Cyprinodon

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  1. Olá a todos, Por vezes ficamos com a impressão que se cometem os mesmos erros de sempre porque ninguém se dá ao trabalho de pesquisar através do botão com a lupa no cabeçalho. Aconselho vivamente a lerem excelentes tópicos onde se debate muito as consequências de se colocarem espécies de grande tolerância à temperatura ou as ditas espécies de água fria em aquários tropicais... isto só para referir os nefastos problemas de saúde causados pela manutenção em temperaturas elevadas os vossos amigos, não pensando na questão do relacionamento entre as espécies e nas exigências em relação aos parâmetros químicos da água por vezes diametralmente opostos entre os habitantes que misturamos num aquário comunitário. Se não quiserem ter o trabalho de procurar podem começar por aqui : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#135012 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#137450
  2. Olá Brunes, Em primeiro lugar convinha termos sempre em consideração que as variedades de Carassius auratus criadas em cativeiro com coloração, barbatanas ou formato do corpo diferente dos seus antepassados originais não estão devidamente “ fixadas “, caso contrário ao regressarem alguns desses exemplares à natureza não davam origem a peixes de aspecto e coloração original em poucas gerações. Isto acontece mesmo em criações domésticas onde aparecem sempre alguns exemplares que são “ eliminados “ por não cumprirem os requisitos de pureza dos seus progenitores ou até por apresentarem o tal “ retrocesso “. Durante muitos anos o comércio em Portugal era abastecido quase exclusivamente por exemplares considerados impróprios para outros mercados pela sua falta de “ qualidade “. Um dos parâmetros que muitos criadores particulares tiveram nas suas selecções era precisamente o tempo que os respectivos exemplares levavam para adquirirem a coloração esperada, pois se quase todos lá chegavam ou muitos apresentavam variantes que ficavam perto disso, outros demoravam por vezes dois anos ou nunca perderiam a típica coloração dos animais selvagens seus antepassados. Tudo isto para alertar para o facto de que podem ocorrer mudanças de coloração entre o nascimento e um período que pode chegar aos dois ou mesmo três anos e muito raramente mais. Quanto à temperatura convinha que todos lessem os tópicos onde esse assunto foi debatido. Por vezes ficamos com a impressão que se cometem os mesmos erros de sempre porque ninguém se dá ao trabalho de pesquisar através do botão com a lupa no cabeçalho. Se precisas de coragem para mudar o teu peixe para o ambiente mais adequado então pesquisa e descobre que podes estar a cometer um erro que vai diminuir-lhe muito a longevidade e o conforto porque, como tu próprio começas por escrever... « Tenho este espécime de água fria, num aquário de água quente ».
  3. Olá Warlock Lamento desiludir-te mas o exemplar das fotos que compartilhas connosco apesar de notáveis ainda não são o mais “ atraente “ que se pode encontrar nas nossas águas. Na barragem de Morgavel existiu há muitos anos uma população em que os machos tinham a parte inferior do corpo avermelhada ( em vários tons dependendo de cada exemplar ). Mesmo fora da época de acasalamento as suas cores eram tão vivas que se distinguiam muito facilmente das fêmeas. O facto curioso é que desapareceram quase todos e hoje são uma variante rara no local. Tenho estado a observar machos a guardarem os respectivos ninhos e mesmo acasalamentos nas margens de rios da bacia hidrográfica do Mondego e do Tejo nos últimos fins-de-semana e ainda não me apercebi de uma população como a supra referida, embora se encontrem exemplares bem atraentes como o da tua foto. Se fizerem uma pesquisa na Internet poderão encontrar alguma ligeira variação no colorido dos machos desta espécie com eventuais “ regionalismos “ notáveis à luz dos conceitos de beleza humanos. Infelizmente os exemplares muito coloridos de facto atraem mais companheiras e a nossa atenção mas são vítimas mais fáceis dos predadores.
  4. Caros amigos, A longevidade destas espécies depende da constante boa qualidade da água onde vivem, ( entenda-se não só a ausência de contaminações e a pureza mas também os parâmetros químicos e a ausência de substâncias como o cloro ou vestígios do metal das canalizações ), ausência de agentes patogénicos ou a sua existência até valores que o organismo do peixe possa combater de acordo com a sua condição física no momento, uma alimentação saudável e equilibrada para os parâmetros da espécie, a herança genética do indivíduo ou da sua linhagem, o espaço, as temperaturas da água ( reparem que eu não digo a temperatura mas considero aqui a gama térmica a que o peixe é sujeito e as variações diárias ou sazonais ), a manipulação do animal ( entenda-se capturas e outras que tais ), os factores locais de “ stress “, a ausência de predadores ou espécies agressivas que possam provocar ferimentos e ansiedade... entre outros menos importantes. Na natureza a longevidade é difícil de calcular devido a todos os factores que podem colocar em risco a vida do animal entre eles a predação. O Carassius aurtatus em cativeiro se conservado em condições muito próximas do ideal pode de facto ultrapassar 20 anos embora um pouco menos para as variantes resultado de selecção antrópica. Neste caso quanto mais “ sofisticada “ for a variedade menos longevidade e resistência apresenta. O Cyprinus carpio pode de facto ultrapassar um século de existência como os exemplares mantidos em lagos profundos alimentados por nascentes em jardins muito calmos do Japão, onde são venerados com grande reverência e lhes dedicam todos os cuidados e “ mimos “. Os peixes na generalidade crescem durante toda a vida. Os anciãos destas espécies não se tornam contudo monstros de vários metros porque o ritmo de crescimento varia com a longevidade e com as condições de vida que lhes proporcionamos, por isso não é viável estabelecer « o ritmo » de crescimento e uma tabela de valores, embora tal seja prática das culturas industriais porque os animais estão sob a influência de uma dieta e de factores controlados que permitem a quantificação e a previsão aritmética do seu desenvolvimento. Quanto à temperatura e ao facto do visitante Paulo afirmar com muita segurança « Os meus peixes são mantidos com uma temperatura entre 20ºC e 26ºC. Com esta temperatura eles crescem o dobro do que cresciam se a temperatura fosse mais baixa »... convinha que todos vós fizessem uma pesquisa sobre os inúmeros tópicos em que esse assunto foi alvo de excelentes intervenções. Talvez o Paulo mude um pouco a sua atitude quando compreender os efeitos desse procedimento a longo termo.
