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Olá a todos! Abro este tópico para renascer a conversa sobre uma espécie que foi falada aqui no fórum em 2008 e que sem querer encontrei e achei que tinha um potencial incrível, mas que com o tempo se perdeu o interesse e nunca mais vi uma referência a estas. Refiro-me à espécie Theodoxus fluviatilis, também conhecida como Nerita de Rio. Ora bem, esta espécie pertence à família Neritidae, que, tal como podem entender pelo nome, é a família à qual pertencem as nossas famosas neritinas vendidas em lojas de aquariofilia. Pequena Descrição: Theodoxus fluviatilis é uma espécie de um gastrópode de água doce, com uma carapaça espessa, de padrões variados, com alguns bastante atrativos. Estes padrões variam de acordo com a sua origem geográfica, teor de sal presente na água e provavelmente outros fatores não descritos como o ambiente em redor, idade e genética. O corpo deste animal é cinza claro, como a maior parte das neritinas e possui duas antenas com os olhos na sua base. O seu tamanho geralmente ronda entre os 1cm e os 1.5cm, fazendo lembrar os Clithon sp. Existem duas subespécies principais, que se diferenciam pela região onde vivem e, consequentemente, pelos teores de salinidade que encontram. A subespécie T. fluviatilis fluviatilis habita rios e lagos de água doce, apesar de aguentar até 1.5% de salinidade, enquanto que a subespécie T. fluviatilis littoralis habita águas com salinidade até 18%. Nenhuma das subespécies migra de água doce para salobra, ou vice-versa. Distribuição: Esta espécie distribui-se por quase toda a Europa até ao Oeste asiático, existindo nos rios portugueses. É a espécie do género Theodoxus com a distribuição mais ampla conhecida. Apesar de haver alguns locais do mundo, como por exemplo na Alemanha, onde a população se encontra em decréscimo devido à engenharia dos rios e poluição, felizmente é uma espécie que se encontra na categoria menos preocupante de conservação. Alimentação: A sua alimentação baseia-se principalmente em biofilme, algas verdes e diatomáceas que crescem nas rochas ou troncos submersos onde elas gostam de habitar. Não tocam nas plantas, de todo, nem é possível alimentar estes caracóis com vegetais fervidos, pelo que é recomendado colocar apenas em aquários já estabilizados com algum biofilme e algas nos vidros/rochas/troncos. Podem ver o trabalho delas numa rocha cheia de algas verdes na qual deixou o rasto por onde passou. Reprodução: Este caracol não é hermafrodita, apresentando indivíduos com ambos os sexos, mas não é fácil diferenciar entre os dois sexos a olho nu. As fêmeas depositam cápsulas calcificadas que contêm um grande número de ovos, no entanto, apenas um caracol se desenvolve e nasce do ovo, enquanto os outros embriões servem de alimento para este. Na minha experiência, as cápsulas de ovos são depositadas maioritariamente em fendas nas rochas e troncos, em volta das ventosas do termóstato e no silicone entre vidros. É raro encontrar ovos disseminados pelos vidros, parecendo que os pais procuram um local seguro para desovar. Um hábito engraçado que esta espécie apresenta é que muitas vezes os ovos são depositados nas carapaças de outros caracóis. O facto desta subespécie proveniente de água doce aguentar teores de salinidade até 1.5% poderia ser um indicador de que, tal como as suas primas usadas em aquariofilia, a reprodução destas depende de uma fase larvar em água salobra. Ora, NÃO É O CASO deste animal. Esta foi a principal razão pela qual achei a espécie tão interessante. Fazem o mesmo trabalho das neritinas comerciais, cabem nos lugares mais pequenos como os Clithon, mas não é preciso comprar caracóis de x em x tempo, porque é extremamente fácil de reproduzir. E digo isto, porque após ler o registo de um membro em 2008, decidi procurar pelos rios da minha zona por estes moluscos e neste momento já tenho juvenis nascidos no meu aquário. Aquário: Esta espécie é fácil de manter em parâmetros químicos ideais para outras neritinas: pH entre 7-8, kH e gH algo elevados - mas pelo que li podem sobreviver em águas mais ácidas se houver um controlo mais rigoroso da dureza da água. Aguentam temperaturas frias (habitam os nossos rios, como o rio Douro) e também aguentam