Boas
Numa das minhas pesquisas na Net encontrei este Excelente Indice de Doenças que aproveito para Partilhar com Todos.
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Pedro Soromenho
Índice das Doenças
ACIDENTES e TRAUMATISMOS:
Em meio natural, as lesões traumáticas resultam geralmente de ataques de predadores. Essa lesões cicatrizam facilmente por granulação (formação de pequena massa arredondada constituída de vasos capilares e fibroblastos, que são células do tecido conjuntivo), a não ser que exista uma infecção secundária na lesão. No aquário, os ataques de predadores ocorrem por incompatibilidade entre as espécies ou lutas pelo território quando se introduz um peixe novo. As lutas entre machos da mesma espécie são bem conhecidas (Bettas, Ciclídeos africanos). Algumas espécies de peixes não aceitam bem a fase inicial de adaptação e, na tentativa de escapar do aquário, sofrem lesões na pele como hematomas (tumor formado por sangue extravasado), hemorragias, nadadeiras destruídas, lesões na boca e olhos, que podem levar à cegueira. Essas lesões também podem produzir infecções secundárias por bactérias ou pelo fungo Saprolegnia (causando até a morte) ou defeitos na cicatrização dos ferimentos. Os traumas podem ocorrer quando tentamos trocar o peixe de aquário, quando sifonamos o aquário ou quando os peixes se assustam.
TRATAMENTO: Isolar o peixe em aquário hospital, Permanganato de potássio a 2%, pincelar o ferimento com Tintura de iodo ou Mertiolato, oferecer pouco alimento. (leia sobre Saprolenia e Infecções bacterianas no índice de doenças - leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos - leia sobre Permanganato de potássio no índice de drogas).
ACIDOSE:
Equivale a concentração hidrogeniônica ou potencial hidrogeniônico menor que 5.5 e corresponde a água ácida. Muitas espécies de peixes convivem bem em águas ácidas, outros preferem águas alcalinas
(pH > 7.0) ou neutras. Daí a importância de conhecermos o pH ideal de cada espécie e mantermos monitorizado o aquário quanto ao pH. Grandes acidoses podem levar à morte lenta ou rápida dos peixes que não convivem em meio ácido. Os peixes morrem em posição natural, muitas vezes escondidos entre
as plantas. SINAIS: observamos aumento na frequência respiratória, boquejamento, opacificação e depósitos de cor cinza ou pardacenta nas brânquias, opacidade das suas bordas, vegetações e secreção mucosa (de muco) nas brânquias, escamas eriçadas, nadadeiras fechadas, pele avermelhada e peixes que nadam em círculos.
TRATAMENTO: em caso de mortalidade por acidose, devemos corrigir o pH. Porém, a prevenção é a medida mais indicada através do controle periódico dos níveis de pH. CORRIGIR A ACIDOSE: Para corrigir a acidez da água, sifone o aquário, troque parte da água, use bicarbonato de sódio e coloque conchas marinhas. (leia sobre alterações do pH no índice de doenças - leia sobre sifonagem no índice de procedimentos).
AEROMONAS:
Destacaremos as bactérias Aeromonas hydrophila, A. puntactus (ver a doença Hidropsia), A. liquefaciens e A. salmonicida (ver doença Furunculose). A Aeromonas hydrophila está associada à septicemia (infecção generalizada) hemorrágica dos peixes submetidos a Stress de qualquer origem. As características clínicas são idênticas àquelas encontradas na septicemia por Pseudomonas. Notamos escurecimento da pele, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal), hemorragias externas na pele e nadadeiras, edema (inchaço) e necrose (morte que ocorre em um tecido ou órgão) de órgãos internos, opacificação das brânquias, instinto de fuga. As lesões de pele se iniciam por uma vermelhidão e inchaço levando a ulcerações (feridas) e posterior necrose hemorrágica da pele, atingindo inclusive a musculatura.
TRATAMENTO: Diminuir a temperatura do aquário. Usar Nitrofurantoína (100mg para cada 30-40 litros de água do aquário; deixar por 15 dias e em seguida trocar grande parte desta água), Furazolidina (500mg para 100litros de água em um aquário hospital, por 3 dias. Em seguida troque 50% desta água) e Sulfonamidas. (leia sobre as doenças - Furunculose e Hidropsia).
ALCALOSE:
Equivale a concentração hidrogeniônica ou potencial hidrogeniônico maior que 8-9 e corresponde a água alcalina. Muitas espécies de peixes convivem bem em águas alcalinas, outros preferem águas ácidas (pH < 7.0) ou neutras. Desencadeada pela presença de água muito mole, grande quantidade de plantas e abundante incidência de luz solar. SINAIS: brânquias corroídas, nadadeiras corroídas e desfiadas, opacificação da pele. Fazer diagnóstico diferencial com intoxicação por Amônia. TRATAMENTO: A prevenção da alcalose é a medida mais indicada através do controle frequente do pH. Evite excesso de plantas ou crescimento destas, proteja o aquário da luz solar direta e intensa. Corrija imediatamente o pH.
CORREÇÃO DA ALCALOSE: Troque parte da água do aquário por água de chuva descansada e limpe os vidros (à exceção do vidro traseiro). Quando alcalino demais, use acidificantes - (ler sobre intoxicações e alterações do pH no índice de doenças).
ALIMENTAÇÃO DEFICIENTE OU INADEQUADA:
A importância de uma dieta balanceada para a saúde do peixe é ainda subestimada. Alimentação inadequada pode reduzir a resistência do peixe, resultando em inúmeras doenças oportunistas. Por exemplo, muitas vitaminas são absorvidas apenas na presença de algumas gorduras essenciais, caso contrário serão eliminadas pelas fezes. A carência alimentar pode levar a alterações metabólicas e principalmente a infiltração gordurosa, sendo mais frequente a que ocorre no intestino, ovários e fígado. Isto pode ser causado por dieta rica apenas em carboidratos e gorduras, carente em vitaminas. Gastroenterite (inflamação simultânea do estômago e intestinos) pode ocorrer por ingestão de alimento estragado ou vencido (comida seca perde valor 2 meses após a abertura do recipiente; a humidade atmosférica decompõe vitaminas e permite a proliferação de bactérias e fungos). Os peixes mais antigos do aquário são os mais susceptíveis. Em seu habitat natural, quando se encontram em regime de escassez de alimentos, migram para outras áreas à procura de comida. No aquário isso é impossível. Os peixes submetidos a alimentação apenas de hidrocarbonetos (compostos constituídos apenas de carbono e hidrogênio) apresentam infiltração gordurosa em órgãos distintos, ficando sujeitos a doenças infecciosas, perdendo a função reprodutiva. Para preservar a saúde do seu aquário ofereça aos peixes alimentação equilibrada e de boa qualidade. (leia sobre falta de vitaminas e alterações do pH no índice de doenças - leia sobre higiene no índice de procedimentos - leia sobre Azul de metileno no índice de drogas).
ALTERAÇÕES DE TEMPERATURA (quedas bruscas):
Alterações bruscas de temperatura resultam na morte de peixes no aquário. Uma queda brusca de 25 para 4 graus Celsius produz hemólise (ruptura de células vermelhas do sangue) deixando sair a hemoglobina (substância que transporta os gases CO2 e O2 dentro da célula vermelha). A morte sobrevem em 3 horas. As oscilações térmicas de +/- 12 graus Celius não têm consequências prejudiciais. A elevação térmica de larga duração é prejudicial porque acelera o consumo de oxigênio. Procure manter a temperatura do aquário em níveis ótimos (21-28 graus Celsius). Antes de colocar um peixe novo no aquário faça adaptação de temperatura para que este não sofra choque térmico. SINAIS: nadadeiras vermelhas, digestão lenta, enterite (inflamação dos intestinos), doenças infecciosas oportunistas (ex: apodrecimento das nadadeiras causado por Pseudomonas), tremores (Shimmy), que podem persistir pelo resto da vida.
ALTERAÇÕES DO dH (dureza da água):
O dH avalia a concentração de sais minerais dissolvidos na água, principalmente Cálcio e Magnésio. Falamos em água muito dura ou muito mole e, tanto uma como a outra podem causar sérios danos aos peixes e plantas. Seus efeitos, no entanto, podem ser a médio e longo prazo, quando não há mais como neutralizá-los. Por isso é importante a avaliação frequente do dH, através de químicos práticos à venda no mercado. Quanto mais sais minerais presentes na água, maior sua dureza e vice-versa. Notamos que o aquário está com dH elevado quando a evaporação normal da água deixa uma faixa esbranquiçada em volta do vidro. Tanto a água mole quanto a água dura são maléficas. Quando dura usar carvão ativado, trocar parte da água do aquário por água nova descansada (para perder o Cloro) ou água do gelo dos congeladores. Podemos usar também o abrandador de água. Quando a água está mole, acrescentar bicarbonato de sódio fracionadamente no aquário (5-7 dias). No mercado existem reagentes para medir dH de forma prática e confiável. Faça medições de dH periodicamente.
ANEMIAS:
São doenças que acometem as hemácias (células vermelhas do sangue), diminuindo sua quantidade, alterando sua coloração e forma, causando deficiências no transporte de oxigênio e trocas gasosas. O principal sinal observado é a palidez das brânquias. As anemias podem ser classificadas em: 1) Anemias hemolíticas - A taxa de destruição de hemácias é maior que a eritropoese (produção de hemácias). A principal causa são as infecções bacterianas (especialmente por Vibrio anguillarum) e protozooses. 2) Anemia hemorrágica - Ocorre por perda acidental de hemácias maior do que a produção. Nessas anemias a perda de ferro é grande. É comum nas ectoparasitoses por Sanguessugas, Lampreias e em algumas doenças virais. 3) Anemia hipoplásica - Deve-se a incapacidade do tecido hematopoético(que dá formação às células sanguíneas) em produzir um número adequado de células. 4) Anemia nutricional - Nas carências alimentares. (ler sobre infecção bacteriana e Sanguessugas)
APODRECIMENTO BACTERIANO DAS NADADEIRAS:
É uma doença contagiosa causada pela bacteria do gênero Pseudomonas. Doença comum, desencadeada por quedas bruscas de temperatura, pH ácido ou alcalino, má conservação e higienização do aquário, o que leva a diminuição da defesa imunológica do peixe. Acomete Neón, Barbus, Colisa lalia, Trichogaster leeri, Hemigrammus pulcher. SINAIS: Inicia-se com opacificação das nadadeiras levando a destruição e necrose (morte queocorre em um tecido ou órgão).
TRATAMENTO: Isole o peixe em aquário hospital. Penicilina benzatina 3000 U.I. diluídas em 1 litro de água em dose única; banho de solução salina (5g para 1 litro de água), colocando mais água quando o peixe apresentar tendência a flutuação; tripaflavina (1g para 100 litros de água); sulfonamida (1g para 10 litros de água); 10 gotas de azul de metileno a 5%. Devem-se aparar as nadadeiras destruídas com tesoura. Se necessário, reduza a densidade populacional do aquário, melhore as condições higiênicas e corrija o pH. (leia no índice de
procedimentos sobre aquário hospital).
ARGULOSE (piolho d'água):
Causada pelos crustáceos ectoparasitas Argulus foliaceus; A. pellucidus; A. coregoni. Podem ser vistos facilmente a olho nú. Apresentam um par de ganchos curvos e ventosas que servem de órgão de fixação ao peixe. Têm também uma tromba que serve de órgão nutricional. Causam infecções graves com altas taxas de mortalidade, especialmente em peixes jovens. As fêmeas aderem-se ao peixe por ventosas, perfuram a pele com ajuda de uma tromba picadora, com a qual sugam o sangue do peixe e inoculam uma substância tóxica. Essa toxina do piolho pode matar os peixes. Com os movimentos e perturbações que os pés do crustáceo efetuam, os peixes ficam extremamente agitados, o que compromete o seu desenvolvimento. Por outro lado, a picada do Argulus pode também transmitir o agente causal da ascite infecciosa (Pseudomonas). Ao abandonar o peixe faz a postura dos ovos sobre plantas ou objetos fixos. Estes ovos passam por várias etapas de metamorfose (mudança de forma ou estrutura que ocorre na vida de certos animais) até a forma adulta. SINAIS: os parasitas podem ser encontrados em qualquer área do corpo, porém preferem a nadadeira dorsal. Causam inquietude e excitação no peixe. Presença de pontos vermelhos ou arroxeados na pele, que correspondem ao crustáceo. As feridas podem ulcerar (formar feridas), necrosar (produzir a morte de um tecido ou órgão) e levar a infecções secundárias. Apresentam
as nadadeiras retraídas e realizam movimentos que sugerem arranhões no peixe. Os parasitas podem ser vistos a olho nú movimentando-se livremente sobre sua pele.
