Rui Ferreira de Almeida

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Tudo publicado por Rui Ferreira de Almeida

  1. Viva Celso Eu concordo contigo quanto á eliminação das causas e é isso que aconselho sempre. Mas no meu caso nada tevce a ver com a circulação ,porque no aquário grande de 2700 litros eu tenho 74000 litros de circulação por hora. O escumador é um deltec 1004 . O problema foi a morte massiva das Xénias. A solução da água oxigenada é interessante e neste momento é o medicamento mais promissor para o Amyloodinium pela hipotes de ser relativamente seguro nessa dosagem ou até ligeiramernte maior no recife. No entanto, parece-me que para as ciano não haverá melhor do que a eritromicina. Claro que se existirem causas predisponentes como circulação ou escumação deficientes ela voltará porque está sempre presente no aquário. Penso que é virtualmente impossivel erradicá-la totalmente. Do que eu entendi, os nitratos não serão um factor directamente limitante mas sim porque a sua ausênçia diminuiria o crescimento de macroalgas ( traçando o paralelismo para a água salgada) o que por sua vez não permitiria exportar tantos fosfatos que as ciano aproveitariam. Cump. Rui
  2. João, excelente analogia. A frase para além resumir o que significa ter um aquário é ....inspiradora e até mesmo poética. Só quem entende e gosta da aquariofilia com tu a poderia proferir. Isto daria outro tópico avançado - O que dá mais trabalho , manter o aquário ou uma mulher ( ou homem no caso das senhoras ). Heróis são aqueles que conseguem manter os dois mais de 5 anos! :D Cump. Rui
  3. Outra coisa que elas não gostam é de uma forte circulação. Cump. Rui
  4. http://www.garf.org/MPegs/XeniaPropagation.html http://www.garf.org/MPegs/SarcoPropagation.html http://www.garf.org/MPegs/CapnellaPropagation.html http://www.garf.org/MPegs/SPSPropagation.html http://www.garf.org/news17p2.html#mushroom http://www.garf.org/news21p2.html#coralline http://www.garf.org/news10p3.html#socket http://www.garf.org/news19p1.html#zo Algumas páginas com técnicas de propagação. Cump. Rui
  5. ! Olha Ricardo tens que te por na fila poqrue muita malta quer ir ajudar-me a fragmentar os corais ,naõ sei bem porquê. :D :D Eu lá vou fazendo uns frags de montipora e passando para o aquário grande para experimentar o interesse dos peixes nos SPS. Cump. Rui
  6. Gostava que os membros que fazem fragmentação de corais descrevessem a técnica que usam para cada espécie, os materiais que utilizam para corte e fixação, quais os mais dificeis de propagar, se mantêm os frags no mesmo aquario da colonia mãe ou passam para outro aquário, etc. Se possível utilizem fotos. Cump. Rui
  7. Acabei de retirar 1,2 Kg, sim kilos, de Chaetomorpha do meu refúgio, passados 15 dias da minha ultima colheita.Peso escorrido! . Pelo meio dei 4 bolinhas a pessoal que visitou o meu aquário. Fiquei impressionado! Por isso acho que vale a pena discutir este tema profundamente. Gostava de saber quantos têm refúgios e qual a importancia que lhe dão. Qual o tipo de refúgio que achas melhor? Quanto á localização?Quanto ao substrato( altura e tipo)? Iluminação do refugio? Tipo e duração? Para que achas que serve o refúgio? O que podemos manter num refúgio? Qual a melhor alga para manter num refúgio? Qual o tipo de manutenção que um refúgio precisa? Vale a pena ter mangues? Cump. Rui
  8. Viva Inês Lamento o sucedido. O ideal seria colocares uma sump. Mas se não for viável ,podes , por exemplo, optar por uma protecção do termostato. Existem alguns com um envolucro de plastico que os protege. Relativamente às bombas ,podes construir uma dupla protecção à volta com rede plástica de quadradinhos pequenos e deves afastar as rochas delas para não haver problemas. Ou fazeres um closed loop ou usar squids, sem bombas dentro do aquario. Se gostas tanto de anémonas, o ideal será fazeres um aquário com uma decoração pensada apenas para elas com uma ilha central. Se forem carpetes ou Macrodactyla dorensis geralmente preferem ficara na areia e deves fazer uma enseada centra protegida por rochas de ambos os lados e na qual incida um dos HQI. Se for uma anemona do Tipo Entacmea quadricolor deves colocar uma rocha alta e isolada colocando-a no topo. Se a anemona não tiver luz suficiente ( as carpetes gostam de luz ) e corrente adequada vão sempre vaguear. Se tiverem, rochas encostadas ao vidro vão sempre subir e até recolherem para trás delas vindo a morrer. Cump. Rui
  9. Viva João Até que enfim alguém faz uma crítica, porque já estava a pensar que tinha estado a escrever o artigo " para o boneco". Por favor critiquem ,façam perguntas etc. João de Discus percebes muito mais do que eu seguramente. Eu apenas sei algumas coisinhas sobre doenças. Penso que terás razão no que diz respeito à comida viva. Aí o risco de transporte de parasitas é maior , embora eu pense que seja maior o problema com as bacterias do que propriamente com parasitass tipo Spironucleus ( hexamita) ou Vermes das guelras ,pele ou intestinais. E isto porque nenhum deles precisa de tubifex ou larvas para completarem o seu ciclo de vida e dificilmente se encontram fora do hospedeiro durante muito tempo. Estes parasitas sobrevivem e transmitem-se em espaços fechados como o nosso aquário. Quando referes que dando Krill ou artemia os peixes deixaram de ter parasitas e apresentam-se melhores é porque provavelmente e especialmente com o krill ( não com a artemia que é mais fraca do ponto de vista nutricional a não ser que seja enriquecida com ácidos gordos ou spirulina ) os estás a alimentar melhor e logo a estimular o sistema imunitario. O kril é um excelente alimento bem como ,e aqui dou uma dica se ainda não experimentaste , o Cyclopeeze que eles aceitam muito bem mesmo em flocos. Ambos saõ muito ricos em energia, proteina, ácidos gordos e astaxantina. Na comida congelada tenho as minhas duvidas que os parasitas e mesmo as bacterias sejam viáveis . Muitas vezes o problema de contaminação bacterina é numa descongelaçao incorrecta. João quanto ao prazinquantel e a sua perda de eficácia no tratamento do Dactylogirus, deixo esta pergunta- tens a certeza que é isso que eles têm ? quais os sintomas? respiração acelerada? muco nas branquias?podem ser outros parasitas e bacterias para responderem ao formol e não ao prazinquantel. Mas é verdade que o formol é eficaz nos vermes das guelras mas normalmente apenas numa concentração maior ( 5 ml por 100 lt ) que se torna perigosa em peixes pequenos. é claro que se usares na concentração normal pode ajudar eleminando os vermes mais pequenos. Cump. Rui
  10. Estive a reler a discussão e gostaria de saber se os meus carissímos oponentes ainda hoje mantêm a sua opinião tal e qual ou já dão agora mais um bocadinho de razão aqui ao Rui, qunado defende que um reactor de calcio e um reactor de Kalkwasser não fazem exactamente a mesma coisa em termos de alcalinidade e pH, tal com eu defendi, mas sim complementam-se e é por isso que eu e muita gente os usa em simultâneo. Cump. Rui
