fonte de potássio e ferro podendo a água ficar verde em três ou quatro dias. A cultura inicial ou se captura na natureza ou se compra numa boa loja da especialidade. Atenção porque normalmente quanto se fertiliza acima de um certo nível com fertilizantes ricos em ferro e em aquários não plantados bastante iluminados, consegue-se que a água fique como uma sopa de ervilhas e que ganhe “ mau cheiro “ ao fim de pouco tempo sem utilidade nenhuma. Aqui na cidade é mais prático investires na Artémia Salina... mas também é mais caro. Se necessitares posso dar-te mais umas dicas, contudo haverá por certo muitos colegas com óptimas ideias, porque não começas um tópico com esta questão ? Investiga melhor porque pode já ter havido outras contribuições no fórum sobre este assunto.
  9. Cyprinodon

    Plantas macrófitas

    Olá especialistas, Venho por este meio pedir-vos ajuda no sentido de me darem a vossa opinião sobre quais são as plantas macrófitas de aquário mais eficazes ( submersas e de superfície ). Agradeço a vossa ajuda.
  10. Caros amigos, Não é nada natural que os Guppys nasçam mortos e muito menos que habitualmente tenham partos tão reduzidos sobretudo se se tratarem de fêmeas adultas e bem desenvolvidas. Há nas mensagens anteriores muitas imprecisões e erros que não me cabem comentar, desde o facto das crias nasceram mortas habitualmente passando pela justificação de tal se ficar a dever às tentativas de cópula dos machos em fêmeas grávidas, ou ainda pela incrível quantidade de exemplares por litro num dos aquários até à questão das dimensões dos alevins e outras que se levantam nos depoimentos anteriores. Era excelente se algum dos moderadores ou dos nossos colegas da Associação pudessem desmistificar alguns desses “ mitos urbanos “. É sabido, por exemplo, que certas espécies da sub-família Poeciliinae a que pertence o Guppy não têm partos bem sucedidos se separarmos as fêmeas grávidas do machos. Assim me aconteceu já com as Limias Tigre ou Limias Corcundas ( Limia nigrofasciatus ). As fêmeas sob “ stress “ estão sujeitas a partos prematuros ou abortos e se juntarmos isto a quantidades insuspeitáveis de metais nocivos presentes na água do aquário provenientes das canalizações, ou até certos químicos usados como medicamentos ou como “ purificadores da água “ acima de certas doses aconselhadas ( ou fora delas devido às características químicas da água sob tratamento )... penso que já vos dá pistas para irem pensando em hipóteses mais científicas para começar. Quando os meus Guppys eram criados ao ar livre só queria que vissem a média de crias por parto e com que rapidez se dava a duplicação das populações. Já dei a propósito vários contributos aqui no fórum e vou voltar a repetir-me de novo em relação às ditas “ maternidades “... Embora não seja prática grave com espécies como os Guppys ( Poecilia reticulata ), evitem usar " maternidades " por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas raras espécies mas têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na sua imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade das próprias parturientes e dos restantes peixes. O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Por outro lado, as crias que cresceram numa maternidade não sabem como enfrentar os ataques dos adultos se forem introduzidas no aquário. As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for relativamente pouco plantado. Algumas fêmeas destas espécies necessitam de bastante espaço e em certos casos ( como o das Molinésias ), muita luz, o que permite um crescimento excelente de algas e vegetação em geral. Deve ainda alimentar-se as parturientes com comida vegetal no caso das espécies mais vegetarianas e tentar manter uma temperatura próxima dos 24ºC para os Guppys com pequenas variações térmicas ao longo do dia. Convém ainda “ invernar “ os Poecilídeos a uma temperatura próxima dos 20ºC promovendo em algumas espécies uma benéfica pausa no ciclo reprodutivo. E já agora, consultem este tópico : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...pic.php?t=18694
  11. Caros amigos, Tal como prometido, em face das vossas contribuições aqui fica a minha lista de espécies mais desejadas ( “ most wanted “ ) com ilustrações : Elassoma okefenokee Elassoma evergaldei Enneacanthus gloriosus Enneacanthus chaetodon Enneacanthus obesus Lepomis auritus Lepomis humilis Lepomis megalotis