TRATAMENTO: mergulhe o peixe em solução salina, retire os parasitas com uma pinça adequada, use permanganato de potássio (1g para 100 litros de água) por 30 minutos, repetindo o procedimento a cada semana e desinfecte a água para evitar que o Argulus se reproduza e com isso contamine outros peixes. O Formaldeído mata o parasita em minutos ou horas. Responde bem ao tratamento com Lindano e preparações contendo Triclorfon. (leia sobre Ascite infecciosa e Pseudomonas - leia sobre Permanganato de potássio)
ASCITE INFECCIOSA (septicemia hemorrágica ou peste vermelha):
Descrita e estudada cientificamente em 1928 por Schäperclaus, que nomeou a doença em função do seu principal sinal: ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal). A doença é própria dos ciprínidos: Barbus, Brachydanio, Danio, Tanichthys. SINAIS: Descreveremos 2 formas da doença:
1)forma ulcerosa (que forma feridas) crônica - líquido amarelo-claro na cavidade visceral (cavidade que contém órgãos, vísceras), ascite na cavidade abdominal, úlceras na pele e nos músculos, escamas eriçadas, nadadeiras desfiadas, malformações esqueléticas.
2)forma ascítica aguda - exoftalmia (olhos saltados) ou, ao contrário, olhos fundos, ânus avermelhado e prolapsado (deslocado do seu lugar habitual, caído), líquido amarelado (em alguns casos aquoso ou claro) na cavidade abdominal, fígado amarelado ou castanho-amarelado ou cinza-esverdeado, inflamação do intestino e bexiga natatória.
TRATAMENTO: A boa resistência e imunidade e as boas condições de higiene decidem o curso da doença. Isolar o peixe doente.
BRANQUIOMICOSE BRANQUIOMICOSE (apodrecimento das brânquias):
É causada pelos fungos Branchiomyces sanguinis e B. demigrans. Pode ser introduzida no aquário através de comida viva. Os fungos localizam-se preferencialmente nos vasos sanguíneos das brânquias (guelras), nas lâminas e filamentos branquiais, causando estase (parada) do sangue nas brânquias com edema (inchaço) e consequente necrose (morte celular) das zonas branquiais afetadas. A doença podera surgir em aquários com muitas algas ou em temperaturas elevadas.
SINAIS: o apodrecimento das brânquias é consequência da doença. Os peixes boquejam na superfície da água até a sufocação, apresentam inapetência (falta de apetite), apatia (indiferênça), as brânquias ficam pálidas, de cor branco-acinzentadas e outras partes apresentam manchas vermelhas e equimoses (pequenas manchas de natureza hemorrágica). Os peixes afetados podem morrer 48 horas após a infecção.
TRATAMENTO: Não se conhece tratamento medicamentoso. Manter o aquário higiênico, sem restos de comida ou qualquer matéria orgânica. Esta doença não acomete aquários limpos, cuja água é trocada regularmente. Evite a superpopulação. Os peixes intensamente acometidos devem ser sacrificados. Sifone o aquário. (leia sobre higiene, sifonagem e eutanásia no índice de procedimentos)
CAMALLANUS:
É um Nematodo que habita o reto (porção terminal do intestino grosso) dos peixes. Acomete quase todos os peixes ornamentais, principalmente em Guppies e Mollies. SINAIS: protusão dos vermes pelo ânus (quando o peixe se movimenta os vermes retornam ao reto). Em algumas espécies não observamos esse sinal. Ainda podemos observar emagrecimento, deformações da coluna e nado lento. Podem ser visualizados ao microscópio pelo exame das fezes recém-eliminadas.
TRATAMENTO: Triclorfon ou Fenbendazol.
CAPILLARIA:
É um Nematodo que parasita o intestino de peixes de água doce, principalmente, Ciclídeos, "catfishes", Acára, Discos e Uaru. Raramente é introduzida no aquário por comida viva, pois a transmissão ocorre através de peixes novos infectados. SINAIS: as infestações brandas são bem toleradas. Nas mais severas ocorre perda de apetite e emagrecimento. Os vermes fixam-se no intestino do peixe causando ferimentos que podem ser infectados por Spironucleus. O exame de fezes evidencia os ovos da Capillaria, mas as formas adultas só podem ser vistas pela dissecção (necrópsia) do peixe.
TRATAMENTO: Tetramizole, Triclorfon ou Flubendazole. A melhor forma de evitar a doença é realizar quarentena dos peixes novos e, se possível, exame de fezes durante este período. (ler no índice de doenças sobre Spironucleus)
CHILODONELLA (QUILODONELOSE)):
Causada pelo ectoparasita ciliado Chilodonella cyprini. Afeta quase todas as espécies de peixes de água doce. Introduzida no aquário através de alimento vivo. Estes ectoparasitas movem-se sobre a pele do peixe alimentando-se das células epiteliais e projetando sua faringe nas células do hospedeiro para aspirar o seu conteúdo. Instalam-se preferencialmente na pele e brânquias, tendo ação destrutiva sobre esses órgãos, o que leva à morte por congestão. Multiplicam-se rapidamente em peixes que estão debilitados e logo atacam os sadios. A Chilodonella é sensível às oscilações térmicas no aquário. Nas infecções intensas o curso da doença é fatal, pois reduz a superfície respiratória das brânquias, destruindo e apodrecendo o tecido branquial e a pele.
SINAIS: camada branco-acinzentada nas brânquias, opacificação branco-azulada da pele, desprendimento da pele aos pedaços, coceira (esfregam-se sobre as pedras), sacodem a nadadeira, nado lento, mucosidade excessiva, respiração dificultada.
TRATAMENTO: isolar o peixe, banhos de sal, banho com tripaflavina (2mg para 10l d'água) e elevação da temperatura para 28 graus Celsius (a Chilodonella morre em 10 dias). Diminuir a população do aquário, aumentar o fornecimento de oxigênio, manter o pH e dH adequados para a espécie doente e trocar a água com frequência. (leia sobre aquário hospital e banhos curativos no índice de procedimentos - leia sobre Sal no índice de drogas)
CLINOSTOMUM CLINOSTOMUM:
É um Trematodo, cujas larvas localizam-se nas cavidades do corpo do peixe, profundamente aderidas à musculatura. Em peixes severamente infectados o aspecto é de atrofia (definhamento). Os cistos deste Trematodo podem ser vistos e removidos pela simples excisão através de pinças. ( leia no índice das doenças sobre Metacercárias )
CLOSTRIDIUM CLOSTRIDIUM:
É uma bactéria Gram (+) anaeróbia. Até o momento só se provou sua presença causando doença em salmonídeos. Segundo alguns relatos, parece haver evidência do envolvimento de algumas espécies de
Clostridium causando doença em ciclídeos africanos, caracterizada por ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal), exoftalmia (olhos saltados - pop-eye) e hemorragias.
COCCIDEOSE COCCIDEOSE:
Esta doença é produzida pelos esporozoários Eimeria subepithelialis, E. carpelli, E. hypophthalmichthys, E. leucisci e E. cyprini, comuns em aquários de criação. A doença acomete o intestino com formação de nódulos (pequenos tumores, saliências) esbranquiçados pequenos na mucosa (revestimento)(Eimeria subepithelialis). Esses nódulos são notados na musculatura por transparência. A Eimeria carpelli se instala no intestino produzindo ulcerações (feridas) e enterite (inflamação do intestino), com fezes amareladas. A Eimeria leucisci afeta unicamente os rins. SINAIS: nódulos esbranquiçados pequenos no intestino, olhos fundos, emagrecimento, fezes amareladas, nado com a cabeça inclinada para baixo.
TRATAMENTO: Banho em solução de sal (20g para cada 5 litros de água). Furazolidina (500mg para 100 litros d'água em aquário hospital. Trocar 40% a 50% da água após 3 dias). (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos - leia sobre Sal no índice de drogas)
CONGÊNITA OU HERDADA:
Existe uma diferença entre doença congênita e hereditária. A congênita é adquirida antes do nascimento e não tem uma carga genética de transmissibilidade para a prole. Já a hereditária tem um caráter herdado de proles anteriores e possivelmente é transmissível para as posteriores. Das doenças de origem genética podemos citar: o melanoma maligno (tumor dos melanócitos - células produtoras de melanina, pigmento que confere cor aos peixes), as malformações dos ossos do crânio, mandíbula, as anomalias das nadadeiras, opérculos retraídos e anomalias diversas do sistema nervoso. Roberts e Macritchie (1971) descreveram uma epidemia de quistos (cavidades fechadas onde se acumulam secreções que anormalmente não podem escoar-se) múltiplos em um grupo de trutas. Richards (1974) e mais tarde Roberts e Hästein (1974), estudando salmões observaram dois tipos muito diferentes de estruturas quisticas intra-abdominais, que coincidem com sinais de grande distensão abdominal.
COPEPODA COPEPODA:
É um grupo de microcrustáceos ectoparasitas que desenvolvem uma variedade de formas corporais. Possuem ganchos de fixação que se prendem ao peixe e estruturas de sucção do sangue do hospedeiro. As infestações severas interferem bastante no comportamento natural do peixe. (ver as doenças causadas por Ergasilus, Lernaea e Argulus).
COSTÍASE:
Causada por um protozoário flagelado chamado Ichthyobodo necatrix (Costia necatrix). Afeta todos os peixes de água doce. O ectoparasita penetra nas células da pele por meio de seus flagelos e se reproduz sobre a superfície do peixe, causando necrose (morte de um tecido ou órgão) das células da pele com irritação e hipersecreção de muco. Ataca especialmente as nadadeiras, a pele e as brânquias. Quando ataca alevinos prefere as brânquias. É doença pouco comum em aquários ornamentais.
SINAIS: Na superfície do corpo observamos um muco. A irritação inicial origina manchas de cor cinza. Nas áreas mais acometidas da pele notamos manchas hemorrágicas e arroxeadas, os peixes nadam balançando, apresentam prurido (coceira) intenso (arrastam-se sobre objetos do aquário, perdendo escamas, formando ferimentos e propiciando infecções secundárias). Dificuldade respiratória e inapetência (falta de apetite). Apresentam apatia e nadadeiras retraídas, sacodem a nadadeira. As Costias são boas nadadoras, passando de um peixe para outro com facilidade.
TRATAMENTO: Colocar no aquário hospital os peixes acometidos da doença; formol (formaldeído a 40%) em concentracões de 150 a 250 mg/litro aplicado durante 1 hora; tripafiavina (1g para cada 100 litros de água), em seguida, aumentar o fornecimento de alimento e elevar a temperatura para 31 graus Celsius por 2 dias (uma vez que o protozoário não tolera temperaturas elevadas); corrigir as alterações do pH do aquário. (leia sobre alterações do pH no índice de doenças - leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos - leia sobre Formol no índice de drogas)
CRYPTOBIA:
Protozoário flagelado que vive no sangue, responsável pela infestação principalmente de espécies de ciclídeos pelo gênero Cryptobia branchialis. A doença é transmitida de um peixe a outro através de Sanguessugas.
SINAIS: os peixes afetados apresentam-se extremamente apáticos (indiferentes), podendo ser capturados com a mão. Outros sinais incluem emagrecimento, olhos fundos, movimentos natatórios anormais e brânquias pálidas. Cryptobia pode ser encontrado em espécies de Goldfish e confundido com Ichthyobodo necatrix.
TRATAMENTO: a doença pode tornar-se limitada, uma vez que o controle de Sanguessugas no aquário é simples. Alguns autores sugerem o uso de Gabbrocol em banho demorado, além de Iodeto de Potássio e Iodo (0,5g de Iodo e 5g de Iodeto de Potássio dissolvido em 100ml de água - com uma pipeta adicione uma gota desta solução para cada 5 litros de água do aquário ou 1 ml para cada 50 litros). (leia sobre Sanguessugas e Ichthyobodo necatrix - leia sobre banhos curativos)
CYTOPHAGA:
É uma bactéria Gram (-). Também chamada de doença colunar. Desde que foi descrita, em 1922, teve várias denominações (Chorndococcus, Cytophaga, Flexibacter, Myxobacterium, Flavobacterium). A espécie mais comum é "columnaris", que produz uma enzima capaz de iniciar a doença em peixes sadios. Outro subgrupo ataca peixes imunologicamente comprometidos e em baixas temperaturas causa a doença sem a produção da enzima. O desenvolvimento da doença se associa ao "stress", diminuição da
resistência do peixe e acúmulo de material orgânico na água. Todas as espécies de peixes são susceptíveis. SINAIS: As características das lesões externas variam desde o envolvimento das brânquias até a necrose (morte de um tecido ou órgão) das nadadeiras, principalmente na dorsal e o desenvolvimento de grandes áreas de necrose na pele, manchas branco-azuladas na boca, boca inchada, podendo necrosar, falta de apetite, escamas eriçadas, o nado é lento e o peixe fica no fundo do aquário.