  11. Se existir alguem com vontade de experimentar , a minha sugestão seria dar um banho de 1 hora às montiporas afectadas com prazinquantel ( Droncit na farmácia ou na clínica veterinária ) na dose de 10 mg por litro de água ( 1 comp por 5 litros de água ). O prazinquantel é dos desparasitantes mais eficazes contra trematodos e provavelmente nesta dose será eficaz contra Nudibranquios. Vou experimentar com uma Berghia verrucicornis e depois digo-vos o resultado. Também valerá a pena experimentar com um frag de montipora para ver se resiste ao banho. Penso que sim porque o Prazinquantel é bem tolerado. Cump. Rui
  12. É o meu gato . " Bosques da Noruega". Não liga puto ao aquário. Cump. Rui
  13. Poderá não ser esse o caso Diogo se tiveres vários corais infestados e não os conseguires remover todos facilmente. Mas é claro que os banhos serão o tratamento preferencial. Cump. Rui
  14. Olha Vitor, quem inventar um sistema que permita dosear ao longo do dia alimento liquido duma forma simples, precisa sem ele se estragar e sem entupir decerto fará muito pela aquariofilia. Já coloquei novas fotos há cerca de uma semana, mas em breve vou colocar mais umas. Cump. Rui
  15. Eu tenho 7 horas de HQI no meu recife, com 2 HQI de 250 . Se tivesse 2 de 400W provavelmente faria apenas 4 a 5 horas. Cump. Rui
  16. Eu diria que é uma pergunta bem inteligente! Claro ,Vitor e antes de o fazeres agita as algas e a camada superficial da areia e colhe a àgua que vai ser decantada. É isso mesmo. Não é demasiado, e até podes fazer um fotoperiodo mais curto de talvez 4 horas apenas, das HQI. Alguns experts estaõ a tentar esta técnica e ao mesmo tempo alimentam com fito e zooplancton ou derivados para assegurarem uma nutrição auto e heterotrofica. Cump. Rui
  17. O levamisole é um desparasitante usado em gado, pombos e cães. Tem caido am desuso como desparasitante, embora ainda exista em portugal para desparasitar nomeadamente pombos sob o nome comercial de Ripercol. No entanto, e como o Ricardo disse é imunomodulador e imuno estimulante. Esta caracteristica verificou-se porque as vacas desparasiotadas frequentemente com levamisole eram mais resistentes às doenças. Resta saber é se o medicamento é Reefsafe. Alex coloca aí o link onde viste isso do levamisole. Quanto ao Oomed foi de facto retirado e era tipo tiro de cartucheira ,embora eu pense que a sua eficácia neste caso dos nudibranquios se devia à aminocridina na sua composição. Existem outros medicamentos com aminocridina , e eu ando a investigar. O problema é serem reefsafe. Cump. Rui
  18. DOENÇAS MAIS COMUNS EM DISCUS : DIAGNÓSTICO SIMPLIFICADO E TRATAMENTO Introdução Como a maior parte dos aquariofilistas não possui um microscópio em casa , a observação cuidadosa dos Discus permite com algum treino diagnosticar presuntivamente a maioria das doenças nestes peixes , até porque são peixes resistentes, ao contrário da ideia que tem grande parte dos aquariofilistas . Os Discus “pedem “ a nossa ajuda manifestando alterações de comportamento e do aspecto físico muito exuberantes nesta espécie. O tratamento empírico é o mais comum , mas deve ser alicerçado num conhecimento mínimo das doenças e da fisiologia do peixe. Este conhecimento pode ser obtido em muitas publicações e artigos dos quais recomendamos a leitura no final . Prevenção A prevenção das doenças é infinitamente mais fácil e mais económico do que o seu tratamento. As medidas mais importantes par esta prevenção são : - Manter uma excelente qualidade de água e parâmetros físico-químicos adequados á espécie em questão , neste caso os Discus . Mas para além da espécie a proveniência também é fundamental . Por exemplo, é sabido que os Discus selvagens , são maís sensíveis à quantidade de matéria orgânica presente na água , e preferem águas mais quentes , mais moles, mais ácidas e mais escuras ( turfadas ). Pelo contrário, os Discus criados em cativeiro até desovam em águas mais duras com frequência. Sabemos também que os Discus selvagens são mais susceptíveis aos parasitas flagelados intestinais. - Administrar uma dieta rica e variada . Nos períodos de adaptação e de convalescença devemos recorrer a alimentos mais energéticos como larvas de mosquito vermelha e preta, minhocas da terra cortadas em pedaços( se tivermos acesso são excelentes do ponto de vista nutritivo ) ciclopeeze, e misturas à base de coração de boi ou de aves. A junção de vitaminas( Zoe da Kentmarine ou Fishvitamins da Sera ), atractivos à base de extracto de alho ( Garlic da Kentmarine ), e acidos gordos mega ( Zoecon da Kentmarine ) , aumenta a palatibilidade da comida e ajudam a restabelecer a imunidade . Também nas lojas de produtos naturais podemos encontrar o glucamano que é um excelente imuno-estimulante. - Fazer quarentena : Este assunto foi exaustivamente debatido no artigo do ultimo numero da revista ,nunca sendo demais enfatizar a importância da quarentena para evitar a propagação de doenças ( identificando Discus doentes ou portadores, conter a infecção e fazer um tratamento mais eficaz , mais seguro e mais económico)e facilitar a aclimatização ( num ambiente menos competitivo ) dos discus novos. Os Discus selvagens estão frequentemente parasitados com flagelados e cestodos intestinais e no meu entender , devem ser sempre sujeitos a um tratamento preventivo com metronidazol e prazinquantel . - Tentar manter 6 a 8 peixes jovens juntos porque sendo peixes de cardume ,os Discus sentem-se muito melhor ,mais seguros o que faz com que comam melhor e o seu sistema imunitário esteja nas melhores condições. Regras Gerais do Tratamento Os tratamentos aconselhados neste texto, são aqueles que eu utilizo, após três anos de prática e muitos Discus tratados e observações feitas das reacções e resultados da aplicação de vários medicamentos, doses e esquemas de tratamento propostos por vários autores e Médicos veterinários . Não posso assumir qualquer responsabilidade por reacções adversas que venham a ocorrer resultantes do uso dos medicamentos e esquemas de tratamentos aqui mencionados . A decisão final do tratamento cabe sempre ao aquariofilista e para a tomar deve basear-se não apenas neste texto, mas também em mais informação obtida na literatura disponível e nos conselhos de profissionais qualificados nesta área . Gostaria também de alertar que os tratamentos aqui mencionados são destinados aos Discus e portanto se existirem outros peixes no mesmo aquário durante os tratamentos ,terão que ser observadas as reacções particulares das espécies em questão. No entanto sempre que se justifique irei alertar par possíveis reacções adversas de determinadas espécies a certas drogas que estão descritas na literatura ou que eu infelizmente já tive a má experiência de as constatar. Antes de medicar : 1- Confirmar o diagnostico ,tanto quanto possível e eliminar ou corrigir possíveis causas não infecciosas. 