Cyprinodon

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  1. Caros amigos, Estou 100% de acordo com o colega da contribuição anterior para este tópico. Acerca do que foi anteriormente escrito posso acrescentar que o indivíduo em causa não tem condições para se aferir sobre qual o seu sexo uma vez que apresenta graves problemas de desenvolvimento. A espécie Carassius auratus desenvolve-se até aos 35 centímetros, embora os exemplares de variedades cultivadas nunca ultrapassem os 15 centímetros de cumprimento ( às vezes menos ). Já agora para os mais curiosos, o recorde está em 47 centímetros e mais de 3 quilos de peso. A maturidade é atingida entre os 2 e os 4 anos de idade em condições de desenvolvimento “ normais “, podendo a longevidade chegar a 20 anos de idade ou mais. O aparelho reprodutivo só atinge a maturação perante condições mínimas... o que de facto não é o caso. O dimorfismo sexual mais aparente só está presente em animais prontos a reproduzirem-se e é mais evidente sobretudo na época da desova ( tem que haver uma evolução térmica e de outros factores ambientais para os peixes poderem sofrer as devidas alterações fisológicas ). A partir da primeira época de reprodução é possível destinguir com uma relativa facilidade os machos das fêmeas se estiverem bem alimentados e em condições saudáveis, apesar dos caracteres secundários descritos anteriormente noutras contribuições serem sobretudo temporários e muitas vezes restritos à época de reprodução ( a qual na Europa tem lugar entre Abril e início de Julho ). Assim mesmo, como referi, as fêmeas aptas a procriar quando vistas de cima são de facto ligeiramente maiores e sobretudo mais “ avantajadas “ do que os machos devido à actividade dos seus ovários durante a época de procriação alargar o seu abdómen. De qualquer das formas é sempre difícil distinguir com rigor machos e fêmeas sobretudo em variedades “ cultivadas “. A propósito de uma intervenção anterior da Patrícia Peniche lamento informar-vos mas há casos de populações do género Carassius possuírem populações de Amazonas ( constituídas unicamente por fêmeas que produzem cópias colonadas de si próprias através de uma forma de reprodução interessante ). Se quiserem saber mais consultem as minhas contribuições para o seguinte tópico : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...20053&highlight
  2. Caros amigos, Embora a imagem não nos permita uma identificação precisa, cá vai a minha opinião : Peixe Gato Americano ou Ictalurus melas ( família Ictaluridae ). Este peixe em aquário gosta de se esconder durante o dia e ficar activo durante as horas de maior escuridão. Espécie originária da América do Norte e introduzida no século XIX na Europa onde posteriormente se disseminou por em várias regiões de alguns países ( Itália, Holanda, Reino Unido, França, Alemanha, Finlândia, etc ), e se provou existirem populações residentes bem estabelecidas e aclimatadas à muito tempo. Prefere habitar lagos ou a parte mais lenta dos rios ( zona da carpa e final da zona do barbo ) onde abunde a vegetação sub-aquática e os fundos apresentem granulagem fina ou lodo. É uma espécie apreciada na aquariofilia mas com pouco interesse para a pesca desportiva. Atinge habitualmente entre 20 e 30 centímetros mas já foram registados exemplares na Europa com mais de 40 centímetros. O maior exemplar encontrado em água Europeias media 61 centímetros ( Itália ? ). Podem atingir 500 gramas de peso em média mas já foi pescado um exemplar em França com pouco mais de 1 quilo. Nos Estados Unidos o recorde está em mais de 3 quilos. Nos locais onde foi introduzido na Europa reproduz-se nos meses mais quentes do ano ( Junho e Julho ), embora aqui em Portugal se existir na natureza eu não tenha conhecimento da sua biologia, nomeadamente da época de reprodução, contudo podemos em princípio regularmo-nos pela situação em Itália. Esta espécie é uma das construtoras de ninhos. Os ovos que em média podem rondar os 4.000 a 5.000 são guardados por ambos os progenitores durante os 7 a 10 dias até à eclosão ( depende da temperatura da água ). Alimentam-se de vegetação, pequenos crustáceos e outros invertebrados e pequenos peixes que consigam capturar. Não é necessário ter preocupações com o PH e outros parâmetros da água pois dada a sua aclimatação na Europa e distribuição geográfica original, o problema só se coloca se forem ultrapassados limites pouco habituais. É facto que há uma margem de valores dentro da qual estes peixes são mais “ felizes “, contudo aconselho a consulta de informação séria a esse respeito na Internet. Evitem por favor os sites com pouco rigor científico ou o amodorismo bem intencionado e apostem em autores ou entidades que não apresentem qualquer dúvida sobre a qualidade da informação apresentada. Atenção à temperatura pois não é uma espécie tropical e necessita de um Inverno em água fria embora tolere altas temperaturas no Verão. Chamo a vossa atenção para os tópicos deste fórum sobre peixes tolerantes ( “ água fria “ ) conservados todo o ano a altas temperaturas ( acima de 20ºC ), nomeadamente para as minhas contribuições. Há ainda outra possibilidade de estarmos em presença de Ictalaurus nebulosos, um parente muito próximo também introduzido na Europa e com uma área de distribuição geográfica no Velho Continente muito mais vasta. Há ainda duas espécies de Peixes-Gato originais da fauna Europeia da família dos Silurídeos, a saber : Silurus galnis Silurus aristotelis O S. Glanis é que de facto se torna um peixe “ grande “, podendo atingir os 5 metros de cumprimento mas o habitual é ficar-se por 1 a 2 metros. O indivíduo de 5 metros pesava 306 quilos e foi capturado no rio Danúbio. Já agora Lord_Sin, este exemplar foi capturado em Portugal ou tem outra proveniência ?