TRATAMENTO: Em aquários bem cuidados a doença é incomum. Portanto, mantenha limpas a água e a cama do aquário. Isole o peixe em aquário hospital. Deve ser tratada com antibióticos tais como: Formaldeído, compostos quaternários de Amônia e Sulfato de Cobre, que têm efeito bactericida. O tratamento deve ser o mais precoce possível (assim que se iniciarem as lesões). Aureomicina ou Terramicina (50mg em 5 litros d'água) com melhora em 3 dias, Penicilina (20.000 U.I. por litro) 2 banhos longos curam em 5 dias. Outros antibióticos podem ser usados: Sulfas, Tetraciclinas, Ácido Nalidíxico e Nitrofurantoína. Cytophaga apresenta grande resistência à Neomicina. Sem tratamento a mortalidade é de 100%. ( leia no índice de doenças sobre Adaptação - leia no índice de procedimentos sobre Higiene, aquário hospital e sifonagem - leia sobre Formaldeido e Sulfato de Cobre no índice de drogas)
DACTILOGIROSE:
Doença causada pelos trematodos Dactylogyrus vastador; D. anchoratus; D. formosus; D. minutus; D. extensus. É doença rara em aquários ornamentais, tendo sido observada em Lebistes. Os parasitas invadem as brânquias engrossando suas bordas, destruindo seu epitélio e levando a ruptura dos vasos sanguíneos, o que acarretadiminuição da função respiratória e morte do peixe por asfixia.
SINAIS: Não são notados sinais externos a não ser em infestações intensas, notando-se brânquias de bordas engrossadas de cor acinzentada ou pálida e destruídas parcialmente, opérculos abertos, os peixes ficam boquejando na superfície, excitação e inquietação.
TRATAMENTO: Isolar o peixe doente, banho rápido com formalina (20-25 cc a 33% em 100 litros de água) durante 30 minutos, banho rápido em sal grosso (10-15 g por 1 litro de água), azul de metileno (2mg por 1 litro de água), ácido acético glacial (1 parte para 500 partes de água), trocas repetidas de metade da água a cada 3 dias. (leia sobre aquário hospital e banhos curativos no índice de procedimentos
- leia sobre Formol e Azul de metileno no índice de drogas)
DIPLOSTOMÍASE:
Doença causada por um Trematodo digenético (Helminto interno). Trematodos digenéticos em peixes podem apresentar-se como formas adultas intestinais ou, mais comumente, como formas intermediárias encistadas nos tecidos do peixe. Geralmente peixes tropicais funcionam como hospedeiros intermediários. Uma grande variedade de passáros pode servir como hospedeiro final da forma madura do parasita. Muitos gêneros de trematodos digenéticos foram descritos e quatro grupos são os mais conhecidos, dentre os quais encontra-se o representante Diplostomum.
SINAIS: o trematodo pode ser encontrado no cristalino (estrutura ocular biconvexa e transparente que constitui parte do mecanismo de refração ocular) causando opacificação e até cegueira. TRATAMENTO: os peixes não podem ser tratados. Sugere-se o controle dos caracóis como prevenção. ( leia no índice das doenças sobre Metacercárias )
DIPLOZONOSE:
Causada pelos vermes trematodos Diplozoon paradoxum; D.barbi; D.tetragonopterini, os quais vivem nas brânquias dos peixes levando a processos inflamatórios e causando pontos acinzentados nestas estruturas.
TRATAMENTO: banho rápido com sal grosso (15g por 1 litro de água), tripoflavina em banhos de longa duração (3-4 semanas). (leia sobre banhos curativos no índice de procedimentos - leia sobre Sal
no índice de drogas)
DOENÇA DAS BORBULHAS:
Descrita pela primeira vez em aquários, em 1898 por Gorham. Está associada a supersaturação de Oxigênio e Nitrogênio na água. Dos gases dissolvidos na água do aquário, o Oxigênio e o Nitrogênio são os mais importantes. As pressões parciais de Oxigênio e Nitrogênio são 0,21 e 0,78, respectivamente. Os peixes submetidos a essa água supersaturada podem desenvolver a doença. Nos aquários pode ser desencadeada por fugas nas bombas d'água, por um desequilíbrio brusco da temperatura ou por adição de água nova ao aquário com pressão gasosa menor. O sangue dos peixes em água de alta pressão gasosa está saturado de gás. Se essa pressão diminuir, então os gases do sangue se desprenderão em forma de borbulhas. Quando tivermos uma saturação de Oxigênio com pressão de Nitrogênio normal, também se produzirá a doença, uma vez que se diminui a concentração de O2 rapidamente. Esta situação ocorre em aquários com muitas plantas ou um grande crescimento de algas. As borbulhas são constituídas principalmente de Nitrogênio. São visíveis a olho nu e acumulam-se embaixo da pele, brânquias, boca e na região ocular, cegando o peixe. Podem produzir a morte por embolia gasosa (resultado da veiculação pelo sangue de matéria gasosa com dimensões suficiêntes para ser detida e causar oclusão, entupimento). A pele pode "rachar" quando se passa o dedo sobre ela. É especialmente grave em alevinos onde observamos gas embaixo da pele e nas bordas das nadadeiras. TRATAMENTO: Trocar os peixes afetados do aquário. Podemos evitar a falta de O2 no aquário melhorando a aeração. Os aquários muito povoados de peixes e plantas devem ser protegidos da radiação solar intensa e direta. A doença não ocorre em aquários bem aerados. (leia sobre falta de Oxigênio)
DOENÇA DOS PONTOS VERMELHOS DAS NADADEIRAS:
Causada por uma bactéria do gênero Pseudomonas, que atinge principalmente as nadadeiras, formando pontos ulcerados de cor vermelha, os quais se disseminam para a pele. Nessas lesões podem proliferar fungos oportunistas (micose secundária). Em labirintídeos notamos a presença de uma camada de pó brilhante sobre o corpo, nadadeiras e brânquias, além de hemorragias. Quando atinge as brânquias observamos dificuldade respiratória e aumento do ritmo respiratório, movimentos lentos, perda do equilíbrio, nadadeiras dobradas e a morte do peixe. Quando a bactéria atinge o cérebro ocorrem movimentos incoordenados. Podemos encontrar os cistos do parasita no coração, rins, fígado, intestinos e órgãos reprodutores. Os cistos têm aspecto de um grão de areia. A doença dissemina-se rapidamente. TRATAMENTO: Isolar em aquário hospital, sulfato de cobre (1g por litro d'água - pode-se repetir a dose após 48 horas), Acriflavina. Elevar a temperatura da água do aquário. (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos - leia sobre Sulfato de cobre no índice de drogas)
DOENÇA LINFOCÍSTICA (Linfocistose):
É a doença viral mais conhecida na aquariologia. Causada por um iridovírus. O conteúdo de DNA do vírus ataca a célula do peixe, resultando em um aumento do tamanho das células em até 50.000 vezes o seu volume normal. É contagiosa, transmitindo-se de um peixe a outro através de aberturas na pele causadas por agressões, escoriações ou parasitas. A doença aparece inicialmente nas nadadeiras, mas logo se espalha por toda a superfície do peixe, matando-o. Os órgãos internos são raramente afetados. As infecções linfocísticas são facilmente vistas a olho nu.
SINAIS: variam de acordo com a intensidade da infecção e aparecem 2 meses após o contágio. A princípio observamos opacificação das nadadeiras, placas em forma de nódulos, isolados ou múltiplos, de cor branca ou transparente, inicialmente nas nadadeiras e bordas dos opérculos e, posteriormente, em todo o corpo. Há vesículas brancacentas e pequenas que conferem à pele um aspecto de lixa. Em casos
avançados, tumores grandes são encontrados na superfície do corpo, que podem ser removidos cirurgicamente. São comuns áreas esbranquiçadas ao redor dos olhos. O comprometimento da boca e adjacências pode dificultar a alimentação. Os órgãos internos podem estar comprometidos, mas isso não é comum em peixes ornamentais. É comum o aparecimento de infecções bacterianas secundárias nas lesões.
TRATAMENTO: Não existe tratamento para essa doença. Se o aquário for comunitário deve-se isolar o(s) peixe(s) doente(s) em aquário hospital e retirar os peixes sadios, colocando-os em outro aquário pelo menos por 2 meses. O aquário contaminado deverá ser desinfectado com ácido clorídrico. Apare as nadadeiras afetadas com tesoura própria. Os tumores grandes podem ser removidos cirurgicamente e as áreas de onde foram removidos devem ser cauterizadas com solução de Rivanol. Pincele as partes acometidas com tintura de iodo (1 parte para 3 de água). (leia sobre desinfecção)
DOENÇAS DA BEXIGA NATATÓRIA:
A bexiga natarória é um órgão que se enche de gás e ocupa até 7% do volume corporal do peixe. Sua função é a de manter a flutuação, já que o peso do peixe em água doce é de 107%. Também é órgão receptor de sons e pressão (alguns peixes emitem sons por esse órgão). As causas das doenças são: as deficiências alimentares, alterações bruscas da temperatura e a paralisia da bexiga natatória. Caso sofra uma dilatação exagerada, o efeito hidrostático se faz impossível e o peixe é incapaz de conservar seu equilíbrio na água. O peixe acometido apresenta-se de cabeça para baixo e para frente, não consegue manter-se nivelado e permanece na superfície ou no canto do aquário de barriga para cima, devido a dificuldade de descer ou subir. Atribui-se a dilatação da bexiga natatória a fatores nutricionais. A bexiga natatória pode sofrer também uma inflamação que causa uma doença específica dos ciprinídeos (Tanichthys, Raspora, Danio, Brachydanio, Barbus). Nessa doença desenvolve-se uma lesão inflamatória crônica necrosante. Acredita-se que seja de origem viral. Outra causa é a degeneração da bexiga natatória como consequência de doenças infecciosas (Ictiofonose). É uma doença de bom prognóstico juízo médico acerca da duração, evolução e término de uma doença). Li na Tropical Fish de Nov de 1993 que peixes gordos e pequenos (Ex: GoldFish) são mais propensos às doenças da bexiga natatória.
TRATAMENTO: procure oferecer alimentos balanceados e variados e mantenha a temperatura em níveis tropicais. (leia sobre alimentação deficiente e falta de vitaminas no índice de drogas)
DOENÇAS EM GERAL:
Os sinais que o peixe possa apresentar como falta de apetite, entristecimento, recolhimento em um canto ou em sua toca, não são bons parâmetros para diagnóstico. Grande parte das doenças infecto-contagiosas causadas por fungos, helmintos e, principalmente, bactérias e vírus, causa estes sinais citados e outros gerais que são comuns a outras doenças e servem apenas como complemento dos diagnósticos diferenciais. Procure sempre observar sinais mais conclusivos e, de preferência, patognomônicos (sinais específicos de uma determinada doença), para que se possa dar um diagnóstico definitivo e um tratamento adequado.
EDWARDSIELLA ictaluri:
É uma bactéria intestinal, descrita em peixes em 1976. A doença causa inflamação nos intestinos. SINAIS: em Danios, o principal sinal é o nado em giro que o peixe adota. A bactéria pode ser isolada dos órgãos internos e cérebro.
TRATAMENTO: Isolar em aquário hospital. Quando diagnosticada usar antibióticos no aquário ou na alimentação. (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)
ENTERITE (inflamação do intestino):
Essa doença pode surge em consequência de alimentacão única (sempre o mesmo alimento). Quando se
oferece apenas 1 dos princípios nutritivos (hidratos de carbono, proteínas ou gorduras) provoca-se no peixe uma inflamação do intestino. Outra causa perigosa de enterite é a oferta de larvas de Tubifex, procedentes de lodo de águas poluídas com substâncias tóxicas, levando à morte dos peixes.
SINAIS: tumefação e inflamação do intestino e fígado, fezes amareladas e mucosas, ânus avermelhado, escamas eriçadas, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal), pele escura, inapetência (falta de apetite). Ao oferecer Tubifex conheça a sua origem e lave bem as larvas em água corrente. TRATAMENTO: Suspender a alimentação por 10 dias e logo administrar, com prudência, pequenas quantidades de alimentos industriais balanceados e vivos. Para previnir essa doença, quando de causa alimentar, forneça alimentos balanceados e variados. (leia sobre alimentação deficiente no índice de drogas)
EPISTYLIS:
Protozoário ciliado presente em água de teor orgânico elevado, na vegetação ou nos crustáceos do aquário. Pode proliferar e atacar peixes e seus ovos. As espécies mais acometidas são "goldfish" e "catfish".