2- Sifonar o tanque, limpar os filtros mecânicos, e fazer uma mudança de água de cerca de 30%, mas sem perturbar o filtro biológico. A matéria orgânica presente no filtro ou no fundo e paredes do aquário poderão inactivar os medicamentos. 3- Remover , caso existam carvão activado ou quaisquer outras resinas filtrantes. Deixe de aplicar quaisquer outros condicionadores do tipo protectores do muco ou removedores de metais pesados 4- Faça um registo do inicio da doença , sintomas e tratamentos efectuados. Isto poderá ser muito útil no futuro ou no imediato se existirem mais pessoas a cuidarem do mesmo aquário. 5- Se existirem invertebrados como caracóis presentes , temos que ter o cuidado de os remover porque quando morrem podem poluir o aquário tornando-se perigoso par os peixes. Se não conseguirmos devemos evitar estes medicamentos , nomeadamente à base de cobre e flubendazol. 6- Desligar a lampada de UV’s se existir porque pode inactivar certos medicamentos. 7- Durante o tratamento alimentar os peixes, mas com pouca quantidade, para não sobrecarregar o filtro biológico num momento tão crítico. 8- Rever os cálculos da quantidade de medicamento a usar e se tivermos duvidas pedir a ajuda de um amigo, ou usar metade da dose e apenas num peixe só inicialmente. 9- Fazer mudanças de água entre os tratamentos, vigiar a amónia e os nitritos se os medicamentos forem potencialmente tóxicos para o filtro biológico , e reforçar as doses de acordo com o esquema de tratamento. Não esquecer que para além de erros de diagnóstico , a maioria dos falhanços no tratamento de doenças de peixes resulta de doses mal calculadas e concentrações inconstantes de medicamentos , ou duração de tratamentos excessivamente curtos. 10- Aumentar o arejamento ( bomba de ar extra ou cabeça motorizada com venturi) Após o tratamento: 1- Fazer mudanças de água ( cerca de 30% diariamente ) 2- Usar carvão activado 2 dias para remover o resto de medicamento 3- Assim que tivermos a certeza que o filtro biológico está de boa saúde ( amónia e nitritos a zero ), podemos reassumir o esquema normal de mudanças de água. 4- Observar os peixes para verificar alguma recaída e alimentá-los com uma comida mais rica. Sintomas e Tratamento A observação dos Discus é uma arte que se aprende com a prática . Os primeiros sinais de stress são geralmente : barbatanas fechadas ( particularmente a dorsal ) , barbatanas peitorais coladas ao corpo, escurecimento, esconder ou ficar parado ou deitado num canto do aquário . Quando isto se verifica devemos entrar em alerta vermelho, eliminar possíveis causas não infecciosas , fazendo testes à água e verificar falhas no equipamento ( termostatos, filtros etc. ) Falta de apetite e perda de peso. A falta de apetite poderá ser devido a : A) Causas não infecciosas - causas externas : novo ambiente , competição de outros peixes mais activos ou dominantes, comida inadequada - parametros da água incorrectos : temperatura baixa, presença de compostos toxicos ( amonia, nitritos, metais pesados, nitratos), concentração baixa de oxigénio dissolvido - tumores, malformações genéticas Todos sabemos que quando um Discus novo entra no aquário pode estar até 2 semanas sem comer até se ambientar . Se o peixe recém adquirido estiver em bom estado, isto é , gordo e saudável , isto não é grave. No entanto se o peixe estiver magro, e apresentar fezes esbranquiçadas ou se for um peixe selvagem, devemos sempre desparasitá-lo contra flagelados e céstodos intestinais,com metronidazol e prazinquantel na água ou na comida se estiverem a comer, porque temos que assumir à partida que ele é portador de parasitas. Se não o fizermos, mesmo que o peixe recomece a comer nunca vai engordar . Evidentemente que qualquer peixe recém adquirido deve passar por um período de quarentena . Se for um peixe selvagem podemos baixar o pH para valores próximos de 6 par além de subirmos a temperatura para 30 a 32º C. Também é mais fácil colocar o peixe a comer num aquário sem competição ,embora por vezes um dos truques que uso, é colocar com o peixe novo que apesar de desparasitado, e depois de oferecer todas as iguarias ( larva de mosquito, coração de boi ou de aves, minhocas da terra quando é possível , com atractivos à base de extracto de alho e vitaminas e ácidos gordos) e de colocar a temperatura e o pH em valores óptimos, insiste em não comer, junto com 4 ou 5 Discus comilões de tamanho parecido. B) causas infecciosas - Flagelados . Estão geralmente associados a outros sintomas como fezes esbranquiçadas e gelatinosas, “ cospem a comida “, nos casos crónicos buracos na cabeça e no órgão da linha lateral - Ténias . Vermes achatados segmentados - Nematodos. Vermes redondos como a Capillaria . - Bactérias - Parasitas das guelras e da pele( vermes ,protozoários ) . Nos últimos estágios da infecção os peixes param de comer. A alimentação forçada com seringa é muito stressante e, na minha opinião, não tem lugar no tratamento dos Discus. Lesões da Pele A observação cuidadosa das alterações da pele dos Discus é um dos melhores métodos para detectar problemas de saúde . Pequenos arranhões podem ser apenas resultado de apanha com a rede, ou de pequenas escaramuças como expressão da dominância . Não têm significado e desaparecem ao fim de alguns dias. Os sinais mais importantes são : - Escurecimento persistente - Manchas de descoloração - Pontos e máculas brancas - Aumento da secreção de muco ( neste caso é útil observar o peixe obliquamente porque se torna mais fácil observar o filme viscoso com laivos de branco na pele do peixe ) - Altos, escoriações e feridas abertas ( tumores, traumatismos, infecções ) - Escamas levantadas - “Buracos “ na cabeça por carência nutricional e/ou flagelados intestinais Também nestas lesões é importante distinguir as causas não infecciosas das infecciosas . A) causas não infecciosas Nas causas não infecciosas a acidose ( pH abaixo de 5 ) e a intoxicação por amónia ou nitritos são uma das causas mais comuns de aumento da produção de muco , e feridas ulceradas. Na prática é como se fosse uma queimadura provocada por ácido . Claro que neste casos existem outros sintomas como a respiração acelerada ( branquias cheias de muco ), opacidade da córnea ( olho branco e ulcerado ), natação anormal, e barbatanas fechadas e que tendem a apodrecer. A acidose é comum porque os entusiastas dos Discus tendem a manter os peixes , sobretudo no intuito de os reproduzir , em águas muito moles, usando água de osmose, sem poder tampão nenhum . Basta falhar uma