  12. Olá Rui, Bangai & restantes amigos Em relação à manutenção das duas espécies introduzidas em Portugal estou exactamente com o mesmo problema... espaço ! Já reproduzi ambas as espécies em casa mas o Achigã ( Micropterus salmoides ) só em lago de jardim, nunca em aquário. Como de facto são uns excelentes predadores acabei por desistir de ambos por falta de espaço para conservar outras espécies. A reprodução em aquário da (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( Lepomis gibbosus ) não é difícil e segue os mesmos cuidados, condições e preparação da maioria dos Ciclídeos. O único grande factor de insucesso é não deixar os peixes passarem pelo menos um mês a temperaturas da ordem dos 12ºC ( ou menos ) pois se os mantemos acima de 15ºC todo ano é mais difícil reproduzir com sucesso a espécie, ( mas não é impossível de todo ). Há uma interessante variabilidade de coloração nos machos em função dos locais onde os pescamos pelo que pude constatar. Numa das populações encontrei machos realmente coloridos que mantinham fora do período de acasalamento cores tão acentuadas como os restantes apenas durante a postura. Esses peixes haviam sido capturados na bacia hidrográfica do Sado em local desconhecido por mim pois foram um daqueles casos em que a pessoa não sabia o que lhes havia de fazer após os estragos causados no seu aquário. O aquário mínimo não sei dizer ao certo. Geralmente deixava de ter problemas num aquário com 1,00x0,50x0,45 m bem plantado com um clareira desde que o número de peixes e a relação entre machos e fêmeas fosse bem gerida. No lago não havia preocupações... Para criar estas espécies é melhor esperarmos pela época de reprodução para pescarmos um grupo de juvenis e introduzi-los no aquário ou lago muito cedo. É melhor criá-los durante dois ou três anos até atingirem a maturidade sexual do que investir em adultos habituados à natureza. Há fortes probabilidades de combates mortais e inadaptações ao cativeiro se os peixes tiverem mais de um ano de idade quando forem capturados. A propósito da questão das introduções recomendo-vos que leiam as minhas seguintes contribuições para o fórum : Espécies introduzidas e invasoras http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...7118&highlight= Biotopo de Água Doce em Portugal ( sugestões ) http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...6248&highlight= Cuidado ! http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...7125&highlight=
  13. Olá Rui e Caotropheus Em resposta a ambos posso dizer-vos que procuro quem esteja a criar um certo e determinado número de espécies que considero a minha lista de “ most wanted “ dentro desta família. Paralelamente quero esclarecer algumas dúvidas com colegas que conheçam bem estas espécies, nomeadamente as mais fáceis de encontrar em aquário que muito raramente chegam ao nosso mercado nacional. De qualquer forma é provável que para além dos dois casos que o Rui referiu e que eu também já criei porque foram introduzidas nos nossos ecossistemas, alguém pode ter uma das outras espécies introduzidas na Europa que constam da lista que se segue : Amboplites rupestris Lepomis auritus Lepomis cyanellus Micropterus dolomieu Esta listagem não está completa mas é de facto a mais segura de todas. Quem tiver conhecimento de outras espécies introduzidas em Portugal ou na Europa agredeço que nos informe por favor. Se de facto aparecem mais contribuições para este tópico eu acho que devo publicar a minha lista de espécies mais desejadas no momento pois há de facto uma remota possibilidade de alguém os ter em cativeiro. A seguir aos Ciclídeos estes forma os peixes que me deram mais prazer. Eles interessam-me muito porque toleram com muita facilidade os nossos Invernos. Para além do facto de algumas espécies exibirem um colorido muito atractivo, possuem todas elas um comportamento e uma biologia muito interessantes. Eu costumo chamar-lhes os “ Ciclídeos de Água Fria “ e a tolerância às baixas temperaturas sendo um factor de perigo pelas introduções indesejáveis destas espécies no nosso ecossistema é para nós, aquariófilos responsáveis, uma forma de povoarmos os nossos aquários não aquecidos e lagos de jardim com espécies que ultrapassem o conformismo do habitual. O único contra é a particular voracidade de alguns destes predadores que os torna pouco sociáveis para uma pacífica comunidade variada.
  14. Caros amigos, Venho por este meio solicitar o favor de me indicarem se possível quem de vós está presentemente a criar ou simplesmente a manter peixes da família Centrarchidae, nomeadamente algum(s) da seguinte lista : Acantharchus pomotis Ambloplites ariommus Ambloplites cavifrons Ambloplites constellatus Ambloplites rupestris Archoplites interruptus Centrarchus hexacanthus Centrarchus macropterus Centrarchus maculosus Centrarchus pentacanthus Centrarchus vittatus Enneacanthus chaetodon Enneacanthus gloriosus Enneacanthus margarotis Enneacanthus milnerianus Enneacanthus obesus Enneacanthus pinniger Lepomis auritus Lepomis charybdis Lepomis cyanellus Lepomis flexuolaris Lepomis gibbosus Lepomis humilis Lepomis ictheloides Lepomis macrochira Lepomis macrochirus Lepomis marginatus Lepomis megalotis Lepomis microcephalus Lepomis microlophus Lepomis miniatus Lepomis notata Lepomis occidentalis Lepomis pallida Lepomis punctatus Lepomis salmonea Lepomis symmetricus Lepomis trifasciata Micropterus coosae Micropterus dolomieu Micropterus notius Micropterus pseudaplites Micropterus punctulatus Micropterus salmoides Micropterus treculii Pomoxis annularis Pomoxis barberi Pomoxis nigromaculatus Pomoxis nitidus Se preferirem podem enviar-me uma mensagem privada. Muito obrigado pela vossa colaboração !