SINAIS: o parasita pode ser identificado como área ou tufo branco na superfície do corpo do peixe ou em suas nadadeiras. Também podem ser encontradas áreas ulceradas (áreas feridas) infectadas por Aeromonas hydrophila (ler sobre). Os ovos infestados eclodem com dificuldade. O diagnóstico é confirmado através da visualização microscópica dos organismos ciliados presentes nas áreas afetadas. Caracterizam-se pela forma em sino, com cílios e aderidos ao tecido através de uma haste. TRATAMENTO: evita-se a doença através da limpeza da cama e alimentação balanceada para diminuir a oferta de matéria orgânica. As áreas afetadas podem ser tratadas com tintura de Iodo. Formaldeído é uma boa opção de tratamento. Os ovos dos peixes afetados podem ser mergulhados em solução de Malaquita verde. (leia sobre Aeromonas e Alimentação deficiente no índice de doenças - leia sobre sifonagem no índice de procedimentos – leia sobre Malaquita verde no índice de drogas)
ERGASILOSE:
Causada pelos microcrustáceos, Ergasilus sieboldii; E. briani; E. boettgeri; E. minor; E. gibbus. O Ergasilus se adere ao epitélio branquial, originando graves destruições e aderências branquiais, dificultando a respiração e reduzindo o fornecimento de oxigênio para o peixe, causando anemia e infecções bacterianas secundárias. Da lesão deixada pode advir uma micose por Saprolenia.
SINAIS: Em infecções intensas nota-se um adelgaçamento das brânquias. Levantando-se os opérculos observam-se pontos pequenos ovalados, que correspondem aos microcrustáceos aderidos às brânquias. TRATAMENTO: Masoten é bastante ativo contra ectoparasitas, embora muito tóxico. Geralmente usado em banho demorado. Preparar uma solução contendo 1g de Masoten para 1 litro d'água. Usar 100ml desta solução para cada 100 litros de água do aquário (temperatura a 25 graus Celsius e pH 6 a 7). O tratamento deve durar 3 dias, após os quais troca-se, pelo menos, 50% da água. Pode-se usá-lo na forma de banho de curta duração: 1g de Mazoten para 10 litros de água a 25 graus Celsius, pH 6 a 7, por 1 hora em aquário hospital. O primeiro método é mais aconselhável. A única dificuldade no tratamento é o fato de alguns ovos apresentarem resistência ao Masoten. (leia sobre anemias e infecção bacteriana no índice de doenças - leia sobre banhos curativos no índice de procedimentos)
ESPOROZOÁRIOS:
Uma grande variedade de esporozoários parasita os peixes em seu habitat natural, mas apenas alguns podem ser detectados em aquários. A Coccideose é a doença mais comum, causada pela Eimeria, caracterizando-se pela presença do parasita no intestino do peixe. Outros representantes do grupo incluem Pleistophora hyphessobryconis, Myxobolus, Henneguya, Myxidium e Mitraspora. Este grupo de doenças (esporozooses) pode apresentar sinais variados, dependendo do agente envolvido, tais como áreas focais pequenas e brancas não transparentes, principalmente nas nadadeiras, branqueamento da musculatura, deformação da coluna, cistos de vários tamanhos formando pequenos nódulos (pequenos tumores, saliências) etc.
EUBACTERIUM tarantellus:
Bactéria anaeróbia que causa doença neurológica.
SINAIS: nado em círculo até a morte.
FALTA DE OXIGÊNIO (O2) (hipóxia e anóxia):
As necessidades de O2 dissolvido na água são distintas de uma espécie para outra. O bom desenvolvimento dos peixes depende também do bom aporte deste elemento. A sua ausência é uma causa frequente de morte maciça de peixes, principalmente em aquários superlotados, por falta de aeração, excesso de alimentos ou restos alimentares em putrefação. Esses fatores concorrem para o consumo do O2 no aquário. As temperaturas elevadas (>25 graus Celsius)também favorecem este consumo, por acelerar os processos de oxigenação no aquário.
SINAIS: o comportamento dos peixes frente a falta de O2 é típico: permanecem na superfície boquejando, com a boca sempre aberta, respiração dificultada, brânquias inchadas, peixe triste, parado, recolhido. Uma concentração de 5-8 mg de O2 por litro é suficiente para a maioria dos aquários. Existem reativos no mercado para análise da concentração de O2 dissolvido na água. Coloque seus peixes em água limpa e bem oxigenada.
FALTA DE VITAMINAS (hipovitaminose e avitaminose):
A carência de Vitamina D deve-se a insuficiência de radiação solar ultravioleta. A ausência de algas no aquário determina deficiência de Vitaminas A e B. Os carotenos (precursores da Vit A) transformam-se em Vit A no intestino do peixe.Esta vitamina é encontrada principalmente nas plantas verdes (algas) e se deposita no fígado e olhos dos peixes. Na sua carência observamos uma degeneração gordurosa do fígado, com necrose (morte) de suas células. A provitamina D é ricamente encontrada em Tubifex, Nais, Limnodrilus, bem como nas algas e zooplancton. Esta provitamina, sob ação dos raios solares, transforma-se em Vit D na pele. As Vitaminas B1 e B2 são encontradas nas plantas verdes (algas), na musculatura e coração. Sua carência leva a transtornos no estômago, intestino, no crescimento, desenvolvimento e na capacidade de defesa. A Vit B1 é indispensável no metabolismo dos hidratos de carbono. A Vit B2 é de grande importância no crescimento dos peixes, atuando na síntese de proteínas e gorduras. A Vit B12 (cianocobalamina) é indispensável para a maturidade dos eritrócitos (células vermelhas do sangue). A boa alimentação dos peixes de aquário deve ser combinada e balanceada,
devendo-se oferecer diariamente alimentos floculados, algas e plancton, intercalando-se, a cada período de +/- 7 dias, com alimentos do tipo Tubifex, Artêmias salinas, Cyclops, carne vermelha ou branca e larvas. Nas carências use complexos vitamínicos. (leia no índice de doenças sobre alimentação deficiente)
FUNGOS:
São os maiores causadores de doenças em peixes ornamentais. A maioria ataca a pele. As infecções micóticas do peixe dependem de vários fatores, que combinam a capacidade de defesa do peixe e a agressão do fungo. Esta combinação conduz à infecção. A maioria dos fungos é oportunista e se manifesta quando o peixe está debilitado, como quando manipulamos muito o aquário, como na Síndrome da Adaptação (stress), nas infecções secundárias a traumatismos ou lesões deixadas por ectoparasitas
(Sanguessugas, Lernaea, Ergasilus), por ulcerações de pele causadas por (Aeromonas, etc) e ferimentos deixados por brigas ou traumas. Todas são causas de infecções fúngicas secundárias. O grande risco é o fungo atingir os olhos, pois pode ascender até o cérebro provocando encefalites graves (inflamações do encéfalo, que é a parte do Sistema Nervoso Central contida no crâneo e que abrange o telencéfalo, cerebelo, protuberância e bulbo). Caso isso ocorra devemos isolar o peixe em aquário hospital e aplicar nitrato de prata a 1% com o auxílio de um cotonete no olho infectado. Em seguida, aplicar bicromato de potássio a 1%. Pode-se também deixar o peixe em banho de bicromato de potássio (1g para cada 30 litros de água) até a melhora e aplicar a solução de nitrato de prata no olho. Quando o peixe apresentar feridas na pele atacadas por fungos, deve-se tratá-lo com aureomicina (1g para cada 100 litros de água). A prevenção das doenças fúngicas faz-se por eliminação do agente agressor (causador de stress) que enfraquece o peixe e tratamento adequado do aquário em caso de doença.
FURUNCULOSE:
Causada pelo bacilo Aeromonas salmonicida, conhecido anteriormente por Bacillus salmonicida. Comum nas espécies de Goldfish e Koi. É incapaz de sobreviver por muito tempo fora do organismo do hospedeiro. Em muitos paises a Furunculose é a doença bacteriana mais frequente e de maior gravidade. Determina alterações intestinais e feridas na pele. A morte pode aparecer 3-4 dias após as lesões, mas o peixe pode permanecer doente por semanas. Os peixes ficam lentos e isolados em um canto do aquário. A falta de higiene no aquário determina o aparecimento e desenvolvimento da doença.
SINAIS: Inflamação intestinal, inflamação da bexiga natatória, manchas hemorrágicas no fígado, opérculos, brânquias, nadadeiras e olhos, escurecimento da pele, inapetência (falta de apetite). Entretanto, o sinal mais comum é a presença dos furúnculos na pele, os quais só aparecem na fase final, um pouco antes da morte do peixe e se caracterizam por pontos escuros elevados na pele. Esses pontos podem ulcerar-se liberando um líquido sanguinolento claro (exsudato), que contamina todo o aquário de Aeromonas.
TRATAMENTO: Está indicada a separação e destruição dos peixes mortos e gravemente enfermos. Isolar os peixes suspeitos em aquário hospital com água limpa e fria. Desinfectar continuamente com permanganato de potássio em solução de 1g para 50 litros de água. Dar alimentação rica em vitaminas. Aumentar o fornecimento de oxigênio. Manter o aquário higiênico. (leia sobre Aeromonas, falta de oxigênio e falta de vitaminas no índice de doenças - leia sobre aquário hospital, higiene, desinfecção e eutanásia no índice de procedimentos - leia sobre Permanganato de potássio no índice de drogas)
GIRODACTILOSE:
Causada pelos vermes trematodos Gyrodactylus elegans e G. medius. Aderem-se ao peixe através de ganchos e ventosas, lesando a superfície da epiderme. A transmissão é feita por contato físico e favorecida pela superpopulação. SINAIS: notamos ulcerações (feridas), opacificação e aumento da secreção da pele que fica inflamada e arroxeada, abrindo caminho para infecções bacterianas e fúngicas oportunistas, lesões nas brânquias, opacificação da córnea, cegueira, pontos ou manchas hemorrágicas nas nadadeiras, as quais se apresentam desfiadas, o peixe fica triste e com movimentos lentos. TRATAMENTO: Banho rápido de 30 minutos com formalina (20-25 cc de solução a 33% em 100 litros de água) é eficaz e mata o verme em 16 minutos (segundo Schäperclaus em seus experimentos). Mantenha o aquário higiênico, pois a decomposição de metabólitos é fator desencadeante da doença. Sifone o aquário. Evite a superpopulação. (leia sobre banhos curativos, higiene e sifonagem no índice de procedimentos - leia sobre Formaldeído no índice de drogas)
GLOSSATELLA e SCYPHIDIA:
São protozoários ciliados oportunistas que causam doença em peixes que vivem em água com alto teor orgânico. Podem ser encontrados na superfície das plantas ou objetos do aquário. As espécies mais frequentemente acometidas são "channel catfish", "goldfish" entre outras, embora a doença seja rara em aquários ornamentais. As grandes infestações podem causar problemas respiratórios e morte pelo comprometimento das brânquias.
TRATAMENTO: pode ser feito com parasiticidas, incluindo Formaldeído, Permanganato de Potássio, Malaquita verde ou Sulfato de Cobre. (leia no índice de drogas sobre Formaldeído, Permanganato de Potássio, Malaquita verde e Sulfato de Cobre)
GLUGEA:
É causada pelos protozoários Nosema stephani e N.anomala. Foi descrita pela primeira vez em 1952 por Pflugfelder. É considerada doença muito rara em aquário. O parasita vive predominantemente nas células do tecido conjuntivo do peixe. Estes protozoários atapetam progressivamente a mucosa (revestimento) do intestino e reto, provocando inanição e morte sem causa conhecida (provavelmente de causa intestinal). Acomete também a pele e músculos causando necrose (morte celular) por liquefação em áreas corporais grandes. Formam-se nódulos (pequenos tumores, saliências) nos ovários, fígado, baço, rins, sistema nervoso e olhos. Desconhece-se o tratamento.
GYMNODACTILOSE:
Doença contagiosa causada pelo Gymnodactylus. SINAIS: os peixes doentes dão nadadas súbitas e rápidas com paradas bruscas, podem ser observados pontos hemorrágicos sobre o corpo e nadadeiras. TRATAMENTO: Isolar em aquário hospital, banhos de 20 segundos com Ácido Acético glacial (1 parte para 500 de água) durante 2 dias, Formaldeido (4 gotas em 1 litro de água) banhos de 5 minutos, banhos com Permanganato de Potássio (3 gramas em 1 litro de água). (leia sobre aquário hospital e banhos curativos no índice de procedimentos – leia sobre Formaldeído e Permanganato de potássio no índice de drogas)
HENNEGUYA:
É um Esporozoário Mixosporídeo do Gênero Henneguya (outros gêneros incluem: Myxobolus, Myxidium e Mitraspora). Infecções por Myxobolus podem confundir-se com Íctio. A Henneguya é geralmente encontrada nas brânquias de Corydoras e nadadeiras dorsais de Leporinus (neste caso não observamos disseminação para outras espécies).