até 25ºC em aquário. Para o desenvolvimento dos embriões é necessário pelo menos uma temperatura entre os 10-12ºC. O que está descrito é que as cápsulas demorem cerca de 30 dias a eclodir a 25ºC e 65 dias a eclodir a 20ºC, no entanto, a minha experiência foi de um bocadinho mais, cerca de 90 dias em 22ºC. Outra grande vantagem que estes animais têm, é que ao contrário das neritinas comerciais, estes não têm o mau hábito de sair do aquário para passear! Espero as vossas opiniões quanto a esta espécie e o potencial que ela tem para equipa de limpeza nos nossos aquários. Se tiverem algumas questões também o podem fazer! Referências: Abdallah, M. 2015. "Theodoxus fluviatilis" (On-line), Animal Diversity Web. Accessed December 19, 2020 at https://animaldiversity.org/accounts/Theodoxus_fluviatilis/ Wikipedia contributors. 2020. Theodoxus fluviatilis. In Wikipedia, The Free Encyclopedia. Accessed December 20, 2020 at https://en.wikipedia.org/wiki/Theodoxus_fluviatilis PS: Um obrigado ao user R.F.S.F. por me incentivar a criar este tópico e trocar algumas experiências comigo!4 points
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Update 20.12.2020 Finalmente consegui reunir o equipamento todo para a montagem e ontem foi o dia de por as mãos à obra e aqui deixo o resultado final depois de algumas horas bem passadas... Flora + Aquario: Cumprimentos.1 point
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Boas pessoal, Bem, após uma ausência mais prolongada, eis que há novidades aqui por estes lados. Quem acompanha este tópico irá lembrar-se que no substrato junto dos vidros tive um pequeno (pensava eu) episódio de Cyanobacteria, que pensei que tinha ficado resolvido com as famosas injeções de Seachem Excel nessas partes do substrato (isto após de ter queimado a montecarlo ,ao ponto de qualquer dia acho que vou ter que replantar o tapete, a deitar excel directamente nas plantas... enfim...erros crassos de novato). No meu ultimo post de 07/12, ainda nem tinha reparado pois não tinha nada no substrato junto dos vidros frontais, mas nas traseiras do aqua, a myriophyllum guyana estava lentamente a ficar completamente coberta com cyanobacteria, até ao ponto em que passados dois ou três dias, todas as plantas da traseira central estavam a ficar cobertas ao ponto da rotala Wallichi não conseguir "abrir" nos periodos de fotoperíodo. Devia ter tirado fotos dessa altura, mas sinceramente nem me lembrei de documentar o sucedido. Como já anteriormente tinha usado excel, pelos vistos sem sucesso, e como o tempo disponivel nas ultimas semanas não tem sido muito, pensei em fazer um blackout e acabar com a maldita bacteria. Ao ler os passos necessários para um blackout, reparei que não tinha nenhuma bomba de ar para oxigenar o aqua durante os 3 ou 4 dias de blackout e por isso essa ideia foi posta de lado. Ao passear por videos no youtube, dei de caras com algo sobre o qual já tinha lido e já me tinham aconselhado anteriormente... Água Oxigenada. Por acaso quando me surgiu inicialmente a cyano eu já tinha comprado uma água oxigenada 3%, mas nunca tinha utilizado. Como já estava a ver o caso mal parado e a hipótese blackout não era exequível, lá agarrei na seringa e toca de injectar água oxigenada no aqua em todas as zonas de plantas que estavam cobertas pela Cyano, no meio das plantas que já colavam com aquela gosma verde e no substrato junto do vidro traseiro. Como nem medi a quantidade de h2o2 que coloquei no aqua e apenas tentei não exceder o 1ml por 1 lt, ainda fiquei preocupado que no dia seguinte (sim, porque esta pancada deu-me antes de me ir deitar) ia ver algumas fatalidades no aqua, principalmente no que diz respeito aos caracóis e camarões. Tal não aconteceu. Na manhã seguinte as diferenças já eram muito notórias, as plantas já não estavam cobertas com a gosma verde, e os Otocinclus e os camarões estavam a fazer uma festa a comer os resquícios daquilo que era uma gosma verde que começava a sufocar as plantas (nota-se que a guyana está com um crescimento raquítico face à rotala sp green, e agora percebo o porquê). Basicamente o procedimento foi: 1 - desligar o filtro (pois pelo que dizem as bacterias nitrificantes desaparecem num instante caso não se faça isso em primeiro lugar) 1.1. - Retirar maior parte da Cyano das plantas através de TPA (não foi feito por já ser muito tarde) 2 - colocar algum tipo de bomba de circulação (no meu caso uma Oase Optimax 300) para dispersar a Água Oxigenada 3 - diminuir a luz no aqua 4 - pegar na seringa e injectar o H2o2 no substrato com cyano junto do vidro,no meu caso foi no traseiro pois nas laterais e na parte frontal não via nada, e injectei H2O2 nas plantas cobertas com cyano e no meio do matagal de rotalas, pois as plantas já colavam umas às outras. Tentei procurar no resto do aqua mais indicios de cyano e "pulverizei" com H2O2. 