  15. Caros colegas, Concordo plenamente com a contribuição anterior. Uma outra alternativa é um molhe denso de Ricia ( Riccia fluitans ) uma planta flutuante que forma um emaranhado muito útil para os filhotes se salvarem dos outros peixes. As variações de salinidade e de temperatura também ajudam. Fiz a propósito outras intervenções neste fórum e no do Guppy sobre essa matéria que podem ser úteis. O maior segredo é proporcionar muito espaço a esta espécie. Ao contrário de outros membros da sua família os exemplares adultos saudáveis e a habitarem em condições óptimas de espaço podem chegar a atingir 12 centímetros de comprimento ou mais. Quando fiz criação de Caudas de Espada utilizava lagos de jardim feitos em PVC onde os deixava entre Março e Dezembro ( basta um lago bem plantado com 10 m3 ). Sei perfeitamente que a maioria dos utilizadores deste fórum vivem em apartamentos, ( como eu agora ), e não têm condições para isso, contudo fica a informação. Em aquário não são tão raros os casos como o que foi relatado pelo nosso colega Nuno Maltez. Como já anteriormente tive oportunidade de escrever, se por motivos de “ stress “ ou de alguma incompatibilidade com o meio a maioria das fêmeas de poecilídeos ( como o Espada ) podem fazer uma “ guerra de nervos “ e adiarem os partos por bastante tempo ( nalgumas espécies para lá dos 9 meses ). Tal como certas (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] abortam no Outono para não serem surpreendidas pelas baixas temperaturas do Inverno em gestação, outras espécies podem adiar a vindas das suas crias ao mundo devido a súbitas alterações no seu meio ambiente que aconselham um parto noutra altura mais propícia à sobrevivência das crias. Para quando ?... só as progenitoras podem decidir com base em mecanismos que a natureza dotou as suas antecessoras à muitas gerações atrás. Como ultrapassar este dilema ? Tentarmos criar as “ melhores condições “ físico-químicas na água onde vivem, dar-lhes alimentação estimulante ( alimento vivo, por exemplo ), controlar a temperatura ( isto implica por vezes variações térmicas diárias e temperaturas mais baixas no Inverno ), dar-lhes muito espaço e vegetação abundante e... depois de todo este esforço rezar para que não tenha faltado nada, para que a futura mãe não esteja a retardar o parto por motivos de saúde e para que quando voltarmos a olhar para o aquário no dia seguinte eles estejam lá... uma nova geração de Caudas de Espada. Certas variedades desta espécie toleram temperaturas tão baixas no Inverno que há relatos ( alguns dos quais mesmo aqui no fórum ) que confirmam a sua existência em lagos ao ar livre aqui em Portugal. Tive exemplares que sobreviveram todo um Inverno resistindo a temperaturas da ordem dos 9ºC, porém nem todas as variedades de Espada são tão tolerantes. As linhagens selvagens são as mais resistentes. As actuais variedades exóticas coloridas são fruto de uma longa experiência. Nos anos 1920, o biólogo Norte-Americano Dr. Myron Gordon e os Alemães Haussel e Kossiwig descobriram que algumas espécies de Xiphophorus, nomeadamente alguns híbridos entre elas desenvolviam por vezes células cancerígenas idênticas às que tinham lugar no organismo humano, tornando-se por essa razão importantíssimos auxiliares na investigação e na luta da medicina contra o Cancro. Alguns desses peixes ainda hoje são conservados na Universidade do Estado do Texas de acordo com uma linhagem pura que se tem mantido ao longo de todas estas gerações até aos dias de hoje.
  16. Olá Sónia & restantes colegas As minhas desculpas por este “ ping-pong “. Já nos transmitiste agora algumas informações importantes. Pela descrição é necessário investigar o que realmente se passou pois, ( ou eu me engano muito ) ou não vais ter desta vez problemas com a outra fêmea. O melhor conselho que te podemos dar é praticares uma observação atenta ao que se passa no aquário pois só com um maior número de pormenores é que te posso eventualmente ajudar. Em relação ao libertares a fêmea da maternidade, dou-te os meus parabéns ! Correndo o risco de me tornar aborrecido e muito repetitivo cá vai o conselho habitual... Embora não seja prática grave com espécies como os Guppys ( Poecilia reticulata ), evitem usar " maternidades " por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas raras espécies mas têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na sua imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade das próprias parturientes e dos restantes peixes. Como já deves saber, o ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Por outro lado, as crias que cresceram numa maternidade não sabem como enfrentar os ataques dos adultos se forem introduzidas no aquário. As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for relativamente pouco plantado. Algumas fêmeas destas espécies necessitam de bastante espaço e em certos casos ( como o das Molinésias ), muita luz, o que permite um crescimento excelente de algas e vegetação em geral. Convém ainda “ invernar “ os Poecilídeos a uma temperatura próxima dos 20ºC promovendo em algumas espécies uma benéfica pausa no ciclo reprodutivo. A artémia é uma óptima opção... assim como as larvas de mosquito, mas eu sei o que é morar na cidade e não poder alimentar os peixes com comida viva capturada na natureza. ( O contrário também sei ) Vai dando notícias porque este caso é de facto interessante.
