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Showing content with the highest reputation on 09/15/18 Em todas as areas

  1. Desde que ando por esta vida dos aquários, e mais em particular pelo Aquascaping, as discussões acerca do que é o Scaping, se é compatível ou não com outras áreas como os Biótipos, ou mesmo onde começa ou acaba. Muitos gostam do resultado, da foto, do fim! Pessoalmente gosto do processo, da criação e da forma como se consegue chegar a uma altura em que decidimos que é o fim, O PONTO! A verdade é que é das áreas mais complexas e mais técnicas, e um desafio extremo quando se tenta chegar a um patamar de excelência, pois aquilo que temos de dominar, vai muito para alem dos conceitos de Aquariofilia. Ficam aqui algumas coisas para discutirmos, para percebermos, ou mesmo colocarmos em causa. Existem muitos mitos, tabus e duvidas acerca do aquascaping. A primeira de todas é que o aquascaping é por vezes visto apenas como uma atividade com pouco respeito pela fauna e apenas se preocupa com a flora. Outra “certeza” é que está apenas ao alcance de alguém com muita possibilidade de investimento, porque tem de ser “high tech”. Existe também a convicção que os aquascapers são uma tribo especial porque se acham dominadores de uma” prova rainha”. PURO ENGANO!!! Afinal de contas, o que é o aquascaping? Through building and maintaining beautiful nature aquarium people re-learn the intricate connections between forms of life, plants, fish, microorganism and humans. Riches and beauty come from harmony, from balance. Aquarium are great teachers of this truth — Takashi Amano Aquascaping é um termo que usamos para descrever a construção e a decoração de um layout de uma forma que satisfaça a nossa própria perceção do que é esteticamente agradável! Sim, a perceção do que é esteticamente agradável! O que é agradável a uns, é o para todos? Muitas das vezes! Existe forma de manipular essa perceção? Há! Mas já la vamos! Muito do debate acerca do aquascaping feita por gente “de fora”, é que 'o que é para mim aquascaping para ti não o é'! O que é errado. A partir do momento que colocamos hardscape num aquário (independentemente do uso que lhe vamos dar, ao aquário), temos sempre uma tendência (mesmo que menor) de colocarmos isso agradável aos nossos olhos. Afinal de contas, ninguém quer um aquário feio, nem que seja para criação!!!! Essa tendência de agradarmos aos nossos “olhos”, e o facto de colocarmos um tronco ou uma pedra, ou mesmo um substrato num aquário, de forma mais ou menos cuidada, e mesmo que feita de forma inconsciente, é um trabalho de aquascaping! Sim, todos temos dentro de nós um aquascaper em potência! Como referi em cima, existem sim formas de “enganarmos” ou “manipularmos” a perceção do que é bonito. Os olhos captam uma informação que o cérebro pode entender de formas diferentes. Imaginem um aquário vazio. Imaginem agora uma pedra dentro desse aquário. A mesma pedra dentro do mesmo aquário, dependendo da forma como está colocada ou a sua posição dentro do mesmo, faz mudar a nossa perceção estética sobre a mesma composição. Isto é estranho (é a mesma pedra e o mesmo aquário) mas não é por acaso! Isto acontece porque os “nossos olhos” são sensíveis a várias regras (as regras que os aquascapers tentam seguir): (a partir de agora vamos chamar à disposição do que está dentro do aquário de layout ou composição. Chamaremos também as pedras e troncos que pomos lá dentro de hardscape) 1. Regra dos Terços, Regra da Espiral Dourada e dos Triângulos Dourados A Regra do Terços consiste em dividir o aquário em 9 partes iguais através de duas linhas horizontais e duas verticais equidistantes. A intersecção entre si cria 4 “pontos de força”, e é nesses locais imaginários que devemos colocar o foco da nossa atenção (ponto focal). As linhas devem também ser referência para as proporções estéticas (falaremos mais à frente). Ou seja, é nesses pontos, que devemos colocar no nosso layout aquilo que mais queremos dar força ou salientar. Fig 1 Em fotografia, esta regra é importantíssima. Muitos nunca