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  1. O Dimensionamento dos Filtros do seu Aquário No passado relativamente recente cometi alguns erros por desconhecimento e por falta de informação sobre as variáveis envolvidas no correcto dimensionamento dos filtros dos nossos aquários. Quando pesquisei na Internet alguma informação sobre este assunto, vi-o ser tratado inúmeras vezes de forma simplista pela maioria dos aquariofilistas, afirmando que o filtro (ou melhor a sua bomba) deve ter a capacidade de circular cerca de 5 vezes o volume do aquário por hora, como se não existissem quaisquer outros factores a condicionar o dimensionamento dos filtros e consequentemente no equilíbrio do nosso sistema! Como, considero que com mais informação que muitas vezes nasce da pesquisa e/ou troca de opiniões, poderemos tomar decisões mais conscientes e garantidamente mais eficazes, resolvi escrever este pequeno tópico para abordar este tema, deixando-vos aqui a minha opinião. Assim, começarei por dizer que considero não existir uma regra ou obrigatoriedade do nosso filtro “rodar” 5 vezes ou mesmo 3 vezes que seja, o volume de água no nosso aquário por hora, pois o débito (caudal) de água do filtro não é revelador do seu bom ou mau desempenho. Podemos ter um filtro com uma óptima bomba de água, mas com um volume de massas filtrantes demasiado pequeno, pelo que o seu débito não vos vai servir de nada, pois apenas estaremos a criar uma forte circulação de água no aquário, fazendo passar centenas de litros de água por um volume de massa filtrante muito pequeno, que além de não ter capacidade para desempenhar aquilo que desejaríamos (seja filtragem mecânica, biológica ou química), vai sempre ter tendência a entupir rapidamente, pois é o que normalmente acontece quando fazemos passar grandes caudais de água por diâmetros muito pequenos. Todos sabemos que não existem milagres nestas coisas, como também não existe uma “receita” única, senão vejamos os seguintes exemplos e factores que estão envolvidos: Os criadores de Discus do sudoeste asiático, criam Discus saudáveis praticamente sem sistemas de filtragem, como? Trocando cerca de 100% da água diariamente, sendo este processo efectuado gradualmente e continuamente. Atenção! Uma TPA de iguais dimensões nos nossos aquários pode ser o suficiente para desequilibrar todo o sistema biológico. Se efectuarmos TPA’s de 20% ou 30%, de 2 em 2 ou de 3 em 3 dias, também não temos necessidade de grandes filtros, pois estaremos a retirar com as TPA’s o excesso de poluentes (essencialmente amónia e nitritos, mas também nitratos) Existe uma relação inversa entre a qualidade do nosso sistema de filtragem e a necessidade de se efectuarem frequentes e abundantes TPA’s, que obviamente nunca serão dispensáveis, mas poderão ser mais reduzidas e menos frequentes. Mais plantas contribuem para um sistema mais saudável e menos exigente em termos de filtragem, pois as mesmas consomem parte dos poluentes gerados pelos peixes. Mais peixes contribuem para um sistema mais exigente em termos de filtragem, pois irão gerar mais poluentes. Existem espécies de peixes, mais exigentes em relação à qualidade da água (ex. Discus e CA’s) Antes de decidirmos sobre qual o filtro que devemos comprar, além do volume do aquário (que normalmente é um único factor referido pelos fabricantes e questionado pelos lojistas) deveríamos saber o melhor possível o que vamos introduzir no nosso sistema e a manutenção que estaremos “dispostos” a fazer-lhe, pois são quanto a mim as outras duas variáveis mais determinantes no dimensionamento do filtro. Obviamente que, todos os factores que já referi podem influenciar o dimensionamento do filtro, pelo que não será fácil termos uma formula para dimensionar com exactidão a capacidade dos nossos filtros, mas da minha experiência e do que já li sobre este mesmo assunto, considero que 3L de volume de filtro para 100L de agua um valor muito razoável senão mesmo obrigatório para quem quer ter Discus saudáveis e fazer apenas semanalmente TPA’s. Como exemplo, se tivermos um aquário com 200L, deveríamos ter um filtro com 6L de volume de massas filtrantes. Contudo, se lermos a informação dos fabricantes, os filtros desta dimensão (6L) são recomendados para aquários com mais de 400L o que nos deixa com bastante margem. Se o débito de água for excessivo, podemos sempre reduzi-lo fechando um pouco a torneira na saída do filtro (nunca a admissão), ou em alternativa, introduzindo flautas e/ou colocando mais uma