SINAIS: A doença pode causar nódulos (pequenos tumores) na pele e brânquias, em pequena quantidade ou numerosos, microscópicos ou não. Apresentam aspecto brancacento nas áreas infectadas. Em alguns casos encontramos cistos na superfície do corpo e brânquias, que podem não afetar a aparência dos peixes.
TRATAMENTO: Após o lancetamento (ato de cortar ou abrir) dos cistos seguido de aplicação de antissépticos, isole em aquário hospital. (leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)
HEXAMITA (OCTOMICOSE) (SECA):
O agente etiológico da doença é o Hexamita, protozoário flagelado que tem o tamanho de um glóbulo vermelho do sangue. Octomitus é um termo antigo para o protozoário, quando se acreditava que o mesmo apresentava oito flagelos. O nome "Parasita do Disco" foi usado denotando a grande incidência com que a doença afetava esta espécie. Uma espécie próxima - Spironucleus - parece ser um parente próximo do Hexamita, embora maior e mais sinuosa. Entretanto, para fins práticos, ambos causam doença clínica semelhante. Existe uma doença chamada "Hole-in-the-head" (dç. do Buraco na cabeça), frequentemente observada em Discos, Acarás, Oscar e outros Ciclídeos, associando-se a presença do Hexamita, bem como a infecções bacterianas, desnutrição, aquário sujo, além do uso de carvão ativado. Em muitos peixes a infecção é inaparente, acometendo espécimes jovens. É sequela da Tuberculose e da
Ictiofonose. Tem o pseudônimo de SECA, pois emagrece muito o peixe. Por isso, quando observarmos um peixe muito emagrecido devemos pensar, além dos distúrbios alimentares, primeiro em Tuberculose e depois em Hexamita. Outro sinal observado na doença é o escurecimento da pele.
TRATAMENTO: A prevenção faz-se através da boa alimentação, a qual evita lesões intestinais. Manter limpo e higiênico seu aquário; Tripaflavina 0,1% diluida no alimento ou Tripaflavina (2g por 50 litros d'água) por 5 dias. O Metronidazol pode ser usado. (leia sobre alimentação deficiente no índice de doenças - leia sobre higiene no índice de procedimentos)
HIDROPSIA:
Causada pela bactéria Aeromonas punctatus, comum nos ciprinídeos (Tanichthys, Raspora, Danio, Brachydanio, Barbus), porém rara em outras espécies de peixes ornamentais. Ocorrem 2 formas da doença: forma generalizada - todo o corpo do peixe fica muito inchado, com escamas eriçadas. Forma localizada - algumas regiões do peixe ficam muito inchadas com escamas eriçadas. Em ambas as formas notamos deformações, úlceras, abdômen inchado, olhos saltados, nado girando em círculos, manchas vermelhas, eczema sanguíneo (alteração de natureza inflamatória) na pele e nadadeiras destruídas. TRATAMENTO: Isole o peixe em aquário hospital. Considera-se de difícil tratamento, porém este deve ser tentado com solução de Fhenoxethol (10 a 20 ml a 1% por litro) colocada aos poucos, por 24 horas.
ICTIOFITIRIOSE ou ÍCTIO (doença dos pontosbrancos):
Causada pelo protozoário ciliado Ichthyophthirius multifiliis. Perfura rapidamente a epiderme e se estabelece entre esta e a derme, deixando um ponto branco pequeno (<2mm), que é a forma encistada do
protozoário. Essa forma cresce, arrebenta o epitélio (revestimento), cai no fundo do aquário, alojando-se na cama e equipamentos. A essa altura o protozoário já é um trofozoíta (Tomitos). Centenas de Tomitos ciliados são produzidos e lançados na água. Penetram ativamente pela pele e epitélio das brânquias e crescem até se tornarem visíveis como pontos brancos. O parasita faz seu ciclo reprodutivo dentro e fora do peixe, no ambiente do aquário. Os elementos infectantes (fase invasora) podem atacar o mesmo peixe ou outros. Liquidam um aquário em pouco tempo. A doença é prontamente identificada pela maioria dos aquaristas, que geralmente a observam alguns dias após a introdução de peixes novos no aquário. SINAIS: Pontos brancos pequenos disseminados pela pele, podendo se reunir formando manchas branco-acinzentadas, que posteriormente se desprendem em pedaços, nadadeiras recolhidas, os peixes se coçam em todo canto do aquário (prurido) e emagrecimento. A doença também afeta seriamente as brânquias, boca e córnea.
TRATAMENTO: de difícil tratamento em sua fase de encistamento. Sifone o aquário, porque os parasitas encistados que ficam no fundo serão aspirados. Isole em aquário hospital. A melhora da doença é rápida em temperaturas elevadas (>28 graus Celsius). Sal grosso (15mg para cada 10 litros d'água) por 15 dias. Faça também banhos rápidos (com 30 mg de sal grosso por litro d'água) de 2-3 minutos, a cada 12 horas, até o peixe tender a boiar. Mude toda água do aquário hospital a cada 12 horas. Sabemos que o sal grosso é muito eficaz contra a doença, mas as plantas do aquário morrerão. Medicamentos como Verde de Malaquita com Formol em banho durante uma hora a uma concentração de 1 a 2 mg/litro de Verde de malaquita e 150 a 250 mg/litro de Formol (dependendo da dureza e pH da água), troque a água do aquário hospital a cada 48 horas. A filtração tende a diminuir o número de formas encistadas. Limpe os vidros. Melhore a aeração. Diminua a população do aquário. Alguns autores preferem transferir todos os peixes para outro aquário equipado, pois sabemos que os parasitas do aquário principal morrerão por falta de hospedeiros. Para certificar-se de que as formas encistadas foram eliminadas faça, pelo menos, uma troca completa da água, removendo fragmentos da cama e elevando bem a temperatura. Existem produtos industrializados já prontos para o uso nesta doença. (leia sobre banhos curativos, aquário hospital e sifonagem no índice de procedimentos - leia sobre Sal, Formol e Verde de Malaquita no índice de drogas)
ICTIOSPORIDIOSE (ICTIOFONOSE):
É causada pelo fungo Ichthyosporidium hoferi (antigo Ichthyophonus). Foi, durante muitos anos, a doença mais temida do aquário. Atualmente atribui-se à Tuberculose este temor, embora o diagnóstico diferencial entre ambas seja difícil. Pode ocorrer em aquários tropicais, apesar da temperatura mais elevada. É uma doença granulomatosa que se manifesta por uma aspereza da pele (efeito de papel de lixa) na região caudal. Os granulomas (tumores) são pequenos e de cor preta, podendo evoluir para úlceras de pele com necrose. Os órgãos internos, especialmente o fígado e coração, quando afetados, apresentam granulomas de cor branca, semelhantes aos da Tuberculose. A infestação dá-se através do copépodo. Quando o peixe come o copépodo infesta-se com o fungo. O ciclo do fungo no organismo do peixe é o seguinte: 1) ingestão do fungo veiculado pelo copépodo, 2) o fungo atravessa a mucosa (revestimento) do intestino, 3) o fungo penetra nos vasos sanguíneos, 4) disseminação do fungo pelo organismo, 5) os fungos exteriorizam-se através de úlceras de pele. As secreções que saem das úlceras infectam outros peixes.
SINAIS: Escamas ásperas, pontos pretos na pele, abscessos (cavidades cheias de pus) isolados ou em grupo, úlceras hemorrágicas nos órgãos internos, nódulos brancos no fígado, nadadeiras esbranquiçadas, boca aberta, emagracimento, apatia, sonolência, olhos saltados, nado desordenado ou em círculos, abdômen dilatado, contratura muscular. Os sinais se confundem com os da Tuberculose. TRATAMENTO: não é conhecido. Manter o aquário limpo, pois toda a população de peixes estará comprometida em caso de aquários pouco higiênicos, trocar 30% do volume d'água e sacrificar os peixes doentes. (leia sobre higiene e eutanásia no índice de procedimentos)
ICTIOZOOSE:
É doença causado por vírus, contagiosa e de altos índices de mortalidade. Desencadeada por stress e baixas temperaturas.
SINAIS: vermelhidão (inflamação) das brânquias e nadadeiras, principalmente as peitorais, nado lento e desorientado, nado em círculos, peixe na superfície da água ou no fundo, virando de lado. A morte advém em poucas horas. Segundo Márcio I. Vieira a boca e estômago ficam cheios de barro. Não se conhece tratamento.
INTOXICAÇÕES:
Varias substâncias tóxicas podem entrar ou se formar no aquário. Essas toxinas entram no peixe pelas brânquias e pele. Mencionaremos as seguintes:
COMPOSTOS NITROGENADOS - Originam-se no aquário como produto da desintegração das proteínas (decomposição de alimentos, plantas que apodrecem, fezes etc). Suas concentrações acima dos
níveis normais determinam ações tóxicas. Os compostos nitrogenados mais importantes são: Nitratos (VN 100-300 mg/l), Nitritos (VN 10-20 mg/l), Amônia (VN 0,2-0,5 mg/l). A falta de Oxigênio retarda a formação de Nitritos e Nitratos e favorece o acúmulo dos produtos de decomposição da Amônia, cuja toxicidade é a mais importante dentre os compostos. A Amônia é tóxica ao sistema nervoso.
SINAIS: respiração difícultada, nadadeiras dobradas ou desfiadas, olhos saltados, excitação, morte sem reação.
TRATAMENTO: aumentar a oxigenação e aeração, trocar a água do aquário, evitar o excesso e crescimento desordenado de plantas, bem como a superpopulação.
METAIS: Qualquer equipamento que contenha Ferro, Mercúrio, Cobre, Manganês etc, deve ser evitado no aquário. Estes compostos podem dar um precipitado fino de hidróxido férrico que se deposita nas brânquias dificultando a troca de Oxigênio e destruindo o epitélio branqueal. O Disco é muito sensível ao hidróxido férrico.
SINAIS: nadadeiras desfiadas, olhos saltados, dificuldade respiratória, excitação, convulsões, morte sem
reação.
TRATAMENTO: dosar os níveis de cobre, ferro etc, trocar a água, boa aeração e oxigenação. (Leia sobre falta de Oxigênio no índice de doenças)
LEPIDORTOSE:
Doença bacteriana causada pelo Vibro anguillarum, Bacterium lepidorthosae e outros. Ataca peixes tropicais.
SINAIS: o peixe boqueja na superfície, observamos perda de escamas em todo o corpo, descamação e posterior necrose (morte celular) da pele, inflamação da brânquias, mucosidade em excesso, nado lento, respiração acelerada, paralisação das nadadeiras e da cauda, instinto de fuga e morte sem reação. Sem tratamento o índice de mortalidade é de 80%. A transmissão da doença pode se dar tanto direta como indiretamente pela água contaminada. A duração da doença é de 3 a 4 semanas.
TRATAMENTO: Isolar o peixe em aquário hospital, Sulfonamida, Cloromicetina e Phenoxethol. (Leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)
LERNAEA (Verme âncora):
É um copepodo alongado. Parasita perigoso (principalmente para alevinos e peixes jovens), que causa a morte com frequência. A espécie mais importante de água doce é a Lerneae elegans. As fêmeas penetram até a musculatura do peixe e por vezes até o fígado. Outros órgãos como as brânquias, a boca, a pele e os olhos podem ser atacados. O parasita fixado na pele induz a formação de uma úlcera. Os peixes parasitados perdem peso e têm mau aspecto.
TRATAMENTO: Embeber um cotonete em Permanganato de potássio a 1% e aplicar no parasita. Emseguida, retirá-lo com uma pinça. Desinfectar o ferimento com Mertiolato. Substâncias como Lindano e preparados a base de Triclorfon também podem ser usados. (Leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos – leia sobre Permanganato de potássio no índice de drogas)
LIVONECA:
É um parasita da Ordem Isópoda, segmentado, com vários pares de pés e 1 a 2 cm de comprimento. Uma espécie foi descrita: Livoneca symmetrica. Escava (ulcera) a brânquia e boca do peixe, aprofundando-se na musculatura. O parasita move-se, o que permite sua visualização e fácil remoção.
MELANOSARCOMA:
É um tumor maligno onde os melanócitos (células produtoras do pigmento da pele) crescem a um tamanho bem grande, causando uma extensão anormal na musculatura, de cor escura. Aparecem principalmente em híbridos (originários do cruzamento de espécies diferentes).