5 - esperei cerca de meia hora com o filtro e a luz desligados e com a bomba de circulação ligada para que o H2O2 circular no aqua 6 - liguei as luzes após esse período, pois é referido que o H2O2 se dissolve/perde eficácia mais rapidamente ao ser "atingido" com luz 7 - depois de cerca de 20 minutos com a luz ligada, voltei a ligar o filtro 7.1. - Realizar TPA (de novo não realizada por já estar cheio de sono) 8 - fui para a cama e fiz figas para que as coisas não descambassem Este procedimento já foi à cerca de uma semana e até agora tudo bem com as plantas e fauna, não sei se foi sorte de iniciante, mas agora resta aguardar e ver se a cyano não volta pois fiz novas alterações na circulação do aqua para tentar resolver o problema (também vou aumentar a fertilização com nitrogénio). O Skimmer eheim 350 vai servir só para limpar a água após podas de plantas e voltei a colocar um lily pipe inflow com skimmer integrado + bomba de circulação Oase Optimax 300 (que utilizei no tratamento H2O2) no canto traseiro direito, para ajudar no movimento circular da água, já que o tronco é bastante grande e em conjunto com as rotalas, bloqueia um pouco a circulação. Esperemos que isto resulte no não resurgimento da Cyano. Desculpem o testamento, e isto não serve como aconselhamento a ninguém para fazer o mesmo, mas sempre serve para registo daquilo que foi uma solução que surgiu face à impossibilidade do blackout, e que até agora deu bons resultados. Segue para aligeirar algumas fotos do estado do aqua à data de hoje (o lado direito do aqua finalmente está a ficar a gosto, embora não completamente. Onde a rotala sp green estava a definhar, a rotala rotundifolia está a portar-se mto bem).1 point
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Nome: Pomacea bridgesi Origem: Brasil (Sudeste) até Argentina Comp: 6 a 10cm pH: 6.5 a 7.5 Temp: 25 a 30º C Devem ser mantidos em águas de pH 6,5 a 7,5 e dureza média, ou seja, com compostos de cálcio dissolvidos. São excelentes comedores de algas, restos de comida e peixes mortos e outros caracóis. Colocam os ovos em locais húmidos mas nunca submersos, o aquário de reprodução deve ser tapado para manter o ar húmido. Esta espécie não é hermafrodita, necessitam formar um casal para a reprodução. Devido ao crescente interesse por estes lindos bichinhos decidi acrescentar o seguinte: Ampulárias: O seu comportamento, resistência, surpreendente capacidade de adaptação, e a importância das pomaceas em inúmeros ecossistemas – inclusive sistemas fechados como nossos aquários fazem despertar o a nossa curiosidade em relação a estes seres por vezes desprezados. As pomaceas são tidas como pragas em algumas regiões do mundo, como o grave caso da proliferação da Pomacea canaliculata no sudeste asiático. No entanto, sabe-se que todas as situações em que as pomaceas se tornam pragas foi devido a intervenção do homem na natureza. Todas as ampularias possuem algumas características em comum: -Sexo separado: ao contrário do que muitos pensam, as ampularias não são hermafroditas; mas a fêmea pode guardar o esperma do macho por um período de semanas ou meses. - Postura de ovos acima da coluna de água, - Respiração branquial e pulmonar; - Presença do opérculo; - Sifão respiratório. Um órgão localizado no lado esquerdo, mais precisamente no lóbulo nucal na entrada da concha da ampulária, que quando contraído forma um tubo flexível. Isso permite que as ampulárias possam renovar o ar de seus pulmões continuando submersas, o que tem alguma vantagem, visto que são muito vulneráveis fora de água. - Longos tentáculos labiais. Tendência a hábitos nocturnos As ampulárias são