mudanças de água para que a acumulação de fenóis , de nitratos, e de CO2 provoque uma queda brusca de pH . Para o evitar e sabendo que, para os ovos não sofrerem choques osmóticos e rebentarem, a conductividade deve estar entre 50 e 180 mS o ideal será estarmos perto do limite superior , isto é , entre 140 e 180 mS ( entre 4 e 5º dH na escala alemã – 1dH = 33 mS para quem não tem medidor de condutividade ). Claro que isto só interessa nos casais em reprodução ,porque os peixes jovens crescem melhor em águas mais duras, com 250 a 350 mS ( 7 a 10º dH). As feridas por traumatismos devido a objectos com arestas na decoração e a “arranques e choques “ contra os mesmos provocados por sustos devido a sombras podem ser minimizadas colocando sempre um fundo escuro exterior ou interior no vidro traseiro . Também certos peixes com “ ventosas “ ( Plecostomos ) podem produzir feridas circulares no flanco dos peixes , para sugarem o muco . Estas feridas traumáticas, quando removemos a causa ,geralmente curam-se espontaneamente ou recorrendo a uma concentração baixa de azul de metileno ou de acriflavina . O uso de antibióticos raramente é necessário e apenas se justifica nos casos mais graves quando as feridas infectam. Na maioria dos casos os tumores não são tratáveis. B) causas infecciosas - Gyrodactilus – Escurecimento, comichão (esfregam-se nos objectos). Tem uma evolução mais lenta. - Protozoários : Ictyobodo (Costia), Tichodina, Chilodonella – Escurecimento, pontos brancos de vários tamanhos, aumento da produção de muco, manchas brancas, comichão ,barbatanas fechadas e perda de peso nos casos avançados . Frequente quando existe sobrepopulação, má qualidade de água, excesso de matéria orgânica e faltas de eletricidade com o filtro muito tempo parado ,baixa de temperatura e diminuição da concentração de oxigénio dissolvido. - Infecções bacterianas – Escurecimento, manchas brancas, comichão, barbatanas fechadas, parados num canto no fundo do aquário. È frequente após o transporte ou quando existem más condições de água , nomeadamente excesso de matéria orgânica devido á falta de sifonagem, falta de limpeza dos filtros mecânicos e excesso de comida . - Praga dos Discus – Grandes manchas formando um padrão reticular . Os Discus apresentam uma espécie de rede de muco viscoso e esbranquiçado em algumas zonas. Por baixo a pele está muitas vezes ulcerada e os olhos estão opacos. Quase todos os peixes no mesmo aquário apresentam estes aspecto e além disso exibem dificuldades respiratórias . É difícil de tratar e a mortalidade é geralmente muito elevada. È extremamente contagiosa e de evolução rápida. O uso de acriflavina + verde malaquite + kanamicina foi o que me deu melhores resultados. Nos casos desesperados faço banhos curtos com permanganato de potássio. Em muitos casos não é fácil distinguir uma infecção por protozoários de uma infecção bacteriana sem a ajuda de um microscópio. Além disso elas , coexistem na maioria dos casos , o que é facilmente verificável pelo apodrecimento das barbatanas ( bactérias ) . Por esta razão eu aconselho a fazer nos casos mais suaves um tratamento com acriflavina e verde malaquite e nos casos mais graves um tratamento com formalina e verde malaquite e um antibiótico como o nifurpinol. Se suspeitamos de Gyrodactilus devemos tratar com banhos de formalina ou então com prazinquantel. Antes devemos sempre fazer uma sifonagem do fundo, aumentar o arejamento, limpar os filtros mecânicos e fazer uma mudança de água . Lesões do Olho Córnea enevoada, arranhada, coberto por uma espécie de algodão. – Agressões por outros peixes, transporte, ataques de pânico com choques, objectos ponteagudos, acidose com ou sem infecção bacteriana ou fúngica secundária. Na maioria dos casos , o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema permitindo uma recuperação total . Nos casos mais graves teremos que recorrer a um antibiótico. “Popeye”( olho saliente ) – Doenças crónicas , má qualidade de água, infecções bacterianas . Cataratas – idade , trauma, sequela de infecções Lesões das Barbatanas Apodrecimento das barbatanas – Geralmente resulta de uma causa física ou de má qualidade da água, o que abre caminho a uma infecção bacteriana secundária . Neste caso o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema. Nos casos mais graves devemos recorrer aos antibioticos. Manchas ou pontos brancos – Infecção por protozoários . Barbatanas fechadas ou coladas ao corpo – É muitas vezes o primeiro sinal de que os Discus estão doentes ou em stress. Respiração Anormal Respiração acelerada, à superfície tentando apanhar o ar , um dos opérculos fechado( mais frequente nos vermes das guelras ), excesso de muco nas guelras que parecem sair do opérculo( mais frequente nas infecções por protozoários ,bactérias , acidose ou intoxicação por amonia ou cloramina ). Devemos ter em conta que os peixes quando se alimentam ou estão excitados respiram mais depressa. Também os peixes jovens respiram com maior frequência que os adultos. Causas não infecciosas: - Falta de oxigénio – Falta de arejamento ( reduzido movimento de água à superficie ), excesso de matéria orgânica( filtros mecânicos impactados, excesso de comida , falta de sifonagem ) , supercrescimento bacteriano ( má qualidade de água , medicamentos com excipientes açucarados , resíduos de medicamentos que se agarram aos vidros e ao fundo formando um “filme” favorável ao crescimento bacteriano ), temperatura muito elevada. A baixa concentração de oxigénio dissolvido nos aquários de Discus é frequente devido a serem usados geralmente aquários altos com pouca circulação e temperaturas elevadas . O teste de quantidade de Oxigénio dissolvido é infelizmente muito pouco usado e deveria ser um “must” nestes aquários. A concentração de oxigénio dissolvido deveria estar sempre acima de 7 mg/litro. - Amónia - Aquário não maturado, filtro biológico destruído por antibióticos ou desinfectantes como permanganato de potássio ou azul de metileno , paragem do filtro - Cloramina na água da torneira, queda de pH, formalina em dose excessiva ou sem aumento do arejamento Causas infecciosas - Dactylogyrus ( vermes das guelras ) – Nos peixes adultos raramente provoca problemas , mas nos peixes jovens é frequentemente mortal. O tratamento de eleição é com prazinquantel na água. - Protozoários – Formalina + verde malaquite - Bactérias - acriflavina , sal ou antibióticos. Natação Anormal - Cabeça para baixo, deitados de lado no fundo do aquário. – má qualidade da água, reacções adversas a medicamentos, obstrução intestinal , infecção da bexiga natatória, estado terminal de doenças infecciosas. - Arranques súbitos - má qualidade da água, parasitas na pele, choques eléctricos( material mal isolado ) ,reacções adversas a medicamentos. As acumulações de gazes intestinais , devido a indigestões por comida inadequada ou mal descongelada, podem perturbar o funcionamento da bexiga natatória .Devemos parar a alimentação e adicionar 2 colheres de chá de Sulfato de Magnésio por 40 litros de água. Geralmente isto resolve a situação em poucos dias. No caso de infecções da bexiga natatória o uso de antibióticos e de metronidazol pode resolver alguns casos . Noutros as lesões poderão ser permanentes comprometendo o equilíbrio do peixe. Medicamentos da Minha Preferência Para Tratar Discus Metronidazol - Flagyl ou Metronidazol da Seachem para flagelados intestinais – 250 mg ( 1 comp. de flagyl )/ 40 lt de água duas vezes por dia durante 3 a 6 dias ; 1 gr por 100 gr de comida durante uma semana. Nos casos desesperados uso o dobro da dose na água. Prazinquantel - Droncit . Não usar as especialidades farmacêuticas que contenham associações com outros medicamentos ,geralmente designados por “plus”. 