  17. Olá Paulo, Obrigado pela excelente contribuição. Tens toda a razão mas penso que o que está aqui em causa não são as espécies tolerantes que sabemos por experiência que se prestam a sobreviver todo ano em temperaturas elevadas uma vez que proliferam em locais com climas subtropicais ou porque devido ao seu grande poder de adaptabilidade têm defesas para rapidamente lidarem com a ausência de estações do ano. A Carpa ( Cyprinus carpio ) e o Peixe Vermelho ( Carassius auratus ) assim como algumas espécies Norte Americanas da família Centrarchidae que eu sigo de perto ( e que tu deves conhecer tão bem ou melhor do que eu ), de facto não são exemplos de « peixes de água fria ». Esta capacidade de adaptação maravilhosa que algumas espécies tolerantes por nós referidas possuem aos climas tropicais pode levar alguns dos visitantes deste tópico a descuidarem os mais elementares cuidados com outras espécies tolerantes mais sensíveis, isto já para não falar dos denominados « peixes de água fria ». É só nesse sentido que, sem tirar todo o mérito da tua notável observação, eu queria deixar bem claro que nem todos os peixes de climas não tropicais se adaptam aos trópicos ou a um aquário cujas temperaturas são mantidas todo ano acima de 20ºC. Para ilustrar este meu ponto de vista deixo aqui o exemplo do Girardinichthys viviparus, o primeiro membro da família Goodeidae a ser descrito pela ciência. De facto, esta espécie endémica do Lago Texcoco junto da actual Cidade do México onde o clima pode ser considerado subtropical, estará teoricamente mais próxima dos peixes tropicais do que dos peixes de água fria. Estes peixes ovovivíparos preferem viver em temperaturas compreendidas entre 17ºC e 20ºC embora a sua tolerância se situe em limites de temperatura bastante acima e abaixo desse curto intervalo. Descobriu-se em pouco tempo que nos espécimens mantidos em aquário a temperaturas permanentemente superiores a 22ºC a sua longevidade é curta e muitos dos exemplares ficam propensos a contraírem pelo menos uma forma de tuberculose piscícula entre outras enfermidades mais vulgares. Mudanças frequentes da água e temperaturas mais frescas provaram que são benéficas ao ponto de ser umas das espécies que apresentam maiores índices de longevidade da família e das mais elevadas taxas de resistência às doenças mais vulgares se for mantida nas suas temperaturas ideais. Paralelamente, a actividade sexual e as cores dos exemplares sofrem bastante com as temperaturas elevadas. Para além desses inconvenientes acresce ainda que o nível de mortalidade dos jovens e o seu pleno desenvolvimento são gravemente afectados se as crias e animais imaturos forem mantidos a temperaturas acima de 22ºC antes de atingirem o estádio adulto.
  18. Olá Sónia & amigos, Não duvidando do que se passou custa-me a crer nesse comportamento sob o ponto de vista mais óbvio. Digo isto porque aqui podem aplicar-se os ditados populares « nem tudo o que luz é ouro » e « as aparências iludem ». Precisava de mais pormenores sobre os acontecimentos para formular uma opinião mas estou crente que o que se passou pode não ter sido aquilo que à primeira vista pensas que aconteceu. Criei Platys por muitos anos e aos milhares para aceitar tão facilmente que um grupo de crias possa por em perigo a vida de um adulto ou mesmo matar a própria mãe. Não haverá outra explicação ? É muito comum os peixes que têm na sua dieta alimentar uma componente forte de proteínas aproveitarem de facto qualquer oportunidade se não lhes damos a conveniente dose em forma de comida viva ou congelada. É mais provável que a fêmea tenha morrido de parto e que as crias sobreviventes tenham “ aproveitado “ os restos mortais da mãe para saciarem a sua primeira fome. À luz dos nossos parâmetros é hediondo... mas « na natureza nada se ganha nem nada se perde, tudo se transforma » e a cadeia alimentar nada mais é que uma transferência de energia entre níveis tróficos. Há quanto tempo estaria morta a fêmea ? Os recém nascidos não começam de imediato a comer. Não há « peixes assassinos »... quando muito haveria algum desequilíbrio comportamental. Os Platys com alguns dias de vida não têm armaduras bocais nem dentes para ( mesmo em cardume ) actuarem como Piranhas esfomeadas. Se os outros peixes estão assustados não será por certo à custa dos ingénuos filhotes que correm atrás deles por instinto. É natural que os vejas “ beliscarem “ os restantes peixes adultos do aquário porque a sua primeira lição de vida foi a sua própria progenitora lhes ter feito uma derradeira oferta de sobrevivência... a sua própria carne. Contudo não vejo peixes recém nascidos desta espécie com capacidade para poderem aproveitar mais do que minúsculos pedaços mais moles de um adulto morto e esventrado, nunca poderem perfurar a carapaça de uma Corydora. Quanto à fuga da outra fêmea por certo haverá outra explicação mais lógica do que a perseguição de pequenos Platys. Tens a certeza que conheces bem os sintomas das doenças mais frequentes ? Não haverá algum factor que assuste os peixes e os deixe apavorados ? Pondera bem no que se está a passar e manda notícias porque este caso é intrigante. Não quero com isto desmentir-te, apenas me baseio na minha experiência pessoal. Vamos esperar para ver se alguém tem um caso idêntico para contar pois como diz o ditado... « onde há fumo há fogo ».