encontradas na natureza em lagos, pântanos das regiões tropicais, principalmente na América do Sul, América Central, centro-sul da África e sudeste asiático. Normalmente são águas com pouca correnteza e oxigenação, o que favoreceu o desenvolvimento do sifão respiratório e da respiração dupla. Como os habitats onde vivem as ampulárias se localizam em regiões com estações secas e chuvosas, os lagos podem secar, expondo as ampulárias à total ausência de água as ampulárias desenvolveram um opérculo córneo, feito principalmente de queratina, que permite que o animal permaneça com a concha firmemente fechada, evitando assim a perda excessiva de humidade. Enterra-se total ou parcialmente na lama e entra num estado de "hibernação", até que as condições melhorem. O opérculo também é muito útil para que a ampulária defenda-se de eventuais predadores. Uma das maneiras mais fáceis de identificar uma Pomacea é observando o longo sifão respiratório. O corpo das ampulárias do género Pomacea apresenta tentáculos cefálicos e labiais longos, além da característica mais significativa do género: a presença de um extenso sifão respiratório, que se estende por até 2 vezes e meia o comprimento do animal. O corpo pode apresentar colorações que variam do cinza claro ao amarelado, com ou sem pontos escuros. Pomacea bridgesi: A concha da P. bridgesi possui de 5 a 6 espirais bem pronunciados, a abertura da concha ovalada, mas a característica mais marcante - e a única que permite identificação externa - são os "encontros" entre as espirais formando ângulos de 90°, quando o animal é visto de cima, por exemplo. Outra característica que permite identificar a Pomacea bridgesi são os ovos . O tamanho varia de 2 a 3 mm e cada ninho contém de 200 a 900 ovos. A Pomacea bridgesi é uma das espécies mais comum em aquários, e sua popularidade é devido ao facto de ser a única ampulária comercializada que não se alimenta de folhas de plantas sadias, preferindo matéria orgânica vegetal e animal morta (folhas mortas e cadáveres de peixes), vegetais crus (alface, pepino, aipo, cenoura), algas (principalmente verdes e filamentosas), ração para peixes, etc. Uma P. bridgesi só irá alimentar-se de folhas sadias quando não houver nenhuma outra fonte de alimento. Pomacea canaliculata: Facilmente encontrada no Baixo Rio Amazonas e Bacia do Rio La Plata, seu habitat estende-se pela Bolívia, sudeste do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. É uma das ampularias juntamente com a Pomacea bridgesi mais facilmente encontrados em lojas de aquariófilia. Porém, a P. canaliculata é a responsável pela "má fama" das ampulárias e por várias experiências frustrantes de aquariófilistas mal informados que as mantiveram em aquários plantados. A P. canaliculata é muito semelhante à sua "prima" P. bridgesi, porém é uma voraz devoradora de plantas, arruinando todo o aquário plantado em poucos dias. A concha da P. canaliculata é robusta e pesada, apresentando pouca maleabilidade, especialmente em indivíduos mais velhos. Possui de 5 a 6 espirais unidos por uma sutura "profunda", como que "enterrada" na concha. Os encontros entre as espirais formam ângulos menores que 90º. Essa característica permite identificá-la exteriormente. O corpo pode ser amarelado, acizentado, castanho ou quase preto, com pontos amarelados no sifão, Os ovos também podem identificar a espécie, bem mais avermelhados que os da P. bridgesi, e um pouco maiores também: de 2.2 a 3.5 mm. O ninho pode conter de 200 a 600 ovos. Cuidados O aquário Pomaceas são animais rústicos e resistentes, não sendo tarefa difícil mantê-las saudáveis em boa parte dos aquários comunitários. Calcula-se cerca de 10-15 litros de água para cada ampulária de tamanho médio. É aconselhável que o aquário possua tampa para evitar "passeios" nocturnos, embora as ampularias possam resistir emersos por várias horas - ou dias. Uma coluna de ar de aproximadamente 5 cm entre a superfície da água e a tampa é necessária, caso contrário a pomacea não irá conseguir captar oxigênio do ar, e como sua respiração branquial é insuficiente, ela literalmente irá morrer afogada. Áreas de sombra são recomendáveis, embora ampulárias sejam absurdamente míopes,os seus olhos possuem capacidade de captação de luz