  3. Caros amigos, Para vos transmitir as últimas novidades e ajudar os interessados em reproduzirem esta espécie, tenho a informar-vos sobre o seguinte : a) A Jordanella floridae sobreviveu a água salgada ( 1.028 a 22ºC ) durante 2 meses. As posturas cessaram por volta dos 1.018 a 22ºC. O volume de posturas aumentou com a salinidade da água até 1.009 ou 1.010, depois começaram a diminuir. A uma salinidade de 1.012 a 22ºC o número de acasalamentos e posturas atingiu os valores médios dos registados em água doce. b) A incubação dos ovos é mais lenta em temperaturas menos elevadas, podendo chegar a demorar mais do que um mês. Após o desaparecimento dos caracóis do aquário houve eclosões dos ovos mas o macho foi incapaz de proteger os recém nascidos dos ataques dos outros peixes e das suas próprias fêmeas. c) Se existirem várias fêmeas no aquário não é necessário retirar a progenitora após a postura, como se recomenda em muita literatura. Aliás as fêmeas têm posto os seus ovos várias vezes por semana, às vezes todos os dias e em casos extremos em várias posturas no mesmo dia. A maioria das posturas tiveram lugar quase sempre durante as mudanças parciais de água ou a seguir a refeições com comida viva ou congelada. Algumas vezes, as fêmeas fizeram fila para acasalar, esperando a sua vez até a anterior ter terminado. d) A maior parte das fêmeas comem os ovos de posturas anteriores que conseguirem logo após o acasalamento ( se não forem de imediato afastadas pelo macho ). e) À medida que o tempo vai passando o macho está aparentemente a ficar mais “ cansado “ e menos atento aos ovos. Num processo que se arrasta desde Janeiro, ultimamente já se afasta da zona de postura para se alimentar o que permitia às fêmeas e a outros peixes comerem alguns ovos furtivamente antes dele descarregar a sua agressividade sobre os agressores. f) Uma das fêmeas morreu ao tentar engolir uma cria de Girardinus metallicus demasiado desenvolvida para a sua garganta. O macho respeitou até os recém nascidos de outras espécies presentes no aquário enquanto que as fêmeas se revelaram sempre altamente predadoras embora preferissem uma dieta “ verde “. g) Imediatamente antes de cada postura as fêmeas ficam muito claras a ponto de quase se deixar de ver qualquer vestígio da coloração típica no seu corpo como a famosa marca da barbatana dorsal. O acasalamento começava sempre e invariavelmente com a aproximação de uma fêmea ao território do macho apresentando a coloração descrita e recolhendo as barbatanas. A aproximação final é feita “ de marcha atrás “ e a seguir o casal envolve-se na posição tradicional. A postura de cada ovo era perfeitamente perceptível pelos movimentos do par, mesmo com todo o aparato e estremecimento dos peixes colados uma ao outro. Em conclusão : É muito difícil reproduzir estes peixes num aquário contendo outras espécies, a não ser que seja feita uma selecção muito rigorosa da composição da comunidade e uma plantação intensa. Neste aquário não estava reunida nenhuma das condições apontadas até porque as plantas morreram com a salinidade por causa do tratamento.
  4. Caros amigos, No seguimento da mensagem anterior do Paulo queria confirmar que já capturei exemplares de Caboz-de-água-doce ( Salaria fluviatilis ) na zona que vai de Alcoutim até a Castro Marim há muitos anos quando procurava por Fundulus heteroclitus. Nunca o mantive em aquário pois voltei a libertar os exemplares capturados acidentalmente nas ribeiras que desaguam no baixo Guadiana do lado de Portugal como a Ribeira de Foupana. Em Portugal esta espécie é considerada rara e corre risco de sobrevivência em certas zonas ( vulnerável ? ). Por isso deve ser evitada a sua captura como espécie ameaçada, pelo menos quando não tivermos a certeza da sua abundância... a não ser que mais tarde se devolvam alguns exemplares reproduzidos em aquário à natureza no mesmo local de onde provinham os peixes capturados. A temperatura ideal situa-se entre os 15ºC e os 24ºC e prefere água límpida e bem oxigenada. Prefere as ribeiras mas parece que noutros países ocorre naturalmente em lagos. Um amigo meu que os reproduziu em aquário comentou-me que para a desova temos que imitar as condições da água entre Abril e o início de Junho. Os machos, mais coloridos, desenvolvem uma bossa por cima da cabeça e tomam conta das posturas. Em aquário atingiu os 12 centímetros e uma longevidade média de 2 anos, passando bastante tempo debaixo das pedras ou escondido, sobretudo quando o aquário é pequeno e há muito movimento. Isto é tudo o que posso adiantar uma vez que foi por interposta pessoa que soube destes dados na altura em que tive contacto com a espécie.
  5. Olá Isa e restantes colegas, Tal como me tinha comprometido, aqui deixo algumas ligações a propósito das dificuldades da Isa em pesquisar as mensagens que sugeri. http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#116835 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#118126 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#151046 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141933 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141849 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#139557 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...highlight=#1395 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#138256 Boas leituras !
  6. Olá Noel, Não sendo jurista aguardei um pouco mais na esperança que algum utente do fórum com a formação certa pudesse dar a sua contribuição. Quanto mais não seja para tornar esta mensagem de novo bem colocada para a consulta dos mais resistentes a lerem mensagens antigas e dessa forma despertar a atenção de alguém que possa dar a resposta mais correcta, cá vai o que penso... Não dá para perceber se o local onde vai ser instalado o lago é propriedade privada ou área comum de um condomínio, contudo, nunca é de ignorar o problema da segurança. Um lago bem feito deve ter a proibitiva profundidade de pelo menos um metro no local mais fundo... o que é dramático se estamos a falar de um local frequentado por crianças com menos de 1,20 m de altura. Outra boa razão para se vedar o lago são os “ ataques “ de cães e gatos domésticos. Os primeiros adoram tomar banho no Verão dentro dos nossos lagos e embora as paredes sejam de alvenaria há sempre estragos e peixes em “ stress “ que só tornam a ser “ visíveis “ muito tempo após a visita de um cão. Os Gatos são excelentes caçadores que provocam muitas baixas entre peixes que se aproximem muito da superfície. Por essa razão há quem propositadamente deixe uns 20 centímetros de espaço entre a superfície da água e o rebordo do lago ( como nas piscinas ), evitando assim a captura de peixes pelos gatos. Certa vez, num dos meus lagos, uma grande carpa ( Koi ) matou um gato jovem por afogamento antes de sucumbir com as unhas do mesmo cravadas no lombo. Vedar um lago não é estético mas resolve à partida os “ assaltos “ das crianças embora não ponha fim aos “ ataques “ de vandalismo como as inevitáveis pedras e outros objectos que os miúdos atiram com frequência para dentro dos nossos lagos ( vá-se lá saber porquê, encontrava frequentemente no fundo durante as operações de limpeza desde brinquedos até pedras de todos os tamanhos e feitios, passando por uma das minhas cadeiras de jardim e setas de tiro ao arco ). A licença camarária deve ser necessária a partir de um determinado volume de água ou superfície em metros quadrados. É necessário consultar a legislação aplicável ( quer a geral quer a específica do município ). Em anos de seca haverá problemas relacionados com o racionamento de água imposto sobretudo para o enchimento do lago. Penso que não há maneira de enquadrar a obra como justificação para movimentar o saldo da conta poupança habitação pois trata-se de uma obra de inovação não enquadrável, contudo cada banco é um caso e eu não conheço profundamente as normas dessa área.