2mg /l de água . Repetir passado uma semana. Formalina + Verde malaquite - Costapur da Sera ; Paraguarg da Seachem. Para Protozoários externos. Aumentar sempre o arejamento Acriflavina + Azul de Metileno - Bactopur - Para infecções bacterianas simples Acriflavina + Verde Malaquite - Omnipur da Sera - Para infecções bacterianas simples e para protiozoários externos quando existem espécies no mesmo aquário com sensibilidade à formalina : Tetras , Peixes gato sem escamas ( Botias ,Corydoras) , Escalares Altum. Nifurpinol - Bactopur direct da Sera – Para infecções bacterianas Kanamicina - Seachem - Para infecções bacterianas Permanganato de Potássio - Farmácia ( comp de 500 mg ) - Em banho prolongado no aquario na dose de 2 mg por litro .Em banho curto ( 20 mg por litro durante 1 minuto apenas ) como ultimo recurso em casos desesperados que não cedem aos outros tratamentos Sal marinho - 2 colheres de chá para 50 litros de água ( 2 gr por 10 litros ) - Para infecções bacterianas simples. Sulfato de Magnésio - Para impactações intestinais. 2 colheres de chá por quarenta litros de água. Garlic da Kent Marine ou da Seachem ( atractivo, estimula o sistema imunitário ) Na maioria dos casos, utilizo princípios activos puros e faço as misturas das soluções ,porque os consigo obter como Médico Veterinário e posso receitá-los e dispensá-los duma forma legal . No entanto, os medicamentos que listei são, na sua maioria, formulados para peixes, portanto de fácil obtenção em lojas de aquariofilia. Já os experimentei todos, com bons resultados. Quando a formalina é usada devemos ter atenção à concentração de oxigénio dissolvido e devemos aumentar o arejamento. Se temos dúvidas em relação á sensibilidade de alguma espécie de peixe que tenhamos junto com os Discus , devemos usar apenas metade da dose. Rui Ferreira de Almeida Médico Veterinário
  19. DOENÇAS MAIS COMUNS EM DISCUS : DIAGNÓSTICO SIMPLIFICADO E TRATAMENTO Introdução Como a maior parte dos aquariofilistas não possui um microscópio em casa , a observação cuidadosa dos Discus permite com algum treino diagnosticar presuntivamente a maioria das doenças nestes peixes , até porque são peixes resistentes, ao contrário da ideia que tem grande parte dos aquariofilistas . Os Discus “pedem “ a nossa ajuda manifestando alterações de comportamento e do aspecto físico muito exuberantes nesta espécie. O tratamento empírico é o mais comum , mas deve ser alicerçado num conhecimento mínimo das doenças e da fisiologia do peixe. Este conhecimento pode ser obtido em muitas publicações e artigos dos quais recomendamos a leitura no final . Prevenção A prevenção das doenças é infinitamente mais fácil e mais económico do que o seu tratamento. As medidas mais importantes par esta prevenção são : - Manter uma excelente qualidade de água e parâmetros físico-químicos adequados á espécie em questão , neste caso os Discus . Mas para além da espécie a proveniência também é fundamental . Por exemplo, é sabido que os Discus selvagens , são maís sensíveis à quantidade de matéria orgânica presente na água , e preferem águas mais quentes , mais moles, mais ácidas e mais escuras ( turfadas ). Pelo contrário, os Discus criados em cativeiro até desovam em águas mais duras com frequência. Sabemos também que os Discus selvagens são mais susceptíveis aos parasitas flagelados intestinais. - Administrar uma dieta rica e variada . Nos períodos de adaptação e de convalescença devemos recorrer a alimentos mais energéticos como larvas de mosquito vermelha e preta, minhocas da terra cortadas em pedaços( se tivermos acesso são excelentes do ponto de vista nutritivo ) ciclopeeze, e misturas à base de coração de boi ou de aves. A junção de vitaminas( Zoe da Kentmarine ou Fishvitamins da Sera ), atractivos à base de extracto de alho ( Garlic da Kentmarine ), e acidos gordos mega ( Zoecon da Kentmarine ) , aumenta a palatibilidade da comida e ajudam a restabelecer a imunidade . Também nas lojas de produtos naturais podemos encontrar o glucamano que é um excelente imuno-estimulante. - Fazer quarentena : Este assunto foi exaustivamente debatido no artigo do ultimo numero da revista ,nunca sendo demais enfatizar a importância da quarentena para evitar a propagação de doenças ( identificando Discus doentes ou portadores, conter a infecção e fazer um tratamento mais eficaz , mais seguro e mais económico)e facilitar a aclimatização ( num ambiente menos competitivo ) dos discus novos. Os Discus selvagens estão frequentemente parasitados com flagelados e cestodos intestinais e no meu entender , devem ser sempre sujeitos a um tratamento preventivo com metronidazol e prazinquantel . - Tentar manter 6 a 8 peixes jovens juntos porque sendo peixes de cardume ,os Discus sentem-se muito melhor ,mais seguros o que faz com que comam melhor e o seu sistema imunitário esteja nas melhores condições. Regras Gerais do Tratamento Os tratamentos aconselhados neste texto, são aqueles que eu utilizo, após três anos de prática e muitos Discus tratados e observações feitas das reacções e resultados da aplicação de vários medicamentos, doses e esquemas de tratamento propostos por vários autores e Médicos veterinários . Não posso assumir qualquer responsabilidade por reacções adversas que venham a ocorrer resultantes do uso dos medicamentos e esquemas de tratamentos aqui mencionados . A decisão final do tratamento cabe sempre ao aquariofilista e para a tomar deve basear-se não apenas neste texto, mas também em mais informação obtida na literatura disponível e nos conselhos de profissionais qualificados nesta área . Gostaria também de alertar que os tratamentos aqui mencionados são destinados aos Discus e portanto se existirem outros peixes no mesmo aquário durante os tratamentos ,terão que ser observadas as reacções particulares das espécies em questão. No entanto sempre que se justifique irei alertar par possíveis reacções adversas de determinadas espécies a certas drogas que estão descritas na literatura ou que eu infelizmente já tive a má experiência de as constatar. Antes de medicar : 1- Confirmar o diagnostico ,tanto quanto possível e eliminar ou corrigir possíveis causas não infecciosas. 