Vou citar o que você escreveu: “Aprendi que (...) deveria comprar aos poucos e estudando as suas compatibilidades”. Então, se aprendeu isso, porque não estudou as compatibilidades das espécies?! Lamento, mas o que se constata no seu relato é que tem vindo a cometer uma série de disparates e que continua a fazê-los. Deixe-me lá tentar ajudá-lo a clarificar por pontos o que é que na aquariofilia se deve entender por “compatibilidade”: 1) Comecemos por definir o tipo de meio ambiente que queremos criar, se é um aquário de água dura e alcalina, se a água vai ser macia e ácida, enfim, os parâmetros-chave do meio ambiente. É que o bem-estar de qualquer espécie implica que as condições do meio ambiente em que ele vai estar se coadunem com as respectivas necessidades específicas, com a sua fisiologia, que foi fruto de adaptação ao seu ambiente de origem. Caso contrário, teremos logo aí uma situação clara de “incompatibilidade”. Tendo em conta toda a salganhada de espécies de ciclīdeos que você juntou, uns de águas bastante duras e com pH elevado (os parâmetros indicados para a maior parte dos ciclídeos mesoamericanos), outras de águas neutras e com uma dureza relativa e ainda de outros com águas ácidas, bem como o facto de juntar espécies da América do Sul, da América Central e da África Ocidental, não há logo aí “compatibilidade” nenhuma...; 2) Por outro lado, também temos de planear as coisas tendo em conta as dimensões que as diversas espécies atingem na fase adulta. Na Natureza até podem coexistir, mas ocupam nichos muito distintos nos respectivos biótopos, podem até ser concorrentes na cadeia alimentar mas não colidirem entre si. Já num aquário, que é um ambiente fechado, o desfecho mais comum é uns (os mais pequenos) a servirem de alimento aos outros (os maiores) mais cedo ou mais tarde, sendo que a espécie dominante vai também submeter as outras a um “stress” permanente que pode facilmente abrir espaço para problemas de saúde que, também mais cedo ou mais tarde, podem desequilibrar-lhe a saúde de todos os habitantes do sistema; 3) Vamos agora falar das compatibilidades entre os indivíduos das diversas espécies, sendo que aí temos sempre de ver que há diferenças entre as compatibilidades intraespecíficas (dentro da mesma espécie) e as interespecíficas (entre as distintas espécies). Ora isso exige um estudo muito aprofundado de cada uma das espécies que queremos manter. Conclusão: pelo que você mesmo escreveu, tem feito muito mal o “trabalho de casa” desde o início (e continua). Se quiser, procure-me no Facebook (o meu endereço é https://m.facebook.com/jgmoreira), envie-me uma mensagem para trocarmos de telefones e eu ajudo-o a organizar as ideias para conseguir melhorar substancialmente o seu planeamento. Porque pelo que contou no seu texto, só concluímos que fez montes de disparates. Lamento, mas não consigo pôr as coisas de outra forma. Vá lá, entre em contacto comigo que nós estamos aqui é para ajudar o pessoal, não para darmos “descascas” uns aos outros. E pode ficar tranquilo que eu mantenho e crio (ou já mantive e criei) todas as espécies de ciclídeos que você referiu. Cumprimentos, José Guilherme Moreira