  19. Olá Sónia, Os filhotes estavam em gestação ou já tinham nascido ? À partida foi a outra fêmea que se aproveitou do cadáver. Dá-nos mais dados por favor.
  20. Olá Paulo & colegas, Esta última intervenção era o que eu mais temia que acontecesse. Existem de facto algumas espécies das latitudes intermédias que “ sobrevivem “ em climas tropicais ( temperaturas elevadas todo ano e baixas amplitudes térmicas ). Na África Austral nas zonas litorais onde as temperaturas da água são sempre superiores a 15ºC e noutras localizações onde por vezes nunca descem dos 20ºC existem peixes Vermelhos ( Carassius auratus ) em lagos de jardim. Na minha infância pude mesmo capturar num determinado lago público alguns ciprinídeos Ibéricos ( Chondrostoma spp ) em Moçambique. Estes ciprinídeos nunca se reproduziram e na época mais quente do ano permaneciam numa espécie de letargia todos juntos no fundo ( como os nossos barbos no Inverno ). De facto em pouco tempo ficaram animais adultos atingindo as medidas máximas para a sua espécie, contudo em poucos anos deixaram de ser capturados pelo que presumo que não se tenham estabelecido. Poderia ter sido por não terem encontrado correntes de água que estimulassem a postura ou bancos de vegetação onde se salvariam alguns ovos... ou por motivos relacionados com as temperaturas. Sou tentado a imaginar que apesar do que está aqui a ser discutido, alguns peixes tolerantes, nomeadamente das famílias Ciprinidae e Centrarchidae podem sobreviver aos climas tropicais ( temperaturas elevadas todo ano e baixas amplitudes térmicas ). Resta saber em que condições. Sei que no Quénia há populações estabelecidas da (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( Lepomis gibbosus ) que existe nos nossos rios e que é originária dos Estados Unidos da América. Atenção que não estamos a falar de locais que se situam perto do equador mas que possuem climas de altitude onde a temperatura no Inverno ou à noite baixa muito. Assim mesmo reitero o meu apelo à vossa pesquisa e respeito sempre que possível das exigências dos peixes. O importante é mantê-los dentro dos limites de tolerância e respeitar as variações sazonais de preferência... se não para os reproduzirem pelo menos para os manterem “ felizes “. Haverá algum biólogo que queira dar uma ajuda neste tópico ?
  21. Caros amigos não resisti... Já tive oportunidade de lançar um tópico sobre temperaturas e esta é uma das minhas áreas de maior atenção, pelo que apesar de tardiamente resolvi dar a seguinte contribuição : Não há na realidade peixes de água fria à venda em Portugal e muitos poucos de nós têm condições para os criarmos em casa. Eu considero pessoalmente que só podemos considerar nesta categoria as espécies que vivem em latitudes extremas ou em lagos situados a altíssimas altitudes que não sobrevivem mais do que algumas horas a temperaturas superiores a 16 ou 17ºC. Os peixes que toleram descidas de temperaturas até quase ao ponto de congelação não são obrigatoriamente peixes de água fria mas sim subtropicais ou tolerantes ( como prefiro chamar-lhes ), uma vez que algumas destas espécies passam mais tempo em temperaturas acima dos 15ºC do que abaixo desse limite. A maior parte dos peixes que consideramos como peixes de água fria aqui no nosso país, ( tirando algumas espécies locais que habitam a chamada zona da Truta onde a temperatura pode alcançar uns incríveis 17ºC numa semana extremamente quente onde as temperaturas máximas do ar ultrapassem muito os 30ºC ), têm de facto uma preparação genética para viverem dentro de uma amplitude térmica considerável, suportando no Verão temperaturas próprias das águas equatoriais e no Inverno pouco acima de 0ºC. As (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] que foram introduzidas em Portugal e noutras partes do mundo ( G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ), sobrevivem em temperaturas compreendidas entre 2ºC e 43,5ºC... serão peixes tropicais ou peixes de água fria ? Agora resta saber por quanto tempo os peixes sobrevivem nos dois extremos. Se tivermos em consideração que em muitas águas interiores os peixes dentro de certas latitudes podem ter que suportar temperaturas extremas de mais de 26ºC no Verão, temos que compreender que nas grandes massas de água há também “ refúgios térmicos “ que permitem a essas espécies evitarem os extremos de temperatura ( tanto no frio como no calor ). Sem querer entrar na questão do oxigénio dissolvido para explicar como é que algumas espécies tolerantes conseguem sobreviver a temperaturas elevadas por curtos períodos de tempo peço-vos que ponderem no seguinte... Manter peixes habituados a um ritmo certo de evolução térmica todo ao ano a temperaturas próximas do seus limites de resistência é quase um crime. As consequências são tão más que apenas me limito a perguntar-vos se já pensaram nas consequências hormonais, de imunidade ou dos ciclos biológicos que tal