e indivíduos albinos irão sentir-se mais confortáveis com regiões onde possam abrigar-se da claridade. O substrato deve ser preferencialmente arenoso, sem pontas/arestas afiadas que possam ferir o animal. O mesmo vale para pedras, troncos ou qualquer outra decoração presente no aquário. Não é recomendável manter ampulárias em aquários exclusivamente destinados à reprodução de peixes. Além de algumas espécies de peixes apresentarem um comportamento extremamente territorial/agressivo na época de reprodução (como boa parte dos ciclídeos), podendo ferir gravemente a pomacea, esta possui uma tendência a devorar ovos de peixes, chegando a dizimar uma ninhada inteira, sendo indiferente aos ataques dos pais cuja espécie não atinja grandes dimensões (Apistogramma sp., por exemplo). As Pomaceas convivem muito bem com a maioria dos peixes, sendo completamente inofensivas para com outros habitantes do aquário. Nos casos de incompatibilidade entre peixes e ampulárias, é sempre esta que sai em desvantagem. Alguns peixes podem desde "divertir-se" mordiscando os tentáculos das pomaceas, até arrancando pedaços do animal, acabando por matá-lo. Alguns peixes que podem atacar ampularídeos são: - Botia sp. - Tetraodon sp. - Alguns peixes-gato - Alguns ciclídeos africanos, como Pseudotropheus sp. e Melanochromis sp.; - Ciclídeos americanos de médio-grande porte (oscar) - Algumas espécies de Apistogramma sp. - Vários anabantídeos, como Betta sp. e Trichogaster sp. - Vários ciprinídeos, especialmente lábeos (Epalzeorhynchus sp. ), mas também , carpas e barbos. Parâmetros e qualidade da água As Pomaceas são animais surpreendentemente resistentes. Elas conseguem sobreviver em águas com níveis de poluição, amónia e nitritos praticamente absurdos, que a grande maioria dos peixes e invertebrados não conseguiria resistir por muito tempo. No entanto, as pomaceas não são "invencíveis", e podem vir a desenvolver doenças e morrer prematuramente se não forem mantidas em condições no mínimo respeitáveis para garantir sua qualidade de vida. Isso significa água limpa, manutenção regular, trocas parciais de água frequentes, estabilidade dos parâmetros, etc. As Ampularias necessitam de uma concentração de cálcio mínima para desenvolverem e manterem suas conchas saudáveis, caso contrário elas se tornam frágeis e quebradiças, levando o animal à morte. Há quem diga que pomaceas não sobrevivam em pH ácido, o que não é totalmente verdade, já que o responsável pela concentração de cálcio é o GH (dureza geral), que pouco tem relação com o pH. Porém um GH alto é relativamente raro em águas ácidas, ocorrendo muito mais frequentemente em águas alcalinas, consequentemente, na maioria das vezes ampulárias conseguem viver melhor em águas alcalinas. De qualquer forma, pomaceas conseguem tolerar uma faixa de pH entre 6.5 a 8.8, sendo mais recomendável uma faixa de pH tendendo a neutro (7.0). O parâmetro mais importante para as ampulárias sem dúvida é a temperatura. É a responsável pela actividade metabólica, reprodutiva, desova, velocidade de crescimento e do ciclo de vida. Embora as pomaceas sejam bastante tolerantes a variações bruscas, temperaturas extremas podem matá-las em questão de horas. No caso da Pomacea canaliculata e P. bridgesi, temperaturas acima de 32° são potencialmente fatais; sobrevivem de 15-20 dias em 0°C, 2 dias em -3°C e não mais que 6 horas em -6°C. Entretanto, a temperatura ideal para manter ampulárias é na faixa entre 24 e 28°C. Em temperaturas mais baixas (24-25°C), os movimentos graciosos das ampulárias não serão tão frequentemente observados, a actividade sexual ficará bastante reduzida ou quase nula; por outro lado, sua expectativa de vida será notavelmente aumentada (para quatro anos ou mais), ela se alimentará menos, e consequentemente defecará menos. Temperaturas mais altas (27-28°C) aumentam o metabolismo consequentemente a actividade, apetite e actividade reprodutiva das ampularias. Por outro lado, ela defecará bastante e terá seu tempo de vida bastante reduzido, de 4 anos para cerca de um ano. A variedade na alimentação é muito mais importante que a quantidade. Quase todas as pomaceas preferem as algas verdes e filamentosas, entretanto, a maioria aprecia também comer plantas aquáticas vivas, com exceção da Pomacea bridgesi, que só irá se alimentar de folhas sadias se não houver nenhuma outra fonte de alimento. Devido a essa característica, a Pomacea bridgesi é amplamente utilizada no combate à algas em aquários plantados. Texto: Miguel Angelo Fotos: Miguel Angelo1 point