repararam, mas as grandes fotografias de retrato, normalmente colocam os olhos ao nível da linha dos terços superiores. Já se é uma foto com a linha do horizonte, esta linha é colocada no terço superior ou inferior, caso queiramos dar destaque ao solo ou ao céu, nunca a meio da fotografia. A Regra da Espiral Dourada é a base inspiratória para a regra dos terços (dito de uma forma mais ligeira). Vai uma lição de matemática? (o meu professor de matemática disse que eu ia aturar matemática até ao tumulo, desconfio que tem razão) Sequência de Fibonacci, estão familiarizados com ela? Provavelmente quem estuda arquitetura, fotografia ou outras artes, sabe do que falo. Para os restantes passo a explicar: A sequência de Fibonacci é 0 1 1 2 3 5 8 13 21 etc… ou seja, o numero seguinte é a soma dos dois anteriores. Ou, explicando de outra maneira, dividir um numero pelo seu antecessor na sequência, dá resultado é igual ao “numero de ouro” 1,6180339887. A esta média entre os números que compõem a sequência dá-se o nome de média dourada (curiosidade). Até aqui, esta explicação nada ajuda, certo? Mas e se eu disser que uma das expressões visuais da média dourada é uma espiral? Fig 2 Se disser que toda esta complexidade matemática se expressa em algo tão simples como serem as proporções que nos agradam porque são as que existem na natureza? Onde? Nas conchas da maioria dos gastrópodes, na disposição das sementes nas flores, etc… Curioso? Não! Fig 3 O nosso cérebro está “formatado” para gostar da maioria das criações da natureza (não, isto não tem significado religioso nenhum. Apenas científico). Assim, o aquascaper, deverá colocar o ponto focal, o centro da nossa atenção, precisamente no centro da espiral! A espiral não é mais do que a representação visual das “Medidas Perfeitas”. A Regra dos Triângulos Dourados, propõe que o layout seja dividido numa série de triângulos, cujas proporções obedecem escrupulosamente às descritas nas regras anteriores. Esta regra pode ser expressa se traçarem uma recta imaginaria diagonal que una dois cantos de um rectangulo dourado. Depois basta traçar linhas perpendiculares que unam essa diagonal aos dois restantes cantos do aquario. Formam-se assim, 4 triangulos dourados Fig 4 Estas regras, não são usadas apenas por nós. Aliás, não fazemos mais do que também reproduzir estas regras usadas na Arquitectura, Fotografia, Design, etc… Ficam alguns exemplos: Fig 4 Fig 5 Fig 7 Fig 8 Fig 9 Fig 10 Fig 11 Fig 12 Fig 13 2. A Proporção A proporção fala-nos dos tamanhos e da perceção que temos acerca do que vemos. Uma pedra de 20 cms pode PARECER grande ou pequena, consoante o que está ao seu lado. O mesmo acontece com plantas, peixes, pormenores, etc.. não é por acaso, que os aquascapers procuram, a fim de uma maior noção de escala, colocar plantas de folha grande à frente e de folhas pequenas atrás. Outra dica é colocar pedras grandes e com detalhes pronunciados à frente e pequenas e sem relevos atrás. Estas simples regras fazem parecer que o aquário tem maior profundidade (distancia entre o vidro da frente e o de trás) do que realmente tem. Outra dica é colocar o que está na traseira do aquário mais alto do que está na frente. Isso tem a ver com a noção de perspetiva. Quando olhamos para certos aquários, parece que têm vários metros desde o vidro da frente ao vidro de trás. Essa perceção errada (a de que o aquário tem vários metros de profundidade) é dada pela profundidade que a escala, a proporção e a perspetiva nos dão! (entendem como conseguimos “enganar” o cérebro através dos olhos?) 