  7. Caros amigos, Em termos reprodutivos os peixes podem ser ser ovíparos ( os ovos são libertados na água porque estão envoltos em cápsulas semi-rigídas ), vivíparos ( os embriões desenvolvem-se dentro de uma estrutura semelhante a uma placenta, o que lhes permite serem alimentados directamente pelo corpo da mãe nascendo depois plenamente desenvolvidos ) ou ovovivíparos ( os que retêm os ovos no interior da fêmea, nascendo filhotes completamente formados com diferentes graus e tipos possíveis de relação entre os embriões e a sua progenitora, embora na maior parte dos casos se verifique que produzem ovos muito ricos em vitelo mas sem anexos embrionários ). Em biologia, designam-se como ovovivíparos os animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo alojado dentro do corpo da mãe. O ovo recebe assim protecção, mas desenvolve-se a partir do material nutritivo existente dentro do ovo. Quanto o local do desenvolvimento do embrião, podemos dividir os animais do seguinte modo – ovulíparos, ovíparos, ovovivíparos e vivíparos. Isa atenção aos acentos da palavra, nomeadamente no i. Infelizmente hoje só tive tempo de dar esta resposta, mas dentro de dias volto para aconselhar as tais ligações de uma das mensagens anteriores.
  8. Olá Mário, Por motivos de força maior fui obrigado a adiar um mês a minha resposta à mensagem anterior. Pode parecer uma brincadeira a minha mensagem original mas de facto não é. Não sou Biólogo, Botânico nem Engenheiro de Ambiente por isso necessito de todas as ajudas para esclarecer as minhas dúvidas. E já que estamos a falar de esclarecimentos vou ter que alongar bastante esta mensagem para deixar bem clara a simplicidade da minha primeira intervenção. Para além das informações anteriormente prestadas vamos lá a ver se eu consigo fazer-me entender... É óbvio que estamos a falar de pequenos volumes de água e não os 6.000 m3 de uma ETAR ou dos efluentes aquícolas, daí a minha pergunta parecer ridícula e sem sentido, contudo aplicam-se alguns conceitos básicos comuns em função dos objectivos pretendidos, os quais, pensava eu, que tinham ficado bem claros anteriormente. Nos meus aquários de Inverno verifica-se um volume superior de produção de matéria orgânica particulada e solúvel em quantidades não negligenciáveis. Estas são resultantes de concentrações de peixes muito elevadas entre os meses de Outubro a Março, como já tive oportunidade de explicar. Dado que não me posso deslocar todos os fins-de-semana ao local onde mantenho esses aquários a funcionar, nem posso garantir se as quantidades de alimento que são fornecidas diariamente são aquelas que eu estipulei, verifico que existem resíduos resultantes das condições anteriormente descritas que são constituídos maioritariamente por origem orgânica, ( devido aos restos de alimentos e às excreções ). Os nutrientes provenientes de alimento desperdiçado entram no “ ecossistema “ dos aquários como azoto inorgânico, fósforo, carbono, matéria orgânica dissolvida e partículada que na sua forma física é na lavagem dos sistemas filtrantes e por vezes nos “ lodos “ visíveis nos próprios aquários que são mais evidentes. Uma vez que as mudanças parciais de água só podem ocorrer quando estou presente, estes ambientes têm que funcionar em circuito fechado por várias semanas. Também não é segredo que grande parte do alimento absorvido pelos peixes é excretado, sendo as excreções constituídas por compostos de azoto, quer orgânicos ( ureia e proteínas ), quer inorgânicos... ( convém voltar a recordar que sou obrigado a manter um elevado número de exemplares em aquários com capacidade para muito menos peixes ). De entre os elementos inorgânicos se não estou enganado destacam-se o azoto, os nitritos e os nitratos, sendo a amónia a forma mais tóxica para os peixes que estão nestas condições excepcionais em parte do ano. As concentrações de nutrientes e matéria orgânica atingem por vezes valores elevados e facilmente detectáveis, o que proporcionará as consequências que todos sabemos. Por vezes os nutrientes dissolvidos chegam a estimular a produção de fitoplâncton nos aquários que estão expostos à luz solar aumentando substancialmente a matéria orgânica como num lago de jardim no exterior. Se nos lembrarmos ainda que substâncias químicas são utilizadas em tratamentos de doenças ou adicionadas à composição de certos alimentos então penso que é evidente a minha preocupação. Estas substâncias são no entanto utilizadas apenas em situações de particular excepção. A eliminação dos nutrientes fósforo e amónia das águas dos meus aquários são importantes para a manutenção de condições de salubridade que possam contribuir para baixar os níveis de “ stress “ dos peixes assim mantidos durante 4 ou 5 meses por ano. Interessa-me particularmente o tratamento destas águas em circuito fechado por forma a eliminar alguns sólidos em suspensão, remover possíveis sólidos coloidais não sedimentáveis e estabilizar a matéria orgânica durante a minha ausência, uma vez que não estou presente para renovar parcialmente a água nem tratar dos filtros. As tecnologias de tratamento da água que utilizo actualmente são biológicas e mecânicas, contudo estou a estudar os sistemas gravitacionais. Mesmo assim ainda não resolvi a questão da qualidade da água. A eficiência de tratamento dependem da produção de nutrientes na água do aquário e da eficácia da sua eliminação. Independentemente da eficiência de remoção das matérias acima descritas acho que não estou a pensar de forma errada se estiver à procura de mais alguma forma de sustentabilidade para os aquários de Inverno. As tecnologias químicas ou os desinfectantes vulgarmente utilizados na aquicultura incluindo a exposição à radiação UV, a adição de ozono ou cloro não me agradam e estão totalmente fora de questão. Os sistemas de lagunagem são também uma boa opção para o tratamento de efluentes de grandes dimensões e por isso as dúvidas surgidas com a minha questão ( pois os mesmos exigem superfícies muito considráveis e estamos a falar de simples aquários ). A utilização de algas como biofiltros para remover os nutrientes dissolvidos dos efluentes dos tanques de peixes tem vindo a ser largamente estudada pelo que resolvi apurar se idêntico processo poderia ser tentado com vulgares plantas de aquário. Outra tecnologia consiste no aproveitamento da água dos aquários no cultivo de culturas hidropónicas das quais destaca-se a cultura de plantas halófitas. Em qualquer rápida pesquisa na Internet ( mesmo em Português ) encontramos uma variedade de métodos e esquemas de tratamento de águas que permitirão definir várias soluções alternativas como as plantas macrófitas utilizadas em zonas húmidas artificias, as quais têm a especificidade de se terem adaptado à vida em solos inundados, através do desenvolvimento de sistemas internos de ventilação para oxigenar os seus tecidos submersos. Também descobri que as macrófitas podem ser divididas em vários grupos ecológicos, e que umas se destinam ao tratamento primário, outras ao tratamento secundário e por aí em diante. Confesso a minha ignorância sobre este assunto, pelo que coloquei a questão inicial. Se o fórum serve para nos ajudarmos uns aos outros, penso que não está errado admitir a minha falta de conhecimentos e de pedir as vossas ajudas no sentido de me esclarecerem sobre este assunto ajudando assim outros leitores a compreenderem até que ponto é significativo e viável aplicar técnicas usadas em grande escala a pequenos volumes de água, ( quanto mais não seja para ajudarem a minorar os impactos negativos da sobrepopulação dos aquários ) As plantas escolhidas para os grandes sistemas de tratamento desempenham uma diversidade de acções onde se incluem a promoção da sedimentação de sólidos suspensos, a libertação de oxigénio na zona da raiz, o fornecimento de superfícies para o desenvolvimento de biofilmes, a protecção da superfície da água para reduzir o crescimento de algas, a remoção e reciclagem dos nutrientes. É precisamente nesta último tipo de acção apenas que eu me estou a concentrar neste tópico. A degradação dos poluentes pelas plantas macrófitas, independentemente da sua eficácia em pequenos espaços onde procuro principalmente a acção da responsabilidade dos microorganismos. Penso que eventualmente as plantas macrófitas nos ajudariam na remoção do material particulado destes aquários, ocorrendo a deposição e a sedimentação dos sólidos em suspensão. Para além disto, as plantas exsudariam pelo menos parte dos compostos húmicos que servem de substrato para o metabolismo microbial. Na esperança que tenha contribuído para o esclarecimento desta questão fico disponível para receber todas as possíveis ajudas e ensinamentos que serão muito bem vindos.