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Boas, Este tópico pretende agrupar todas as fichas de caracóis, actualmente existentes no fórum. Para aceder a cada uma das fichas, basta clicar em cima da imagem da espécie pretendida. CARACÓIS1 point
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Nome cientifico - Clithon Sp. (Diadema) Souleyetana Nome comum - Neritina bumble bee; "Crown Nerite" Descrição - Clithon Sp. é uma espécie de caracol aquático extremamente bonito sendo os "corninhos" da sua casca algo que salta à vista de qualquer um. A nível de coloração existe uma ampla gama, do amarelo ao negro, passando por castanhos e laranjas. O seu tamanho máximo ronda 1.5cm não tendo em conta os ditos "corninhos" e o seu corpo é escuro, parecido com o das Neritinas Natalensis. Aqui estão presentes duas colorações distintas. Uma amarela clara, quase sem listas negras e outra alaranjada com listas negras bem visiveis. Alimentam-se maioritariamente de algas (incluindo filamentosas e castanhas) mas aceitam também flocos, pellets, spirulina ou vegetais fervidos, e não danificam as plantas (pelo menos que eu tenha percebido até agora). Diferenças sexuais não são visíveis, pelo menos a olho nu. No entanto não é um molusco hermafrodita, havendo assim distinção entre sexos. Origem - Ilhas Salomão, Ilhas Fiji, Filipinas, algumas ilhas da Indonésia e mais algumas zonas do Indico-Pacifico. Imagem adaptada de Aquariofilia.net - "Neritina Natalensis" por: Marc Um rio na ilha de Viti Levu (Ilhas Fiji), já muito perto da sua foz. Aqui se pode ver um pouco de como é o habitat natural dos Clithon (Imagem retirada de wikipedia.com). Reprodução - A reprodução é difícil e muito parecida à das Neritinas Natalensis, sendo também necessária a água salobra. Em cativeiro ainda não foi conseguida, ou pelo menos que se encontrem registos de tal feito. No entanto num site polaco há afirmações de os ovos desta espécie serem roxos. Habitat natural – Adapta-se tanto à água doce como à salobra. Contudo, existem mais relatos de serem provenientes de águas salobras pois são frequentemente encontradas na foz dos rios. Na época das chuvas essa zona fica maioritariamente com água doce. Aquário - É um animal fácil de manter em cativeiro, desde que estejam reunidas as condições mínimas. O pH ideal será entre 6.5 e 7.5, kH e gH elevados e temperaturas entre 22-26ºC, embora aguentem uma maior amplitude (20-28ºC). É um caracol diurno, notando-se uma especial predilecção por troncos e tendo em conta outras espécies de caracóis, pode-se dizer que estes são sensivelmente rápidos. Sobrevivem fora de água durante horas devido a uma “tampa” que fecha a concha (Opérculo?!?!?) Particularidade - Está há algum tempo para ser reclassificada como Clithon Flavovirens. Texto: Tiago Sá Fotos: Marc, Tiago Sá1 point
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Nome popular: Melanóide Nome científico: Melanoides sp. Origem: Todas as regiões tropicais Sociabilidade: grupo Comportamento: pacífico pH: 6.4 a 7.4 Temperatura: 27 a 30º C Tamanho adulto: 3 cm Os caracóis do género melanoides, apesar de se reproduzirem rapidamente, são óptimos principalmente para habitar aquários plantados. O hábito de se enterrar facilita a oxigenação do substrato e o seu hábito detritívoro ajuda a evitar acumulação de ração sobre plantas aquáticas e substrato. O seu único inconveniente é a rápida proliferação (pelo facto de ser vivíparo), sendo portanto importante remover algumas quantidades de vez em quando. Os filhotes esmagados são muito apreciados por ciclídeos amazónicos, além de ser uma boa fonte de proteínas. A espécie mais comum é Melanoides tuberculatus Texto: Miguel Angelo Fotos: Miguel Angelo1 point