prática pode acarretar. Os peixes são fruto de processos evolutivos muito complexos e demorados e não é numa ( nem em 290 gerações ) que podemos contrariar a sua natureza e o funcionamento do respectivo organismo. Para que tenham a noção do meu ponto de vista, antes de vos deixar algumas definições sobre aquilo que estou a dizer em relação às temperaturas pensem que se há espécies que não são apropriadas para serem mantidas em aquário são precisamente aquelas em que não podemos cumprir com os factores básicos para a sua saúde. Neste caso podemos considerar a falta de uma correcta gestão de amplitudes térmicas e de ciclos sazonais ( estações do ano ) como tão importantes para alguns peixes como as condições químicas da água ou a sua qualidade. Como sabem, para cada espécie há uma temperatura que denominamos “ ideal “ em que os peixes atingem o melhor do seu funcionamento fisiológico. Obviamente que em todo o lado as temperaturas variam e por vezes fogem aos seus padrões “ normais “, pelo que os peixes evoluíram de tal forma que têm que se conseguir adaptar a temperaturas acima e abaixo dos padrões ditos ideias ou óptimos. A tal variação de temperatura chamamos vulgarmente o limite de tolerância. Mesmo fora das temperaturas óptimas ou “ ideais “ uma espécie pode continuar a crescer e por vezes a reproduzir-se. Flutuações graduais dentro da temperatura óptima ou mesmo nos limites das temperaturas de tolerância como as ocasionadas pelas diferenças entre o dia e a noite são benéficos. Porém, aqueles períodos de tempo passados fora do limite de tolerância, isto é, entre a fronteira do limite de tolerância e os limites de sobrevivência são prejudiciais. Os danos sofridos serão em proporção à resistência do indivíduo, à herança genética da sua população, da sua espécie, e à duração e extensão do afastamento dos limites da tolerância. Eu chamaria então à variação entre a temperatura mínima e máxima em que um peixe pode sobreviver nem que seja por curto espaço de tempo e as fronteiras com o limite de tolerância, a gama de temperaturas de sobrevivência ou, nos casos extremos... o limite máximo e mínimo de sobrevivência. Em termos gerais, o índice do metabolismo do animal aumenta ou baixa com as temperaturas porque os peixes são animais de sangue frio, ou seja, o seu sangue encontra-se vulgarmente entre 0,6ºC e 1ºC de diferença da temperatura da água onde vive. Desculpem-me mais um mensagem alongada mas achei importante esclarecer isto.
  22. Caros colegas, Com as minhas desculpas pela insitência neste meu desabafo, aqui fica o que penso... Embora não seja prática grave com espécies como os Guppys ( Poecilia reticulata ), evitem usar " maternidades " por favor... Estas caixas de tortura apenas funcionam com algumas raras espécies mas têm a desvantagem de causar partos prematuros ou muito prolongados, “ stress “ às fêmeas com consequências graves na sua imunidade, poluição da água através dos alimentos não consumidos ( alimentos não vivos ) e aumentam o canibalismo e a agressividade das próprias parturientes e dos restantes peixes. O ideal é um aquário muito bem plantado com escapatórias suficientes para se salvar uma boa parte da ninhada. Não interessa salvar TODOS os recém nascidos porque em breve teremos um aquário superlotado com peixes demasiado aparentados para os deixarmos reproduzirem-se entre si. ( A consanguinidade deteriora rapidamente uma população pequena ). Desta forma evitam-se os males da ditas " maternidades " acima apontados, criamos uma atmosfera harmoniosa e natural para os nossos amados peixes e em certas espécies podemos mesmo acabar com os actos desesperados de canibalismo em pouco tempo se os adultos conviverem com crias no mesmo espaço ( mesmo que eventualmente consigam comer algum recém nascido ). Por outro lado, as crias que cresceram numa maternidade não sabem como enfrentar os ataques dos adultos se forem introduzidas no aquário. As presas vivas ajudam a que muitas espécies se desinteressem pelas crias mesmo se o aquário for relativamente pouco plantado. Algumas fêmeas destas espécies necessitam de bastante espaço e em certos casos ( como o das Molinésias ), muita luz, o que permite um crescimento excelente de algas e vegetação em geral. Deve ainda alimentar-se as parturientes com comida vegetal no caso das espécies mais vegetarianas e tentar manter uma temperatura próxima dos 24ºC para os Guppys com pequenas variações térmicas ao longo do dia. Convém ainda “ invernar “ os Poecilídeos a uma temperatura próxima dos 20ºC promovendo em algumas espécies uma benéfica pausa no ciclo reprodutivo. Eu sei que é difícil em muitas casas dispor de um segundo aquário mas se pensam reproduzir estes peixes a sério desistam da ideia do aquário comunitário... caso contrário, por brincadeira porque não ? Se tiverem paciência para me aturarem sobre este tópico por favor consultem algumas das minhas mensagens anteriores. Boa sorte !