  9. Olá a todos, E se eu vos dissesse que as minhas fêmeas de Cauda de Espada pouco ligavam aos recém nascido e às crias ? Já aqui expliquei em que circunstâncias os ovovivíparos deixam de ser canibais várias vezes. Os ovovivíparos são muito fáceis de criar porque dão à luz peixinhos independentes e desenvolvidos para se desenvencilharem sozinhos, para além de serem muito prolíficos... mas como todas as espécies temos que ter condições mínimas ! Já leram outras mensagens sobre este assunto ? Nem vou chamar a atenção para as minhas... pesquisem por favor. Resumindo e concluindo : 1) nem todos os ovovivíparos suportam bem as malditas “ maternidades “ 2) Caudas de Espada adultos sem problemas congénitos e criados em ambientes próximos dos ideais atingem pelo menos 12 cm de cumprimento 3) criar peixes em aquários comunitários com sucesso é um luxo que só está ao alcance de quem faz a escolhas certas de espécies e não investe na quantidade mas sim no rigor científico e na Biologia 4) o que fazer com os peixes num aquário de 200 litros mesmo que atinjam o tamanho adulto apenas 5 de cada ninhada ? ( ao fim de uns quantos meses podemos ter para além do grupo de progenitores original mais peixes do que o nosso aquário tem capacidade para suportar... e todos da mesma espécie e muito próximos geneticamente para poderem servir para futuras reproduções ) 5) é correcto estarmos a prender uma mulher grávida numa cela de 2x3 metros até ela dar à luz ? então porque é moralmente aceitável fazer o mesmo com os nossos peixes ? porque é que já agora não pomos os ovíparos também numa maternidade ?... ( os de ovos não adesivos pode ser que se reproduzam ) Não fiquem melindrados por favor e pensem nisto !
  10. Olá Isa Ganhão, Quando sugeri isolar bem os dois lados do aquário, referia-me a colocar o vidro de forma a que não sobrem espaços entre o mesmo e as paredes do aquário por onde possam escapar os peixinhos. Atenção que há peixes adultos de certas espécies que podem saltar por cima. Algumas espécies de peixes também podem passar por baixo... ou escavando buracos ( como os meus Ciclídeos faziam quando usava o mesmo sistema ), ou enterrando-se na areia e saindo do outro lado ( como certos Cobitídeos e enguias ). Boa sorte !
  11. Caros amigos, É natural que os recém chegados não tenham por hábito fazer pesquisas na excelente ferramenta de que este fórum dispõe antes de colocarem os seus tópicos, contudo os restantes utentes estão cá para ajudar. Também é natural que sendo um assunto já amplamente debatido na área dos peixes de “ água fria “ não vos tenha chamado à atenção, contudo aconselho vivamente que não desistam de ler até ao fim pelo menos este tópico : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopic.php?t=8939
  12. Caros amigos, O que me preocupou na descrição foram as ditas « ( barriga esbranquiçada, escamas dilatadas...) »... não será sintomatologia de Hydropsia ? Aconselho-vos a fazerem um pouco de pesquisa antes de colocarem um tópico. De qualquer forma é triste continuar a ler que alguns de nós usam as ditas “ maternidades “ depois de tudo o que aqui tem sido escrito sobre o assunto, por isso eu não vou voltar a repetir-me nesta mensagem como o fiz já tantas vezes antes. Embora se leia habitualmente que para a espécie tal da família Poeciliidae o tempo de gestação seja de tantos dias, isso só é metade da verdade. De facto, em condições “ ideais “ de alimentação e de meio ambiente os peixes “ cumprem “ esses prazos ( mais ou menos ). As espécies mais resistentes e habituadas ao longo de incontáveis gerações ao cativeiro como o Guppy também não fogem muito dessas estimativas independentemente do que eu disse atrás, contudo, infelizmente nem sempre é assim. Se por motivos de stress ou de alguma incompatibilidade com o meio a maioria das fêmeas de poecilídeos ( como o Platy ) podem fazer uma “ guerra de nervos “ e adiarem os partos por bastante tempo ( nalgumas espécies para lá dos 9 meses ). Tal como certas (G a m b ú s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] abortam no Outono para não serem surpreendidas pelas baixas temperaturas do Inverno em gestação, outras espécies podem adiar a vindas das suas crias ao mundo devido a súbitas alterações no seu meio ambiente que aconselham um parto noutra altura mais propícia à sobrevivência das crias. Para quando ?... só as progenitoras podem decidir com base em mecanismos que a natureza dotou as suas antecessoras à muitas gerações atrás. Os peixes ovovovivíparos têm fama de serem muito fáceis de se reproduzirem mas isso não é de todo verdade se estivermos a falar de certas espécies ou... se negligenciarmos os cuidados mínimos com a qualidade da água, o regime térmico, o ciclo de iluminação do aquário e o ambiente em que os peixes vivem e a alimentação ( leia-se regime alimentar = qualidade do alimento + quantidade do alimento + frequência de refeições por dia ). É sabido, por exemplo, que certas espécies da sub-família Poeciliinae a que pertence o Guppy não têm partos