METACERCÁRIAS (cercárias):
As cercárias são larvas dos trematodos (vermes adultos que determinam doenças como: Dactilogirose,
Girodactilose etc), que fazem seu ciclo biológico até a transformação na forma adulta. Conforme mostra a figura, a gaivota (hospedeiro definitivo)(A) come o peixe(B) que está infestado com o trematodo (Dactylogyrus, Gyrodactylus, Diplozzon)(4). As fezes da gaivota que caem no lago veiculam ovos(1) do trematodo e destes ovos eclodem larvas ciliadas (miracídios)(2), que nadam livremente até encontrar um caramujo (hospedeiro intermediário)©. Em pouco tempo perfuram a parede corporal do caramujo, instalando-se no fígado e convertem-se em cercárias(3), as quais abandonam o caracol em 3 semanas, nadando livremente até encontrar um peixe (segundo hospedeiro intermediário). Fixam-se a ele e perfuram sua pele. A partir daí transformam-se em metacercárias em 3 semanas, que crescem convertendo-se em um nódulo visível externamente. O ciclo se finaliza quando o peixe é comido pelo hospedeiro definitivo (gaivota). As metacercárias migram até a faringe onde se desenvolvem e põem ovos na fase adulta, que caem no lago junto com as fezes da gaivota e o ciclo recomeça. As cercárias dentro dos peixes podem migrar até os olhos, opacificando o cristalino e alterando a córnea. As metacercárias que penetram pela pele do peixe crescem e produzem atrofia muscular e perda de movimentos. Por isso, pense bem antes de colocar caramujos no aquário.
MITRASPORA cyprini:
Esporozoário que causa crescimento dos rins, lembrando um tumor. A doença é mais comum no verão, assim como em espécies de "goldfish" e Koi. A transmissão ocorre através da urina.
SINAIS: crescimento dos rins e inchaço do abdômen (ascite).
TRATAMENTO: não se recomenda drenagem da ascite, pois o líquido ascitico se refaz rapidamente. Isolar o peixe doente para não disseminar a doença. Os tratamentos tentados até hoje não foram eficazes.
MONOGENIA:
Doença parasitária causada por um Helminto da classe Monogenia. É um ectoparasita que possui um órgão de fixação com ganchos na região posterior e ventosas na região cefálica. Ataca a pele e as brânquias, podendo ser fatal.
SINAIS: coceira (prurido), respiração acelerada, manchas de talco nas brânquias.
TRATAMENTO: Sal grosso, Formalina, banhos de Tripaflavina (2mg em 25 litros), desinfecção com permanganato de potássio. Sifonar o aquário. (leia no índice de procedimentos sobre sifonagem - leia no índice de drogas sobre Sal, Formaldeído e Permanganato de potássio)
MYXOSOMA ( TORNEO ):
Causada pelo Myxosporideo Myxosoma cerebralis, que invade a cartilagem craneana do peixe. As minúsculas larvas do parasita alimentam-se da cartilagem cefálica, o que resulta em graves lesões, deformações ósseas e alterações do equilibrio. O peixe infectado tem um nado característico em espiral, daí o nome da doença de torneo - torção. À medida que a doença avança ataca também a coluna, dando
origem a importantes deformações e alterações pigmentares (escurecimento da extremidade posterior). É uma doença comum em piscicultura, mas não em aquários ornamentais. O curso da infecção se dá inicialmente quando os esporozoítas abandonam sua cápsula no intestino do peixe, atravessando a parede intestinal, atingindo os vasos sanguíneos e alcançando a cartilagem da cabeça e coluna vertebral, assim como os canais semicirculares dos orgãos do equilíbrio.
SINAIS: Movimentos rotatórios (nado em círculo ou espiral), coloração negra na região caudal, deformações na coluna e boca.
TRATAMENTO: Não se conhece tratamento eficaz. Trocar a água do aquário e evitar alevinar no aquário contaminado com esporos de Myxosoma.
NEFRITE INFECCIOSA (doença de Egtved):
A maioria dos autores concorda que se trata de uma doença provocada por um vírus que ataca principalmente os rins e fígado. Outros defendem que a carência de vitamina B12 é a causa da doença. Parece que as deficiências alimentares constituem o ponto de partida para a entrada do agente causador dessa doença. As quedas bruscas de temperatura da água também estão associadas ao início da doença. Observamos no peixe: apatia; reflexos diminuídos; nado lento na supefície ou nado em círculos; pele de coloração escura; olhos saltados; abdômen dilatado; anemia com palidez das brânquias. Se o peixe for acometido pela forma aguda da doença, a morte poderá advir em minutos.
TRATAMENTO: Como a etiologia da doença não está totalmente esclarecida, recomenda-se a prevenção através da boa higiene do aquário, alimentação adequada e suplementação vitamínica. Isolar os peixes supostamente doentes em aquário hospital e desinfectar o aquário. Melhorar a oxigenação e os níveis de pH e DH do aquário. (leia sobre aquário hospital e desinfecção no índice de procedimentos)
NEMATODOS:
São comuns em peixes e podem causar sérios problemas. Geralmente cilíndricos,de coloração que varia do branco ao vermelho, podendo alcancar um tamanho que varia de milímetros a alguns centímetros. As formas larvárias ou adultas podem ser encontradas no intestino dos peixes e as encistadas em órgãos internos ou musculatura. O ciclo de vida se inicia quando a fêmea presente no intestino do peixe infectado deposita ovos no meio ambiente, os quais podem ser ingeridos por invertebrados que funcionam, geralmente, como hospedeiros intermediários (Cyclops, Daphnia e Tubifex), desenvolvendo-se em larvas. O invertebrado é ingerido pelo peixe e a larva nele se desenvolve. Larvas de Estrongilóides são comuns na musculatura do peixe. Em alguns casos, cistos contendo nematodos presentes na pele do peixe confundem-se com tumores. Nematodos do tipo Capillaria e Camallanus são comuns no intestino de peixes ornamentais. Normalmente observamos protusão (exteriorização) do verme pelo ânus.
TRATAMENTO: Fenbendazol parece ser uma boa escolha, podendo ser acrescentado à alimentação. Outra opção é o Ivermectin, acrescentado diretamente à água do aquário, na dose de 0,7ml de solução injetável a 1% para 76 litros de água, administrada em 4 dias. ( leia no índice de drogas sobre Fenbendazol e Ivermectin )
OBSTIPAÇÃO INTESTINAL (Obstrução intestinal):
É a diminuição do número de evacuações por dia. As causas são: deficiências na alimentação, quando oferecemos alimentos não balanceados ou ricos em um só dos elementos ativos. Por isso é importante oferecermos uma dieta balanceada e variada, incluindo alimentos vivos. As minhocas brancas dão muita obstipação intestinal.
SINAIS: fezes duras e compridas, presas ao peixe como um cordão, distensão abdominal, perda de apetite e apatia (indiferença).
TRATAMENTO: laxantes como o agar-agar, sal de Epson, óleo de rícino 1 gota na boca. (leia sobre alimentação deficiente no índice de doenças)
OODINIUM (Íctio-veludo) (doença da poeira dourada) (doença da ferrugem):
A doença chamada Íctio-veludo é causada pelo protozoário Oodinium limnecticum, que tem forma cistica e não apresenta mobilidade. Existem várias espécies patogênicas (causadoras de doença) do gênero Oodinium (Oodinium ocellatum é o agente causador de doenças em aquários marinhos, Oodinium pillularis é o causador da doença Pilulariose em aquários de água doce, Oodinium vastator causa doença de pele em peixes tropicais), mas a apresentação clínica das doenças é semelhante. Perigosa para alevinos e peixes novos. O protozoário ataca quase todas as espécies de peixes tropicais ou subtropicais de água doce. É doença contagiosa, de caráter explosivo nos aquários, conduzindo a uma perda total dos peixes por obstrução branquial e lesões na pele. Em Pet Shops, aonde o microorganismo estabelece-se e se perpetua, muitas espécies de peixes infectam-se. Alguns peixes como o Dânio, podem adoecer gravemente.
SINAIS: apresenta sinais algo semelhantes ao Ichthyophthirius (Íctio). Inicia-se por pontos brancos pequenos, em seguida aparecem as lesões na pele dando aspecto de poeira dourada ou de veludo, por vezes branco ou amarelo aveludada. Acomete também nadadeiras e brânquias. O peixe sacode as nadadeiras, que podem estar desfiadas ou dobradas, notando-se emagrecimento e excitação. TRATAMENTO: isolar em aquário hospital, banhos de azul de Metileno a 1% (3-5 ml por 5 litros) por 3 dias, Tripaflavina. Outros autores sugerem o uso de Sulfato de Cobre ou de Zinco em banho demorado. Banhos com Cloromicetina ou Quinina podem ser úteis. Manter o aquário hospital escuro (sem iluminação), o que causa a morte do parasita. Elevar a temperatura do aquário. Retirar as plantas do aquário. (leia no índice de doenças sobre Ictiofitiriose e Pilulariose - leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos - leia sobre Azul de Metileno e Sulfato de cobre no índice de drogas)
PAPILOMATOSE:
São tumores benignos de pele que se parecem com uma couve-flor, localizando-se preferencialmente na boca, dificultando a alimentação. Outras áreas podem ser acometidas. Ocorrem em 5% dos peixes. Atacam preferencialmente os peixes pequenos. São tumores de crescimento lento. Variam da cor rosa, ao roxo e marrom.
SINAIS: verrugas em forma de couve-flor, principalmente nas mandíbulas superior e inferior, orifícios
nasais, com frequência se proliferam nas nadadeiras escapulares e, como foi dito, outras áreas do dorso, ventre e cauda podem ser acometidas. Inicialmente os tumores são brancos, posteriormente castanho-claro, podendo apresentar colorações mais escuras. Observamos emagrecimento.
TRATAMENTO: Não existe tratamento para a doença. O ideal é sacrificar o peixe que estiver muito acometido, pois alguns autores consideram a doença contagiosa. Em casos leves isole o peixe em aquário próprio (você deve saber que o curso da doença, quando de bom prognóstico (juízo médico acerca da evolução, duração e término de uma doença), pode durar até um ano). (leia sobre tumores no índice de doenças - leia sobre eutanásia no índice de procedimentos).
PARAMERCIS CRASSA:
Parasita que vive nos órgãos internos do peixe, provocando edema (inchaço) generalizado na região dorsal.
TRATAMENTO: Phenoxyethanol a 1% (10-30 ml por litro).
PARASITAS:
São organismos que necessitam sobreviver a partir de outro organismo, um hospedeiro. Na interação entre hospedeiro e parasita o objetivo deste último é invadir o primeiro, desenvolvendo-se e reproduzindo-se. O objetivo do hospedeiro é evitar que isso ocorra. A interação hospedeiro-parasita depende de vários fatores. Assim, nesta interação, os parasitas apresentam vários mecanismos que permitem a invasão e sobrevivência no hospedeiro. Por sua vez, os hospedeiro desenvolveram fatores para prevenir ou evitar que isso ocorra. Algumas conclusões podem ser avaliadas nesta interação entre virulência (capacidade de agressão) e fatores do hospedeiro. O parasita pode invadí-lo e ser muito ativo, causando doenças e até a morte do hospedeiro, o que geralmente é desvantagem para ambos. O parasita pode invadir o hospedeiro, mas ser leve em sua agressão, com reação tambem mais branda por parte do hospedeiro, permitindo que ambos sobrevivam por mais tempo. Outra possibilidade é que o parasita invada o hospedeiro e seja destruído por suas defesas. Este é o melhor resultado sob o ponto de vista do hospedeiro. Os peixes possuem em eficiente sistema de defesas contra doenças, o que permite a sua sobrevivência. Na natureza é raro encontrar um peixe livre de parasita. Geralmente os peixes carregam consigo um parasita ou vários, sem sinais aparentes de doença. Quando muitos peixes são afetados ao mesmo tempo por parasitas, falamos em epidemia. Alguns parasitas infectam o peixe através da água, enquanto outros necessitam de um hospedeiro intermediário. Alguns peixes se contaminam alimentando-se de peixes infectados mortos.
PETRIFICAÇÃO DOS OVÁRIOS:
Geralmente causada por uma desova não realizada. Os ovários ficam duros (petrificados), podendo o peixe conviver com o problema por muito tempo. O abdômen se encontra dilatado e duro. Devemos fazer diagnóstico diferencial com quistos de ovário, que não crescem muito, são moles e apresentam conteúdo líquido amarelado ou vermelho.
PILULARIOSE:
É causada pela bactéria Oodinium pillularis, descrita cientificamente por Schäperclaus em 1951, em Colisa lalia. Acomete outras espécies: Tanichthys, Paspora, Barbus, Hyphessobrycon, Nannostomus. Atualmente já não mais se relaciona esta espécie com a doença denominada Íctio-veludo (causada por Oodinium limnecticum). As bactérias se aderem à pele e brânquias. A enfermidade é contagiosa. SINAIS: opacificação da pele (que fica aveludada), nódulos (pequenos tumores, saliências) e manchas na pele de coloração cinza-amareladas, prurido (os peixes se coçam nas pedras), excitação e inquietação. O curso da doença transcorre por várias semanas até matar o peixe.