2- Sifonar o tanque, limpar os filtros mecânicos, e fazer uma mudança de água de cerca de 30%, mas sem perturbar o filtro biológico. A matéria orgânica presente no filtro ou no fundo e paredes do aquário poderão inactivar os medicamentos. 3- Remover , caso existam carvão activado ou quaisquer outras resinas filtrantes. Deixe de aplicar quaisquer outros condicionadores do tipo protectores do muco ou removedores de metais pesados 4- Faça um registo do inicio da doença , sintomas e tratamentos efectuados. Isto poderá ser muito útil no futuro ou no imediato se existirem mais pessoas a cuidarem do mesmo aquário. 5- Se existirem invertebrados como caracóis presentes , temos que ter o cuidado de os remover porque quando morrem podem poluir o aquário tornando-se perigoso par os peixes. Se não conseguirmos devemos evitar estes medicamentos , nomeadamente à base de cobre e flubendazol. 6- Desligar a lampada de UV’s se existir porque pode inactivar certos medicamentos. 7- Durante o tratamento alimentar os peixes, mas com pouca quantidade, para não sobrecarregar o filtro biológico num momento tão crítico. 8- Rever os cálculos da quantidade de medicamento a usar e se tivermos duvidas pedir a ajuda de um amigo, ou usar metade da dose e apenas num peixe só inicialmente. 9- Fazer mudanças de água entre os tratamentos, vigiar a amónia e os nitritos se os medicamentos forem potencialmente tóxicos para o filtro biológico , e reforçar as doses de acordo com o esquema de tratamento. Não esquecer que para além de erros de diagnóstico , a maioria dos falhanços no tratamento de doenças de peixes resulta de doses mal calculadas e concentrações inconstantes de medicamentos , ou duração de tratamentos excessivamente curtos. 10- Aumentar o arejamento ( bomba de ar extra ou cabeça motorizada com venturi) Após o tratamento: 1- Fazer mudanças de água ( cerca de 30% diariamente ) 2- Usar carvão activado 2 dias para remover o resto de medicamento 3- Assim que tivermos a certeza que o filtro biológico está de boa saúde ( amónia e nitritos a zero ), podemos reassumir o esquema normal de mudanças de água. 4- Observar os peixes para verificar alguma recaída e alimentá-los com uma comida mais rica. Sintomas e Tratamento A observação dos Discus é uma arte que se aprende com a prática . Os primeiros sinais de stress são geralmente : barbatanas fechadas ( particularmente a dorsal ) , barbatanas peitorais coladas ao corpo, escurecimento, esconder ou ficar parado ou deitado num canto do aquário . Quando isto se verifica devemos entrar em alerta vermelho, eliminar possíveis causas não infecciosas , fazendo testes à água e verificar falhas no equipamento ( termostatos, filtros etc. ) Falta de apetite e perda de peso. A falta de apetite poderá ser devido a : A) Causas não infecciosas - causas externas : novo ambiente , competição de outros peixes mais activos ou dominantes, comida inadequada - parametros da água incorrectos : temperatura baixa, presença de compostos toxicos ( amonia, nitritos, metais pesados, nitratos), concentração baixa de oxigénio dissolvido - tumores, malformações genéticas Todos sabemos que quando um Discus novo entra no aquário pode estar até 2 semanas sem comer até se ambientar . Se o peixe recém adquirido estiver em bom estado, isto é , gordo e saudável , isto não é grave. No entanto se o peixe estiver magro, e apresentar fezes esbranquiçadas ou se for um peixe selvagem, devemos sempre desparasitá-lo contra flagelados e céstodos intestinais,com metronidazol e prazinquantel na água ou na comida se estiverem a comer, porque temos que assumir à partida que ele é portador de parasitas. Se não o fizermos, mesmo que o peixe recomece a comer nunca vai engordar . Evidentemente que qualquer peixe recém adquirido deve passar por um período de quarentena . Se for um peixe selvagem podemos baixar o pH para valores próximos de 6 par além de subirmos a temperatura para 30 a 32º C. Também é mais fácil colocar o peixe a comer num aquário sem competição ,embora por vezes um dos truques que uso, é colocar com o peixe novo que apesar de desparasitado, e depois de oferecer todas as iguarias ( larva de mosquito, coração de boi ou de aves, minhocas da terra quando é possível , com atractivos à base de extracto de alho e vitaminas e ácidos gordos) e de colocar a temperatura e o pH em valores óptimos, insiste em não comer, junto com 4 ou 5 Discus comilões de tamanho parecido. B) causas infecciosas - Flagelados . Estão geralmente associados a outros sintomas como fezes esbranquiçadas e gelatinosas, “ cospem a comida “, nos casos crónicos buracos na cabeça e no órgão da linha lateral - Ténias . Vermes achatados segmentados - Nematodos. Vermes redondos como a Capillaria . - Bactérias - Parasitas das guelras e da pele( vermes ,protozoários ) . Nos últimos estágios da infecção os peixes param de comer. A alimentação forçada com seringa é muito stressante e, na minha opinião, não tem lugar no tratamento dos Discus. Lesões da Pele A observação cuidadosa das alterações da pele dos Discus é um dos melhores métodos para detectar problemas de saúde . Pequenos arranhões podem ser apenas resultado de apanha com a rede, ou de pequenas escaramuças como expressão da dominância . Não têm significado e desaparecem ao fim de alguns dias. Os sinais mais importantes são : - Escurecimento persistente - Manchas de descoloração - Pontos e máculas brancas - Aumento da secreção de muco ( neste caso é útil observar o peixe obliquamente porque se torna mais fácil observar o filme viscoso com laivos de branco na pele do peixe ) - Altos, escoriações e feridas abertas ( tumores, traumatismos, infecções ) - Escamas levantadas - “Buracos “ na cabeça por carência nutricional e/ou flagelados intestinais Também nestas lesões é importante distinguir as causas não infecciosas das infecciosas . A) causas não infecciosas Nas causas não infecciosas a acidose ( pH abaixo de 5 ) e a intoxicação por amónia ou nitritos são uma das causas mais comuns de aumento da produção de muco , e feridas ulceradas. Na prática é como se fosse uma queimadura provocada por ácido . Claro que neste casos existem outros sintomas como a respiração acelerada ( branquias cheias de muco ), opacidade da córnea ( olho branco e ulcerado ), natação anormal, e barbatanas fechadas e que tendem a apodrecer. A acidose é comum porque os entusiastas dos Discus tendem a manter os peixes , sobretudo no intuito de os reproduzir , em águas muito moles, usando água de osmose, sem poder tampão