  5. Olá Peixe Espada ( desculpa tratar-te assim ) e restantes colegas, Vou tentar descobrir onde é que já li sobre espécies estuarinas ou de origem marinha mas resistentes a baixas salinidades que ficaram retidas durante a migração como o Sável ( Alosa alosa ) ou foram introduzidas em barragens (outras espécies ) e aí permaneceram durante anos. Já não me lembro se estamos a falar de populações estabelecidas ou de meros exemplares que aí atingiram o máximo da sua longevidade. Num caso pelo menos recordo-me que a descrição falava de animais adultos menos desenvolvidos do que os seus parentes que podiam atingir o mar.
  6. Olá PJ e restantes colegas, E porque não ? A (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] é um peixe bonito e digno do mesmo valor dos Ciclídeos. Foi infelizmente introduzido nas nossas águas com as consequências que se sabem mas a culpa é dos humanos e não do animal. Há muito boa gente que as compra em lojas pois ou não sabe que se podem apanhar na natureza ou não têm condições para o fazer. Eu já as vi em duas lojas diferentes, e em ambos os casos eram importadas !?! Só vendo uma foto ou outra descrição é que se pode chegar a alguma conclusão.
  7. Olá MiGGim, Nos anos 1980 criei 4 gerações destes fantásticos peixes ao ar livre até ao dia em que introduzi no mesmo lago a (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( Lepomis gibbosus ) e a (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ). Suportam muito bem o nosso inverno e reproduzem-se com muita facilidade num lago plantado num dos cantos com uma espécie de crescimento rápido de folhas pequenas e com água filtrada, atingindo um número considerável ( se não estiverem presentes espécies predatórias, claro ). Os pais não se interessam pelas crias... mas os outros habitates do lago sim !
  8. Olá Warlock, A cobra não me foi fácil de identificar pelas fotos mas o peixe do balde verde aparentemente sim. A cobra é possivelmente uma Cobra-de-água-de-colar ( Natrix natrix ), ou eventualmente uma Cobra-de-água-viperina ( Matrix maura ), não dá para ver bem pela foto. O peixe não é realmente uma Boga. Na minha modesta opinião é um Sável ( Alosa alosa ). É uma espécie considerada ameaçada com o estatuto de vulnerável pelo Instituto de Conservação da Natureza.
  9. Olá Jopapeca De facto eu fui um dos que visitaram o tópico mas que por falta de dados não pude ajudar. Pela descrição pode ser uma (P e r c a - s o l) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( Lepomis gibbosus ). Convém lutarmos pela qualidade e exigir sem equívocos uma clara identificação dos peixes, nomeadamente através do nome científico pois é para isso que ele foi criado. Deixo a seguinte ligação como ponto de partida : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#143638
  10. Olá Bangai, Na altura, por volta de 1990, só encontrei Fundulus heteroclitus. A zona onde abundavam mais era sem dúvida na área de Castro Marim e em salinas da região da Foz do Guadiana.
  11. Bem vindo BiLL@BoNg , Acontece com muita frequência não nos apercebermos que existe uma óptima ferramenta de pesquisa aqui no fórum. Aconselho-vos a pesquisarem antigos tópicos sobre esse assunto devidamente debatido anteriormente, de qualquer forma aqui ficam duas sugestões minhas : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141905 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#163374
  12. Olá Pedro Almeida e restantes colegas, Fiquei muito contente por perceber que há aficcionados que escrevem frases como « de facto não sou interessado pelas Koi, até porque gosto da Carpa do lago da minha escola que é pura e simplesmente cinzenta, sem manchas e sem nada ». Eu penso exactamente da mesma forma e por isso é de louvar tal opinião, contudo acho que fui mal interpretado e pode-se eventualmente até notar um certo grau de melindre nos comentários às minhas observações. Meu caro amigo, apesar de não concordar com as selecções artificiais feitas pelo homem com o objectivo de apurar “ variedades “ com barbatanas desenvolvidas, colorações mais “ atractivas “ e outras extravagâncias que podemos encontrar nos nossos animais domésticos ( do gado aos peixes de aquário, passando pelos ditos « animais de companhia » ), não estou no fórum para criticar quem goste do resultado dessas práticas até porque eu próprio me sinto atraído por muitas dessas “ aberrações “ criadas artificialmente pela humanidade. Não vou participar no processo de selecção artificial mas não estou cá para condenar quem o pratica ou quem mantém em casa os ditos animais. Só sou realmente contra as práticas criminosas como a “ pintura “ de certos peixes com injecções e outras coisas que tais. Agora que fique muito bem claro entre nós meu amigo... interferir com a selecção natural para produzir uma determinada matriz com cores ou barbatanas diferentes das que teriam lugar no ecossistema de origem são de facto “ aberrações “ porque fogem aos padrões que regeram a evolução de uma espécie por milhares de anos. Agora teríamos aqui uma interessante discussão que poderia levar meses e seria de facto um interessante tópico novo, mas para abreviar o meu ponto de vista entenda-se a palavra “ aberrações “ não no seu sentido mais negativo como o Peixe Papagaio mas como uma perturbação ao processo natural. Um desvairo ou algo anormal e excepcional. Um desvio da verdade apartado da normalidade que se tornou diferente. É com base nestas aberrações que