3. Ponto Focal O que é o ponto focal? Afastem-se do vosso aquário. Uns bons 4 a 5 metros para trás. Abram e fechem os olhos repetidamente e devagar. Reparam que há sempre algo a que os vossos olhos se prendem de forma inconsciente? Pois bem, esse é o ponto focal. Bons aquários têm um ponto focal definido. Os aquários que não o têm são “cansativos” à vista pois o cérebro procura algo que prenda a sua atenção. Isso também faz com que o cérebro decida “se gosta ou não” do aquário (ou do que vê)! Quanto mais o ponto focal se aproximar do centro da espiral ou dos terços (falados anteriormente), melhor será a apreciação do nosso cérebro! (continuam a achar que aquilo que gostamos numa imagem, seja numa foto ou aquário, é controlado por nós?) Como criamos pontos focais? Bom, não é difícil. Depende de vários factores, como: Posicionamento, Profundidade de Campo, Luminosidade, Cor, Tamanho, Forma & Textura. O posicionamento refere-se à proximidade com a regras dos terços. Quanto mais perto de lá estiver, mais perto será o nosso ponto focal. A Profundidade de Campo refere-se à tendência que temos para olhar o que está mais perto com prejuízo ao que está mais longe, mesmo que imediatamente atrás. A Luminosidade, refere-se obviamente ao facto de olharmos para o que está mais iluminado. A cor idem. Temos tendência para dirigirmos a atenção para a cor mais berrante, diferenciada e mais forte. O mesmo facto para o Tamanho. Quanto maior, mais apelativo. No que diz respeito às Texturas e Formas, o que nos prende a atenção é a dissonância (a forma como se destaca do ambiente em redor, como os veios das pedras ou saliências dos troncos). Quando combinados estes parâmetros podemos criar um grande ponto focal, ou mesmo vários pontos focais (desde que não igualmente atrativos). Uma das grandes riquezas e dificuldades do aquascaper é criar uma ligação óptica entre pontos focais, de modo que os olhos percorram uma direção no aquario ditada por esses pontos focais. O olhar iniciará no ponto focal principal, percorrendo de seguida para o segundo, terceiro e assim sucessivamente! Fig 14 Normalmente olhamos para as coisas de cima para baixo e da esquerda para a direita. No aquário, pode ou não ser assim! O facto de o cérebro seguir estas diretrizes também faz com que estabeleça a sua sentença: Gosto/Não Gosto! (ainda acham que o gosto por um aquário não tem nada de científico?) Percebendo estes 3 pontos principais, a Regra dos Terços, Proporção e Ponto Focal, percebemos o verdadeiro desafio que o aquascaper tem para montar um aquário. Muitos demoram a fazer o layout vários dias ou até semanas. Com o aquário vazio (sem agua e sem plantas), mete-se apenas o substrato e o hardscape. Monta-se, fotografa-se e vê-se! Muitas vezes o hardscape é mudado varias vezes até ao resultado final. A maior parte das vezes é um processo solitário onde o scaper monta o layout, e a fim de não viciar os olhos, faz períodos (horas ou dias) em que não olha para o layout. Para muitos, é também um processo criativo conjunto. Pedem-se informações a amigos (se queremos críticas é a eles que perguntamos. A para dizer bem perguntamos à nossa mãe), a fim de outros olhos verem o que não vemos. Confesso que a maior riqueza para mim é nesta fase, a da criação, do crescimento e maturação do layout (as duas ultimas já depois de estar com agua). Por fim, percebe-se que a o facto de gostarmos por vezes de um layout não depende do famoso “gosto pessoal”. Se colocarmos um barco de plástico dentro de um aquário, podemos dizer se gostamos ou não dele, pois isso é subjetivo. Mas a forma como o colocamos, o enquadramento, o lugar, etc, vai fazer com que gostemos mais ou não, e isso não é subjetivo, é objetivo! Parte da informação retirada de, FOTOGRAFIA Luz, Exposição, Composição, Equipamento, Joel Santos, 2011 Fig 1 - Filipe Oliveira Fig 4 - The Green Machine Restantes Figs - Retiradas da web
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  2. Mais uma classificação apurada, desta vez no IAAC:
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  3. Não...vou estar sentado no sofá, com um copo de vinho na mão ( ou um mini) a dizer essa pedra um pouquinho mais para a direita!!!! Esse planta fica melhor lá atrás... 😅😅😅😅😅😅😅
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  4. "a ver o pessoal" na verdade significa que vais andar a carregar aquários, caixas com pedras e troncos, sacas de substratos, limpar, arrumar, partir pedra e serrar troncos, colar os dedos uns aos outros e preparar as plantas para os concorrentes, certo???? 🙂
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