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Um dos principais mitos da aquariofilia e um dos mais comuns entre os principantes é que é importante controlar o pH.

 

Eu costumo escandalizar estes principiantes dizendo que o pH do aquário é das coisas com que não se devem preocupar e que não o devem tentar alterar.

 

Admito que este não é conceito muito popular entre os comerciantes, habituados a impingir testes de pH e químicos para o alterar, entre as primeiras coisas que vendem aos novatos.

 

De facto, um teste de nitritos é mil vezes mais útil porque nos permite conhecer a qualidade da água.

 

Existem, é claro, muitos milhares de espécies de peixes, para certas especies de águas negras (como discus e alguns caracideos) ou para ciclideos do Tanganiyka, deve-se ter algum cuidado: não manter peixes de águas muito ácidas se a água for dura ou não manter peixes de águas muito duras e a água for ácida.

 

Excepto nestes casos e no tempo de adaptação inicial à água do aquário, o pH não nos deverá preocupar.

 

Um exemplo disso é o meu lago de jardim.

 

A água, nos últimos anos, tem rondado os 10.7 de pH, a tal ponto que eu pensava que os test kits estavam detriorados. Foi só no ano passado, quando finalmente arranjei um medidor elétrico de pH que tive de me render à realidade: tenho um hiper PH no lago. Porque é que o tenho é um mistério, o lago não tem elementos alcalinos, portanto culpo o terreno que drena para o lago. Provavelmente despejaram algum do entulho da construção da casa nesse terreno, incluindo talvez até cal.

 

Inicialmente este valor de PH assustou-me, depois ponderei no assunto: ao longo dos anos tenho reproduzido inúmeros peixes no lago, incluindo killies, peixes arco-iris, cilideos africanos e americanos, viviparos, etc, etc. Tenho mesmo exemplares, como os Gymnogeophagus australis, com seis anos de idade.

 

Além disso, as plantas proliferam, incluindo vallisnerias, sagitarias, nenúfares, salvinia, elodea, myriophillum, etc.

 

Portanto parece não ser assim tão mau ter um pH de quase 11. Quer plantas quer animais, espantosamente, aceitam-no.

 

Dado que é realmente um valor excepcional (nunca ouvi falar de ninguém que tivesse um pH tão alto), acabei por tomar medidas para o fazer descer: mergulhei no lago alguns troncos de árvore. Assim vou aproveitando para os curar enquanto os ácidos resultantes reduzem o pH.

 

Atualmente tenho um pH de 9.8 e estou bastante satisfeito, é um valor mais civilizado, provavelmente terá menos impacto sobre o organismo dos peixes.

 

A principal consequencia, porém, é que já não preciso de dispender um dia inteiro nas adaptações à água, em peixes que tiro ou que coloco no lago. Como brevemente irei colocar o povoamento de verão, isto dá jeito.

 

O pH do meu lago de jardim constitui assim um exemplo de que a maioria das espécies de peixes pode viver, reproduzir e crescer em valores extremos, desde que a qualidade da água seja mantida.

 

Esse facto foi surpreendente, mesmo para mim. O pH não é realmente importante, excepto para determinadas espécies, bem identificadas.

 

Um dia destes ainda coloco um discus no lago, quem sabe não se dará bem :)

 

 

Miguel

Editado por Miguel Figueiredo
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