nenhum . Basta falhar uma mudanças de água para que a acumulação de fenóis , de nitratos, e de CO2 provoque uma queda brusca de pH . Para o evitar e sabendo que, para os ovos não sofrerem choques osmóticos e rebentarem, a conductividade deve estar entre 50 e 180 mS o ideal será estarmos perto do limite superior , isto é , entre 140 e 180 mS ( entre 4 e 5º dH na escala alemã – 1dH = 33 mS para quem não tem medidor de condutividade ). Claro que isto só interessa nos casais em reprodução ,porque os peixes jovens crescem melhor em águas mais duras, com 250 a 350 mS ( 7 a 10º dH). As feridas por traumatismos devido a objectos com arestas na decoração e a “arranques e choques “ contra os mesmos provocados por sustos devido a sombras podem ser minimizadas colocando sempre um fundo escuro exterior ou interior no vidro traseiro . Também certos peixes com “ ventosas “ ( Plecostomos ) podem produzir feridas circulares no flanco dos peixes , para sugarem o muco . Estas feridas traumáticas, quando removemos a causa ,geralmente curam-se espontaneamente ou recorrendo a uma concentração baixa de azul de metileno ou de acriflavina . O uso de antibióticos raramente é necessário e apenas se justifica nos casos mais graves quando as feridas infectam. Na maioria dos casos os tumores não são tratáveis. B) causas infecciosas - Gyrodactilus – Escurecimento, comichão (esfregam-se nos objectos). Tem uma evolução mais lenta. - Protozoários : Ictyobodo (Costia), Tichodina, Chilodonella – Escurecimento, pontos brancos de vários tamanhos, aumento da produção de muco, manchas brancas, comichão ,barbatanas fechadas e perda de peso nos casos avançados . Frequente quando existe sobrepopulação, má qualidade de água, excesso de matéria orgânica e faltas de eletricidade com o filtro muito tempo parado ,baixa de temperatura e diminuição da concentração de oxigénio dissolvido. - Infecções bacterianas – Escurecimento, manchas brancas, comichão, barbatanas fechadas, parados num canto no fundo do aquário. È frequente após o transporte ou quando existem más condições de água , nomeadamente excesso de matéria orgânica devido á falta de sifonagem, falta de limpeza dos filtros mecânicos e excesso de comida . - Praga dos Discus – Grandes manchas formando um padrão reticular . Os Discus apresentam uma espécie de rede de muco viscoso e esbranquiçado em algumas zonas. Por baixo a pele está muitas vezes ulcerada e os olhos estão opacos. Quase todos os peixes no mesmo aquário apresentam estes aspecto e além disso exibem dificuldades respiratórias . É difícil de tratar e a mortalidade é geralmente muito elevada. È extremamente contagiosa e de evolução rápida. O uso de acriflavina + verde malaquite + kanamicina foi o que me deu melhores resultados. Nos casos desesperados faço banhos curtos com permanganato de potássio. Em muitos casos não é fácil distinguir uma infecção por protozoários de uma infecção bacteriana sem a ajuda de um microscópio. Além disso elas , coexistem na maioria dos casos , o que é facilmente verificável pelo apodrecimento das barbatanas ( bactérias ) . Por esta razão eu aconselho a fazer nos casos mais suaves um tratamento com acriflavina e verde malaquite e nos casos mais graves um tratamento com formalina e verde malaquite e um antibiótico como o nifurpinol. Se suspeitamos de Gyrodactilus devemos tratar com banhos de formalina ou então com prazinquantel. Antes devemos sempre fazer uma sifonagem do fundo, aumentar o arejamento, limpar os filtros mecânicos e fazer uma mudança de água . Lesões do Olho Córnea enevoada, arranhada, coberto por uma espécie de algodão. – Agressões por outros peixes, transporte, ataques de pânico com choques, objectos ponteagudos, acidose com ou sem infecção bacteriana ou fúngica secundária. Na maioria dos casos , o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema permitindo uma recuperação total . Nos casos mais graves teremos que recorrer a um antibiótico. “Popeye”( olho saliente ) – Doenças crónicas , má qualidade de água, infecções bacterianas . Cataratas – idade , trauma, sequela de infecções Lesões das Barbatanas Apodrecimento das barbatanas – Geralmente resulta de uma causa física ou de má qualidade da água, o que abre caminho a uma infecção bacteriana secundária . Neste caso o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema. Nos casos mais graves devemos recorrer aos antibioticos. Manchas ou pontos brancos – Infecção por protozoários . Barbatanas fechadas ou coladas ao corpo – É muitas vezes o primeiro sinal de que os Discus estão doentes ou em stress. Respiração Anormal Respiração acelerada, à superfície tentando apanhar o ar , um dos opérculos fechado( mais frequente nos vermes das guelras ), excesso de muco nas guelras que parecem sair do opérculo( mais frequente nas infecções por protozoários ,bactérias , acidose ou intoxicação por amonia ou cloramina ). Devemos ter em conta que os peixes quando se alimentam ou estão excitados respiram mais depressa. Também os peixes jovens respiram com maior frequência que os adultos. Causas não infecciosas: - Falta de oxigénio – Falta de arejamento ( reduzido movimento de água à superficie ), excesso de matéria orgânica( filtros mecânicos impactados, excesso de comida , falta de sifonagem ) , supercrescimento bacteriano ( má qualidade de água , medicamentos com excipientes açucarados , resíduos de medicamentos que se agarram aos vidros e ao fundo formando um “filme” favorável ao crescimento bacteriano ), temperatura muito elevada. A baixa concentração de oxigénio dissolvido nos aquários de Discus é frequente devido a serem usados geralmente aquários altos com pouca circulação e temperaturas elevadas . O teste de quantidade de Oxigénio dissolvido é infelizmente muito pouco usado e deveria ser um “must” nestes aquários. A concentração de oxigénio dissolvido deveria estar sempre acima de 7 mg/litro. - Amónia - Aquário não maturado, filtro biológico destruído por antibióticos ou desinfectantes como permanganato de potássio ou azul de metileno , paragem do filtro - Cloramina na água da torneira, queda de pH, formalina em dose excessiva ou sem aumento do arejamento Causas infecciosas - Dactylogyrus ( vermes das guelras ) – Nos peixes adultos raramente provoca problemas , mas nos peixes jovens é frequentemente mortal. O tratamento de eleição é com prazinquantel na água. - Protozoários – Formalina + verde malaquite - Bactérias - acriflavina , sal ou antibióticos. Natação Anormal - Cabeça para baixo, deitados de lado no fundo do aquário. – má qualidade da água, reacções adversas a medicamentos, obstrução intestinal , infecção da bexiga natatória, estado terminal de doenças infecciosas. - Arranques súbitos - má qualidade da água, parasitas na pele, choques eléctricos( material mal isolado ) ,reacções adversas a medicamentos. As acumulações de gazes intestinais , devido a indigestões por comida inadequada ou mal descongelada, podem perturbar o funcionamento da bexiga natatória .Devemos parar a alimentação e adicionar 2 colheres de chá de Sulfato de Magnésio por 40 litros de água. Geralmente isto resolve a situação em poucos dias. No caso de infecções da bexiga natatória o uso de antibióticos e de metronidazol pode resolver alguns casos . Noutros as lesões poderão ser permanentes comprometendo o equilíbrio do peixe. Medicamentos da Minha Preferência Para Tratar Discus Metronidazol - Flagyl ou Metronidazol da Seachem para flagelados intestinais – 250 mg ( 1 comp. de flagyl )/ 40 lt de água duas vezes por dia durante 3 a 6 dias ; 1 gr por 100 gr de comida durante uma semana. Nos casos desesperados uso o dobro da dose na água. Prazinquantel - Droncit . Não usar as especialidades farmacêuticas que contenham associações com outros medicamentos ,geralmente designados por “plus”. 