bem sucedidos se separarmos as fêmeas grávidas do machos. Assim me aconteceu já com as Limias Tigre ou Corcundas ( Limia nigrofasciatus ). As fêmeas sob “ stress “ estão sujeitas a partos prematuros e abortos e se juntarmos isto a quantidades insuspeitáveis de metais nocivos presentes na água do aquário provenientes das canalizações ou certos químicos usados como medicamentos ou como “ purificadores da água “ acima de certas doses aconselhadas ou fora delas devido ás características químicas da água sob tratamento... penso que já vos dá pistas para irem pensando em hipóteses mais científicas. Quando os meus Guppys eram criados ao ar livre só queria que vissem a média de crias por parto e com que rapidez se dava a duplicação das populações. Já dei a propósito vários contributos aqui no fórum e vou voltar a repetir-me de novo em relação às ditas “ maternidades “... Muitas vezes vejo-me obrigado a repetir-me em relação a anteriores intervenções porque sei que se aconselhamos uma ligação poucos a seguem, contudo tomo a liberdade de vos aconselhar vivamente a consultarem intervenções como... http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141933
  13. Olá Isa Ganhão, O meu conselho vai no sentido de ser conseguida uma separação eficaz entre a parte do aquário onde estão as crias e a parte onde estão os restantes peixes. Isolar bem os dois lados significa que não deixamos nenhum espaço por onde os peixinhos possam escapar. Isso só é possível com muita paciência e com grandes estragos na decoração ou na plantação do aquário. Uma vez isolados os dois lados um do outro convém assegurar uma boa circulação da água e isso funciona melhor de facto com uma rede ou grade. Cuidado porque eu já tive experiências incríveis de peixes passarem ( não se sabe bem como ) “ pelo buraco de uma agulha “ e aparecerem onde não queremos. Em condições ideais as Molinésias não comem os filhos. Já me repeti inúmeras vezes sobre esse assunto e já foi também suficientemente repetitivo em relação ao uso das malfadadas “ maternidades “ pelo que quem tiver paciência pode pesquisar nas minhas mensagens aproveitando este tópico. Reconheço que para muitos de nós não há condições em casa mas que reproduzir ovovivíparos é uma tentação... contudo, como tudo na vida, há um preço a pagar.
  14. Olá Weslei e restantes colegas, Aqui em Portugal tivemos uma situação idêntica com o Aguapé ( denominado Jacinto de Água cá em Portugal ). Trata-se de uma planta tropical que tem causado a destruição de alguns ecossistemas e problemas de navegabilidade em países mais quentes do que o nosso. Mesmo com as nossas temperaturas baixas de inverno ainda me lembro dos folhetos distribuídos em alguns Municípios do Sul do País e da bacia hidrográfica do Tejo aconselhando a destruição dessa planta nos rios e interditando a sua disseminação.
  15. Caros amigos, É característico de alguns ovovivíparos esse comportamento que tem sido considerado como “ tara “ por vós. Trata-se de um mecanismo de sobrevivência estudado que está na origem da diversidade de espécies dentro de alguns géneros. Na realidade entre algumas espécies da sub-família Poeciliinae assistimos a uma alta actividade sexual por parte dos machos que se pode muitas vezes manifestar em tentativas de acasalamento com outras espécies. Numa certa e determinada estirpe de Limias Tigre ( Limia nigrofasciata ) que possuo, quando o número de machos é superior a um por cada três fêmeas gera-se, acima dos 23ºC, um comportamento obsessivo de cópula que leva os machos a tornarem-se agressivos entre si e a procurarem literalmente todos os peixes disponíveis no aquário da sua espécie e das restantes ( sem excepção... nem os ovíparos escapam ). Se a proporção de machos e fêmeas for igual podem ocorrer maus tratos graves à fêmeas e se o número de machos for superior as fêmeas passam muito mal e chegou-me a morrer no ano passado um macho com ferimentos provocados por combates com outro rival. Os machos mais aguerridos e activos exibem sempre muitos “ estragos corporais “ quando o número de fêmeas no aquário é francamente inferior. Acima de 28ºC e abaixo de 23ºC esse comportamento refreia-se ou desaparece. Nessa altura os machos raramente procuram copular com outras espécies e quando o fazem acertam sempre só com as fêmeas de espécies o mais aparentadas possíveis. Noutra população da mesma espécie não era tão fácil de observar este comportamento.
  16. Olá PST! Mais uma vez me venho penalizar por demorar um pouco nas respostas. Admiro-me como este relato não mereceu de imediato a intervenção pronta dos colegas, sobretudo dos que escrevem neste fórum sobre o Guppy ou sobre doenças dos peixes. Com os dados fornecidos podemos de facto dar muitas outras pistas para além do stress. Há causas que estão na origem de muitos envenenamentos do Guppy que são difíceis de prever e de determinar com rigor e há ainda os maus tratos sofridos no processo que medeia a epopeia dos nossos peixes desde a sua origem até chegarem a nossas casas. Pensem nisto.