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Nome científico: Neritina natalensis (Reeve, 1845) Nome comum: Neritina Zebra, Neritina Zig-Zag Família: Neritinidae Descrição: Neritina natalensis é uma linda espécie de caracol aquático com uma casca castanha clara marcada com riscas pretas num padrão interessante. No meu entender, o padrão pode diferir conforme a variante geográfica desta espécie de caracol, mas não encontrei confirmação desta minha suposição. O Corpo da neritina é cinzento com riscas negras em volta de todo o animal. O tamanho destes caramujos adultos ronda os 2cm em que o corpo é praticamente todo protegido pela casota deixando apenas as antenas de fora. Alimentam-se quase exclusivamente de algas e não danificam as plantas tornando-se animais muito atractivos para aquários plantados. Este não é um molusco Hermafrodita, existe distinção entre sexos, mas a olho nu o sexo é difícil ou impossível de determinar. As minhas fêmeas são maiores que os machos, mas não sei se isto é regra geral ou se os machos são mais novos. Reprodução: A reprodução de Neritina natalensis é notoriamente difícil e eu apenas conheço um relato de reprodução bem sucedida em cativeiro de “raresnail”, membro em www.applesnail.net. Ele descreve ter usado argila africana rica em ferro numa base de areia no aquário de reprodução que as neritinas comiam antes de pôr ovos. Explica também que as larvas são difíceis de manter porque não se alimentam de algas como os adultos. Ele teve sucesso na alimentação das larvas com spirulina. Mas o relato dele é incompleto e não refere a salinidade da água. Pela minha experiência o macho monta a carapaça da fêmea e enfia o seu órgão sexual em forma de tromba, dentro da casa da fêmea receptiva, assim fecunda os ovos que ela cola em superfícies duras, preferencialmente madeira ou vidro, depois de as limpar cuidadosamente. Põem muitos ovos soltos pequenos e brancos por todo o aquário. Estes ovos ficam gradualmente mais amarelos e acabam por desaparecer sem que eu veja larvas nenhumas. Dois machos as cavalitas a uma fêmea enquanto ela limpa o local de postura. Ovos: Um RedCherry ao pé de ovos de neritina. Há especulações interessantes sobre o estado de larva deste caramujo que o comparam as larvas dos mexilhões que se agarram a guelras de peixes sem os prejudicar para se alimentar de plâncton. Não creio que seja este o caso, mas acho interessante referir isso para exemplificar o quão pouco sabemos da reprodução de Neritinas. Origem: África do Sul. Devido ao nome “Natalensis” há muita gente que associa este animal a Região de Natal no Brasil, quando na realidade o nome se refere ao distrito sul-africano de KwaZulu-Natal onde o Rio Tugela é considerado o berço desta espécie de neritina. Habitat natural: Como este molusco se adapta perfeitamente a água doce como a água salobra há muitas especulações sobre o meio preferido dele. O que me parece mais lógico, dado que é encontrado na foz do rio Tugela, é que a neritina vive em água salobra durante a maior parte do ano e em período de cheias a água da foz fica predominantemente doce. A neritina estaria portanto adaptada a essa mudança sazonal de salinidade. As neritinas passam facilmente longos períodos fora de água. E passam por períodos de hibernação em que se enterram em areia ou lama. O Rio Tugela – O Habitat natural de Neritina natalensis. A imagem foi tirada de en.wikipedia.org. No Aquário: É extremamente fácil manter este animal resistente em praticamente qualquer tipo de aquário em bom estado. O ideal, no entanto seria um pH entre 7 e 8, uma temperatura entre 22 e 27ºC e kH e gH elevados. Estes caramujos são mais activos durante a noite e se o aquário não estiver tapado é possível que passeiem pela casa. Há diversos relatos de Neritinas que foram encontrados a uns bons metros do aquário e eu próprio já apanhei os meus a caminho da cozinha para buscar uma folhinha fresca de alface, mas se estiverem satisfeitas com a qualidade da água no aquário não devem dar passeios para fora da água. Em suma, aconselho estes caracóis que são uma excelente arma contra algas, não danificam plantas e são muito bonitos. Pessoalmente gostaria de os reproduzir, mas infelizmente tenho o pH muito baixo para isso e se calhar era capaz de precisar de ter água salobra. O gosto que as minha neritinas têm de se enterrar torna-se um bocado chato quando decidem entrar debaixo do meu tapete de Hemianthus callitrichoides ”Cuba” desenterrando-o. Texto: Marc Fotos: Marc1 point