a natureza cria no seu seio novas populações e espécies. As aberrações naturais são a forma normal de diferenciação evolutiva e podem ser resultado de um isolamento geográfico, de grande plasticidade genética ou, em último caso como uma resposta rápida a alterações que não permitam a sobrevivência de futuro se não ocorrer uma evolução. A grande diferença é que nestes exemplos é a natureza que age... nos animais domésticos é o Homem que tenta agir como Deus e “ dominar “ a natureza. Para quem cria peixes da sub-família Poeciliinae e se interessa um pouco pela biologia de muitas espécies sabe que o sucesso das mesmas se deve ao facto de aparecer sempre um grande número de aberrações nas suas populações, caso contrário não teria lugar a vasta quantidade de populações distintas dentro da mesma espécie com coloridos diferentes. Graças a essa particularidade é que o Guppy ou o Platy apresentam hoje no espaço de escassas centenas e gerações tantas “ raças “ criadas em cativeiro pela intervenção do homem. Estamos entendidos Pedro ? Acho que fiz o meu melhor para dissipar todos os equívocos e responder ao comentário « uma coisa que não consigo ver, são aberrações criadas artificialmente como o Cyprinodon disse (...) ». Quanto as espécies “ chamativas “ e que não sejam tímidas aconselho a minha seguinte contribuição : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#163374
  13. Olá a todos, especialmente ao Gonçalo. Meu caro amigo, quase todas as espécies de peixes que têm uma grande área de distribuição geográfica acabam por possuir populações mais tolerantes às baixas temperaturas nos extremos mais “ frios “ da sua existência natural, embora vulgarmente sejam vendidas apenas como espécies tropicais no nosso mercado. O Chanchito ( Cichlassoma facetum ), por exemplo, é aparentemente o único representante da família Cichlidae estabelecido em Portugal há muitos anos. Os primeiros exemplares que chegaram à Europa vinham da parte Norte da sua distribuição geográfica ( a qual chega mesmo à bacia hidrográfica do rio Amazonas ), pelo que eram pouco resistentes ao frio. Mais tarde porém foram trazidos exemplares do Sul do Brasil que se aclimataram bem nas nossas águas e não morrem nem no Inverno mais rigoroso em muitos locais do nosso país. Houve ainda alguma introdução de exemplares desta espécie provenientes da Argentina na Europa que ainda resistem a temperaturas mais baixas no Inverno e podem vir a colonizar rios no Centro da Europa onde neva em todos os Invernos sem excepção. Só em termos de Ciclídeos, para além do Chanchito há rumores de Tilápias e de Ciclídeos do Texas a habitarem águas de sistemas hidrográficos nacionais ou albufeiras há vários anos. Nem todos os peixes que eu sugiro são pequenos, vivem no fundo, têm pouco colorido ou são espécies tímidas. Alguns são até muito mais coloridos do que os nossos peixes autócnes e podem chegar a rivalizar com as carpas e peixes vermelhos. Por certo que serão difíceis de encontrar ( para não dizer impossíveis ) no nosso mercado, mas podem acontecer importações expontâneas e alguns raros criadores nacionais de uma ou outra destas espécies. Para além da listagem que já publiquei noutro tópico com base em experiências minhas nos anos 1980, posso ainda aconselhar uma pesquisa na Internet sobre espécies com distribuição geográfica no extremos Sul de África, na América do Sul abaixo do sistema Parano-Platino, em toda a América do Norte acima do Estado da Florida e do Sul da Califórnia e na Ásia acima do paralelo 30º Norte ( para ser mais rigoroso, uma vez que noutras áreas mais próximas do equador há espécies tolerantes às baixas temperaturas ). Mais uma vez quero deixar muito bem claro que é um risco criarem-se esses peixes ao ar livre sem a devida protecção contra as aves, os furtos e os efeito das inundações ou cheias ( sobretudo se o local for muito próximo de um curso de água ). As espécies com capacidade para sobreviverem ao nosso clima que ainda não tenham sido introduzidas nos nossos ecossistemas são sempre um risco a evitar e algumas já estão proibidas por Lei quanto à sua importação, transporte ou manutenção em território nacional, por isso não vou poder ajudar mais dando um lista concreta de espécies, ( até porque são às centenas e para todos os gostos ). Por certo que as grandes associações como a APC podem ter especialistas que nos ajudem neste campo e nos possam aconselhar sobre a forma de manutenção mais segura e responsável para a criação destas espécies ao ar livre sempre que as mesmas não façam parte das que são interditas pela legislação nacional. Agora só para terminar queria dizer que há uma das espécies de Pacu que é de facto talvez resistente ao nosso Inverno em certas zonas de Portugal. Se os exemplares dessa espécies não forem provenientes do Sul do Brasil mas sim da Amazónia... então é para esquecer ! Eu durante muitos anos criei peixes ao ar livre em parte do ano, recolhendo alguns exemplares no Inverno entre Outubro / Novembro e Março / Abril para poder contar com umas largas dezenas ou centenas a fim de se reproduzirem no Verão seguinte e assim alimentar o ciclo. Essa é uma outra forma muito aliciante de praticarmos este passatempo. Assim, mesmo que escapassem alguns exemplares para a natureza havia francamente poucas ou nenhumas hipóteses de sobreviverem e conseguimos povoar um lago com espécies exóticas, conseguindo exemplares soberbos como nunca seria possível em aquário.