2mg /l de água . Repetir passado uma semana. Formalina + Verde malaquite - Costapur da Sera ; Paraguarg da Seachem. Para Protozoários externos. Aumentar sempre o arejamento Acriflavina + Azul de Metileno - Bactopur - Para infecções bacterianas simples Acriflavina + Verde Malaquite - Omnipur da Sera - Para infecções bacterianas simples e para protiozoários externos quando existem espécies no mesmo aquário com sensibilidade à formalina : Tetras , Peixes gato sem escamas ( Botias ,Corydoras) , Escalares Altum. Nifurpinol - Bactopur direct da Sera – Para infecções bacterianas Kanamicina - Seachem - Para infecções bacterianas Permanganato de Potássio - Farmácia ( comp de 500 mg ) - Em banho prolongado no aquario na dose de 2 mg por litro .Em banho curto ( 20 mg por litro durante 1 minuto apenas ) como ultimo recurso em casos desesperados que não cedem aos outros tratamentos Sal marinho - 2 colheres de chá para 50 litros de água ( 2 gr por 10 litros ) - Para infecções bacterianas simples. Sulfato de Magnésio - Para impactações intestinais. 2 colheres de chá por quarenta litros de água. Garlic da Kent Marine ou da Seachem ( atractivo, estimula o sistema imunitário ) Na maioria dos casos, utilizo princípios activos puros e faço as misturas das soluções ,porque os consigo obter como Médico Veterinário e posso receitá-los e dispensá-los duma forma legal . No entanto, os medicamentos que listei são, na sua maioria, formulados para peixes, portanto de fácil obtenção em lojas de aquariofilia. Já os experimentei todos, com bons resultados. Quando a formalina é usada devemos ter atenção à concentração de oxigénio dissolvido e devemos aumentar o arejamento. Se temos dúvidas em relação á sensibilidade de alguma espécie de peixe que tenhamos junto com os Discus , devemos usar apenas metade da dose. Rui Ferreira de Almeida Médico Veterinário
  20. Alteraste a iluminação?Existem sombras?Isso acontece com as luzes acesas ou apagadas? Alteraste a decoração ? Pareceme que o poder tampão da tua água está baixo. Tenta colocar o gH a 5 ( 140 a 180 ms )e o kH a 2 pelo menos. Se não poderás ter acidoses facilmente com a acumulação de nitratos e fenois. Cump. Rui
  21. Também tem outras vantagens, como por exemplo, permitir acrescentar mais Kalkwasser Cump. Rui
  22. Boa Vitor Este topico é engraçado porque costuma ser ao contrário, ou seja o equipamento ser insuficiente para o tamanho do aquário. Só acho uma coisa mal. O aquário é muito pequeno. lol. Faz um pelo menos de 100x50x50. Cump. Rui
  23. Obrigado! Aqui vão os que eu comecei por ler: - Natural Reef Aquariums Simplified Approaches to Creating Living Saltwater Microcosms JOHN H. TULLOCK - The Conscientious Marine Aquarist A Commonsense Handbook for Successful Saltwater Hobbyists ROBERT M. FENNER - The New Marine Aquarium Step-by-Step Setup & Stocking Guide MICHAEL S. PALETTA - The Modern Coral Reef Aquarium vol 1 SVEIN A. FOSSA AALF JACOB NILSEN Cump. Rui
  24. Esta restruturação do fórum permite recordar tópicos que nos deram muito prazer e também olhar para eles com uma certa distancia e seguramente com mais conhecimento. Eu há pouco tempo tive um surto enorme de cianobacterias no meu aquário grande após uma morte maciça de xénias devido ,penso eu a uma quebra de pH por a cave ter ficado fechada durante 8 dias e não ter colocado a ventilação forçada 24 horas por dia. Ora perante tal quadro e como não é fácil fazer TPA'S num sistema com 5000 litros de água, decidi utilizar eritromicina. Li um tópico com 28 paginas no Reefcentral e cocclui que 95% dos que já tinham usado eritromicina não tinham tido problema e apenas 5% tinham tido desgraças. Ora a minha conclusão foi que provavelmente esses 5% tinham aplicado uma dose excessiva por mau calculo do volume de água ou porque a qualidade da água já era tão má que independentemente de terem usado ou não eritromicina as desgraças tinham acontecido na mesma. Mas é claro que não é uma decisão fácil quando tenho um recife carregado de corais que não queria perder. Mas lá avancei . Calculei a dose em função de 4000 lt de água, ( descontando a rocha ) . Usei 1 mg por litro ou seja 4 gramas, isto é 8 comp. de ESE ( farmácia ) de 500 mg. Tirei o carvão e desliguei o ozono , mas não desliguei o escumador como eles diziam . a coragem não chegou para tanto. Nesse dia mal dormi a pensar que de manha iria ter os corais todos marados. De manha tentei ver alguma coisa comas luzes apagadas e uma lanterna e tudo parecia normal . Quando as luzes acenderam os corais começaram a abrir . Os peixes apareceram todos . Os camarões também. As tridacnas idem . E.... as cianobacterias resumiam-se a uns ínfimos focos. Nessa noite apliquei mais 6 comprimidos . No dia seguinte as cianobacterias desapareceram até hoje sem nenhuma baixa visível. As analises estavam perfeitas. Coloquei carvão e Rowaphos e estou muito satisfeito. O moral da historia é que hoje revendo o espectro de acção da eritromicina penso que estamos perante um antibiótico que afecta as bactérias aerobicas gram positivas e as anaeróbias. Não é o caso das bacterias nitrificantes porque são aeróbias gram negativas. As desnitrificantes poderão sofrer um pouco mas como estão em zonas menos acessiveis é provável que a eritromicina não atinja aí concentrações susceptíveis de as atingir significativamente. Assim, usando uma dose correcta e tendo uma boa qualidade de água, penso que podemos controlar alguns surtos de ciano em casos pontuais que não se devem a uma má circulação ou escumação mas sim a um aumento episódico da matéria orgânica por um acidente como, neste caso, a morte das xénias. Nos outros casos devemos sempre corrigir primeiro a causa. Antes do tratamento devemos sifonar a maioria das algas e depois do tratamento também devemos sifonar os restos de cianobacterias mortos para evitar as suas toxinas. Cump. Rui