TRATAMENTO: ver tratamento para Oodinium ou Íctio-veludo. (leia no índice de doenças sobre Oodinium)
PLESIOMONAS shigelloides:
Bactéria Gram (-).
SINAIS: hemorragias no corpo, músculos, órgãos internos e acúmulo de líquido ascítico (abdômen inchado).
TRATAMENTO: Tetraciclina, Cloromicetina e Ácido Nalidíxico.
PLISTOFOROSE:
Causada pelo esporozoario Plistophora hyphessobryconis. Ataca os Neón, Hyphessobrycon, Brachidanio. Invade a musculatura do tronco, onde se reproduz, acometendo áreas cada vez maiores. Podemos observar locais com palidez e edema (inchaço) da musculatura. As baixas temperaturas favorecem a doença.
SINAIS: Os sinais variam muito: emagrecimento, abdômen retraído, palidez no corpo, interrupção da banda colorida brilhante no Neón, descoloração dos pigmentos da pele até a descoloração total, deformações da coluna vertebral, alterações do equilíbrio, nado oblíquo ou com a cabeça dirigida para cima. Observa-se nos Neón nado noturno agitado e os peixes Neón acometidos separam-se do cardume. TRATAMENTO: Não existe tratamento medicamentoso. Importantes são as medidas profiláticas (a higiene do aquário é um dos ítens de maior importância). Mantenha a temperatura em níveis ótimos. (leia sobre alterações de temperetura no índice de doenças -leia sobre higiene no índice de procedimentos)
PROLARIA:
É um parasita que se fixa nos olhos provocando cegueira. O ciclo de vida da Prolaria passa por 3 hospedeiros: a ave, que elimina os ovos da Prolaria, deixando-os cair na água; estes ovos eclodem
e originam uma forma que infecta o caramujo aquático; deste saem as formas que infectam o peixe (cercárias com cauda bifurcada). Não se conhece tratamento.
PSEUDOMONAS fluorescens:
É uma bactéria (bacilo) produtora de uma toxina que lesa a pele. A doença causada por essa espécie de
Pseudomonas pode estar relacionada com a Síndrome de Adaptação, com altas temperaturas e aquários superpovoados. A bactéria pode causar uma septicemia hemorrágica (infecção generalizada) aguda ou crônica. Outra espécie de Pseudomonas é a causadora do apodrecimento bacteriano das nadadeiras. SINAIS: Os primeiros sinais que se observam são uma hiperemia (vermelhidão) da pele e um edema (inchaço) generalizado, seguidos de grandes ulcerações hemorrágicas sobre a pele, dilatação do abdômen e morte rápida do peixe.
TRATAMENTO: As infecções por Pseudomonas coincidem sempre com as más condições de higiene do aquário e superpopulação (tente melhorar isso). Tetraciclina por via oral, Gentamicina e, em alguns casos, Sulfas. (leia no índice das doenças sobre Apodrecimento das nadadeiras e Adaptação - leia sobre higiene no índice de procedimentos)
SANGUESSUGAS:
São anelídeos de vida ectoparasitária (parasitam os peixes externamente). O mais estudado é o Piscicola
geometra. Geralmente veiculados através da introdução de comida viva no aquário. Podem permanecer escondidas entre as plantas. Valem-se de uma ventosa anterior e outra posterior para fixar-se aos peixes onde permanecem constantemente aderidos extraindo sangue para se alimentar. A anterior contém o orifício oral e a faringe por onde o sangue do peixe é sugado. Alcançam até 4 cm de comprimento. Quando as Sanguessugas estão repletas de sangue abandonam o peixe e permanecem no fundo do aquário onde põem os seus ovos. Podem transmitir parasitas como o Trypanoplasma, Pseudomonas punctata, Cryptobia.
SINAIS: anemia, opacificação das brânquias, enfraquecimento e ferimentos externos que propiciam o
aparecimento de infecções bacterianas secundárias.
TRATAMENTO: Antes de arrancar as Sanguessugas do corpo do peixe, mergulhe-o em solução salina
por alguns minutos. Se o parasita não sair, arranque-o com uma pinça. (ler no índice das doenças sobre Infecção bacteriana, Trypanoplasmose, Pseudomonas e Cryptobia - leia no índice de drogas sobre Sal)
SAPROLENIOSE:
Causada pelo fungo Saprolenia. Ataca a pele e brânquias. O zoosporo é a forma infectante do fungo. Observamos o seu aparecimento após traumatismos, stress, doenças bacterianas e virais, alterações bruscas de temperatura e pH. O fungo espera o peixe ficar debilitado em suas defesas para atacar. Além dos traumatismos, as temperaturas baixas têm um significado especial no desenvolvimento das infecções por Saprolenia. No entanto, as altas temperaturas podem também induzir a invasão dos fungos. É mais frequente em alevinos, pois a pele destes não está ainda dotada de atividade antifúngica como a pele dos
adultos.
SINAIS: manchas branco-acinzentadas e posteriormente cinza escuras ou marrons na pele como tufos de algodão, nadadeiras esbranquiçadas. As brânquias, quando acometidas, fazem o peixe boquejar e manter a boca sempre aberta. Já se observou a doença associada a Branquiomicose. Pode matar em 36 horas, principalmente quando ataca as brânquias.
TRATAMENTO: Corrija fatores de Stress, os níveis de Amônia, Nitratos e Nitritos, observe o pH. Isole em aquário hospital. Verde de Malaquita aplicado em solução a 1% em banho de imersão de 1 minuto na dose de 67 mg/litro, ou em banho prolongado na dose de 0,15mg/litro. Banhos de Oxitetracicilina (200mg por galão) por 1/2 hora, Nitrofurazone (40mg por galão) por 6 horas (ao usar essa droga tampe o aquário com um pano escuro), Nitrofurpuranol (4mg por galão) por 1 hora, Furanace (4-8mg por galão) 10 min, Sulfa+Trimetropina (960mg por galão) por 12 horas, sal grosso. (1 galão = 3,785332 litros "galão americano").
PREVENÇÃO: Essencial alimentação balanceada, aquário higiênico. (leia sobre Verde de
malaquita e Sal no índice de drogas)
SÍNDROME GERAL DA ADAPTAÇÃO DE PEIXES NOVOS-(GAS)-(STRESS):
Segundo Selye (1950), o stress é a soma das reações fisiológicas pelas quais um animal trata de manter ou restabelecer seu metabolismo normal frente a agentes externos. Essa reação, segundo rett (1958), é que mantém a sobrevivência do animal. A síndrome pode ser ividida em 3 fases: 1 - Reação de alarme. 2 - Fase de resistência, urante a qual a capacidade de adaptação mantém o equilíbrio orgânico, pesar das mudanças circunstanciais. 3 - Fase de agonia, quando a daptação não é suficiente e o equilíbrio orgânico não se mantém. Essas udanças que ocorrem na GAS são desencadeadas por reações hormonais e ervosas. Ocorre uma descarga de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) e orticosteróides que acarretam retenção de Sódio e Cloreto e eliminação de otássio, elevação dos níveis de glicose no sangue, estímulo da tireóide e o sistema nervoso, o que leva a um aumento do ritmo respiratório e da requência cardíaca. Outras causas que levam ao "stress" são a poluição, a uperpopulação, excesso de excrementos dissolvidos na água, a ransferência de peixes e a quarentena em aquário inadequado. Portanto, xistem várias condições que colocam o peixe sob "stress" e o melhor a azer é reduzí-lo ao máximo aproximando o aquário do ambiente natural aquela espécie e evitando que a bioquímica da água e outras condições nternas ou externas funcionem como desencadeadores de "stress". A uantidade de "stress" que cada peixe suporta até adoecer depende de atores tais como: espécie a qual pertence, idade, tamanho do exemplar e s condições de alimentação as quais está submetido. O stress determina ma queda na imunidade, propiciando o aparecimento de infecções portunistas. A redução do "stress" aumenta a probablilidade do aquário er saudável. A maioria dos peixes pode tolerar condições relativas ao mbiente que diferem daquelas as quais o peixe está habituado. Colocar um peixe que vive bem em temperaturas de 28 graus Celsius em um aquário onde a temperatura está em torno de 23 graus Celsius, gera "stress". Peixes que convivem no ambiente natural, com pH de 7,3, quando lançados em um aquário com pH de 6,5, ficam estressados. A maioria dos peixes desenvolve "stress" com facilidade diante de águas pouco oxigenadas. Alimentos pobres em nutrientes também são causa de "stress" em peixes. O uso de alguns
medicamentos na água do aquário desencadeia "stress" muitas vezes de forma mais nociva que a própria doença. Alguns peixes vivem bem em água salobra, porém espécies como Catfishes não toleram sal, ao contrário das Molinésias, que gostam de sal. Em geral, peixes sem escamas ou com poucas escamas não toleram sal. O espaço que o peixe dispõe dentro do aquário também é fator de "stress". Os ciclídeos, por exemplo, precisam de grandes espaços para reproduzirem-se, expulsando e agredindo qualquer outro peixe que invada seu território. Neste caso, peixes tranquilos ficarão estressados se conviverem com os agressivos. Os peixes da mesma espécies comunicam-se através de comportamentos e linguagens corporais, a exemplo dos ciclídeos, que frequentemente estabelecem uma ordem na qual um peixe é o rei. Os peixes de espécies diferentes não reconhecem os sinais dos outros, o que leva a lutas e confrontos contínuos. Alguns são agressivos com os da mesma espécie, ignorando os de outras espécies. Peixes de cardume sentem-se mais seguros quando em bando. Por isso, conheça bem as espécies que podem conviver em comunidade. Ao colocar um peixe novo no aquário faça adaptação da temperatura, pH e dH. Procure colocar mais de um exemplar de cada espécie. SINAIS: Consideramos que qualquer alteração no comportamento habitual do peixe é sinal de "stress". Cada espécie reage de forma distinta ao "stress", uns ficam na superfície, outros preferem a profundidade, outros nadam sem parar enquato outros ficam parados. Mas de modo geral descreveremos alguns sinais mais comumente observados: o peixe sobe a superfície na tentativa de conseguir mais oxigênio pelo boquejamento, observamos esse comportamento nas condições de baixa de O2, nas intoxicações da água por compostos nitrogenados e nas doenças que acometem as guêlras. Outro sinal observado é a inapetência, o peixe não come ou come pouco. Alguns peixes sob "stress" ficam tímidos e se escondem. Se o peixe apresenta as nadadeiras roídas ou feridas sobre o corpo, poderá estar sendo alvo de agressores maiores. E também sabemos bem que o "stress" da mesma forma que desencadeia doenças, é desencadeado na vigência desta. Portanto a maioria das doenças tamto químicas como infectoparasitárias desencadeiam "stress" no peixe. (leia sobre alterações de temperatura, pH e DH no índice de doenças - leia sobre quarentena e transferência de peixes no índice de procedimentos).
SPIRONUCLEUS:
É um protozoário flagelado, parente próximo do Hexamita, que pode ser encontrado no intestino de alguns Ciclídeos em grande quantidade. Nesta região pode ser razoavelmente inofensivo. Entretanto, ao migrar para outros órgãos pode causar a morte.
SINAIS: os peixes infectados apresentam fezes afiladas e brancacentas que podem se prender ao ânus por um longo período. O diagnóstico exato pode ser feito pelo exame das fezes frescas ou pelo conteúdo intestinal do peixe sacrificado, feito ao microscópio (observamos os flagelados extremamente móveis). A doença é comum em Acarás, mas não parece causar-lhes muitos danos. Por outro lado, os Discos frequentemente morrem por infecções causadas pelo Spironucleus. Ciclídeos africanos são rapidamente mortos por esta doença, a menos que o tratamento seja precoce. Nesta mesma espécie podemos encontrá-la associada com "hole-in-the-head disease" (doença do buraco na cabeça).
TRATAMENTO: Quando os órgãos internos são acometidos, principalmente os rins, a gravidade é maior e o tratamento torna-se mais difícil. Metronidazol é razoavelmente eficaz. Antibióticos são menos
consideráveis. (leia no índice doenças sobre Hexamita - Leia sobre aquário hospital no índice de procedimentos)
STAPHYLOCOCCUS epidermidis:
É uma bactéria Gram (+). A doença em peixes se apresenta com sinais de congestão (afluência anormal do sangue para vasos de um órgão), exoftalmia (olhos saltados) e ulcerações (feridas) da cauda.