  14. Olá Warlock, Zé e restantes colegas, Começo por confirmar que não sou pescador nem tão pouco a minha formação académica ou experiência profissional têm algo a ver com este assunto, pelo que não sou de facto um conhecedor como simpaticamente foi escrito. Quanto à questão da Tainha e da Fataça... levanta-se de facto um problema interessante de classificação. Por causa de situações como esta é que existem os nomes científicos, pois de Norte a Sul de Portugal podemos estar a falar de um peixe e a interpretarem-nos de outra forma. Habitualmente os nomes comuns pelos quais estes peixes são tratados são os seguintes : Chelon labrosus – Tainha-iça, Tainha, Negrão Mugil cephalus ( Mugil provensalis ) – Fataça, Tainha, Mugem Lisa aurata ( Mugil auratus ) – Tainha, Garnete Liza Saliens ( Mugil saliens ) – Tainha Liza ramada – Tainha, etc, etc, etc. Outros intervenientes neste tópico podem inclusivamente trazerem mais novidades e contribuírem com mais nomes comuns para os peixes desta família, por essa razão as confusões são mais que muitas sem os respectivos nomes científicos. Quanto às restantes questões não posso ajudar pois estão para além dos meus conhecimentos. Posso sim apenas acrescentar ao que o Zé escreveu que as Enguias são conhecidas por aparecerem dentro de poços e em lugares impossíveis por terem a capacidade não só de percorrerem distâncias assinaláveis fora de água ( à noite em dias de chuva ou com ar húmido e erva molhada ). Independentemente dessa capacidade de locomoção as enguias ultrapassam obstáculos intransponíveis para outras espécies e aproveitam muito bem os lençóis freáticos e todos os espaços subterrâneos com água e granulagem suficiente para permitirem a sua locomoção nomeadamente em areias, ( como fazem quando se enterram ).
  15. Caros amigos, Se me permitem mais outra intervenção, queria só acrescentar que as mudanças de sexo ocorrem com alguma frequência entre as espécies do género Xiphophorus ( mas não só ), sobretudo quando estão criadas certas condições. Não tenho conhecimento de machos que se transformem em fêmeas mas o contrário pode ocorrer apenas e tão só se, por exemplo, durante algum tempo não existirem machos presentes no aquário. É muito provável que uma fêmea mais velha assuma então a mudança de sexo, permitindo assim assegurar a perpetuação da espécie. Aproveito para alertar para o facto de que os grandes machos de Platy ( Xiphophorus maculatus ) ou de Cauda de Espada ( Xiphophorus helleri ) que por vezes se encontram à venda são na realidade fêmeas que foram consideradas sem valor reprodutivo ( fim do ciclo reprodutivo ) pelos “ produtores “ sem escrúpulos e que foram forçadas, por vezes através da via hormonal, a transformarem-se em machos para ainda poderem lucrar alguma coisa com elas. Estes exemplares não terão em aquário a mesma longevidade que estamos à espera pois já são de certa forma “ idosos “ e a sua fertilidade pode ser de curta duração ou nem sequer existir. Desconfiem sobretudo de grandes machos que não têm um ardor sexual normal para a espécie, isto é, que não estão quase sempre a tentar copular. Já tive Caudas de Espada criados ao ar livre que atingiram facilmente os 12 cm mas mesmo nesses casos as fêmeas eram sempre maiores do que os machos. Com os Platys passa-se o mesmo, são raros machos de tamanhos iguais ou superiores aos das fêmeas a não ser que tenham sido anteriormente do sexo oposto... ou que provenham de criações ao ar livre em condições óptimas e não sofram de um parentesco acentuado, contudo as respectivas fêmeas também serão ainda maiores. Há espécies de peixes que mudam de sexo ao longo da vida. Muitos começam por ser todos fêmeas quando nascem e mais tarde alguns desses exemplares transforma-se em machos quando são dominantes e os donos do harém morrem ou ficam velhos.
  16. Olá Gonçalo, Parabéns pelo lago ! Em relação à fauna posso dar a seguinte opinião : 1) Nesse lago cabem dezenas de Achigãs... só que é uma pena pois só vais poder ter peixes adultos de espécies grandes e nunca verás a sua descendência. 2) Essa profundidade permite-te até conservar espécies exóticas habitualmente só vistas em aquários tropicais, ( por se desconhecer que são tolerantes em relação à temperatura ), mesmo que as mesmas sejam originárias de zonas mais quentes do que o nosso clima. Esses peixes por certo encontrarão protecção contra as temperaturas mais baixas do Inverno junto ao fundo. O problema é que o lago está muito próximo do rio Zezere e em caso de cheia severa podem ocorrer fugas para a natureza com consequências drásticas para o ecossistema se os novos “ invasores “ se instalarem na bacia hidrográfica do Tejo com sucesso. 3) Não te aconselho a capturares exemplares dos pequenos ciprinídeos autócnes pois os mesmo são por vezes endemismos e muitos estão em perigo ou gravemente ameaçados. Os peixes do Zêzere geralmente pertencem à zona do Barbo ou Zona da Truta, ou quando muito à parte final da zona da Carpa, pelo que não são amantes de águas lênticas. Outro inconveniente é o facto de serem pouco coloridos para muitas pessoas e esconderem-se com frequência dos seres humanos. Resumindo, faz uma pesquisa séria no fórum quer sobre as espécies de “ peixes de água fria “, quer sobre o tema das espécies introduzidas mas não dispenses a questão da temperatura. Depois segue os teus gostos particulares evitando quer a captura de espécies ameaçadas da nossa fauna quer possíveis novos invasores ( pelo menos da bacia hidrográfica do Tejo ). Vais ver que ficas com poucas hipóteses mas não correrás o risco de cometer um crime punível por lei se os teus peixes um dia forem parar ao rio numa situação catastrófica ou por acção de aves ou outros animais. Se precisares que seja mais específico posso dar algumas sugestões mas preferia que investigasses antes pois há muito boas matérias para ler nas contribuições do fórum.