  17. Olá Pedro e restantes amigos, Em relação à água do lago devemo-nos preocupar em primeiro lugar com a sua origem. A água da torneira ou da chuva podem conter substâncias nocivas para os peixes, sobretudo se estamos a falar de espécies mais sensíveis e colhidas na natureza. Quanto às aguas de captações subterrâneas ou poços, há que temer as infiltrações de agentes químicos ou a salinidade elevada em anos de seca muito grave em aquíferos muito “ explorados “ pela acção do homem. Em primeiro lugar deve-se por essa razão averiguar a qualidade da água com que enchemos o lago e tentar fazer análises à água da chuva sempre que possível. Em particular no Verão há também o perigo de um crescimento exagerado de algas. Eu já me manifestei aqui em relação aos lagos de águas verdes causadas por algas unicelulares como não sendo de todo uma situação a evitar sobretudo para a manutenção e reprodução de certas espécies, contudo temos que saber distinguir essas situações de um surto de algas causado por má gestão do lago. A forte luminosidade e abundância de nutrientes é a causa de algumas destas situações, contudo em certas situações eu tive que “ adubar o lago “ para criar especificamente esse estado de coisas a fim de reproduzir certas espécies. A higiene é muito importante para o equilíbrio biológico e para a manutenção de peixes saudáveis. Devemos evitar a todo o custo a poluição desnecessária, sobretudo em relação à que é produzida por alimentos de má qualidade e em quantidades muito superiores ao que os peixes e outros seres vivos podem consumir. Ao contrário do aquário são naturais as flutuações de PH frequentes ( até com a trovoada isso acontece ), contudo estas devem ocorrer dentro de limites aceitáveis e não terem uma tendência única, seja no sentido da descida ou da subida dos valores sem inversões dessa mesma variação até se atingirem situações alarmantes. Devemos estar atentos e fazermos uma grande mudança de água logo que se manifestem sintomas de intoxicação aguda ou de perigosas subidas de CO2 na água ( os peixes respiram com dificuldade à superfície, por exemplo ). Posso fazer mais comentários sobre como gerir a água do lago e dar outras informações se for necessário, pois não quero alongar-me mais nesta intervenção. Outra preocupação deve ser o controle rigoroso do povoamento do lago. Devemos ser comedidos e uma vez por ano actuar na redução do número de peixes quando estes atingem níveis populacionais superiores à capacidade do lago. O número de peixes que um lago deve conter não deve ser superior à sua capacidade nos dias mais quentes do ano. Para isso, convém fazer os cálculos com base não só da capacidade do lago em metros cúbicos mas intervir ao nível dos valores calculados de oxigénio dissolvido na água em função das temperaturas mais elevadas. No que diz respeito às espécies escolhidas... estamos em pólos opostos. Eu prezo muito os peixes de cores originais embora reconheça que vistos de cima num lago a esmagadora maioria das espécies não são de facto vistosas ( pois necessitam de se dissimular dos predadores que atacam à superfície como as aves ). Reconheço que as variedades mais vistosas “ enchem de facto o olho “ mas... são artificiais e perdem todo o sentido uma vez que foram forçadas a existir pela selecção praticada pelo homem. São na realidade criações artísticas muito bonitas mas sem valor real para além do que nos é " imposto " pelo nosso duvidoso sentido pouco natural de estética. Respeito todos os aficcionados pelas “ aberrações “ criadas artificialmente pela humanidade até porque eu próprio as aprecio e também tenho no meu lago algumas Koi. Contudo não deixo de ficar triste quando alguém escreve « mas não serão um pouco pequenas e sem... cor ? ». São pontos de vista apenas, não é para melindrar. Boa sorte e os maiores sucessos Pedro !
  18. Olá Fernando Leite & restantes amigos, Excelente contribuição ! Apenas não concordo com a definição de água fria em aquariofilia... mas não quero de forma alguma afirmar que não esteja correcta. Proponho a vossa leitura à seguinte contribuição - http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#122720 Fiz a propósito deste assunto outras intervenções que podem consultar também na esperança de isso resultar em incentivo para as vossas opiniões. A propósito deste assunto penso que todas as contribuições serão importantes para o nosso conhecimento comum.
  19. Olá todos, Dadas as últimas contribuições para este tópico, venho acrescentar o seguinte : Belita – este documento legal está desactualizado em relação à realidade e as listagens que aparecem no fórum são só a “ ponta do iceberg “. Como se pode notar por algumas contribuições pesquisando um pouco com certa habilidade este fantástico fórum, há muitas espécies comercializadas para aquário que resistem às temperaturas das nossas águas interiores ( ecossistemas de água doce ), embora sejam vendidos como peixes tropicais. Em resultado das suas origens não serem rigorosamente descriminadas como recentemente se tem vindo a proceder com os “ Killis “ ( Ciprinodontídeos ovíparos ), por vezes aparecem no comércio peixes descendentes de populações resistentes ao frio pertencentes a espécies ditas tropicais mas de ampla distribuição geográfica ou de espécies de regiões temperadas. Sem querer entrar em mais pormenores porque há muito que ler sobre este assunto noutros tópicos fica um dúvida no ar... como é que os peixes exóticos vão parar aos nossos ecossistemas ? Ou por invasão ( vindos de Espanha nas bacias hidrográficas internacionais da Península Ibérica, transportados pelas aves, pelas águas de lastro de navios, entre outras formas ), ou por introdução ( acidental ou propositada ). A introdução é a forma que deve ser evitada por quem tem como passatempo os aquários. Nunca se devem soltar em águas naturais ou lagos públicos peixes exóticos ( que não pertencem à nossa fauna ). Seja porque motivo for despejar um peixe doente pela sanita ou largar uns exemplares no exterior é considerado crime com sanções previstas na lei. Não querendo entrar em mais considerações para não tornar a minha intervenção fastidiosa ( como alguém já me acusou em mensagem particular ), apenas queria focar sumariamente mais uma questão relacionada com este assunto... as consequências. Introduzir uma espécie exótica num ecossistema, salvo raras excepções é um risco elevado de fatalidade. As espécies introduzidas trazem consigo agentes patogénicos e outros riscos para as espécies nativas. Habitualmente levam as espécies originais à extinção seja por competição, por hibridação, por predação ou por eliminação de condições ambientais como os locais de postura, por exemplo. Em Portugal temos em perigo de extinção ou em risco uma variedade considerável de espécies originais, geralmente pequenos Ciprinídeos endémicos ( peixes que não existem em mais lado nenhum do planeta a não ser numa dada região ou bacia hidrográfica ). Por muito nobres que sejam as justificações para uma introdução ( benefícios económicos, luta biológica, entre outras hipóteses mais vulgares ), esta deve ser evitada a todo o custo ou ser antes muito bem estudada e de preferência testada por especialistas e não por modelos informáticos. Concordo plenamente com o Ricardo Fernandes quando afirma que provavelmente o peixe avistado na cidade do Porto é a (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] que foi introduzida em Portugal ( G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ). Chamo a vossa atenção para o valor da (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] e para as consequências da sua introdução em aquários ditos “ comunitários “ com espécies de colorido acentuado, barbatanas desenvolvidas, pouca mobilidade e indefesas contra a tenacidade agressiva destas máquinas de sobreviver. Quanto a este último assunto posso deixar a sugestão de consultarem através de pesquisa no fórum outras contribuições anteriores.