STREPTOCOCCUS:
É uma bactéria Gram (+). Em peixes tropicais as infecções estreptocócicas representam um problema. O curso da infecção é muito rápido. Tipicamente o peixe aparenta estar normal e em 24 horas morre. Os Streptococcus podem ser isolados em todos os órgãos do peixe acometido, incluindo o cérebro. Muitos peixes podem ser infectados, principalmente quando sob "stress", mas em particular Danios e Barbus. Algumas infecções foram associadas ao grupo D de Lancefield, enquanto outras ao grupo B.
SINAIS: Um sinal predominantemente observado é a presença de hemorragias aparentes. Observamos olhos saltados (exoftalmia), abdômen distendido (ascite), nado irregular ou em círculos, hemorragias oculares, vesículas (pequenas bolhas que contêm líquido) hemorrágicas no corpo, escurecimento da pele.
TRATAMENTO: eficaz quando se usa Eritromicina.
SUPERALIMENTAÇÃO:
Quando se superalimenta um aquário é necessário que se façam trocas de água e sifonagem com maior frequência. Nesses casos, a quantidade de fezes que se deposita na cama, bem como a quantidade de resíduos alimentares é maior, propiciando um desenvolvimento de bactérias que se nutrem desses substratos e, consequentemente, os metabólitos resultantes dissolvidos no aquário serão maiores. É comum, em aquaristas iniciantes, o medo de estar-se alimentando pouco os peixes, com incerteza em relação a quantidade de alimento que devemos oferecer. Se o seu aquário é novo, ofereça alimentos 2 a 3 vezes ao dia com uma ração floculada balanceada e observe seus peixes se alimentando. Todos os peixes
têm que se alimentar. Um peixe de tamanho pequeno (Neon, Paulistinha) deve ingerir uma média de 2 flocos por alimentação, enquanto que os peixes maiores (Danio, Colisa, Trychogaster), 4 flocos. Baseado nisso e oferecendo eventualmente alimentos variados (vivos ou não), diminui-se a ansiedade em relação ao fato de estarmos alimentando pouco ou muito os peixes. Os aquários velhos (>6 meses) dispõem de outras ofertas de alimentos (algas, plancton, microcrustáceos etc) e, quando bem plantados e
iluminados assemelham-se em muito a um ecossistema. Li recentemente um relato na Tropical Fish Hobbyist de um Jack Dempsey que amanheceu com convulsões e, segundo observações, associou-se o fato a superalimentação. Não se falou nas condições higiênicas, níveis de pH, dH, Amônia, oxigenação etc. (leia sobre higiene e sifonagem no índice de procedimentos)
TETRAHYMENA:
Tetrahymena pyriformis é um protozoário ciliado e invasor oportunista de lesões iniciadas por outros parasitas e/ou bactérias. Algumas formas de Tetrahymena são mais "virulentas" (agressivas), principalmente em peixes deprimidos imunologicamente ou em aquários cuja água tem conteúdo orgânico elevado. Este parasita pode infectar várias espécies, mas associa-se frequentemente à infecção de Ciclídeos e Tetras. Na superfície do corpo do peixe afetado ocorrem áreas brancacentas rodeadas por hemorragia. Os parasitas podem ser encontrados em tecidos internos, incluindo músculos, cérebro, além dos tecidos em torno dos olhos, deixando uma área esbranquiçada ao seu redor.
TRATAMENTO: Geralmente desanimador. Melhorar a qualidade da água e banhos com parasiticidas externos (formaldeído). Este procedimento não elimina os parasitas internos. O ideal é manter a boa qualidade da água e alimentação, prevenindo-se o oportunismo do parasita. (leia sobre alimentação deficiente - leia sobre higiene
TRICODINA:
É causada pelos protozoários ciliados, circulares e ectoparasitas Tripartiella, Trichodinella e Trichodina domerguei. Todos os peixes são susceptíveis à doença, principalmente Goldfish e Ictalurus punctatus. Fixam-se firmemente às brânquias, pele, bexiga urinária e ovidutos dos peixes alimentando-se de suas células. Infecções graves podem causar problemas respiratórios.
SINAIS: os peixes esfregam-se nas pedras do aquário ou uns nos outros (coceira) e sacodem as nadadeiras violentamente. Geralmente não existe nada aparente na pele, a não ser em grandes infestações quando, então, observamos pontos brancacentos na pele.
TRATAMENTO: Isolar o(s) peixe(s) acometido(s) em aquário hospital; formol (formaldeído a 40%) em concentrações de 150 a 250 mg/litro aplicados durante 1 hora; tripaflavina (1g para cada 100 litros de água). Em seguida, eleve a temperatura da água para 30 graus Celsius e aumente o fornecimento de alimento por 2-3 dias, corrija as alterações de pH e dH do aquário e diminua a população do aquário. (leia no índice de doenças sobre alterações de pH e DH - leia no índice de procedimentos sobre aquário
hospital - leia sobre Formol no índice de drogas)
TRIENOFOROSE:
Causada pelo cestodo Trienophorus nodulosus. A cabeça do verme qpresenta 4 ganchos que servem de fixação no intestino podendo atingir tamanhos grandes. As lesões no peixe não são causadas pelo verme e sim por suas larvas. A doença é transmitida ao peixe atravéz do microcrustáceo copepodo (geralmente cyclops) que é o hospedeiro intermediário. O peixe come o copepodo, saem os cestodos (vermes) que se instalam no intestino. Outros perfuram o intestino e se alojam no fígado. Nota-se no peixe um quadro de ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e enterite (inflamação do intestino). TRATAMENTO: O tratamento pode ser feito com Praziquantel acrescentado à água do aquário. ( leia sobre Praziquantel no índice de drogas )
TRIPANOPLASMOSE (doença do sono):
Os agentes são Tripanoplasma tincae, T cyprini, T borelli. Os parasitas vivem na corrente sanguínea do peixe, sendo veiculados por Sanguessugas, causando a morte por anemia.
SINAIS: O peixe fica frequentemente em posição oblíqua, apoiando a cabeça no fundo do aquário, nadadas giratórias, palidez das brânquias (anemia), olhos fundos ou saltados, sonolência, emagrecimento.
TRATAMENTO: Mantenha higiene e limpeza do aquário. Isole em aquário hospital. Azul de Metileno pode ser tentado em banho demorado: 1g para 1 litro d'água (solução de estoque) - adicionar 3 ml desta solução de estoque para cada 1 litro d'água do aquário hospital durante 5 dias. (leia sobre Sanguessugas no índice de doenças - leia sobre Azul de Metileno no índice de drogas - leia sobre banhos curativos no índice de procedimentos).
TUBERCULOSE:
É a doença mais temida e perigosa do aquarismo. Assemelha-se muito em sinais externos à ictiofonose; por vezes faz-se impossível o diagnóstico diferencial. A Tuberculose é uma doença bacteriana causada pelo bacilo Mycobacterium marinum. Ocorre principalmente em peixes debilitados, nas carências vitamínicas e em aquários superpovoados. Quase todas as espécies de peixes ornamentais estão sujeitas a essa doença: Colisa, Betas, Trycogaster, Lebiste, Barbus, Dânio. A tuberculose, se não diagnosticada a tempo, pode arruinar rapidamente todo um aquário. A doença se transmite de um peixe para outro pela ingestão de material infectado.
SINAIS: O primeiro sinal da tuberculose é a apatia (indiferença). Os outros são: emagrecimento, inapetência (falta de apetite), palidez, alterações nas escamas, úlceras de pele, destruição de nadadeiras, mandíbula deformada, deformações da coluna, apatia, nado agonizado, nado oblíquo, nadadeira caudal dobrada, abdômen dilatado, escurecimento da pele, opacificação da córnea, nódulos pequenos (granulomas) branco-amarelados sobre o rim, baço, parede intestinal e fígado. Estes sinais podem ocorrer isoladamente ou em combinação.
TRATAMENTO: Não se conhece tratamento. O peixe deve ser sacrificado. Caso toda a população esteja comprometida, sacrifique todo o aquário. Fazer desinfecção do aquário e todo equipamento. A falta de higiene no aquário predispõe à doença. Como prevenção, evite alevinar e superpovoar, mantenha o aquário higiênico e realize quarentena dos peixes recém-chegados. Tanto o Mycobacterium marinum como o M. fortuitum dos peixes pode ser transmitido ao homem, causando a infecção e/ou hipersensibilidade na pele. (ler sobre Ictiofonose no índice de doenças - ler sobre eutanásia e desinfecção no índice de procedimentos)
TUMORES:
Os tumores se dividem em benignos e malignos. Os benignos têm crescimento lento, não destrõem os tecidos vizinhos, não se disseminam pelo corpo (metástases) e têm um crescimento ordenado. Os malignos têm crescimento rápido, destrõem os tecidos próximos, dão metástases locais e à distância e têm um crescimento desordenado.
BENIGNOS: Destes os mais comuns são os Papilomas, que nascem na pele e se parecem com uma couve-flor. Localizam-se geralmente nas mandíbulas, dificultando a alimentação. Outras áreas podem ser acometidas. Ocorrem em 5% dos peixes (veja a doença Papilomatose). Outros tumores benignos podem ser citados: Epitelioma papuloso, de aspecto leitoso e gelatinoso podendo cubrir parte ou o corpo todo, iniciando pelas nadadeiras, causando emagrecimento e deformações da coluna. A troca de aquário pode melhorar a doença. Outro tumor benigno é o Adenoma (crescimento anormal da tireóide) que cresce no chão da boca e se mostra como um pequeno ponto arroxeado. Um banho com ioduro potássico iodado (1 para 20.000) involui o tumor em 10 dias. Outros tumores mais raros são os: Osteomas, Melanomas e Neuromas.
MALIGNOS (CÂNCER): Citaremos o Carcinoma da tireóide, que é o mais comum. Os pequenos tumores primários podem disseminar-se para áreas distantes e lá se desenvolverem (sobretudo nas brânquias), o que dificulta ou impede a respiração. Gaylord e Marsh conseguiram a cura acrescentando iodo à alimentação.
VERMES:
São os maiores parasitas que infestam os peixes. Podem se internos (endoparasitas) ou externos (ectoparasitas).
Entre os internos temos: Acanthocephalans, Camallanus, Capillaria, Cercárias, Dactylogyrus, Diplostomum, Diplozoon, Gyrodactylus, Tênias e Trienophorus.
Entre os externos temos: Monogenia e Sanguessugas.
Os aquários são pouco acometidos por vermes, porque necessitam de mais de um hospedeiro, que não o peixe, para completar o seu ciclo evolutivo. Porém, quando colocamos um peixe novo ou planta no aquário podemos estar veiculando parasitas para o aquário.
VIROSE DE CARPAS (virose primaveril de carpas):
O agente causador, Rhabdovirus carpio, é capaz de matar carpas de qualquer idade. Conhecida também pelos seguintes nomes: hidropsia infecciosa de carpas ou hidropsia infecciosa aguda. Isto reflete o sinal mais comum da doença, que é a ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal). Outros sinais
incluem hemorragias, principalmente nos meses de primavera.
VIROSE DO RAMIREZ:
Os sinais da doença incluem inapetência (falta de apetite), dificuldade respiratória, nado incoordenado, aspecto pálido, hemorragias na pele e olhos, além de órgãos internos pálidos e atrofiados e baço crescido. A mortalidade é elevada.
VIROSES DO ACARÁ ( viroses associadas ao Angelfish):
englobam uma Síndrome (conjunto de sinais) nova cujos principais sinais caracterizam-se por alterações no comportamento dos peixes, que alternam a posição de cabeça para cima ou para baixo, recusando-se a comer. Perdem peso rapidamente e morrem. O emagrecimento pode ser o primeiro sinal da doença. Alguns peixes apresentam nadadeiras avermelhadas. PREVENÇÃO: manter boa qualidade da água e nutrição. (leia no índice de doenças sobre alimentação deficiente - leia no índice de procedimentos sobre higiene)
YERSINIA ruckeri:
É uma bactéria intestinal Gram (-), identificada em peixes em meados dos anos 50. Associa-se com uma doença referida como ERM - Enteric-Red Mouth, Hagerman Red Mouth ou Red Mouth. Afeta principalmente Salmonídeos, mas também outras espécies.
SINAIS: hemorragias na pele, na boca, na base das nadadeiras, mucosidade excessiva, olhos saltados, escurecimento da pele, ulcerações (feridas) na boca e mandíbula e hematomas (tumor formado por sangue extravasado) nos músculos. Nos órgãos internos observamos aumento do volume dos rins e baço, além de um líquido amarelado nos intestinos (sinal característico da doença). Yersinia faz parte da flora comum da água e não é obrigatoriamente um patógeno (agente causador de doença). "Stress" e qualidade da água influenciam na ocorrência da doença.
TRATAMENTO: é feito com Sulfas e Tetraciclina. (leia sobre "Stress" no índice de doenças)