  17. Caros amigos, Ou se tratou de um lapso ou estou perante uma notícia muito interessante... « Killis vivíparos » ? Se considerarmos os Killis como todos os Ciprinodontídeos e não apenas os peixes da maravilhosa família Ciprinodontidae, então são também enquadráveis os ovovivíparos da família Goodeidae e da sub-família Poeciliinae. Assim sendo esta notícia é fantástica e aguardo com ansiedade a vossa confirmação. Caso se confirme essa hipótese, a A.P.K. é também a Associação dos criadores de espécies da família Goodeidae e da sub-família Poeciliinae ? A ideia que eu tenho é outra mas peço que me confirmem por favor é muito importante. Se não for um lapso e de facto existirem “ Killis “ vivíparos, ainda mais necessito da vossa ajuda.
  18. Olá warlock & restantes colegas, Venho por este meio confirmar a informação do Paulo e acrescentar o seguinte : 1) O mais natural é que tenha sido um grupo de Patruças ou Solha das Rochas ( Platichthys flesus ) e não a que eu considero como sendo a Solha propriamente dita ( Pleuronectes platessa ). Note-se que também se chama solha ao Pregado ou Rodovalho ( Psetta maxima ). Quanto à Solha ( Pleuronectes platessa ) é encontrada em água doce após os estuários no final da zona da Carpa. Encontro a Patruça com muita frequência em águas salobres nas nossas lagoas costeiras todo o ano desde que as mesmas possam comunicar com o mar pelo menos temporariamente e mais raramente no até ao final da Zona da Carpa, início da zona do Barbo ou ainda em lagos de água doce ou represas desde que tenham alguma forma de acesso ao mar pelo menos em parte do ano e as respectivas águas não se encontrem poluídas ou apresentem temperaturas muito elevadas no Verão. O que é curioso é que mesmo em sistemas muito eutrofizados com baixa qualidade de água ( amónias, nitritos, nitratos, sólidos em suspensão ), mas mesmo assim lá estão elas, no fundo onde procuram sobretudo as grandes profundidades no Verão quando as temperaturas à superfície são da ordem dos 25ºC ou mais. 2) Podem subir também os rios ou canais que comuniquem com o mar a partir dos estuários outras espécies de “ peixes achatados “ embora mais raramente. Já avistei fora dos estuários em água doce ou muito próxima disso ( até 1002 a 15ºC ), outras espécies como o linguado ( Solea vulgaris ). 3) Há ainda outras espécies de água salgada que já encontrei em água doce muito longe dos estuários em várias ocasiões nomeadamente : Sável ( Alosa falax ) Mugem ( Mugil cephalus ) Tainha ( Liza ramada ) Agulhinha ( Sygnathus abaster ) Góbio ( Pomatoschistus minutus ) Garnete ( Liza aurata ) Peixe-rei ( Atherina presbyter ) Robalo ( Dicentrarchus labrax )
  19. Olá a todos, Acontece com muita frequência não nos apercebermos que existe uma óptima ferramenta de pesquisa aqui no fórum. Aconselho-vos a pesquisarem antigos tópicos sobre esse assunto devidamente debatido anteriormente, de qualquer forma aqui ficam algumas sugestões : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141925 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#146961
  20. Bem vinda Elisabete, Acontece com muita frequência não nos apercebermos que existe uma óptima ferramenta de pesquisa aqui no fórum. Aconselho-vos a pesquisarem antigos tópicos sobre esse assunto devidamente debatido anteriormente, de qualquer forma aqui ficam algumas sugestões : http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#141925 http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...ghlight=#153169
  21. Olá Gonçalo, A Achigã ( Micropterus salmoides ) não é um peixe próprio para aquário. Apenas os juvenis ou peixes jovens até aos 15 cm são adequados para os aquários maiores ( 300 litros ou mais ). Os meus exemplares criados em lagos atingiam facilmente os 40 cm ( mais de 1 quilo de peso ) e cheguei a criar uma fêmea com 64 cm. A sua longevidade pode ultrapassar muito os 10 anos de idade. Apesar de serem relativamente tolerantes a baixos níveis de oxigénio e a temperaturas elevadas durante parte do ano, em termos comportamentais são muito exigentes em termos de espaço, sobretudo quando atingem a maturidade sexual por volta dos 3 a 4 anos se forem mantidos em boas condições. Em termos de alimentação aceitavam quase todas as variedades de carne ( sem gordura ), peixe cru, marisco, e presas vivas ( peixes pequenos, insectos, rãs, etc ). Cheguei a manter uma população de (G a m b u s i a s) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] ( G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis holbrooki ) num lago de 20 m3 só para ter um fornecimento de comida viva para os meus exemplares mantidos em aquário ( até aos 12 cm apenas ). Manter jovens em aquário até à altura em que se tornam demasiado agressivos e poder alimentá-los com presas vivas é uma prática condenada por muitas pessoas mas é um fantástico espectáculo ( não me refiro apenas à hora da refeição claro ). Atenção á filtragem da água se forem usados por vezes alimentos artificiais como as latas de alimentação para cães e gatos.