  20. Caros amigos, Com todo o respeito pela contribuição anterior do nosso colega Motar Solitário para este tópico e sem querer de forma alguma assumir que o que escrevi anteriormente ou que vou escrever a seguir é a única verdade, deixo a seguinte opinião para vossa reflexão : O texto que se segue servirá para vos explicar porque é que não concordo com a opinião anterior. Serei obrigado a repetir-me em relação a algumas contribuições anteriores mas cá vai disto... É muito raro e quase sempre acontecem verdadeiros horrores quando se dá o cruzamento entre peixes géneros diferentes mas muito aparentados, ( o que não é o caso ). Já surgiram fotografias de cruzamentos entre Guppys ( Poecilia reticulata ) e Molinésias ( Poecilia spp ), contudo esses raros indivíduos pouco tempo duraram e foram consumidos por doenças graves e tumores. Relativamente ao assunto que foi colocado neste tópico venho-vos confirmar outra vez que estão perante alguém que no passado tentou com todos os meios ao seu dispor produzir híbridos entre peixes ovovivíparos. Curiosamente os híbridos que viriam mais tarde a ter lugar no meu aquário aconteceram por mero acidente quando eu já tinha abandonado essa prática há muito e procurava a todo o custo evitar esses “ acidentes “. Hoje sou contra os cruzamentos entre quaisquer espécies de peixes por acção antrópica ( provocados pelo homem ). Apenas nos nossos aquários domésticos e quando tal tem lugar entre variedades cultivadas não me posso insurgir se essa prática for fruto de um acontecimento acidental ou mesmo numa experiência controlada como a que sugeres, uma vez que ambas as espécies não fazem parte do nosso ecossistema e têm fracas probabilidades de sobreviverem no mesmo ( embora haja relatos de Espadas que sobrevivem todo o ano ao ar livre em Portugal ). Agora como primeira boa notícia posso dizer que é muito fácil induzir cruzamentos entre membros de espécies diferentes mas do mesmo género e por vezes mesmo entre peixes de géneros aparentados mas diferentes dentro da sub-família Poeciliinae. São muito populares os cruzamentos entre os Xiphophorus e de facto foram os únicos que consegui levar a bom termo na altura em que me entusiasmaram os híbridos. Como devem saber há contudo uma alta probabilidade que as coisas corram mal. Quando as duas espécies parentais estão demasiado próximas ou demasiado afastadas em termos genéticos, ( mesmo que pertençam ao mesmo género ), o resultado ou é nulo ou os poucos sobreviventes não chegam a passar os primeiros estádios de desenvolvimento se não apresentarem anomalias visíveis ou anomalias cromossomáticas. Anomalias cromossómicas são geralmente classificadas como erros estruturais ou numéricos que surgem durante a divisão celular, especialmente na meiose. Erros cromossómicos numéricos resultam na denominada aneuploidia ( número total de cromossomas que não é o normal para uma determinada espécie ). A poliploidia acontece quando o número de cromossomas é um mútiplo do número haplóide de cromossomas que não 2 ( 23 nos seres humanos, ou seja, 46 : 2 = 23 ). Na grande maioria dos casos, embriões poliplóides abortam espontaneamente no início da gestação dos mamíferos. Causas da poliploidia, especialmente a triploidia, são, provavelmente nos seres humanos, a fertilização de um óvulo por mais de um espermatozóide ou a não separação de um corpo polar durante a meiose. A monossomia ( falta de um membro de um par de cromossomas ) e a trissomia ( presença de três cromossomas em vez do par normal ) resultam tipicamente da não junção durante a meiose. Actualmente, a genética adquire cada vez maior importância para desenvolvimento da piscicultura moderna e na indústria fazem-se cruzamentos estudados para se conseguirem peixes de muito maior produtividade. Entre algumas espécies os híbridos sobrevivem sem problemas e não apresentam anomalias, contudo ou são todos sempre do mesmo sexo ou são estéreis ( ou até as duas coisas juntas ). Por vezes basta um macho maduro activo que tenha estado privado de fêmeas da sua própria espécie por algum tempo ou, com um pouco de “ sorte “ juntares as duas espécies num mesmo aquário. Para se poder conseguir apurar com rigor o resultado de qualquer produto de reprodução sexuada destes animais temos que ter uma fêmea virgem porque, caso contrário só te queria lembrar que, como já referi anteriormente, além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas destas espécies podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras os ditos espermatozóides ). Os Poecilídeos são quase todos peixes ovovivíparos que têm uma forma de reprodução muito peculiar, embora com algumas variantes dentro do elevado número de espécies desta família. Para se poder conseguir apurar com rigor o resultado de qualquer produto de reprodução sexuada destes animais temos que ter uma fêmea virgem. Caso contrário só vos queria lembrar que além de um parto poder dar origem a crias de diversos machos, as fêmeas destas espécies podem conservar com viabilidade por muito tempo ( depende da espécie e das condições do meio ) as células reprodutivas masculinas, ( ou por outras palavras espermatozóides ). De facto, uma fêmea pode dar origem a vários partos ( à quem tenha testemunhado pelo menos cinco ) sem necessitar da presença de um macho, desde que tenha previamente tido contactos sexuais ( cópulas com sucesso ). Só para terminar queria ainda informar-vos que os machos não se limitam a introduzir dentro do corpo da fêmea esperma livre ( como acontece com os mamíferos ), mas sim aglomerados muito idênticos aos de certas espécies de insectos, embora diferentes dos espermatóforos. Esses aglomerados tem formas distintas e para além da fisionomia do gonopodio são um modo infalível de classificação. Esse facto é muito limitativo na fertilização entre espécies diferentes.
  21. Caros amigos, Muito se tem escrito sobre este interessantíssimo tema. Algumas contribuições de facto assinaláveis pelo seu valor e qualidade outras merecem alguns esclarecimentos aos quais não me posso furtar. Em primeiro lugar é bom que fique bem claro que depois de tudo o que atrás foi desenvolvido devemos considerar algumas variedades de Carassius auratus cultivadas em cativeiro há muitas gerações menos resistentes devido à sua consanguinidade. Estes peixes em particular são menos resistentes às temperaturas baixas não porque tenham em tão pouco tempo em termos de evolução sofrido uma adaptação às temperaturas mais elevadas mas porque, como qualquer animal que transporte menos variedade genética no seu código, estão mais susceptíveis às doenças e aos efeitos das baixas temperaturas nos animais de sangue frio. Já tive oportunidade de referenciar que em países tropicais como o das minhas origens há de facto peixes desta espécie a viverem em lagos mas muitas vezes não se reproduzem. Pelo facto de aí existirem não quer de forma alguma dizer que estejam “ felizes “ ou que se tenham adaptado perfeitamente ao clima. Sendo uma daquelas espécies que eu considerei como “ tolerantes “ é óbvio que “ sobrevivem “ a temperaturas elevadas todo o ano... resta saber a que preço para o bem estar do animal e para a sua saúde. Neste ponto não tenho visto muitas opiniões expressas, o que me leva a pensar que poucos de nós se preocupam com a saúde e o bem estar nos nossos peixes. Dá a entender que o que interessa é conseguir as ditas adaptações com sucesso àquilo que bem entendemos serem as condições que temos possibilidade de ter em casa e não às necessidades biológicas dos animais. Há Carassius auratus a sobreviverem perfeitamente em climas tropicais e a serem “ reproduzidos “ por formas artificiais em países equatoriais como Singapura. Fica ainda a informação para todos que inúmeras espécies do género Corydoras suportam perfeitamente as temperaturas da água no Inverno do Sul do nosso país e por isso não necessitam de qualquer preocupação com o aquecimento da água dentro de uma habitação das nossas onde por norma as temperaturas não descem abaixo dos 16ºC nos dias mais frios do inverno. Assim mesmo há casas onde nunca se consegue descer a temperatura da água do aquário abaixo dos 18ºC sem ajuda de meios artificiais, uma vez que há uma grande preocupação em manter no pico do inverno a temperatura do ambiente moderadamente “ confortável “ para os humanos. Nesta última questão não me refiro evidentemente a aquários colocados em marquises e varandas pouco protegidas e viradas a Norte ou dependências exteriores à casa de habitação. É mais difícil muitas vezes baixar a temperatura dos 29ºC da água do aquário no Verão do que ter temperaturas mortais para os nossos peixes no Inverno dentro de casa sem sistema de aquecedor com termostato. A pergunta que eu deixo para reflexão é a seguinte : O que deve ser mais importante... ter peixes que se adaptem às condições dos nossos aquários em detrimento de outras espécies mais ambicionadas, ou fazer os nossos peixes “ adaptarem-se “ àquilo que lhes queremos impor ?