  23. Olá Sónia & restantes colegas, Obrigado pelo elogio mas estou a aprender ainda. Quanto mais descubro sobre estes peixes mais reconheço a insignificância dos meus modestos conhecimentos, de toda a forma agradeço-te a simpatia. Relativamente ao assunto que colocas neste tópico posso dizer que estás perante alguém que no passado tentou com todos os meios ao seu dispor produzir híbridos entre estes peixes. Curiosamente os híbridos que viriam mais tarde a ter lugar no meu aquário aconteceram por mero acidente quando eu já tinha abandonado essa prática há muito e procurava a todo o custo evitar esses “ acidentes “. Hoje sou contra os cruzamentos entre quaisquer espécies de peixes por acção antrópica ( provocados pelo homem ). Apenas nos nossos aquários domésticos e quando tal tem lugar entre variedades cultivadas não me posso insurgir se essa prática for fruto de um acontecimento acidental ou mesmo numa experiência controlada como a que sugeres, uma vez que ambas as espécies não fazem parte do nosso ecossistema e têm fracas probabilidades de sobreviverem no mesmo ( embora haja relatos de Espadas que sobrevivem todo o ano ao ar livre em Portugal ). De facto haveria problema se estivéssemos a falar de praticares essa tua acção mesmo em aquário mas no país de origem de ambas as espécies, correndo-se o perigo de os híbridos irem de alguma forma parar à natureza. Agora como primeira boa notícia posso dizer-te que é muito fácil induzir cruzamentos entre membros de espécies diferentes mas do mesmo género e por vezes mesmo entre peixes de géneros aparentados mas diferentes dentro da sub-família Poeciliinae. São muito populares os cruzamentos entre os Xiphophorus e de facto foram os únicos que consegui levar a bom termo na altura em que me entusiasmaram os híbridos. Como deves saber há contudo uma alta probabilidade que as coisas corram mal. Quando as duas espécies parentais estão demasiado próximas ou demasiado afastadas em termos genéticos, ( mesmo que pertençam ao mesmo género ), o resultado ou é nulo ou os poucos sobreviventes não chegam a passar os primeiros estádios de desenvolvimento se não apresentarem anomalias visíveis ou anomalias cromossomáticas. Anomalias cromossómicas são geralmente classificadas como erros estruturais ou numéricos que surgem durante a divisão celular, especialmente na meiose. Erros cromossómicos numéricos resultam na denominada aneuploidia ( número total de cromossomas que não é o normal para uma determinada espécie ). A poliploidia acontece quando o número de cromossomas é um mútiplo do número haplóide de cromossomas que não 2 ( 23 nos seres humanos, ou seja, 46 : 2 = 23 ). Na grande maioria dos casos, embriões poliplóides abortam espontaneamente no início da gestação dos mamíferos. Causas da poliploidia, especialmente a triploidia, são, provavelmente nos seres humanos, a fertilização de um óvulo por mais de um espermatozóide ou a não separação de um corpo polar durante a meiose. A monossomia ( falta de um membro de um par de cromossomas ) e a trissomia ( presença de três cromossomas em vez do par normal ) resultam tipicamente da não junção durante a meiose. Actualmente, a genética adquire cada vez maior importância para desenvolvimento da piscicultura moderna e na indústria fazem-se cruzamentos estudados para se conseguirem peixes de muito maior produtividade. Entre algumas espécies os híbridos sobrevivem sem problemas e não apresentam anomalias, contudo ou são todos sempre do mesmo sexo ou são estéreis ( ou até as duas coisas juntas ). A segunda boa notícia é que o cruzamento entre Espadas e Platys produz quase sempre híbridos férteis e sem problemas ou anomalias cromossomáticas. Para tentares o cruzamento entre um Platy ( Xiphophorus maculatus ) e um Cauda de Espada ( Xiphophorus hellerii ) basta encontrares uma fêmea virgem de uma das espécies e um macho de preferência ainda em desenvolvimento, ( o qual não tenha atingido a plenitude do desenvolvimento sexual e por essa razão não tenha ainda acasalado com nenhuma fêmeas da sua espécie ). Por vezes basta um macho maduro activo que tenha estado privado de fêmeas da sua própria espécie por algum tempo ou, com um pouco de “ sorte “ juntares as duas espécies num mesmo aquário. No teu projecto, se já tens os Platys podes apenas juntar ao grupo uma fêmea virgem de Espada e esperar que um dos machos se interesse por ela ( o que pode ser difícil se tiverem fêmeas da sua espécie por perto ). Nalguns casos sabe-se que devido à coloração de uma determinada fêmea que todos os machos da outra espécie se atiram a ela como loucos. ( Parece que os peixes também preferem as louras quando têm apenas morenas no seu grupo e vice versa ). Para se poder conseguir apurar com rigor o resultado de qualquer produto de reprodução sexuada destes animais temos que ter uma fêmea virgem porque, caso contrário só te queria lembrar que, como já referi anteriormente, além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas destas espécies podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras os ditos espermatozóides ). De facto, uma fêmea Espada ou Platy pode dar origem a vários partos ( à quem tenha testemunhado pelo menos cinco ) sem necessitar da presença de um macho, desde que tenha previamente tido contactos sexuais ( cópulas com sucesso ). Como escrevei atrás, há uma evidência que pude constatar ao nível da reprodução de várias espécies de (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b]... aparentemente as fêmeas podem “ rejeitar “ o fruto de inseminações mais antigas, trocando-as por outras mais recentes desde que sejam de machos da sua própria espécie. Há uma natural tendência muito compreensível para as fêmeas viabilizarem uma gravidez com espermatóforos ( espermazeugmas ) da sua própria espécie enquanto tiverem dentro de si uma reserva viável, em detrimento do de outra espécie. A tua sorte é que o processo funciona muito bem entre os Xiphophorus, quer ao nível do acasalamento entre espécies diferentes, quer ao nível da fertilização. Os híbridos entre peixes deste género são tão populares e antigos quanto a sua introdução na aquariofilia. Muito pouca gente sabe que se devem a híbridos de Xiphophorus importantes progressos da medicina humana na luta contra o cancro. No meu caso tenho como deontologia nunca ter no mesmo aquário duas espécies do mesmo género de Poecilídeos porque como te disse os híbridos por vezes acontecem com muita facilidade. Não te condeno por tentares o teu projecto por tudo o que já referi, mas como eu hoje em dia prefiro manter exemplares das matrizes selvagens e muitas destas espécies estão seriamente ameaçadas na natureza não me posso dar ao luxo das “ proezas “ do passado. Podes fazer uma pesquisa na Internet porque encontrarás muita matéria sobre cruzamentos entre Platys, Espadas e outros parentes próximos entre si, sobretudo se dominares um pouco de Inglês. Há nomeadamente variedades cultivadas já há muito estabelecidas que resultam destes cruzamentos. Não nos esqueçamos que no género Xiphophorus há pelo menos 22 espécies das quais habitualmente apenas temos disponíveis nas lojas exemplares cultivados pertencendo a inúmeras variedades de apenas 3 espécies, a saber, o Platy ( Xiphophorus maculatus ), o Cauda de Espada ( Xiphophorus hellerii ) e o Platy Papagaio ou Variatus ( Xiphophorus variatus ). Quanto à tua pergunta sobre a introdução de “ sangue fresco “ na tua pequena tribo... sou 110% a favor e com alguma frequência de preferência. Se comprares fêmas em gestação ( grávidas ) não precisas de te preocupar mais com o assunto, uma vez que pelo que atrás foi escrito, os seus descendentes serão filhos de outro(s) macho(s) pelo que estás a ampliar o número de matrizes. Boa experiência !
  24. Olá Bruno, Parabéns pela aquisição. O dimorfismo sexual é fácil a partir da fase em que são habitualmente vendidas as Jordanellas. O macho é maior e tem as pintas vermelhas do exemplar das fotos. As fêmeas são mais insignificantes em termo de coloração. Atenção porque os machos imaturos são como as fêmeas. É conveniente termos umas duas fêmeas por macho pelo que tenho visto no meu aquário. Os meus continuam a desovar... para os caracóis comerem comida viva. É uma pena mas até Maio o macho vai continuar a defender ferozmente o ninho e a receber as fêmeas de 15 em 15 dias cada uma, para desovas que duram às vezes vários dias consecutivos. No outro aquário... nada de novo. Um macho e duas fêmeas e... nada ! Se o aquário for relativamente grande não é necessário retirar as fêmeas como se lê por vezes. Se estiverem presentes outros peixes o macho nunca se afasta do seu pequeno território ( nem para comer ) e as companheiras nem precisam de fazer nenhum esforço para se manterem à distância dele quando se torna agressivo. Caso não haja outros peixes a ameaçarem a desova o melhor é contares com um refúgio de plantas se o aquário for grande. Caso contrário retira as fêmeas se estiverem a ser perseguidas pelo macho até à exaustão. Vai levar ainda algum tempo para que os teus exemplares atinjam condições de desova. O melhor é condicionares o grupo com comida viva e manter a temperatura baixa para já ( cerca de 18ºC ). Se as coisas correrem bem conta comigo para trocarmos exemplares mais tarde a fim de evitarmos consanguinidade. Boa sorte !
  25. Olá Pedro, A minha experiência com Scardinius erythrophtalmus resume-se apenas ao lago de jardim pelo que não posso testemunhar muito profundamente sobre o seu temperamento ou biologia. Demonstra ser um peixe tão ou mais pacífico como o Carassius auratus e não interage muito com outras espécies, sobretudo se não são Ciprinídeos. Não é muito tolerante ao calor e sofre consideravelmente com a falta de oxigénio em temperaturas normais para o nosso Verão onde registei altas taxas de mortalidade. Os jovens exemplares desta espécie até aos 10 centímetros vivem muito bem num aquário. Daí para diante são óbvias as dificuldades de os mantermos sobretudo nos aquários menores. Comem quase de tudo e podem reproduzir-se nos lagos de jardim ( começam a época um pouco antes dos Peixes Vermelhos e necessitam de plantas naturais em abundância como substrato de postura e alguma corrente na água, caso contrário as desovas são muito mais raras ). Resumindo e concluindo... atenção à temperatura e à qualidade da água do lago no Verão, embora as variedades coloridas sejam relativamente mais resistentes ao calor. Assim mesmo os níveis de mortalidade nos meus lagos no Verão eram tão elevados que desisti de ambientar esta espécie, contudo não desistas porque na tua zona pode ser mais fácil.