  22. Pois é Isa, Nós temos um trabalhão para transmitir os nossos conhecimentos e bons conselhos mas parece que não adiantam para nada, não é ? Queria apenas relembrar que apesar de polémicas as minhas sugestões e ligações no tópico « Caudas de Espada » - http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...pic.php?t=21931 sempre podiam ter feito a diferença. Até parece que adivinhava, mas “ não adianta chorar sobre o leite derramado “, eu sei que as minhas contribuições por vezes pecam por não ser muito rápidas de ler. Como diz um sábio provérbio antigo... « os conselhos não se dão por imposição, oferecem-se com generosidade mas só se forem pedidos ». Fiquem bem e boas leituras.
  23. Muitíssimo obrigado pela ajuda ! Vou proceder à alteração de imediato.
  24. Olá Miguel Silva, Não é caso para pedido de desculpas. Estamos todos cá para nos ajudarmos uns aos outros. Bons sucessos com os aquários.
  25. 1) Introdução Seguindo outros exemplos anteriores, venho por este meio colocar à disposição da vossa contribuição ou simples curiosidade mais uma ficha. O objectivo do modelo adoptado será dar a conhecer esta raridade e ao mesmo tempo receber os vossos comentários com correcções dos dados, com actualizações da informação apresentada, com ligações oportunas via Internet ou simplesmente com inclusão de informações eventualmente omitidas, para que desta forma se possa eliminar uma lacuna em língua Portuguesa... informação sobre o misterioso ovovivíparo de Endler. Concebida num formato pouco original esta contribuição é composta por uma parte descritiva dos acontecimentos mais marcantes para a polémica criada à volta destes peixes, seguindo-se um breve descritivo sobre aquele que até agora se diz ser o único local na natureza onde o animal existiu. Para finalizar o trabalho é publicada a ficha propriamente dita. 2) História ( como começou a lenda viva ) : Segundo as fontes consultadas o ovovivíparo de Endler foi “ descoberto “ por Franklyn F. Bond, em 1937 numa pequena área da Província de Sucre no Noroeste da Venezuela, permanecendo inexplicavelmente esquecido à espera de uma classificação científica durante 38 anos. Esta população só voltaria a ser alvo das atenções em 1975 durante uma expedição do Professor Jonh A. Endler na Lagoa dos Patos ( Laguna de Patos ) perto da localidade de Cumaná. Quando o professor Endler levou consigo da Venezuela para os Estado Unidos da América alguns exemplares vivos de um Poecilídeo supostamente desconhecido até então, não desconfiava ainda que se tratavam de exemplares pertencentes à mesma população de peixes divulgada pela primeira por Bond em 1937. Quando verificou que aparentemente à primeira vista não se trataria apenas de uma subespécie de Poecilia reticulata, tudo apontando para se estar perante uma nova espécie ainda não catalogada pela ciência, acabaria dessa forma por achar oportuno dar os exemplares que mantinha em aquário ao curador da secção de ictiologia do Museu Americano de História Natural, sugerindo-lhe a classificação deste animal, porém essa missão nunca viria a ser concluída devido à morte do Dr. Donn Eric Rosen. O Dr. Rosen era amigo comum tanto do Dr. Endler como do Dr. Klaus Kallman do Aquário de Nova Iorque e um dos fundadores do Centro de Stocks Genéticos de Xiphophorus, tendo enviado a este último alguns exemplares antes de falecer. Foi a partir da população do Aquário de Nova Iorque que de alguma forma a espécie chega aos aquariófilos germânicos como o nome de " Endler's Livebearer " ( Vivíparo de Endler ) ou " Endler's Guppy " ( Guppy de Endler ). A partir das populações criadas entretanto na Alemanha, uma boa parte da Europa começa a receber os seus primeiros exemplares quase sempre através de contactos muito restritos, pessoais e directos entre aficcionados especializados em Poecilídeos. A disseminação é no entanto lenta e apenas em meados dos anos 1980 o Professor John Endler é surpreendido por um colega britânico que o interroga sobre as origens do mítico ovovivíparo que se encontrava já na altura disseminado pela Europa, Estados Unidos e Japão ao nível de uma elite seleccionada de criadores entusiasmados com a sua raridade. 3) As origens : A primeira pergunta que não poderá ser respondida apenas através deste modesto levantamento de informação está a criar alguma polémica pois se para alguns se trata apenas de uma subespécie de Guppy ( Poecilia reticulata ), para outros trata-se sem dúvida de uma espécie diferente e muito especial. Uma das definições de espécie geralmente defendida em termos da biologia apresenta-se como um grupo de populações de organismos que se inter-reproduzem e que podem estar real ou potencialmente isoladas reprodutivamente de outras populações de seres vivos mesmo dos que apresentem um aparente grau de parentesco. Noutra concepção, pode ser ainda considerada uma espécie uma linhagem única de populações descendentes de ancestrais comuns, mantendo uma identidade distintiva em relação a outras linhagens consumada numa história proporia e tendência evolutiva. Segundo esta segunda definição aceita-se que o simples isolamento geográfico seja suficiente para definir populações de diferentes espécies. A informação que está disponível em relação a este peixe não ajuda a esclarecer a polémica, muito pelo contrário. Nas colheitas feitas na natureza, os primeiros exemplares que foram trazidos para o cativeiro provinham de águas duras e densamente povoadas por algas unicelulares que lhe davam uma coloração verde muito intensa e pouca transparência. A temperatura destas águas situavam-se na ordem dos 27ºC aquando da colheita que teve lugar durante a expedição de 1975 que está na origem dos antepassados dos exemplares