André Silvestre Publicado Outubro 10, 2007 Publicado Outubro 10, 2007 (editado) Nome: Pomacea bridgesi Origem: Brasil (Sudeste) até Argentina Comp: 6 a 10cm pH: 6.5 a 7.5 Temp: 25 a 30º C Devem ser mantidos em águas de pH 6,5 a 7,5 e dureza média, ou seja, com compostos de cálcio dissolvidos. São excelentes comedores de algas, restos de comida e peixes mortos e outros caracóis. Colocam os ovos em locais húmidos mas nunca submersos, o aquário de reprodução deve ser tapado para manter o ar húmido. Esta espécie não é hermafrodita, necessitam formar um casal para a reprodução. Devido ao crescente interesse por estes lindos bichinhos decidi acrescentar o seguinte: Ampulárias: O seu comportamento, resistência, surpreendente capacidade de adaptação, e a importância das pomaceas em inúmeros ecossistemas – inclusive sistemas fechados como nossos aquários fazem despertar o a nossa curiosidade em relação a estes seres por vezes desprezados. As pomaceas são tidas como pragas em algumas regiões do mundo, como o grave caso da proliferação da Pomacea canaliculata no sudeste asiático. No entanto, sabe-se que todas as situações em que as pomaceas se tornam pragas foi devido a intervenção do homem na natureza. Todas as ampularias possuem algumas características em comum: -Sexo separado: ao contrário do que muitos pensam, as ampularias não são hermafroditas; mas a fêmea pode guardar o esperma do macho por um período de semanas ou meses. - Postura de ovos acima da coluna de água, - Respiração branquial e pulmonar; - Presença do opérculo; - Sifão respiratório. Um órgão localizado no lado esquerdo, mais precisamente no lóbulo nucal na entrada da concha da ampulária, que quando contraído forma um tubo flexível. Isso permite que as ampulárias possam renovar o ar de seus pulmões continuando submersas, o que tem alguma vantagem, visto que são muito vulneráveis fora de água. - Longos tentáculos labiais. Tendência a hábitos nocturnos As ampulárias são encontradas na natureza em lagos, pântanos das regiões tropicais, principalmente na América do Sul, América Central, centro-sul da África e sudeste asiático. Normalmente são águas com pouca correnteza e oxigenação, o que favoreceu o desenvolvimento do sifão respiratório e da respiração dupla. Como os habitats onde vivem as ampulárias se localizam em regiões com estações secas e chuvosas, os lagos podem secar, expondo as ampulárias à total ausência de água as ampulárias desenvolveram um opérculo córneo, feito principalmente de queratina, que permite que o animal permaneça com a concha firmemente fechada, evitando assim a perda excessiva de humidade. Enterra-se total ou parcialmente na lama e entra num estado de "hibernação", até que as condições melhorem. O opérculo também é muito útil para que a ampulária defenda-se de eventuais predadores. Uma das maneiras mais fáceis de identificar uma Pomacea é observando o longo sifão respiratório. O corpo das ampulárias do género Pomacea apresenta tentáculos cefálicos e labiais longos, além da característica mais significativa do género: a presença de um extenso sifão respiratório, que se estende por até 2 vezes e meia o comprimento do animal. O corpo pode apresentar colorações que variam do cinza claro ao amarelado, com ou sem pontos escuros. Pomacea bridgesi: A concha da P. bridgesi possui de 5 a 6 espirais bem pronunciados, a abertura da concha ovalada, mas a característica mais marcante - e a única que permite identificação externa - são os "encontros" entre as espirais formando ângulos de 90°, quando o animal é visto de cima, por exemplo. Outra característica que permite identificar a Pomacea bridgesi são os ovos . O tamanho varia de 2 a 3 mm e cada ninho contém de 200 a 900 ovos. A Pomacea bridgesi é uma das espécies mais comum em aquários, e sua popularidade é devido ao facto de ser a única ampulária comercializada que não se alimenta de folhas de plantas sadias, preferindo matéria orgânica vegetal e animal morta (folhas mortas e cadáveres de peixes), vegetais crus (alface, pepino, aipo, cenoura), algas (principalmente verdes e filamentosas), ração para peixes, etc. Uma P. bridgesi só irá alimentar-se de folhas sadias quando não houver nenhuma outra fonte de alimento. Pomacea canaliculata: Facilmente encontrada no Baixo Rio Amazonas e Bacia do Rio La Plata, seu habitat estende-se pela Bolívia, sudeste do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. É uma das ampularias juntamente com a Pomacea bridgesi mais facilmente encontrados em lojas de aquariófilia. Porém, a P. canaliculata é a responsável pela "má fama" das ampulárias e por várias experiências frustrantes de aquariófilistas mal informados que as mantiveram em aquários plantados. A P. canaliculata é muito semelhante à sua "prima" P. bridgesi, porém é uma voraz devoradora de plantas, arruinando todo o aquário plantado em poucos dias. A concha da P. canaliculata é robusta e pesada, apresentando pouca maleabilidade, especialmente em indivíduos mais velhos. Possui de 5 a 6 espirais unidos por uma sutura "profunda", como que "enterrada" na concha. Os encontros entre as espirais formam ângulos menores que 90º. Essa característica permite identificá-la exteriormente. O corpo pode ser amarelado, acizentado, castanho ou quase preto, com pontos amarelados no sifão, Os ovos também podem identificar a espécie, bem mais avermelhados que os da P. bridgesi, e um pouco maiores também: de 2.2 a 3.5 mm. O ninho pode conter de 200 a 600 ovos. Cuidados O aquário Pomaceas são animais rústicos e resistentes, não sendo tarefa difícil mantê-las saudáveis em boa parte dos aquários comunitários. Calcula-se cerca de 10-15 litros de água para cada ampulária de tamanho médio. É aconselhável que o aquário possua tampa para evitar "passeios" nocturnos, embora as ampularias possam resistir emersos por várias horas - ou dias. Uma coluna de ar de aproximadamente 5 cm entre a superfície da água e a tampa é necessária, caso contrário a pomacea não irá conseguir captar oxigênio do ar, e como sua respiração branquial é insuficiente, ela literalmente irá morrer afogada. Áreas de sombra são recomendáveis, embora ampulárias sejam absurdamente míopes,os seus olhos possuem capacidade de captação de luz e indivíduos albinos irão sentir-se mais confortáveis com regiões onde possam abrigar-se da claridade. O substrato deve ser preferencialmente arenoso, sem pontas/arestas afiadas que possam ferir o animal. O mesmo vale para pedras, troncos ou qualquer outra decoração presente no aquário. Não é recomendável manter ampulárias em aquários exclusivamente destinados à reprodução de peixes. Além de algumas espécies de peixes apresentarem um comportamento extremamente territorial/agressivo na época de reprodução (como boa parte dos ciclídeos), podendo ferir gravemente a pomacea, esta possui uma tendência a devorar ovos de peixes, chegando a dizimar uma ninhada inteira, sendo indiferente aos ataques dos pais cuja espécie não atinja grandes dimensões (Apistogramma sp., por exemplo). As Pomaceas convivem muito bem com a maioria dos peixes, sendo completamente inofensivas para com outros habitantes do aquário. Nos casos de incompatibilidade entre peixes e ampulárias, é sempre esta que sai em desvantagem. Alguns peixes podem desde "divertir-se" mordiscando os tentáculos das pomaceas, até arrancando pedaços do animal, acabando por matá-lo. Alguns peixes que podem atacar ampularídeos são: - Botia sp. - Tetraodon sp. - Alguns peixes-gato - Alguns ciclídeos africanos, como Pseudotropheus sp. e Melanochromis sp.; - Ciclídeos americanos de médio-grande porte (oscar) - Algumas espécies de Apistogramma sp. - Vários anabantídeos, como Betta sp. e Trichogaster sp. - Vários ciprinídeos, especialmente lábeos (Epalzeorhynchus sp. ), mas também , carpas e barbos. Parâmetros e qualidade da água As Pomaceas são animais surpreendentemente resistentes. Elas conseguem sobreviver em águas com níveis de poluição, amónia e nitritos praticamente absurdos, que a grande maioria dos peixes e invertebrados não conseguiria resistir por muito tempo. No entanto, as pomaceas não são "invencíveis", e