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O melt das crytpcorynes acontece tipicamente quando a planta é movida ou transplantada e a probabilidade de acontecer é maior quanto maior for a planta inicial.

 

O melt ou derreter em Português é caracterizado exactamente por uma morte acelerada de grande parte das folhas mais velhas ou mesmo de todas as folhas da planta de tal maneira que parece que a planta está a derreter.

 

Isto pode acontecer em 2 situações:

 

-A planta foi transplantada (o melt nesta situação é muito frequente)

 

-Houve uma grande mudança de condições no aquario:

 

1quimica da agua

a-pH

b-niveis de CO2

c-fertilização, mudança dos valores de nitratos principalmente

 

2iluminação

grande mudança dos niveis de iluminação

 

3-queda de oxigénio dissolvido na agua (morte do rizoma da planta por falta de oxigenação)

alguns medicamentos podem causar isto e se o rizoma chegar a morrer, então foi o ultimo melt da cryptocorine.

 

 

Todas as mudanças acima mencionadas relativas á quimica da agua podem ser explicadas com uma rapida adaptação da planta a novas condições, ja que no habitat normal as mudanças tambem ocorrem constantemente. Assim a planta guarda no rizoma os nutrientes moveis existentes nas folhas velhas e deixa-as morrer, enquanto lança novas folhas melhor adaptadas as novas condições do aquario.

 

No transplante no entanto, variações muito mais intensas acontecem quer a nivel de factores externos á planta como tambem com a propria planta especialmente a nivel das raizes.

 

As cryptocorynes tendem a desenvolver um grande sistema radicular e partindo do rizoma podemos observar numa planta grande três tipos de raizes:

 

1-as mais antigas que são uma massa grossa,castanha e rija.

2-a divisão das acima citadas quando nos afastamos do rizoma já de cor branca e maleaveis que se vão dividindo á medida que nos afastamos do rizoma

3-radiculas muito pequenas quer em comprimento quer em espessura e que "revestem" as anteriores.

 

É neste ultimo grupo que se dá a maior parte da captação de nutrientes do exterior. Apenas revestem as raizes do tipo 2 e são extremamente frágeis e estão bem agarradas ao substrato servindo assim tambem um papel de sustentação.

 

As raizes do tipo 2 existem principalmente como meio de transporte e como base para raizes do tipo 3 e espalham-se pelo substrato.

 

As raizes do tipo 3 são antigas razies do tipo 2 que actualmente são apenas um canal de passagem de nutrientes.

 

no transplante a maior parte do sistema radicular que apanha os nutrientes é perdido, não só porque as radiculas são extremamente frágeis e estão bem agarradas ao substrato como porque tirar raizes com 15 ou mais cm de comprimento e voltar a plantar torna-se dificil, sendo assim conveniente aparar as raizes.

 

É um facto comprovado que o tamanho do sistema radicular tem uma relação directa com a quantidade de folhagem que a planta pode suportar, e portanto ao perder grande parte do sistema radicular a planta perde a capacidade de suportar todas as folhas que tinha e portanto, reage.

 

Não só porque ao ser transplantada está provavelmente a mudar de condições, mas como perdeu a capacidade de retirar nutrientes em quantidade suficiente para mantar todas as suas folhas. Assim a planta preocupa-se em desenvolver as raizes (fosforo é bastante importante para isto, por isso fosfatos 0 está fora de questão) e em lançar novas folhas.

 

As folhas velhas fazem melt não só pela razão acima indicada de nao as conseguir suportar em numero de raizes, mas tambem porque sendo uma planta de rizoma, cada folha tende a ter uma ligação vascular priveligiada a 1 raiz que provavelmente seria a grande, que foi cortada. É esta a razão porque as folhas novas que a planta estava a lançar, nos casos de transplante não derretem.

 

Assim no transplante de cryptocorines o aparar da maioria das folhas velhas e das raizes a cerca de 3.5-5cm do rizoma (dar preferencia a raizes pequenas de cor branca) dá a planta melhores condições para um novo desenvolvimento futuro.

 

Assim, se a cryptocoryne que compraram e que estava linda no aquario ou estufa da loja ou a cryptocorine com mais de 1 ano no tanque sempre bonita fizerem melt, nao desista delas, se tiver boas condições ela regressa á vida sem problemas de maior.

 

Para discussão sobre este tema ( dúvidas, ideias, correcções, etc), por favor façam-no aqui...

 

Pedro Alves

Posted ImageTantas plantas, tantos peixes, tantas possibilidades... tão poucos aquários! - Me
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Olá.

 

Bom tópico. Queria só adicionar que não são apenas as cryptos que sofrem o chamado " meltdown" mas também outras plantas, inclusivé plantas de caule. O mesmo se passou com as Pogostemon helferi que tinha em água dura e alcalina a desenvolverem-se bem e que posteriormente foram passadas para água mole e ácida. Também já me aconteceu com Glossostigma e Blyxa japonica, tendo vindo todas as plantas recuperar mais tarde.

 

Cumps,

André

Publicado:

Muito, muito bom tópico Just_me :D

 

E é por estas coisas que eu gosto de cá vir, já me tinha acontecido isso, mas não conhecia a terminação " meltdown".

 

 

Fica bem

Quase reformada!!

  • 1 mês depois...
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Viva Just me,

realmente eu conhecia as consequências das mudanças de ambiente neste tipo de plantas não sabia era a causa!!

Muito bom este esclarecimento. :x-mas:

Cumprimentos Rui Pedro

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