criados em aquário desde então. Na própria Lagoa dos Patos foi patente a coexistência destes vivíparos de Endler com pequenas populações de Guppy ( Poecilia reticulata ) que tem uma distribuição geográfica mais vasta na região, mas as particularidades exibidas por estes peixes fizeram recair sobre si as atenções. Esta lagoa foi sendo formada ao longo do tempo através da evolução lenta de um sistema de dunas no litoral do Noroeste da Venezuela. Os movimentos de inertes do litoral acabariam por criar uma enseada que a pouco e pouco se foi transformando num lago completamente isolado do mar. As originais águas salgadas acabariam lentamente por perderem salinidade por acção das chuvas e dos escorrimentos de água doce para dentro da lagoa dando origem ao ambiente actual. Este local é referenciado como o único ponto do mundo onde a espécie foi encontrada na natureza mas infelizmente se a população selvagem não se extinguiu já crê-se que esteja muito ameaçada pela poluição das águas causada por infiltrações nos lençóis freáticos de uma lixeira nas proximidades da lagoa. O Dr. Endler acredita que pode haver ainda uma população sobrevivente num outro local onde a Península de Pária se une à terra firme, mas nunca foram coroadas de sucesso as buscas no terreno. 4) A ficha do peixe mítico : Classe : Osteichthyes ( Peixes Ósseos ) Sub-Classe : Actinopterygii ( peixes de barbatanas com raios ) Grupo : Telostei ( Telósteos ) Ordem : Cyprinodontiformes ( Fundulos e afins ) Familia : Poeciliidae Sub-família : Poeciliinae Nome Científico : não foi classificado ainda. A designação científica de uma espécie é constituída por dois nomes em latim ou grego, escritos em itálico. O primeiro desses nomes é um nome genérico e a sua primeira letra é sempre em maiúscula. Sempre que seja aplicado a mais do que uma espécie significa que existe uma hipotética relação evolutiva ou filogenética entre as espécies que assim são classificadas com base em características físicas comuns. O segundo nome designa uma espécie em particular e a sua primeira letra é sempre em minúscula. Por vezes populações de uma espécie algo diferentes mas aparentemente relacionadas são identificadas como subespécies através de uma terceira palavra adicionada ao nome científico da espécie em latim ou grego escrita em itálico. As classificações científicas servem dessa forma para o conhecimento humano descrever espécies vivas e extintas e fornecer um sumário hierarquizado do conhecimento das espécies e da evolução do mundo de forma a ser compreendida a história biológica e a sua diversidade. Como ainda não possui classificação científica conhecida, este peixe é vulgarmente denominado Vivíparo de Endler, Guppy de Endler ou Poecilia de Endler graças aos aficcionados talvez por herança da denominação que o Dr. Klaus Kallman passou aos aquariofilos germânicos. Embora sejam evidentes a parecenças com o Guppy ( Poecilia reticulata ), é vulgarmente aceite que os exemplares puros não se tratarão de uma subespécie nem tão pouco de uma população isolada com as características muito próprias de uma variedade regional. É inclusivamente mais provável que se trate de uma espécie autónoma e que venha a ser classificada pela ciência no género Micropoecilia, ou no género Poecilia ( com o qual tem mais afinidades morfológicas ) como está insistentemente a ser sugerido pelos criadores. Outro(s) Nome(s) Científico (s) : não há informação. Nome comum : Ovovivíparo de Endler, Guppy de Endler, Poecilia de Endler, Vivíparo de Endler ou Poecilia de Endler. Distributição geográfica : Lagoa dos Patos, Província de Sucre no Noroeste da Venezuela. Dieta em aquário : A alimentação usual em cativeiro é muito idêntica às dos Guppys e outros ovovivíparos mais comuns. Para além dos comuns flocos de alimento liofilizado, os criadores recomendam artémia salina ( viva ou congelada ), larvas de mosquito, vermes de sangue, tubifex, dáfnias, carne moída e alimentos vegetais, uma vez que esta espécie apresenta uma marcada tendência herbívora. Temperamento : Em termos comportamentais é descrita como uma espécie muito pacífica própria para conviver com qualquer tipo de companheiros de aquário. Algumas fêmeas competem por vezes entre si e mostram alguma agressividade para com outras da sua própria espécie mas sem consequências nem sequelas físicas. Numa pequena população há ainda quase sempre um macho dominante que persegue os seus competidores sem que no entanto isso possa vir a trazer consequências fatais mesmo para os outros machos mais submissos. Os seus variados padrões coloridos originais, graciosidade e tolerância para com os outros habitantes do aquário, tornaram este peixe ideal para os aficcionados, pelo que tem sido muito ambicionado apesar das suas escassas aparições no mercado. Não há registos de incompatibilidade com outras espécies, contudo é melhor criar estes peixes num aquários apenas destinado à sua manutenção pois corre o risco de ser rapidamente eliminado por outros peixes maiores ou mais agressivos. Dado o seu diminuto tamanho, tornam-se os peixes ideais para pequenos aquários. Dimorfismo Sexual : Segue os parâmetros dos ovovivíparos da sub-família Poeciliinae. Caracteres primários – O macho adulto é menor do que a fêmea e possui gonopódio ( ou gonopodium, isto é, uma transformação da barbatana anal de forma a poder fertilizar internamente a fêmea através desse órgão copulador ). A fêmea adulta é maior do que o macho, o seu ventre é mais desenvolvido e é facilmente reconhecível pela chamada mancha da gravidez, uma zona escura na região posterior do ventre antes do pedúnculo caudal. Há medida que a gestação evolui, esta área escura dilata chegando a permitir destinguir por