podem vir a desenvolver doenças e morrer prematuramente se não forem mantidas em condições no mínimo respeitáveis para garantir sua qualidade de vida. Isso significa água limpa, manutenção regular, trocas parciais de água frequentes, estabilidade dos parâmetros, etc. As Ampularias necessitam de uma concentração de cálcio mínima para desenvolverem e manterem suas conchas saudáveis, caso contrário elas se tornam frágeis e quebradiças, levando o animal à morte. Há quem diga que pomaceas não sobrevivam em pH ácido, o que não é totalmente verdade, já que o responsável pela concentração de cálcio é o GH (dureza geral), que pouco tem relação com o pH. Porém um GH alto é relativamente raro em águas ácidas, ocorrendo muito mais frequentemente em águas alcalinas, consequentemente, na maioria das vezes ampulárias conseguem viver melhor em águas alcalinas. De qualquer forma, pomaceas conseguem tolerar uma faixa de pH entre 6.5 a 8.8, sendo mais recomendável uma faixa de pH tendendo a neutro (7.0). O parâmetro mais importante para as ampulárias sem dúvida é a temperatura. É a responsável pela actividade metabólica, reprodutiva, desova, velocidade de crescimento e do ciclo de vida. Embora as pomaceas sejam bastante tolerantes a variações bruscas, temperaturas extremas podem matá-las em questão de horas. No caso da Pomacea canaliculata e P. bridgesi, temperaturas acima de 32° são potencialmente fatais; sobrevivem de 15-20 dias em 0°C, 2 dias em -3°C e não mais que 6 horas em -6°C. Entretanto, a temperatura ideal para manter ampulárias é na faixa entre 24 e 28°C. Em temperaturas mais baixas (24-25°C), os movimentos graciosos das ampulárias não serão tão frequentemente observados, a actividade sexual ficará bastante reduzida ou quase nula; por outro lado, sua expectativa de vida será notavelmente aumentada (para quatro anos ou mais), ela se alimentará menos, e consequentemente defecará menos. Temperaturas mais altas (27-28°C) aumentam o metabolismo consequentemente a actividade, apetite e actividade reprodutiva das ampularias. Por outro lado, ela defecará bastante e terá seu tempo de vida bastante reduzido, de 4 anos para cerca de um ano. A variedade na alimentação é muito mais importante que a quantidade. Quase todas as pomaceas preferem as algas verdes e filamentosas, entretanto, a maioria aprecia também comer plantas aquáticas vivas, com exceção da Pomacea bridgesi, que só irá se alimentar de folhas sadias se não houver nenhuma outra fonte de alimento. Devido a essa característica, a Pomacea bridgesi é amplamente utilizada no combate à algas em aquários plantados. Texto: Miguel Angelo Fotos: Miguel Angelo Editado Junho 10, 2009 por Carlos Couceiro 1 1
miguel morgadinho Publicado: Maio 9, 2010 Publicado: Maio 9, 2010 Boas, eu penso que tenho um caracol pomacea, mas aconteceu que hoje de manhã a carapaça estava no fundo e o caracol a boiar, provavelmente deve estar morto pois não o vejo a mexer-se. Retirei-o do aquario e coloquei-o numa caneca para ver se existe alguma actividade mas até agora nada, vou aguentar mais um pouco mas não creio que seja normal o caracol largar a carapaça, estarei correcto? aguardo pelo vosso feedback Miguel morgadinho
Bruno-smg Babau Publicado: Janeiro 17, 2012 Publicado: Janeiro 17, 2012 São um espectáculo estes caracóis..... Já encontrei alguns em lagos e jardins em Portugal devem sofrer um bocadinho com o frio mas tinham bom aspecto. As pessoas abandonam, mas eles resistem! Não andam muito longe dos mais belos. Bom tópico. Abraços 1
João Moutinho Publicado: Novembro 25, 2013 Publicado: Novembro 25, 2013 O meu pomacea no mesmo dia que o comprei foi comido pela minha botia. ela agarrou na carapaça e sugou o animal.
JocaAlex Publicado: Fevereiro 4, 2017 Publicado: Fevereiro 4, 2017 (editado) O meu pomacea no mesmo dia que o comprei foi comido pela minha botia. ela agarrou na carapaça e sugou o animal. É sabido que para as bótias, os camarões e os caracóis são um petisco. Nesse caso foi um JANTAR completo! Editado Fevereiro 9, 2017 por JocaAlex
Recommended Posts