  22. Caros amigos, Aconselho-vos a consultarem o tópico : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...pic.php?t=19747 Penso que a maioria dos que participaram podem ajudar. A minha primeira contribuição vi no sentido desta ligação : http://www1.ci.uc.pt/invasoras/dec_lei_invasoras.pdf Em Português não há nenhuma fonte de informação sobre a biologia da espécie. Em Inglês há as que se quiser. Faz uma pesquisa se dominares a língua inglesa.
  23. Olá Miguel, Cá vão algumas sugestões : http://www.jcpoiret.com/bapw/index.html?pa...ns/rotengle.htm em Francês http://www.ittiofauna.org/webmuseum/pescio.../cyprinidae.htm em Italiano http://www.grande-caricaie.ch/english/nature/fish.html versão em Inglês de um sítio Francês http://maisondelapeche.free.fr/poissons/fiches/28.html em Francês... e muitas mais, nomeadamente em Inglês e nas línguas de países de distribuição geográfica do animal. Se fizeres a pesquisa pelas fotos também dá resultados. Diverte-te !
  24. Olá Gomez & restantes colegas Na minha experiência com Molinésias tive oportunidade de constatar que tendencialmente esta espécie é pouco agressiva mas pode tornar-se muito competitiva para com membros da sua própria espécie se o aquário for pequeno ( para as necessidades destes animais ). O que vou relatar a seguir eram comportamentos com indivíduos da própria espécie e não com outros peixes. As Molinésias são peixes exigentes quanto ao espaço ( e não só ). A agressividade depende do grau de “ stress “ e da linhagem genética. Tendo necessidade de experimentar a resistência às baixas temperaturas consegui reunir exemplares de pelo menos 6 origens territoriais diferentes comprovadas pelo meu fornecedor que as trazia consigo dos Estados Unidos. O grau de agressividade era sem dúvida bastante distinto e se os animais tivessem sido colhidos na natureza então é que nem um aquário de 2 metros chegava, ( especialmente se fossem poucos exemplares ). Testemunhei casos de ataques mortais de fêmeas e de machos, sendo mais vulgares os segundos e sem consequências tão dramáticas. Para quem tenha uma experiência destas, o meu conselho é aumentar se possível os locais de abrigo ( plantas ), introduzir mais alguns exemplares no aquário e se tudo estiver no seu lugar ( salinidade, PH, dureza, temperatura e níveis de pureza da água ) o problema será ultrapassado em breve. Se os sintomas persistirem, só há um remédio... tratem as vossas Molinésias agressivas como Ciclídeos do Lago Malawi ( Niassa ). Uma coisa é certa... há que ter um cuidado especial com as misturas de peixes. Não sou contra os chamados aquários comunitários desde que se juntem peixes de continentes diferentes mas... com exigências de meio ambiente iguais ou muito parecidas ( temperatura, PH, DH, salinidade, etc ). Não devemos esquecer que as Molinésias são animais de estuário, embora algumas populações sejam avistadas e colectadas em alto mar a várias centenas de quilómetros do rio mais próximo e outras em lagos e rios de água doce apenas. Os Néons ( Hyphessobrycon innesi ) são animais de águas completamente diferentes dos ecossistemas de muitas das Molinésias ( Poecilia spp ). Quanto às temperaturas se quiserem podem consultar esta minha contribuição : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#135012
  25. Caro amigo, Não deve ser utilizado Sal refinado de cozinha no aquário, sobretudo com espécies mais sensíveis ( o que não é o caso ). O sal de salina colhido no local e sem tratamento pode trazer outros problemas se não estiver limpo de certas substâncias poluentes. O mais seguro é o produto usado na aquariofilia para “ fabricar “ a água do mar artificial. Uma vez que é para tratamento e porque o Carassius auratus é relativamente tolerante à salinidade e não precisa de todos os elementos da água do mar, o sal grosso para cozinhar dos estabelecimentos comerciais macrobióticos é muito mais barato do que o que usamos nos aquários marinhos e faz o mesmo efeito. As perturbações da bexiga natatória são comuns nas variedades cultivadas de peixes Vermelhos, podendo resultar de uma alimentação à base de comida “ seca “, de descida súbita de temperaturas ( nas variedades mais exóticas ), ou problemas de digestão, entre outros. O tratamento requer tempo, esperança e muita paciência e mesmo após a “ cura “ os sintomas podem voltar quando menos estamos à espera. Para evitar sacrificar o peixe, deve colocar-se o animal afectado em água pouco profunda ( o suficiente para cobrir as sua barbatanas adicionando-lhe sal com cuidado e muito progressivamente. Há quem adicione ainda uma porção ( não sei quanto ) de permanganato de potássio. Uma ligeira subida de temperatura e um aumento considerável do oxigénio dissolvido, assim como uma renovação periódica do banho são essenciais para o sucesso. O peixe deve permanecer sem alimentação durante pelo menos 4 dias após os quais devemos começar por lhe dar comida viva de pequenas dimensões como as Dáfnias ( Daphnia spp ). Mesmo depois de voltar à normalidade deve ser assim mantido por mais alguns dias ( pelo menos 48 horas ). Este era um bom tópico para o fórum das doenças pois lá há colegas experientes nesta matéria.