mangueira de saída (através de um “T”) para dispersar melhor o caudal de água. Por outro lado se o volume de massa filtrante for insuficiente, nada poderemos fazer pois o que define a qualidade do filtro é no fundo a quantidade de água que de passa de uma forma “rentável” pela sua massa filtrante, estando directamente dependente do tamanho do filtro. Como exemplo, vejamos o caso de um filtro com uma bomba com um débito de 1000L/h e que faça passar a água apenas por 1L de cerâmica, ironizando um pouco se calhar mais não faz do que “lavar” essas cerâmicas, pelo que me parece lógico que possamos ter um rendimento muito superior com um filtro de caudal de 500L/h a passar por 3L cerâmica. Não querendo fazer publicidade, não será por acaso que a Eheim que é um dos maiores fabricantes de filtros do mundo, há muito que utiliza rácios de volume/caudal muito próximos dos valores que referimos neste exemplo, com o sucesso que todos conhecemos. Importância de um Sistema de Backup - Existe outro factor de que normalmente não se fala, que tem a ver com a utilização de mais do que um filtro por razões de segurança. Voltamos ao exemplo do nosso aquário de 200L, em vez de termos um filtro com 6L de volume de massas filtrantes, se optássemos por 2 filtros de 3L de massas cada um, provavelmente estaríamos mais protegidos em relação a alguns factores de risco, como por exemplo a avaria e/ou entupimento de um dos filtros, o que poderá ser mesmo vital quando estamos alguns dias ser observar os nossos aquários (por exemplo nas férias), podendo-se assim evitar o colapso do nosso sistema, pois possivelmente um dos filtros seria capaz de manter o sistema minimamente equilibrado até pudermos intervir, o que dificilmente acontecerá sem qualquer sistema de filtragem. Este raciocínio (sistema de backup) também se aplica aos sistemas de aquecimento/arrefecimento, pois a probabilidade de se avariarem 2 unidades em simultâneo é substancialmente menor do que termos uma avaria isolada. No caso dos filtros, teríamos ainda a vantagem adicional de que seria possível (com 2 admissões e 2 extracções de agua no aquário) termos uma maior e melhor distribuição das correntes de água dentro do aquário. Espero que com este pequeno texto, possa ter contribuído para ajudar a que possam evitar alguns dos erros que eu próprio cometi, quando comprei os primeiros filtros para os meus aquários. Cordiais saudações a todos os membros do fórum
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  2. Boas, Só um pequeno pormenor que parece escapar a quase todos nós, e a mim até à bem pouco tempo: Mencionaste um filtro de 1000 l/h. Vamos supor que este é o débito real e este filtro contem os tais 6 l de matérias filtrantes. Para este volume teremos (supondo mais uma vez) 8 litros de capacidade total da cuba (ou canister). 1000/8= 125. Ou seja a cuba leva a 125ª parte da hora para esvaziar (ou renovar por completo a água que contem), o que equivale a 28,8 segundos. Se imaginarmos uma linha horizontal a subir da base do filtro até ao topo (sentido em que circula a água) esta demorará 28,8 segundos a percorrer a altura do filtro. Convenhamos que este débito forte (sem dúvida) de 1000 l/h escoa lentamente através das matérias filtrantes, sendo que este facto é por demais importante para a filtragem biológica, a mais importante das filtragens, pois permite muito mais tempo de contacto com as superfícies cobertas de bactérias nitrificantes do que se poderia imaginar. No respeitante ao número de vezes da "rotação" da água do aquário, estou de acordo contigo. Já li valores tão díspares como 3 e 10 vezes o volume de água. Posso dizer, e agora passo eu a publicidade, que tenho (entre outros) um aquário de 180 litros reais equipado com um Cristal Profi 250 da JBL (para 250 l de água max.) de 700 l/h a que correspondem 360 l/h reais (já medidos e confirmados) com as matérias filtrantes de origem (5,3 l dos quais um terço cerâmica). Estamos a falar de 2 vezes o volume de água e de parâmetros perfeitamente dentro do normal, e claro de água límpida e com 30% de TPA quinzenais. Também não é por nada que o modelo abaixo deste, o Cristal Profi 120 (120 l de água max.) tem 600 l/h brutos e 300 l/h reais, apenas menos 60 l/h mas filtra menos de metade da água: apenas tem 3,5 l de matérias filtrantes. Há de facto uma utilização racional das matérias filtrantes, sobretudo a nível biológico, privilegiando a sua "rentabilização" em detrimento do débito. Cumps.
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