vezes os alevins no seu interior pouco tempo antes do parto. Caracteres secundários – O macho apresenta um rico colorido com padrões típicos no corpo e por vezes desenvolve um apêndice caudal ( espada ) em variedades de aquário. A barbatana dorsal do macho é maior e pode apresentar coloração nas barbatanas caudal e dorsal. A fêmea apresenta-se de coloração quase uniforme e todas as suas barbatanas são transparentes ou levemente amareladas junto à base. Os machos atingem no estádio adulto em pleno desenvolvimento apenas 2 centímetros, enquanto que as respectivas fêmeas se ficam por escassos 2,5 ou 3 centímetros. A coloração destes peixes varia com o tipo de alimentação e a transparência da água onde são criados, contudo os machos possuem um colorido extremamente raro para uma espécie selvagem que se tem que confrontar com o ataque de predadores no seu habitat natural. São de facto peixes fascinantes de observar dada a variedade de cores “ fluorescentes “ irradiadas pelos seus constantes movimentos. Os machos desta espécie não se inibem de exibir as suas melhores cores a partir dos 17 dias de vida. A maior parte do seu colorido definitivo estará devidamente fixada apenas a partir do 22º dia. Reprodução em aquário : Não é nada difícil conseguir a reprodução desta espécie. Como as crias nascem perfeitamente desenvolvidas é necessário apenas criar as condições para que a natureza cumpra a sua função e proporcionar algum refúgio através de vegetação densa aos recém-nascidos para evitar eventuais tendências de canibalismo por parte dos adultos, embora em condições normais as crias não sejam molestadas. As cópulas são bastante frequentes mas as fêmeas podem dar à luz várias vezes consecutivas em resultado do contacto com um único macho. Em condições propícias esta espécie torna-se extremamente prolífica. Enquanto em média as fêmeas de Guppy dão à luz a cada 28 dias em condições óptimas, a Fêmea do ovovivíparo de Endler terá um parto entre 23 ou 24 dias se lhes proporcionarmos as condições ideais. Um parto pode dar origem a 4 ou 6 crias nas fêmeas mais jovens até cerca de 20 nas plenamente desenvolvidas. Estes peixes têm uma longevidade de cerca de um ano mas alguns exemplares podem chegar ao dobro. Convém proporcionar-lhes uma dieta variada, temperaturas entre 24ºC e 28ºC e manter o PH da água sempre que possível acima de 7, pois esta espécie prefere águas duras e alcalinas. Cuidados especiais : As opiniões dividem-se, mas partindo do princípio que há hipóteses de ocorrerem cruzamentos com o Guppy ( Poecilia reticulata ), é de se evitar a todo custo a manutenção de exemplares das duas espécies no mesmo aquário. Tratando-se de uma espécie rara e aparentemente extinta na natureza, é de todo aconselhável procurar criar o maior número de exemplares possível e fazer renovações do estoque frequentes, a fim de se evitarem os dramáticos casos de inviabilidade de uma população devido às consequências fatais da consanguinidade. Há quem defenda que uma população estável pode ter início em apenas três casais, partido-se do princípio que lhes será dado espaço suficiente para se multiplicarem de forma a darem origem ao número suficiente de indivíduos que permitam alguma variabilidade genética. Algumas populações em cativeiro forma eliminadas na sua quase totalidade pelo simples facto de serem colocadas em aquários com águas de diferentes características químicas das habituais. É importante evitar um desequilíbrio entre a proporção de machos e fêmeas. O ideal é conservar pelo menos duas a três fêmeas por cada macho. Outros comentários : Fisicamente, apesar das suas semelhanças com o Guppy, podemos encontrar facilmente algumas particularidades fisionómicas. O Professor Endler, ao comentar algumas fotografias do ovovivíparo misterioso da Venezuela publicadas num livro nipónico sobre o Guppy reconheceu que aqueles peixes não eram de todo a forma mais pura dos antepassados que tinha trazido da natureza em 1975. Apesar de muitos autores afirmarem que os descendentes de cruzamentos com o Guppy sejam inférteis, era claro que havia já ocorrido possivelmente alguma forma de hibridização embora tal tivesse tido lugar com muita dificuldade em laboratório com os exemplares originais. Uma das particularidades mais evidentes foi a perda de certas características como a variedade de machos com barbatanas peitorais negras ( presentes em cerca de 20% dos indivíduos da população original ). O Professor Endler nunca viria a trabalhar com a sua ( re )descoberta pois o Guppy possui sem dúvida muito maior número de populações para prosseguir o seu trabalho sobre genética e evolução. Segundo este cientista o ovovivíparo de Endler não é de facto uma subespécie de Poecilia reticulata como será em breve classificado cientificamente por um taxonomista Alemão. Não haja dúvidas que se não se tratar de exemplares impuros podemos estar perante uma nova espécie para a ciência. O facto de vários relatos divulgarem que o resultado do cruzamento entre as duas formas produzir descendentes incapazes de se reproduzirem pode ser um forte indício. Uma hipótese que se coloca é de que o Vivíparo de Endler possa ter evoluído a partir de uma população de Guppy, a qual, devido ao isolamento da Lagoa dos Patos acabaria ao fim de muito tempo por sofrer uma variação genética provocada pelo isolamento. Outra possibilidade também muito discutida é a possibilidade de se tratar de uma mutação espontânea num determinado antepassado que originaria uma nova linhagem. Para se distinguir os dois peixes, para além de outros sinais físicos evidentes convém ter em atenção sobretudo a forma da barbatana dorsal de terminação pontiaguda do macho Endler e mais arredondada no Guppy